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História A Noite Escura da Alma. - Falsos Testemunhos.


Escrita por: Sonia_Dell

Notas do Autor


☆☆☆

Olá meu amados, como sempre mais capitulo para vocês.
Como no capitulo anterior disse que iria falar sobra música que me ajudou a inspirar esta historia, vou deixar para detalhar sobre este assunto nas notas finais.
Sendo assim, boa leitura!!!

Bjks Mil!!
Sônia Dell.

☆☆☆

Capítulo 13 - Falsos Testemunhos.


Fanfic / Fanfiction A Noite Escura da Alma. - Falsos Testemunhos.

Aos pés  da cama o homem com olhar compenetrado a observava dormir profundamente, contornou o antigo móvel aproximando-se da jovem, curvou seu corpo  fazendo seu rosto quase encostar-se ao dela sentindo sua respiração profunda e calma ao que de soslaio desviou seu olhar deparando-se com o colar que antes vira envolta do pescoço de Samya, com seriedade no olhar fez seu corpo ficar ereto novamente sem desviar os olhos da jóia, deu um passo em direção do criado mudo onde a mesma jazia, esticando a mão para tocá-la parando a centímetros da mesma, ponderou franzindo o cenho recolhendo a mão cerrando o punho...

A jovem soltou um suspiro fazendo-o se afastar do pequeno móvel voltando a mirar o corpo deitado se assegurando que a mesma não  tinha acordado, Sloan fechou os olhos  e de maneira peremptória pensou.
         " Eu não vou desistir dela!"

 

******


         O vento que entrava pela janela fazia as cortinas de voal balançarem com leveza, meus passos em direção da porta balcão foram lentos, porém suaves a medida que a brisa que adentrava pela mesma tocava minha pele provocava  arrepios fazendo despertar-me os sentidos, o céu era de um azul surreal que ofuscavam meus olhos,  nuvem tão brancas como o algodão cruzavam o firmamento como se o vento as estivessem empurrando para que as mesma não encobrissem o azul turquesa que pintava a abóboda celestes.
        Recostei-me no parapeito da sacada a admirar o horizonte que se estendia além de minha visão, fechei meus olhos sentindo o frescor do vento do final do verão tocar-me a face, através de minhas pálpebras que ainda permaneciam fechadas percebi a mudança  na luz, ao abrir meus olhos vi que o céu  não estava mais turquesa e as nuvens antes brancas eram de um melancólico cinza escuro ao qual cortavam  rapidamente a imensidão agora pintada de negro, ao longe pela estrada um rastro de fogo a percorria em direção da mansão, apreensiva afastei-me do beiral ao que senti uma dor aguda em meu ventre desviei  o olhar tocando com as mãos ao que vi  manchar-se de rubro o tecido alvo ao qual espalhava-se rapidamente a tingir todo o tecido daquela região , olhei para minhas mãos que agora  estavam carmesim, ao que fagulhas surgiram e labaredas começaram a consumir o longo vestido em  meu corpo...

 

******


         Levantei-me rapidamente bafejando,  afastei o lençol que estava sobre meu corpo tocando  minha barriga que estava encoberto pela camisa de linho branco de Sloan.

"Fora um sonho... um mau sonho!"  Pensei  deixando meu corpo cair sobre o colchão  fechando meus olhos, levei minha mão direita até minha testa depositando o dorso por sobre a mesma enquanto observava o dossel acima de mim pensativa, virei meu rosto em direção do criado reparando que ao lado do colar estava meu alforje juntamente com meus pertences.

