História A Oitava Horcrux - Capítulo 18

Snape foi levado para a enfermaria desacordado.

O medibruxo o examinou e constatou que ele ficara debilitado em decorrência do ritual demoníaco realizado, administrou algumas poções para que ele se recuperasse mais rápido e informou que Snape iria precisar ficar ali até o dia seguinte em observação.

Hermione insistiu que iria ficar ao lado dele, mesmo a contragosto do ministro que acabou cedendo pelo fato da bruxa se mostrar irredutível.

No finalzinho da tarde Snape começou a acordar. Sentiu seu corpo fraco e pesado, entreabriu os olhos e não reconheceu onde estava.

Hermione ao perceber o despertar do homem, se levantou da poltrona ao lado da maca e passou a mão levemente sobre os cabelos negros do bruxo.

Snape voltou a fechar os olhos ao sentir a carícia no topo de sua cabeça e teve certeza de quem era aquela mão suave.

- Her... mione - Falou rouco.

- Estou aqui Sev.

Snape a olhou, encantado com a beleza dela.

- O que aconteceu? - Ele perguntou confuso.

- Não se lembra?

O bruxo forçou a mente e se lembrou de algumas coisas.

- Só que eu estava naquela câmara, com a bruxa... Só lembro até ela começar a falar uma língua esquisita... Depois disso não lembro mais nada, tudo se apagou...

Hermione analisou a face do amado por alguns instantes.

- Ela falou em verbis diablo, pelo que entendi ela convocou o diabo e fez um ritual de retirada da alma de Voldemort....

Snape sentiu uma pitada de esperança.

- Ela conseguiu?

- Quase... Mas, ele foi mais forte, chicoteou nela e retornou para dentro de você...

Snape sorriu fraco e desdenhoso, olhando para o lado oposto de Hermione.

- E você? O que está fazendo aqui, te vi naquela hora, antes de entrar, não era para você esta dando aulas em Hogwarts?

Hermione fez careta.

- Era... Mas Minerva entendeu que eu precisava ficar com você e me liberou... E pare de ficar tentando me ignorar Severo... Eu não vou deixar de acompanhar você, não irei desistir... Eu sei que você me ama, embora nunca tenha dito isso, e sua tentativa de me afastar para "me proteger" não adiantará... Se conforme... - Hermione despejou as palavras com um misto de raiva e tristeza.

Snape a encarou por um tempo. E embora nunca tenha dito que a amava, sabia muito bem que sim, só que não conseguia dizer, e nesse momento compreendeu o motivo de não conseguir dizer aquelas simples palavras. Voldemort era incapaz de sentir amor e tal sentimento o causava incômodo e uma ira incomum, o que impedia Snape de dizer... 

- É arriscado Hermione. Não quero machucar você... Não deveria esta aqui e eu deveria esta trancado...

- O medibruxo disse que não há perigo, você esta debilitado pela o ritual de hoje e com certeza o lord das trevas também deve ter ficado... Afinal, como esta se sentido?

- Fraco... Sinto meu corpo pesado e dolorido... Aquela bruxa me arrebentou com o que ela fez..

- Não gostei dela. - Hermione deixou o ciúme transparecer e Snape ficou sem entender.

- Por que?

A bruxa o encarou séria.

- Você gostou?

Snape arregalou os olhos.

- Gostei do que Hermione? O que você está falando?

- Daquela vaca mandando você tirar a roupa e você obedecendo e em seguida a deixando tocar no seu corpo... Ela pegou no seu... no seu... E PELO VISTO VOCÊ GOSTOU, NÃO? parece que até ficou excitado... - Hermione cruzou os braços irritada e Snape entendeu o porque, não aguentou sem dar gargalhada da crise de ciúmes da castanha.

Levou a mão ao peito pela dor que sentiu ao rir forte.

- Ai ai... Não me faça rir Hermione, forçar dói...

- Eu não estou fazendo nenhuma graça.. - Disse o olhando com a cara fechada.

