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História A Nereida - Capítulo 2:


Escrita por: GiullieneChan

Notas do Autor


Betado por luannaraccos

Capítulo 2 - Capítulo 2:


Vergonha.

Nunca em toda a sua vida se sentiu tão constrangida como agora. Onde estava com a cabeça em atacar o mestre do Santuário? Iria ser expulsa daquele lugar, isso no mínimo!

Correu para casa e fechou a porta atrás de si, gemendo pela gafe que cometeu.

—Idiota! Naru, como pode ser tão idiota? -dizia a si mesma, batendo na própria testa.

Em seguida, alguém batia na porta, assustando-a.

—Um momento!

Pediu se recompondo, e ajeitando a roupa. Quando abriu a porta, viu Mu e a fechou na cara dele imediatamente.

“—Fechei a porta na cara do mestre do Santuário!” -gemeu quando percebeu o que fez.

Do outro lado, Mu olhava curioso para a porta e para a reação da amazona. Havia dito a Marin que resolveria a questão, que não era necessário repreender a jovem pelo o que acontecera, apesar da dor em seu pé ainda persistir.

—Naru? Podia abrir a porta para conversarmos? –pediu o ariano, batendo na porta.

—Não. Pode falar daí mesmo.

—Não seja infantil...

—Não sou infantil! -ela protestou do lado de dentro. -Estou envergonhada.

—Então, abre a porta. -ele insistiu, achando graça na situação.

Naru pensou em não abrir a porta nem que uma nova Guerra Santa houvesse sido declarada, mas refletiu sobre o que estava fazendo e concluiu que realmente estava agindo de maneira infantil. Teria que enfrentar as consequências de seus atos e era agora. Suspirou e a abriu, encarando o cavaleiro por detrás da máscara, que escondia o rosto corado.

Sem dizer uma palavra sequer, e com as mãos atrás das costas, Mu entrou na cabana e começou a olhar ao redor, como se avaliasse o lugar. Era uma casa simples, com pouco luxo, como todas as casas dos cavaleiros e amazonas que ali residiam. Em seguida, o jovem passou a observar a amazona.

—Então, você é a amazona de bronze de Dorado? –ele começou a falar, e Naru colocou as mãos para trás e esconder o nervosismo. - Como está sua mestra Dóris?

—Bem... Está bem, senhor.

— Eu a vi uma vez, e ela esteve aqui no Santuário durante as lutas contra os titãs. Todo o santuário se mobilizou em missões pelo mundo, por causa do poder de Cronos. Ela era bem jovem, mas muito forte! Era a portadora da armadura de prata de Volans.

—Ela me disse isso também, senhor. E ainda é a portadora da armadura de Volans.

—Entendo. Bem, e agora? O que farei com você? Colocou-me em uma situação difícil. -Naru o encarou e Mu tinha quase certeza de que ela arregalara os olhos. -Tenho grande afeição pela sua mestra, é uma amazona de valor, mas... Você por outro lado atacou o Mestre do Santuário, que é um crime terrível!

—Não sabia que era o Mestre, senhor! –ela colocou as mãos na cintura, nervosa. -Achei que o mestre era um velho e não um rapaz!

—Isso não diminui a gravidade de seu ato.

—Viu o meu rosto!

—Você retirou sua máscara de livre e espontânea vontade, eu fui vítima das circunstâncias. Não desejava ver seu rosto e mesmo assim, o mostrou. -respondia com calma.

—Está distorcendo as coisas, senhor!

—Estou?

Naru ergueu o dedo, pensando em responder, mas as palavras não saiam. Sentiu a garganta ficar seca com a situação, e se resignou, para aceitar o castigo que merecia por ter atacado o mestre.

—Estou preparada para enfrentar o meu castigo, Patriarca. -ela inclinou-se.

—Ótimo! -ele exclamou satisfeito. -Primeiro, pare de me chamar de senhor ou Patriarca. Isso faz com que eu me sinta com duzentos anos! Devo ser um pouco mais velho que você. Quantos anos têm?

—Dezenove, se...-parou de falar quando se lembrou que ele pedira que não chamasse mais de senhor.  Mas é o mestre do santuário, tenho que me referir a sua pessoa com respeito! Minha mestra me ensinou que o Grande Mestre é a figura mais importante do Santuário depois da deusa Atena!

—Tenho vinte e cinco anos, Naru. Não sou velho para ser chamado de senhor por você e sou o mestre porque ainda não convencemos o Dohko a assumir o posto! Ele quem deveria estar em meu lugar pela sua experiência de vida.

—Dohko de Libra? –disse o nome com admiração. –Ele ainda está vivo?

—Sim, e muito bem e fugindo das responsabilidades. –suspira. -Só fui escolhido por ser discípulo do antigo mestre, já falecido. Mas em nenhum momento deixo de ser o Cavaleiro da Casa de Áries. -ele lhe respondeu em um tom de voz que a amazona deduziu ser terno. Como se fosse um irmão mais velho lhe explicando sobre algum assunto.

