História A nova geração: Imprevistos - Presos nas entrelinhas

A cada puxão que o James me dava para apressar o passo era um tropeço que quase me levava a um encontro ao chão. Meu primo parecia ansioso como nunca antes havia visto que chegava a ser assustador, não ousei reclamar dos puxões, mas não pude conter minha curiosidade impaciência.

- Para onde estamos indo? - pergunto com a voz falha.

James não me responde como das últimas vezes e tive que revirar os olhos. Vários alunos viraram o rosto em nossa direção visivelmente curiosos. Depois de vários corredores virados e inúmeros degraus subidos finalmente entramos numa parte do castelo no qual eu jamais estive antes que me chamou atenção por sua pouca luminosidade e um estranho clima gélido entrando em contato com minha pele exposta.

- Entra aí! - James berra de repente me provocando um sobressalto.

Ele tinha parado comigo no final daquele corredor estranho a frente de uma porta escura onde fora aberta por ele mesmo.

- Já entrei. - disse ao passar pela soleira da porta.

Incrivelmente me deparei com uma dala branca e clara demais que contradizia totalmente o lado de fora. A salinha era redonda e pequena de mais para ser uma sala, havia uma varinha perfeitamente posicionada encima de uma mesa preparada para uso e era alta de mais para James conseguir manusear. Um feitiço espelhado foi lançado a frente da mesa onde nela se podia monitorar claramente todos os movimentos da Kelsi, da Rebekah, da Lily, do Scorpius, do James e os meus.

- Que isso? - perguntei confusa passando pela sala a procura de alguma pista que seja.

- Minha prova de que não sou a Voz, ela teria que ter mais alta que eu, aparentemente, e a pessoa teria que saber uma magia forte o suficiente para poder localizar visualmente nós seis, e você sabe que não presto atenção nas aulas e nem leio livros. - James deu de ombros.

- Mas quem seria? Isso é estanho. Qualquer aluno que saiba ao menos identificar um livro de feitiços fortes poderia criar essa sala. Isso nos põe... - ponho uma mão no queixo - pouco menos que a meter dos alunos de Hogwarts em suspeita.

- Por isso te contei primeiro, Rose, você é a garota mais inteligente que conheço.

- Certo, bem...

Sou interrompida por um estalo agudo e a porta sendo fechada com força. Troco olhares com James e não consigo falar nada pois a sala escureceu totalmente e o feitiço espelhado assumiu uma coloração esbranquiçada que se tornou meu único ponto de referência; riscos vermelhos surgiram nela e a familiar risada assustadora que não deixava de me arrepiar ecoou pelo recinto.

- SABE DE UMA COISA? VOCÊS TEM QUE PARAR DE TENTA DESVENDAR MISTÉRIOS ACIMA DO QUE VOCÊS SÃO CAPAZES! - bradou a Voz, por algum motivo desta vez ela soava cansada r nem tão aterrorizante - ESSA SALA NÃO PASSOU APENAS DE UMA DISTRAÇÃO E VOCÊS CAÍRAM DIREITINHO! TOLOS! SÓ DIGO UMA COISA, O S ESTÁ EM VANTAGEM, NINGUÉM DESCONFIA DELE, VOCÊS INÚTEIS ESTÃO FOCADOS DE MAIS EM SUPOSIÇÕES COMPLICADAS PARA PERCEBERAM QUE O MAIS ÓBVIO É SEMPRE A RESPOSTA CERTA E QUE O S ESTÁ MAIS PRÓXIMO DO QUE VOCÊS IMAGINAM! NÃO ESQUEÇAM QUE O TEMPO DE VOCÊS ESTÁ PASSANDO.

A sala tornou a aquela claridade absurdamente real como se nada tivesse acontecido. Por que diabos a Voz estaria nos dando pistas e respostas nas entrelinhas? Queria não precisar me preocupar com essas coisas e ser mais uma bruxa de Hogwarts no último ano que simplesmente não tem mais com o que de preocupar além das provas. Deixei um suspiro frustado sair por entre meus lábios e encarei James, ele passou a língua pelos lábios e retribuiu o olhar.

Antes que eu possa pensar em dizer qualquer coisa que fosse ouvi o som de papel raspar em piso, olhei em direção da porta e embaixo havia uma cartinha convidando-me a ler. Peguei o estranho papel em cor púrpura e, junto com o James, lemos o que havia escrito.

