—Haruka? Onde você vai?— Michiru perguntou quando viu a loira vestir seu casaco se dirigindo a saída da base secreta.
— Vou embora.— Deu de ombros.
— E a Akane você não se importa com ela?— Usagi gritou assim parando a loira que arregalou os olhos.
— Você transa com ela, me impede de a atacar e agora vai embora sei mais nem menos? Você não tem coração? — Rei gritou.
— Se for necessário ela morrer para o universo não acabar eu não quero ficar para ver.— Michiru olhou triste para a prima que deixou o local.
As Sailors estavam todas de cabeça baixa enquanto esperavam Akane acordar, Michiru passava uma toalhinha molhada pelo o rosto da ruiva.
— Hm..— Akane se mexeu captando a atenção de todos, logo todos conseguiram ver seus abrirem e uma expressão de dor preencher a cara da ruiva, ela começou a gritar agoniada deixando todos aterrorizadas, ela tinha a mão no lado esquerdo do peito e caiu do sofá para o chão se tremendo toda.
— Akane? O que se passa? — Usagi tentou se aproximar mas a ruiva pôs a mão na frente irradiando uma luz vermelha que empurrou Usagi contra a parede.
Enquanto todas estavam confusas Akane sabia exatamente o que estava acontecendo, era mais uma parte de seu coração que estava sendo tapada e impedindo seus sentimentos, sempre que ela recusava a destruição isso acontecia, era inevitável.
Uma luz negra envolveu Akane acabando com o sofrimento e relaxando seu corpo.
— Akane? O que aconteceu? — Michiru perguntou depois de ver que a ruiva já estava bem.
— Meu coração. — Apertou a mão contra o peito ao mesmo tempo que lágrimas escorriam por seu rosto. — Meu coração..— Soluçou.
— O que tem seu coração? Nos diga.— Mina incentivou a fala.
— Mais um pedaço do meu coração foi ocultado. — Falou entre soluços altos e se levantou. — Eu gostaria de ir para casa se não se importarem. — Levantou a cabeça que demonstrava agora uma expressão fria. — As outras a olhavam tristes enquanto assentiam a cabeça, menos Michiru que quis acompanha-la.
— Michiru? — Akane a chamou durante sua caminhada até casa.
— Hm? — A esverdeada a olhou.
— Posso te fazer uma pergunta? — Olhou para o céu.
— Claro, o que quiser.
— Onde está Haruka? Ela ficou chateada comigo? — Abaixou agora a cabeça e Michiru a olhou carinhoso.
— Haruka é uma mulher complicada e cheia de redemoinhos em sua cabeça, de certo ela apenas ficou sentida com toda a situação e para manter sua pose ela agiu friamente à frente das outras meninas e foi embora.
— Entendo.— Disse baixinho.
— Não fique assim Akane, eu conheço Haruka e sei que ela só agiu assim porque se importa demasiado com você para deixar transparecer, assim adotando uma pose fria. — Sorriu carinhosa.
— Tudo bem Michiru, ela não me deve nada de qualquer forma, sou apenas uma qualquer que vai destruir o universo, se fosse Haruka também iria querer distância de mim. — Michiru levantou as sobrancelhas com o que a garota falou. — Chegamos, obrigada pela a companhia foi muito agradável.— Acenou.
— Até amanhã Akane.— Acenou de volta.
A ruiva escalou a árvore para entrar pela a janela de seu quarto e bufou quando finalmente conseguiu, já estava dia e não tarda nada era hora de ir para a escola, ela sentou-se encostada na parede enquanto olhava para suas mãos, pensando no porquê ter sido escolhida para tal missão Akane lembrou-se da flauta, não estava com ela, onde a teria deixado? Ela não podia ficar sem a flauta. Começou a procurar por todo o quarto mas não a achou, foi ai que uma pessoa veio na mente dela “Haruka!”, ela vestiu o uniforme e penteou os cabelos deixando-os lisos como usava antigamente, ela estava com olheiras e cada abatida, sua pele morena estava pálida, ela sabia que seu estado era deplorável, parecia que ia morrer a qualquer instante, mas não se importou, tudo o que ela pensava no caminho para a escola era que precisava de achar Haruka e pegar a flauta.
