1. Spirit Fanfics >
  2. A Outra! >
  3. Capítulo Quarenta e Nove!

História A Outra! - Capítulo Quarenta e Nove!


Escrita por: moonblackye

Notas do Autor


OOOOOOOOOI MEUS AMOREEEEES!
<3 <3 <3 <3 <3 <3
As leitoras amorzinhos que eu amo! <3 <3
Sérião, eu amo vocês. E venho pedir desculpas por uma falta de consideração que eu tive com vocês, mas foi sem querer ok?
Primeiramente vou explicar o porquê que eu sumi:
Tive problemas familiares, minha avó foi internada e eu viajei há duas semanas atrás, para vê-la. Sabem como é, ficamos desesperados por ela e tals. CHegando lá, eu não tive muito tempo para escrever, e quando tive, a familia não me deixou escrever em paz.
Quando voltei, na semana passada, fiquei apenas dois dias em casa. E advinhem? Fiquei gripada e com febre.
Eu acabei postando um aviso no wattpad, porque tinha muita gente mandando mensagens privadas questionando sobre o meu sumiço ( e tinha umas que me assustaram kkk ) e eu acabei postando lá as respostas para as perguntas que me fizeram nas mensagens. E como o wattpad tem um app que podemos postar capítulos diretamente nele, é bem mais fácil. Já o SS não tem mais :( e ai tem que ser pelo navegador, e pelo meu celular é uma bosta.
Continuando, eu tinha que viajar na quinta, novamente, para a casa do meu pai. E como a galerinha de lá estava meio revoltados com o meu sumiço, eu acabei postando só lá que eu publicaria no fim de semana o capítulo novo ( não postei kkkk ) mas é só pra avisar a vocês mesmo, que não foi nenhuma desfeita, nem nada do tipo. Foi realmente porque as meninas lá estavam me enchendo de perguntas, e pra acalmar os nervos delas, eu postei. E acabou que não deu tempo de postar aqui e nem no Nyah também. Mas prometo que não irei sumir desse jeito novamente. E como eu disse pra elas, eu não desisti da fanfic, apesar dos pesares. Apesar de eu ter me perdido no meio da história, de ter achado que fiz merda, e te der medo da reação de vocês no fim dessa história, EU NÃO DESISTI E NÃO VOU JAMAIS!
Não tive bloqueio criativo também, foi apenas a falta de tempo, e essas viagens que tive que fazer.
Espero que me perdoem, e não fiquem chateadas comigo, porque eu AMO VOCÊS MUITO MESMO e sério, não foi intencional. <3 <3
Agora sobre o capítulo. Só digo para prepararem o coração, ou não. Não sei qual vai ser a reação. Mas as explicações estão vindo, então a coisa daqui pra frente será teeeeensa!
Enfim, depois de mais de mil palavras nas notas, tomem 7 mil de palavras no capítulo kkkkkk
Tenham uma boa leitura!

Capítulo 52 - Capítulo Quarenta e Nove!


Fanfic / Fanfiction A Outra! - Capítulo Quarenta e Nove!

Era ela. Hellen estava a minha frente. Mais linda do que nunca, e com a barriga visível para qualquer um. Ela ficava tão linda grávida, e era tão emocionante mais ao mesmo tempo tão triste ver que ela estava grávida de um filho que seria meu também.

Vendo ela ali, toda a minha ira e frustração que eu estava sentindo naquele dia, sumiu. Eu só enxergava ela e a felicidade que ela me trazia por simplesmente estar ali parada.

A minha vontade era de abraçá-la e dizer o quanto sentia sua falta. Eu queria demonstrar minha alegria sem medo algum da sua rejeição, mas esse era o problema. Sua rejeição. Tinha medo do que ela poderia fazer, e isso mostrava o poder que ela tinha sobre mim.

Os seus olhos não esconderam o desapontamento por ter me encontrado, e seu corpo parecia tenso. Eu observei cada pedacinho do seu corpo antes de fixar meus olhos em sua barriga.

O bebê se mexeu, e eu não pude evitar de sorrir e me emocionar. Não que o meu filho com Christine fosse menos amado, mas era estranho eu sentir mais alegria com o que estava na barriga de Hellen, do que com o dela.