- Olá pequena Rosie, há uma coisa que quero lhe contar: independente do que você pensa sobre mim eu sou menos pior que a Voz, eu, por outro lado, só quero o melhor de você, uma dica: A Voz é nada menos que um ser inseguro que facilmente é manipulado. E não tente contrariar a Voz, ela pode realmente fazer algum mal a você e ao seus amigos. Assinado, S. - ao terminar de ler olhei para o meu primo. - Certo, se a Voz e o S são amigos então por que querem incriminar um ao outro? Ou melhor, por que S está tentando nos ajudar indiretamente?

- Talvez is dois não são aliados e estejam trabalhando forçadamente e agora querem parar com isso incriminando um ao outro. - James opinou cruzando os braços - E o S pode estar lutando contra a Voz como se quisesse parar com isso, afinal, ele nos deu uma dica de quem pode ser a Voz.

- Alguém inseguro e facilmente manipulado... Se ao menos dissesse se ele é próximo ou não... - resmungo comigo mesma.

Ponho meu lábio inferior entre meus dentes, mordiscando de leve. James faz uma força desnecessária para abrir a porta uma vez que ela estivesse apenas encontrada e assim resultando em sua queda não chão, em outra ocasião eu teria tido da situação.

O corredor continuava igual e durante o caminho até as escadas que se mexem sozinhas não falamos nada, cada um estava preso a seu próprio pensamento.

- Como você soube da existência daquele lugar? - pergunto parando no meio da escada e o fazendo voltar alguns degraus para se aproximar.

- Vi no Mapa do Maroto que havia uma pessoa que vivia entrando aqui, fiquei curioso e comecei a bisbilhotar. - James deu de ombros.

- No Mapa não mostrou que era?

- Mostrava, mas parecia que o nome estava borrado. Um nome sobreposto a outro. Como se a pessoa tivesse dupla identidade e se atendesse pelas duas.

Franzi a testa e cruzei os braços, por que achava que ele estava escondendo algo?

- Não estou escondendo nada. - ele retruca como se lesse meus pensamentos.

- Sei... - dei um meio sorriso - De qualquer forma vamos descobrir isso, só preciso de um tempo para descansar e pensar melhor.

Não tivemos muita oportunidade de discutir o assunto pois um grupo da Gryffindor puxou meu primo para um canto qualquer no exato momento wur possamos no térreo. Levei as mãos para meu rosto e deixei meus ombros caírem, precisava de férias.

Procurei por Scorpius no primeiro andar inteiro, mas ele continuava afastado, havia alguma coisa errada. Muito errada. Ele não poderia estar me evitando... Poderia? Ou me traindo? Não mesmo, Scorpius não faria algo do gênero comigo, confio nele, mas o que poderia estar errado?

Me sentei num banco em um corredor qualquer com as pernas cruzadas sob meu corpo enquanto olhava para o nada com os pensamentos a mil, sem querer eles caíram sobre a Voz, pequenos detalhes entraram em destaque, detalhes onde ela mesmo deixou as entrelinhas mais expostas, creio que estava quase chegando numa resposta plausível quando Luke se aproxima de repente, ele estava ofegante e se apoiou no banco onde eu estava sentada, a mistura de desodorante e suor invadiu bruscamente meu nariz.

- Por acaso você andou por uma maratona? - perguntei torcendo o nariz.

- Não, é que.... - Luke tomou fôlego e tirou o suéter fedendo. - Estou fugindo.

- Fugindo de quê? - pergunto com medo da resposta.

Luke arregaçou as mangas, olhou para trás e abriu seu melhor sorriso maroto.

- Da minha namorada e de seus fantasmas. - ele deu um beijo molhado em minha bochecha. - Qual quer coisa você nunca me viu.

Ele saiu correndo em direção contrária de que ele tinha vindo e demorou exatamente vinte segundos para eu assimilar o que havia acontecido. O que a Naara havia feito? Como se respondesse minha pergunta ela veio em minha direção em seus cabelos esvoaçantes e o rosto bem vermelho por causa da corrida.

- O Luke descobriu! - ela berra nervosa antes mesmo de se aproximar completamente, sua voz estava falha e a respiração pesada.

- Descobriu o quê? - perguntei ansiosa demais para controlar a voz exaltada.

Imediatamente Naara começou a choramingar.

- Da Liv!