Quando chegou na escola ela procurou Haruka por todos os corredores, todos os estudantes a olhavam estranho por seu estado meio morto, e ela começava a sentir seu corpo enfraquecer conforme gastava energias para procurar Haruka, então ela desistiu indo cambaleando para o pátio onde achou Michiru e Haruka, ignorando Haruka ela pediu ajuda à esverdeada.
— Michiru! Me ajude! — Ela disse meio tonta, nesse momento todos no pátio olhavam para ela e Haruka permanecia com uma expressão indecifrável enquanto a prima estava preocupada com a ruiva.
— Akane? Como posso ajudá-la? — Perguntou quando a loira ficou sentada no chão e com a mão na cabeça.
— A flauta… eu preciso da flauta.— Disse arrastado e desmaiou, Haruka arregalou os olhos e olhou para a sua mochila onde tinha a flauta mas sua expressão mudou ainda mais quando viu o olhar aterrorizado de Michiru.
— O coração dela quase não bate, ela está morrendo. — E foi como se um véu tivesse caído e Haruka percebe-se que estava prestes a perder Akane, a loira então pegou nela e a saiu do pátio da escola sendo seguida apenas por Michiru. — Para onde vai levá-la?
— Para a base secreta, chame as outras.— E assim a prima o fez.
Base Secreta.
— Ela está quase morta.— Michiru disse quando chegou e a prima pousou Akane no sofá.
— Foi do nada? Ela disse alguma coisa? — Ami questionou.
— Apenas que precisava da flauta. — Haruka disse.
— Provavelmente a flauta está controlando a força vital dela, alguém sabe onde a flauta está? — Haruka suspirou e tirou a flauta da mochila.
— Eu não acredito que fez isso.— Michiru falou dececionada com o ato da prima e a loira deu de ombros.
Ami então pousou a flauta no peito de Akane, ela começou a flutuar ao mesmo tempo que uma barreira negra a cobria, seus cabelos ficaram pretos e um vestido apareceu nela, sua flauta era agora um cetro e um X junto com uma coroa surgiram em sua cabeça. Erguida e com uma face serena ela olhava todos em volta.
— Akane? — Usagi chamou.
— Não é a Akane, é a princesa Crystalline. — Setsuna disse ficando de joelhos em forma de vênia, todas a olharam e fizeram o mesmo.
— A minha quase morte como Akane me despertou completo e todas as minhas memórias reviveram, peço que não se intrometam no meu destino, agora sei o que devo fazer.— Ela falava com autoridade e frieza na voz.
— Mas princesa, o que pretende fazer? — Rei perguntou.
— É confidencial, apenas a rainha Serenity e minha mãe sabiam de meu destino e do que era necessário ser feito, nunca nenhuma Sailor pode saber. — Ela bateu o seu cetro duas vezes no chão e ele se tornou apenas uma flauta novamente.
— E a flauta? Ela realmente a controla? — Mina questionou.
— Sim e não, esta flauta está me destinada à milênios, eu necessito tanto dela como a Serenity necessita do Crystal de prata. Tudo que se sucedeu até então foi porque a minha mente como Akane era fraca e ainda por cima estava se apaixonando, a flauta sente todo o meu corpo e aproveitou-se dessa fraqueza. — Haruka arregalou os olhos quando Crystalline falou que estava se apaixonando, seria por ela?
— Princesa Crystalline, se houver algo que a gente possa fazer, por favor nos diga. — Crystalline olhou de canto para Makoto.
