História A origem de uma guerreira - 1. Lua de sangue

Estou faminta, mal consigo controlar minha sede de sangue, e só pode significar uma coisa... Que hoje terá uma lua de sangue, dia em que vampiros ficam mais fortes e famintos, apenas vampiros puros, nascidos podem se controlar. Mas vampiros transformados como eu perdem o controle assim que a noite cai. Eu observo o entardecer já começando a suar, não posso ver, mas sei que meus olhos agora estão ainda mais vermelhos que o meu cabelo. Eu me sinto sedenta, e está pior dessa vez, pois já faz dois dias, desde que subi a bordo deste navio, que não me alimento corretamente, apenas venho bebendo sangue de rato, o que não é o suficiente para me manter forte, e isso significa que dessa vez não conseguirei me controlar, mesmo que eu queira. E é justamente nesse momento que Lúcifer aparece, o que obviamente complicaria ainda mais minha situação.

- Você está péssima; coloca a mão em minha testa e checa meus olhos - Garota idiota, você não vem se alimentando direito, desse jeito não poderá se controlar essa noite, em especial e acabará trazendo atenção desnecessária para nós do.

- Agora... Não é um bom momento; nesse momento o navio começa a saculejar e eu teria caído se ele não tivesse me pegado em seus braços - Obrigada...

- Tanto faz; me coloca no chão de modo rude, ele parecia irritado e meio envergonhado - Cuide em se alimentar, e dessa vez nada de se contentar com ratos... Você precisa de sangue humano caso contrário mais tarde será muito pior...

Já é noite e para variar não segui o conselho, ou melhor dizendo ordem daquele presunçoso e obviamente pagaria muito caro por isso... Estou deitada em minha cama, meu estômago dói bastante, meus caninos ganharam vida própria assim como minhas pernas...

Horas mais tarde...

Eu sinto o sol em meu rosto, não sei como vim parar aqui no convés do navio... A claridade não me permite enxergar direito, então eu faço o melhor que posso para cobrir meu rosto com as mãos. Quando finalmente me acostumo com a claridade percebo que minhas mãos estão cheias de sangue e que estou rodeada de corpos estraçalhados... Eu não me lembrava de nada, mas de algum modo eu sabia que eu tinha matado todas aquelas pessoas. No meio de todo meu dilema, eis que quem eu menos queria ver aparece, Lúcifer.

- Deveria ter seguido meu conselho; balança a cabeça - Tsk... Tsk... Tsk... Mas para sua sorte eu sei como comandar um navio, e que consegui salvar os poucos escravos, que esses ingleses arrogantes mantinham neste navio, de sua fúria, o que é bom, pois nos faltam umas duas semanas até chegarmos a Romênia.

- Como sabe tanto sobre vampiros?

- Eu criei o primeiro vampiro; isso me surpreende - Dracula foi o primeiro... Ele era como meu próprio filho... E mesmo assim ele me traiu; sorri de modo irônico - Você deve estar se perguntando como ele conseguiu me enganar, não é?

- Eu pensei que você tivesse perdido seu poder de ler mentes...

- Não preciso ler sua mente para saber o que se passa nela; me leva ao leme do navio - Vamos pergunte, eu sei que você quer...

- Como foi que esse tal de Dracula te traiu?

- Lhe direi tudo que precisa saber; olha para os corpos - Mas antes dê um jeito nessa bagunça...

- Ora seu...

- Olha o linguajar mocinha; pisca para mim de um jeito meio maroto - Afinal de contas foi você quem fez toda essa magnífica carnificina...; não acredito que ele disse isso - De modo que cabe a você limpar.

  Ele volta sua atenção ao que estava fazendo enquanto eu, muito a contragosto me dirigia aos corpos sem vida daqueles tolos homens... Eram muitos, de modo que eu demoraria um pouco para limpar... Isso para não dizer o mínimo.