—Ainda não disse qual era o meu castigo. –o lembrou receosa, mas queria que esta agonia terminasse.

—Você costuma jantar? Tem roupas que pode usar fora do Santuário? -ele indagou e a amazona o encarou confusa.

—Claro que eu janto e tenho roupas para usar fora do Santuário.

—Um vestido? Do tipo social?

—Não... Eu não tenho roupas assim... -desconfiando das atitudes dele. Por que simplesmente não a golpeia e termina com aquilo?

—Ah, mas acho que a Marin pode providenciar um para você. –pensativo.

—Eu não estou entendendo nada.

—Preciso de você.

—Gasp! –engasgou, mais confusa ainda. -O que disse?

—Vamos jantar na cidade, amanhã à noite. –falou saindo da casa. -Ah, é uma ordem do Grande Mestre.

Naru ficou muda. Estática. Ouviu bem? Ele a convidou para jantar? Não. Ele a intimou a jantar!

 

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Mu saiu da vila da amazonas na direção das doze casas, avaliando o que acabara de fazer. Por que a convidou para jantar? Não era isto que planejava ao ir atrás da moça. Foi para esclarecer o mal entendido, que não era culpa dela aquela situação e agora, a chamou para jantar amanhã?

—Devo examinar minha cabeça. -pensou em voz alta.

—Para aguentar a gente e os problemas do Santuário, vez ou outra é boa mandar checar a sua cuca, amigo.

Mu sorriu ao reconhecer a voz de seu amigo, Aldebaran. Ele sempre tinha alguma piada na ponta da língua para qualquer situação. Ele estava parado na trilha que levava às doze casas, com a urna da sua armadura sagrada no ombro.

—Quando chegou Aldebaran do Brasil? E onde está Afrodite?

—Agorinha mesmo. A missão foi mais rápido do que imaginava. Afrodite foi direto pra casa dele, estava exausto da viagem e louco pra cair na cama dele. -respondeu o bom humorado cavaleiro. -E como anda as coisas aqui?

—Bem, nada demais. - respondeu calmo. -Só uma garota que...

—Opa, opa... Garota? –o cavaleiro de touro pareceu interessado. -É bonita?

—É uma amazona que chegou ontem e...

—Então estava de máscara, não dá pra ver o rosto dela. –murmurou o taurino desanimado.

—Ela tem um temperamento instável! Explosiva, mas...

—Mas?

—É linda! –o ariano disse sem notar o significado destas palavras para Aldebaran que abriu um enorme sorriso. -Que foi? Por que a cara de bobo?

—Linda né? Já viu o rosto dela, né seu safado! -o taurino o cutucava, rindo ainda mais por ver seu amigo vermelho e constrangido.

—Aldebaran!

—Que foi? Somos cavaleiros, mas não somos de ferro! E você precisa de uma namorada! Não tem uma firme desde os quinze anos! E...

—Não tenho tempo para estas coisas Aldebaran. Minhas obrigações com Atena e com o santuário vêm em primeiro lugar! -respondeu Mu sério.

—Todo cavaleiro sabe que Atena sempre está acima de tudo e de nossas escolhas, amigo. –Aldebaran comentou também assumindo um ar mais sério. - Mas sabe que isso não impede que desejássemos ter uma vida feliz. Normal até, quando não estamos em batalha. Você sabe que o nosso destino é morrer jovem e em batalha, raramente um cavaleiro atingiu a velhice. Por isso, aproveitar a vida enquanto a temos é necessário.

—Disse tudo, Aldebaran... Mas, acha certo impor a uma família um futuro incerto ao nosso lado? Uma mulher que não sabe que seu marido irá retornar com vida de sua missão? Filhos que não terão certeza de que verão o pai novamente?

—Essa desculpa não cola muito. E ao redor do mundo esposas e filhos de soldados, policiais e bombeiros vivem isso diariamente, amigo. – Mu ia retrucar, mas Aldebaran continuou. - Todos os dias eles os veem saírem para um trabalho que não sabem se retornarão inteiros ou com vida. E o fato deles não usarem armaduras douradas como a nossa não significa que sejam menos valorosos que os cavaleiros, amigo. Diria que são superiores, e nem por isso deixam de viver e amar.

—Me pergunto quando o assunto migrou para este tema?

Aldebaran riu, com a mão sobre o ombro de Mu e o guiando pela trilha.

—Vamos ser menos filosóficos então... A garota em questão é solteira?

—Aldebaran...

—Perguntar não ofende!

—Claro que é... –pensou. –Eu acho que é.

—E quem é ela?

—A amazona de bronze de Dorado.

—Ela tem nome, não tem? –abrindo um largo sorriso.

—Naru. –respondeu por fim, sabendo que Aldebaran não sossegaria se não soubesse por ele.

—Belo nome! –o cavaleiro de touro refletiu. –E ela mexeu com você, dá pra ver isso!

—Não fique imaginando coisas!

—Não estou imaginando nada.