- Ele...está se mexendo? - a minha voz saiu baixa, mas ela pode ouvir já que seus olhos aumentaram levemente e ela levou sua mão a barriga. - Posso...posso tocar? - ergui minha mão sinalizando o que eu queria, e ela deu um passo atrás, chamando a atenção das atendentes que estavam próxima.

- Ele está te assustando, senhorita? - Uma moça morena pousou sua mão no ombro dela, e Hellen pareceu que por um segundo fosse dizer que sim.

- Não. Eu sou o pai da criança. Está tudo bem. - eu falei antes que ela pudesse causar uma discussão desnecessária.

Todas me olharam, e pareceram entender que aquilo era um assunto apenas nosso.

- Então você é o príncipe da Tia Hellen? - A voz da pequena Aurora soou surpresa atrás de mim, e eu fechei meus olhos ao perceber que havia feito merda.

Não que eu me importasse com isso, mas Hellen sim. Ela não queria que mais ninguém soubesse, e mesmo eu sendo contra, estava atendendo o seu pedido. Porque mais do que tudo, eu queria reconquista-la.

- Aurora, que tal irmos olhar algumas roupas de princesa para você? A Hellen e o Daniel precisam conversar. - Cailli apareceu pegando a garotinha que me olhava com um sorriso.

- Só me deixe tocar ele por um momento... - pedi para Hellen e ela lançou seu olhar para Cailli que estava ao meu lado.

- Não me olhe assim. Você sabe que isso uma hora ou outra ia acontecer, então que resolvam logo agora. E você sabe que ele tem direito. - Cailli disse me fazendo a olhar, e a peguei dando de ombros e apertava os lábios lançando um olhar de cumplicidade.

- Podemos ir para algum lugar menos movimentado? - Indaguei e ela respirou fundo e virou-se para a atendente.

- Já está pronto? - sua voz soou trêmula e a minha vontade era de abraçá-la porque mesmo tentando se mostrar forte, ela parecia fraca.

- Sim. - a atende respondeu - Você vai querer levar o vestidinho? Olhe aqui, ele é lindo! - Disse erguendo um pequeno vestido branco com detalhes lilás e pérolas na gola.

Naquele instante, eu tive que olhar bem para a atendente e ver se ela estava falando mesmo com a Hellen ou se era com outra mulher. E de fato, estava.

Naquele momento senti minhas pernas tremerem. Eu abri e fechei minha boca várias e várias vezes, meus olhos lacrimejaram e eu senti minhas mãos trêmulas.

Uma menina? Eu teria uma filha?

Eu quis sorrir e chorar ao mesmo tempo. Eu quis abraçá-la, mas eu não conseguia sair do lugar.

Eu tinha noção de naquele instante eu estava com a maior cara de idiota do mundo. Mas era de felicidade. Surpresa. Alegria. E medo... medo de cuidar de uma menina! Eu nunca pensei que teria uma filha. Não que eu não gostasse da ideia. Mas já imaginava o quão trabalhoso seria para mim.

- U-uma menina? – Minha voz saiu baixa e eu tinha noção da cena que eu estava fazendo já que uma lágrima escapou dos meus olhos - Vamos ter uma menina, Cavannaugh? – Firmei minha voz e ela não se movia a minha frente.

Pela expressão da atendente, podia saber que não era nada boa a de Hellen.

- Não, muito obrigada! – Ela respondeu para a atendente e eu fui para perto do balcão.

- Eu vou levar! - Falei e a atendente me olhou com um sorriso grande, enquanto Hellen se virou surpresa para mim.

- Ótima escolha, senhor! – A garota piscou e passou a cuidar do desfecho da compra.

- Pare com isso, Daniel! - Hellen disse entredentes - Estamos em público! – Seus olhos focaram nos meus.

- Então vamos para outro lugar. – Eu disse calmo e ela respirou fundo. - Precisamos conversar. Ainda mais depois dessa descoberta! - Dei o meu cartão para a moça e Hellen pegou duas sacolas e por um instante achei que ela fosse fugir, mais uma vez.

- No meu apartamento daqui... - olhou em seu relógio - Meia hora. E por favor, não deixa ninguém te ver. - Respirou fundo e se foi dando uma última olhada em meus olhos antes de sair porta a fora.