— Nunca precisei de ajuda ou proteção, a vossa missão sempre foi proteger e ajudar a princesa Serenity, não a mim, foquem-se no vosso destino que eu foco-me no meu. — Ela então tocou uma melodia na flauta que a fez voltar a sua forma como Akane e se teletransportar.
— Vocês viram que o cabelo dela mudou de cor?— Mina disse e as outras assentiram.
— Era a cor de cabelo da princesa Crystalline.— Setsuna falou.
— E agora gente? O que fazemos? — Usagi perguntou.
— Agora esperamos. — Haruka disse e cruzou os braços.
Michiru observava a prima enquanto as outras discutiam o que fazer.
— Você está pensando se a pessoa por quem Akane se estava a apaixonar era você?— A loira assentiu com a cabeça.
— A culpa foi minha, e agora não sabemos o que ela pretende fazer.
— Haruka, você foi a que passou mais tempo com ela, diga-me, acha que ela acabaria com o Universo?
— A Akane não, mas a Crystalline já não tenho tanta certeza.— Deu um murro no sofá.— Merda.
— Haruka.. não se esqueça que Crystalline ainda é a Akane.
(Pov Akane)
Preciso encontrar aquele livro, será que está na lua? Mas eu não tenho como lá ir, que droga, não quero pedir ajuda as outras Sailors, isto é uma missão que a rainha Serenity e minha mãe sempre disseram que eu tinha que cumprir sozinha, não posso envolve-las nisto, são demasiado fracas.
Ouvi o vento forte, Haruka está a me observar, melhor fingir que não reparei, será que fecho a janela? Não quero que ela entre, não tenho cabeça para isto agora.
— A pensar como me ignorar princesa? — Tarde de mais.
— Sailor Úrano. — Falei com minha pose serena e fria de princesa, não podia deixar transparecer meus sentimentos, já não sou mais a Akane, sou a Crystalline agora.
— Porquê tanta formalidade? — Se aproximou deixando nossos rostos demasiado próximos, mas eu não quebrei minha pose.
— Tenho mais coisas para tratar Sailor Úrano, não deveria estar aqui.— Ela se aproximou mais me encostando na secretaria atrás de mim.
— Você não vai mesmo quebrar a pose de princesa vai?— Suspirei como se estivesse sem paciência mas eu não estou.
— Sailor Úra…— Ela pôs o dedo indicador na minha boca.
— Eu não estou como Sailor Úrano agora, estou como Haruka, você conhece meu nome.
— Haruka, preciso de me concentrar para completar minha missão, e para isso preciso de achar algo, e não vou conseguir se você estiver flertando comigo.— Falei sem emoção na voz.
— Engraçado que antes era você que flertava comigo.
— Agora eu recuperei minhas memórias e minha etiqueta.
Ela acariciou minha cara e aproximou seus lábios dos meus os roçando como se fosse me beijar, e por uns instantes eu quebrei minha pose a fazendo sorrir.
— Eu sabia que ainda estava ai algures a Akane que eu conheço. — Eu suspirei e esfreguei minha cabeça.
— Haruka, não podemos continuar com isto. — Eu saí da beira dela e sentei-me na cama.
— Porque você está apaixonada por mim? — Suspirei.
— Sim. — A olhei nos olhos e ela me beijou delicadamente e colou nossas testas. — Meu coração tem um vazio guardado por você loirinha.
— Eu… — Encostei meu indicador na boca dela.
— Eu sei.
— Do que é que você precisa para completar sua missão?
— Um livro sobre a flauta. — Haruka fez uma expressão que eu estranhei. — Você sabe do que eu estou a falar não sabe?
— Talvez? — A olhei sério. — Ok, ele está na minha casa, Setsuna o trouxe.
— Eu não acredito. — Falei apressada saindo de casa em direção à de Haruka.
Casa de Haruka.
Akane pegou no livro e o abriu na última página em branco e disse umas palavras estranhas, um monte de letras começou a ser escrita na página e lá estava o que a princesa precisava para completar a missão.
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