- Isso tudo é ciúmes de mim Hermione? Toda essa braveza de leoa da grifinória é por conta que eu fiquei nu diante de outra mulher? - Snape falou provocando?

- Eu quero saber se você gostou?

- Humm... Não há como negar que ela é uma bruxa muito linda, de olhar misterioso e provocante... - Snape não concluiu a fala ao levar um tapa no peito, dado por uma Hermione extremamente brava... - Ahh aaiii.

- Então fica com ela... - Hermione ia se afastar da maca, mas, Snape a segurou firme pelo pulso.

- Eu não terminei de falar Hermione... Pode aparecer mil mulheres lindas como ela na minha frente e me provocado de todas as maneiras possíveis... Mas, a única para quem eu tenho olhos é você... A única dona do meu coração é você Hermione... A única capaz de me excitar é você... Somente você, garota linda e ciumenta... - Snape sorriu calmo e afrouxou o pulso de Hermione que não aguentou a declaração e chorou, se abraçou ao corpo deitado dele e o beijou lenta e demoradamente até serem interrompidos por Harry que pigarreou.

- Desculpe incomodar, mas vim trazer jantar para vocês.... - Harry trazia uma bandeja com caldo de frango, torradas e suco.

- Haa Harry, obrigada, Severo precisa mesmo comer... - Hermione falou desconcertada por ser flagrada pelo amigo aos beijos com Snape.

- E então Snape, como esta se sentindo?- Harry inicia uma conversa para cortar o clima constrangedor. 

- Estou melhor... 

- Que bom... A próxima sessão será depois de amanhã... Era para ser amanhã, mas, como você ficou debilitado com a de hoje, o ministro resolveu dar um dia a mais para você recuperar... O próximo a analisar você será o bruxo africano...

- Só espero que ele não me arrebente como a bruxa de hoje... 

Harry sorriu e se dirigiu a amiga. 

- Mione, estou indo para casa, você vai passar a noite aqui? 

- Sim, Harry...

- Não Hermione... Vá para sua casa, eu não preciso de babá... - Snape falou autoritário.

- Vou ficar e pronto, Severo...

- Neste caso, já vou indo, qualquer coisa me mande um patrono Mione e se precisar de ajuda tem dois aurores ali fora por conta de vocês e mais tarde o medibruxo vem dar uma olhada no seu estado Snape.

Harry deu as costas e foi embora, deixando o casal a sós na enfermaria do ministério. 

Os dois jantaram o caldo com torradas e depois de um tempinho Hermione ajudou Snape a tomar um banho.

A noite caia lentamente,  horas depois o medibruxo veio ver Snape e trazer mais umas doses de poções para ele.

Vez ou outra um dos aurores que fazia a vigia adentrava a enfermaria para verificar estava tudo tranquilo.

Hermione lia um livro sobre maldições de almas e Snape a observava em silêncio. 

Quando a bruxa cansou de ler, colocou o livro no canto e respirou fundo. 

- Hermione, você deveria ir para a casa, descansar na sua cama, eu já estou bem... Você não tem que dormir sentada nessa poltrona desconfortável...

Hermione se levantou, pegou uma coberta e se encaminhou para a maca.

- Chega um pouquinho para lá.

- Você quer deitar aqui? Não cabe...

- Cabe sim.

Ela se ajeitou de lado, os cobriu com a coberta e se aninhou em Snape.

- Você é teimosa Hermione... - Snape a beijou na testa. 

- Quando isso acabar e conseguirmos nos livrar da alma de Voldemort, vamos tirar um tempo longe de tudo isso... Quero ir com você para uma fazenda no interior, deitar no campo em meios as flores e contemplar o céu e o pôr do sol em baixo de uma árvore... - Hermione se apertou ainda mais ao bruxo. 

- Espero que isso um dia seja possível... - Snape sussurrou, fechando os olhos e imaginado o desejo de Hermione...