"- Sloan deve ter trazido enquanto eu dormia! "  Levantei sentando-me na beira da cama e pegando o colar para recolocá-lo em meu pescoço, peguei meu alforje depositando sobre a colchão abri e observei destacar-se uma sacola de tecido de algodão cru retirei de dentro do mesmo fazendo saltar aos olhos o conteúdo de seu interior, o Grimorio de Adma ou melhor meu agora.
           Como era meu resolvi começar a desvendá-lo e por que não ler a primeira  página, assim que comecei a escrutinar as delineadas letras escritas, percebi que não  se tratava de um feitiço mas sim o inicio de um diário sem descrição de período um puro relato de emoções, cada palavra, cada linha que lia me mostrava um pouco de uma pessoa que amava a vida temendo se entregar por medo de sofrer;
          " Hoje o vi a beira do rio estava a dar água  ao seu cavalo, assim que ele me avistou veio em minha direção, tive receio mas não  pude me conter e fui impelida a fazer o mesmo abracei-o e beijei seus lábios como a tempos não fazia por medo de alguém descobrir ..."
          Ponderei um pouco e fiquei perguntando-me,  "quem será  que escreveu estas páginas  iniciais e quando será que foram escritas" , observei mais um pouco lendo com atenção os parágrafos  seguintes, ao que vi um trecho que me fez atentar mais as entre linhas;
           " Decidi que a partir de hoje não  esconderei mais meus sentimentos, após  ele ter me convidado a morar com ele não  pensei mais que o necessário, segui meu coração afrontei minha mãe que me advertiu sobre os pesares de minha decisão, mas fui irredutível, minha irmã mais nova chorava pesarosamente por não  querer ver-se separada de mim, mas uma hora isso teria que acontecer."

“- Parece que pessoas ligadas a magia sempre são vitimas de impulsos sentimentais!?"  Em um pensamento alto estas saíram de meus lábios como uma afirmativa interrogação, que se desfez juntamente com o sorriso expressado com o menear de minha cabeça.
          Como um estalo mental a resposta pela qual questionei-me veio a minha mente, " A irmã mais velha da bisavó de Adma... foi ela quem começou a escrever o Grimorio..." , já  havia lido algumas páginas , umas com relatos diários outras com feitiços e poções, mas as que me chamavam a atenção eram as sentimentais palavras que de vez em outra preenchiam as páginas, suspirei e comecei a pensar e cheguei a uma conclusão de período me baseando nas informações que Adma me contava de vez em quando sobre as mulheres de sua família , " Estes relatos foram escritos por volta do  século XVII, fazem quase dois séculos  que isso foi escrito" , pisquei varias vezes fazendo-me retornar de meu pensamento.
          Após escrutinar mais algumas páginas cheguei ao ponto em que os relatos apenas falavam do período em que ela já morava com seu consorte;

" Comumente os dias sempre transcorriam tranquilos na imensa casa que além de nós dois era repleta de empregados, que cuidavam de toda a propriedade com muito esmero, mas de um tempo pra cá ando percebendo mudanças de comportamento principalmente quando estou por perto, me encaram com desdém e balbuciam injúrias quando passam por mim,  sinto-me deslocada e desconfortável onde antes me sentia bem!
           Ontem ao passar por uma das serviçais escutei ela falar baixo, mas pude ouvir com clareza a palavra pronunciada "BRUXA", neste momento senti um arrepio e um mal pressentimento que algo iria acontecer, não me abstendo dos fatos recentes tomei uma decisão, fazer de minha irmã legatária de meus bens mais preciosos, sendo assim este será meu último escrito, a partir de amanhã este Grimorio não mais me pertence."