Meu coração parecia que ia saltar pela boca. A descoberta sobre o sexo do bebê, havia me deixado completamente eufórico. Eu já podia imaginar como seria a nossa pequena garota. Contudo, era doloroso saber que não poderíamos criá-la juntos. Mas eu não desistiria de ter Hellen de volta.

Sai daquela loja logo em seguida. E tive que desmarcar o meu encontro com o detetive que eu havia contratado. Estava indo encontrá-lo quando me deparei com Cailli e Aurora.

O detetive precisava de algumas informações sobre Christine. Mas, eu não poderia e não deveria perder a chance de ter uma conversa com Hellen a sós, depois de três meses.

Ele teria que esperar, mas eu não deixaria ele sem informações ainda naquele dia. Eu ainda iria vê-lo.

Tinha pedido a ele que descobrisse com quem Christine tinha contato. Porque depois do episódio da manhã, ela me apareceu com outro quando cheguei em minha casa na hora do almoço para tirar o estresse e a ira que eu estava sentindo. Precisava esfriar a cabeça, porque não seria nada bom eu agir de cabeça quente. Enfim, eu a encontrei perto da piscina e ela dizia que a pessoa do outro lado da linha, precisava acabar com ela. Que tinha certeza de que "ela" iria estragar tudo. E que já estava estragando.

Christine parecia revoltada, e dizia não acreditar que a pessoa tinha escondido aquilo dela. Mais uma vez ela disse que o melhor era dar um fim na mulher, para que assim não corresse perigo dela "estragar tudo".

Quando perguntei sobre o que ela dizia, e o porquê da revolta e quem era "ela". Christine novamente pôs aquela máscara de “está tudo bem, e não é nada demais" e respondeu que uma amiga havia descoberto que o marido estava a traindo com uma megera. E que a megera era a inimiga da sua amiga. Portanto, Christine não achava que a amiga deveria separar e sim dar na cara da "vadia" como ela havia intitulado a mulher.

No momento, eu não quis mais saber de nada e resolvi encerrar aquela conversa, indo para o meu quarto tomar uma boa ducha. Porém, enquanto tomava meu banho, e mais tranquilo, eu pensei novamente sobre aquela cena. E pela ira em seus olhos, e o seu corpo tenso, era exagerado demais para ser só porque a amiga havia sido traída.

Ela estava mentindo...

Cansado daquilo tudo, e envolto pelos problemas que ela estava me causando, junto com o que aquele fedelho me causou naquele dia. Resolvi matar dois coelhos com uma cajadada só.

E por isso resolvi ligar para um detetive que já havia servido para mim, quando namorei com Déborah.

Pedi a ele para descobrir com quem Christine conversava, e também, quem era o traidor na minha empresa.

E eu tinha certeza de que o que eu iria descobrir tanto sobre Christine quanto sobre o traidor. Não seria nada bom!

 

******

 

Quando Estevão encostou o carro em frente ao prédio de Hellen, eu senti como se fosse a primeira vez em que eu iria conversar com uma garota. No alto dos meus 13 a 14 anos. Sentia minhas mãos soarem frio, e o medo de ser rejeitado mais uma vez me consumia.

Pedi para que Estevão fosse dar uma volta e quando eu estivesse disponível novamente, eu ligava.

Entrei depressa no lobby do edifício, e o senhor porteiro não pareceu ser receptivo quando viu que era eu.

- Boa tarde! – O cumprimentei, mas ele não respondeu - Vim ver Hellen Cavannaugh! – Coloquei minhas mãos nos bolsos da minha calça social, e ele apenas suspirou.

- Eu não sei o que aconteceu entre vocês, mas... – se levantou – Se ela uma vez não quis o senhor próximo, é sinal de que não fazia bem para ela... – Enrugou a testa e eu resolvi não dizer nada, mesmo que aquilo não fosse problema dele para querer se intrometer – Mas, aqui está a chave do apartamento. O que você fez para ela mudar de ideia eu não sei, mas, espero que dessa vez você não cometa o mesmo erro. A senhorita Cavannaugh é uma boa garota, e merece ser feliz. – Disse me entregando a chave e eu engoli em seco, assentindo em silêncio.

- Obrigado. Eu queria que isso fosse uma segunda chance como o senhor imaginou, mas não é. – Dobrei meus lábios em sinal de descontentamento e ele arqueou a sobrancelha.