Andaram em silêncio mais algum tempo e Aldebaran assobiava feliz, foi quando Mu disse meio nervoso:

—Euachameiparajantar.

—Hã? Não entendi nada. –comentou Aldebaran subindo já as escadas para a casa de Áries.

—Eu a chamei para jantar...

Aldebaran começou a rir alto, para o constrangimento de Mu.

—Aonde vai levar a garota?

—Não está querendo saber demais?

—Sou seu amigo, te perturbar faz parte!

—Não é um jantar romântico como sua mente pervertida está formulando!

—Claro.

—Preciso de uma acompanhante, para um jantar diplomático.

—De todas as amazonas, só ela estava disponível? Lógico, acabou de chegar. –ar de desinteressado.

—Exatamente!

—Tá certo!

—Não senti firmeza em sua afirmação, Aldebaran de Touro.

—Nem eu na sua, Mu de Áries. –Aldebaran riu. -Posso perguntar uma coisa?

—Claro.

—Vai ter beijo? –e saiu correndo quando sentiu o cosmo de Áries se elevar perigosamente.

 

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Naquela noite.

—Ele o que? –Seiya sentou, espantado.

—Me intimou a jantar com ele! –Naru respondeu nervosa, andando de um lado para o outro da sala da cabana. -Ele tem demência ou o que?

—Nunca pensei que o Mu tivesse algo de louco. –Seiya sorri. -Não fique pensando bobagens dele.

—Não estou pensando bobagens. Estou é convencida disso!

Seiya começou a rir e parou quando viu Naru ameaçá-lo com o punho em seu rosto.

—Calma, sou amigo... Amigo.

—Isso é sério, Seiya!

—Não. Algum deus maluco querer matar Atena é algo sério. Mu te convidar para jantar? É engraçado!

—Por que seria engraçado? Acaso não sou bonita ou atraente o suficiente para que alguém me convide para jantar? -Ela o encarou furiosa e Seiya recuou com as mãos pedindo paz.

—Difícil saber se você é bonita ou não, Tampinha. Não tira a máscara de jeito nenhum!

—Quer que eu a tire? -ela cerrou os punhos.

—NÃO! Basta-me a Shina ter me perseguido por causa deste lance de tirar a máscara! -ele falou rapidamente, lembrando da época em que Shina o perseguia para matá-lo. – Talvez não seja algo tão alarmante, Naru. Soube que Mu vai a um jantar de negócios acompanhando Atena. Não é nada que você imagine.

—Não estou imaginando nada, Seiya!

—Não me disse que achava que Mu era demente ou pervertido? Vocês mulheres são difíceis demais de serem entendidas! – coçando a cabeça, confuso.

—Olha, está tarde e eu quero dormir um pouco! Pôr a cabeça no lugar.

—Entendi, já vou indo. Boa noite, Naru. – ele parou na porta e resolveu falar, sorrindo. – Ei... Bem vinda ao Santuário, Tampinha!

—Obrigada, Magrelo. –ela sorriu por debaixo da máscara.

Assim que Seiya saiu e fechou a porta, Naru retirou a máscara e respirou profundamente. Sentia-se com calor, abafada. A Grécia era quente demais naquela época do ano, e sentia falta de nadar no mar para aliviar-se deste desconforto.

Lembrou de ter ouvido Seiya comentar de um pequeno lago nas mediações do Santuário. Não era como nadar no imenso oceano, mas era uma benção saber disso. Sair agora a noite seria algo arriscado, mas era ágil e rápida o suficiente para burlar os guardas e ir ao lago se refrescar do calor. Além do mais, era tarde da noite e quase todo o Santuário dormia.

Decidida, saiu da cabana.

 

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Mu estava olhando para o teto, deitado em sua cama, sobre a colcha, ainda vestido. Suspirou.

Sempre se gabou de ser uma pessoa racional, de não agir movido por instintos como um adolescente imberbe. Estes tempos foram deixados para trás. Mas ficou se questionando o porquê ter agido como um tolo e chamado a garota para jantar, sendo que não era necessário a companhia dela.

“—Quer ver o rosto dela novamente, seu idiota!” –dizia uma vozinha irritante em sua mente.

Passou as mãos pelo rosto como se isso pudesse ajudá-lo a tirar da mente o rosto de Naru. Teve um rápido vislumbre de seu sorriso, e até mesmo o rosto contrariado dela era belo!

—Mu de Áries... Precisa sair mais! –comentou consigo, e se sentou na cama. –Será que Aldebaran está certo?

Sentiu os cosmos provenientes das demais casas. Tranquilos, relaxados em algumas delas. De repente se sentiu sufocado entre aquelas quatro paredes, precisava sair, de ar puro. Foi para fora, tomando o cuidado de não despertar seu aprendiz no quarto ao lado do seu e ficou parado na porta da Casa de Áries.

—Acho que um bom mergulho no lago depois irá me ajudar a dormir melhor. -suspirou o ariano, descendo as escadas.

 

Continua...



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