          Virei para a página seguinte e percebi que a letra já estava diferente, respirei profundamente e comecei a voltar as páginas observando algo que não pude deixar de notar, em momento algum ela descreveu ou citou o nome daquele com quem se relacionou, porquê não citá-lo, será que...  com mais atenção observei que em certos pontos parecia que a escrita tinha sido apagada e rescrita novamente,  ao que pensei " Eu estava certa ela queria protegê-lo".
          Estava me sentindo em um labirinto, completamente perdida, quando achava que iria entender um pouco mais a antepassada de Adma acabei por de decepcionar, "O que será que aconteceu com ela?", suspirei pesarosamente  com meu pensamento a coçar meus olhos que forcei com a leitura por causa da pouca luz, fechei o livro o guardando dentro da sacola que estava no alforje, levantei-me a me espreguiçar e sentir uma pontinha de fome , lembrei-me do relógio de bolso que carregava comigo, procurei-o no bolso de minha calça quando o abri vi que o mesmo marcava 05:25 da tarde, guardei-o novamente e segui em direção da porta abrindo-a devagar e olhando meio que ressabiada, fechei meus olhos meneando  minha cabeça a pensar, "O que estou pensando em encontrar, mais alguém além do Sloan!? " , abri a porta em seu todo saindo do quarto seguindo em direção da escada que dava acesso ao andar térreo, ao que um estalido de metal me chamou atenção seguido de um rangido fez-me perceber que vinha do segundo andar, dei alguns passos em direção das escadas que levavam ao mesmo, olhei atentamente e vi que a porta do sótão estava entre aberta,  comecei a subir os primeiros degraus ao que vi a porta se abrir um pouco mais.
          "- Ué... será que o Sloan encontrou a chave do sótão? " Franzi meus olhos enquanto empreendia mais alguns passos em direção da porta
          "- Sloan, você está aí dentro?"  Já a frente da porta levei minha mão a maçaneta segurando firmemente a empurrar a porta de madeira que rangia enquanto a mesma era aberta, ao abrir o suficiente para que meu corpo passa-se espiei o seu interior, era escuro e lúgubre ao fundo tinha um vitral redondo por onde entrava a única luz que iluminava o ambiente, adentrei um pouco mais olhando em volta para ver se encontrava algo que pudesse gerar luz mas nada, caminhei para seu interior e vi que lá só tinha quinquilharias e móveis velhos por baixo de lençóis que aparentavam se desfazer ao ínfimo toque, além que tudo mais estava recoberto de poeira e teias de aranha, se Sloan esteve aqui com certeza já havia abandonado o recinto.
           Chegando próximo do vitral ao fundo da ampla sala senti um cheiro característico de couro velho e mofo olhei ao meu redor e vi que a minha direita encostado na parede estava um baú semelhante ao de Adma tento só de diferente o tampo que era abaulado, retirei o tecido impregnado de pó que o recobria e vi que o mesmo era recoberto de couro preto oleado que lhe dava um brilho fosco, ajoelhei-me a frente dele e percebi que o ferrolho estava com um cadeado, ao atentar-me ao mesmo vi que estava aberto terminei de abri-lo colocando no chão, levantei a tampa encostando-a na parede olhei atentamente seu interior que tinha muitos livros antigos de autores variados, alguns vestidos e dois xales de lã, comecei a fuçar no conteúdo sem desarrumar muito pois praticamente o tecido está se desfazendo de tão velhos, ao que vi uma carta por baixo dos vestidos estendi minha mão para pega-la com cuidado com medo de que ela estive-se no mesmo estado das vestimentas, mas assim que a toquei senti que a textura do papel era grossa e resistente, observei o envelope e vi que o mesmo estava em branco, estava a ponto de abri-lo ao que minha atenção foi tomada por um sussurro.
           "- Samya."
           Com o susto olhei rapidamente para trás, mas não avia ninguém, meu coração estava acelerado fechei meus olhos tentando me acalmar, assim que os abri voltei meu olhar para o envelope em mãos iria devolve-lo mas a curiosidade em saber seu conteúdo era maior, fechei o baú levantando a cobri-lo com o pano ao me virar em direção da porta reparei que próximo do vitral tinha encoberto por um lençol fino quase transparente uma moldura sobre um tripé, aproximei-me um pouco mais e vi por através do pano que não se tratava de uma pintura qualquer e sim de um retrato, o rosto que se mostrava por baixo do tecido era delicado aparentando ser feminino, devagar comecei a retirar a fina cobertura mas antes de terminar  ouvi a voz de Sloan ao longe me chamar, olhei em direção da porta e de volta para o quadro estava entre a cruz e a espada, soltei o tecido que recobriu novamente o quadro, andei rapidamente em direção da porta e antes de sair percebi que o envelope ainda estava em minhas mãos mais que rápido o escondi por baixo da camisa de Sloan que estava vestindo, sai pela porta a fechando e tentando não fazer ruídos altos pois a mesma teimava em ranger, desci as escadas rapidamente basicamente dando de frente com Sloan que terminava de subir as escadas que dava acesso ao primeiro andar.
          "- Onde você estava, que não me respondeu assim que chamei?"
          "- Ah... é que... quando acordei que foi agorinha já ia descendo pra te encontrar, quando percebi que você deixou a porta do sótão aberta e pensei que você estava lá subi mas não te encontrei foi ao que eu ouvi seu chamado!"  Senti um calor subir-me pelo pescoço, nunca fui boa em mentiras, vi que Sloan desviou seu olhar em direção da porta do sótão com feição séria e sem desviar o olhar de lá falou.
          "- E você entrou lá? " Sua voz era de um tom gélido.
          "- Não... pensei em entrar mas não cheguei a fazê-lo... mas que bom que você achou a chave, encontrou o que estava procur..."  Nem cheguei a terminar a frase ao que Sloan me interrompeu.
          "- Mas eu não achei a chave!" Após falar isso ele voltou os olhos em minha direção me olhando serio e atentamente.
        "- Se você não achou a chave, então porquê ela estava aberta?" Com uma voz temerosa o mirei arregalando os olhos.
         Vi que ele abaixou a cabeça passando a mão pelos cabelos a dar um sorriso de canto que me fez o coração ficar menos aflito.

"- Provavelmente a tranca por ser velha deve ter quebrado internamente, por isso você viu a porta entre aberta!"
         "- Ah...! Isso explica o estalido que ouvi antes de vela aberta, não sabia que isso podia acontecer!?"
          "- Nem eu..." , deu de ombros não demonstrando muito interesse. "- Mas provavelmente foi isso que aconteceu, pois lá em cima sobre muita influência climática!" Ponderei um pouco a respeito de sua resposta e acabei concordando, pois já ouvi falar de ferro que se rompe do nada quando aquecido e resfriado inúmeras vezes, sem contar que está fechadura sofre estas intempéries há anos.
          "- Bem, é melhor você se arrumar pois o seu jantar já está pronto!" Falou dando-me um abraço e beijando meus cabelos roçagando seu rosto neles.
          "- Meu não, nosso! Ou você acha que vou jantar sozinha, hein?" O olhei bem nos olhos fazendo-o arregalar os seus.
            "- Não precisa me fuzilar com este olhar, foi só modo de falar!" Finalizou sua frase dando-me um beijo rápido.
            "- Eu sei, só queria ver qual ia ser á sua reação!"  Me afastei dele seguindo em direção do quarto para tomar um banho e me arrumar, ao que ele falou fazendo-me virar para olhá-lo.
            "- Dentro do armário tem um vestido ao qual quero que você use ao jantar hoje!"
            "- Então teremos uma noite especial, já fico a imaginar o que será!?"
            "- E só  um jantar Samya, não precisa ficar fantasiando, eu só quero vela vestida  com ele, só isso!"
            "- Ah... só isso!" Falei com uma voz de desapontada fazendo bico.
            "- Vá logo se arrumar e pare de me provocar!"
            Sloan a sorrir ficou a olhar a garota se afastar até entrar no quarto e fechar a porta, de repente o sorriso que antes estava  esboçado em seu rosto sumiu, olhou de soslaio para o alto da escada e empreendeu passos rápidos em direção da porta colocando-se a sua frente, levou a mão a maçaneta constatando que a mesma estava aberta, forçou sua abertura desviando seus olhos para o chão e vendo que sobre a grossa  camada de pó tinha marcas de pés seguiu as mesmas com o olhos vendo que elas iam até o fim da sala próximo ao vitral, deu um passo atrás fechando a porta encarando por breves segundos a madeira escurecidas pelos anos , levou a mão ao bolso do casaco retirando uma chave de metal escuro, colocou na fechadura dando uma volta trancando o sótão.

 


Notas Finais


☆☆☆

A música que me ajudou a inspirar esta historia foi " The Dark Night of the Soul" da Loreenna Mckennitt (que nos dá o titulo da história), a letra em si conta um pouco da historia de Samya e de seus anseios (já tinha o prólogo e o primeiro capitulo escrito quando a ouvi, após isso não tive duvida que esta era a musica para me inspirar a continuar, pois antes mesmo de encontra-la ela já havia me encontrado!).

Link da música .
https://www.youtube.com/watch?v=MclLF473XtA

☆☆☆


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