- Só pelo fato de ela estar lhe dando a chave do apartamento dela, já é uma segunda chance para você correr atrás do prejuízo. Depende de você querer mudar. – Disse por fim, e eu fiquei alguns segundos pensando naquilo até um rapaz chegar, pedindo informações para o senhor.

Olhei a chave em minha mão, e apressei em ir até o elevador. Entrei no cubículo espelhado, olhando para o meu reflexo e pensando no que o senhor disse, e no que me esperava no quinto andar.
Eu tinha que agir com calma e sabedoria, não podia dizer nada que a deixasse nervosa, porque poderia levar tudo por agua abaixo novamente. Eu precisava ser cauteloso, e precisava mais que tudo reconquistá-la, mas tinha que ser aos poucos. O problema era fazer isso entrar no meu coração, porque quando eu a via ele queria fazer tudo no calor do momento. A vontade de tocá-la, abraça-la, era algo que me sufocava.
Olhar seu corpo me fazia sempre lembrar da nossa última noite. Do seu toque, seu cheiro, seus gemidos. Céus! Eu podia sentir as partes do meu corpo, onde ela tocou, formigarem.

A porta se abriu e eu respirei fundo encarando por uns segundos aquele vasto corredor onde o silêncio dominava. Sai do elevador, e caminhei em passos apressados até aquela porta de madeira onde, na última vez, eu havia encarado ela tempo o bastante para acreditar que ela sairia dali.

O medo de não a encontrar me dominava. Enquanto algo me dizia que ia dar certo e nós conversaríamos sobre nossa filha, algo me dizia que nada disso iria acontecer.

Coloquei a chave na fechadura e girei junto com a maçaneta, abrindo a porta e revelando a sala aconchegante e feminina de seu apartamento. Não sabia onde ela estava, mas sabia que estava adiantado.
Não consegui ficar parado a sua espera, e algo me chamou a atenção em sua estante. Eram fotos dela tiradas desde o momento que descobrira sua gravidez, pois, em cada porta-retratos tinha um número, e eles estavam em ordem crescentes e em cada um, sua barriga aparecia mais.
Meu sorriso se abriu involuntariamente, e eu saquei meu celular tirando fotos de cada uma.
Quem diria que Hellen Cavannaugh se tornaria uma mulher tão maravilhosa grávida. Ela tinha um brilho no olhar que demonstrava claramente a alegria e o amor que sentia pela nossa filha. Eu observei cada retrato daquela estante, e como se eu estivesse em um sonho bom, a minha ira voltou com tudo e força total quando meus olhos pousaram em dois porta-retratos que tinham fotos dela com Andrew, e uma delas era recente. Pois, ele estava atrás dela com as mãos em sua barriga, formando um coração. Enquanto ela só estava de biquíni e sorria com uma verdadeira alegria para a câmera.
Eu lutei contra a vontade de jogar aqueles porta-retratos no chão, e rasgar aquelas fotos. Mas não consegui. A ódio crescente em mim falou mais alto, e os dois porta-retratos pararam no chão, tendo os vidros estraçalhados e espalhados pelo chão amadeirado da sala.
As minhas mãos tremiam de ódio e nojo daquele desgraçado. Eu sabia que desde sempre ele havia se aproximado de Hellen só para me atingir. Ele não estava com ela porque gostava dela, e sim porque ela me pertencia. Ela era minha assistente, meu braço direito. Ela sabia de tudo o que acontecia na Empire e.... por Deus! Não tinha como Hellen ser ajudante dele, ela não estava mais lá. Mesmo que...

- Não, ela não.... – Coloquei minhas mãos em meu rosto ao me lembrar de que fazia mais de meses em que eu estava com aquele projeto em andamento. Tempo o suficiente para Hellen ter acompanhado o início dele.

Mas ela não faria aquilo. Eu tinha certeza que não. Quando ela saiu, ele não estava finalizado. Não podia ser ela.

Respirei fundo tentando me acalmar. Precisava me acalmar, não podia conversar daquele jeito com Hellen, ou eu iria acusa-la injustamente, e jogaria tudo para o alto mais uma vez.

A porta se abriu e eu senti meu corpo gelar. Seria ela? O que ela diria quando visse a situação daqueles dois porta-retratos? Céus, a minha cabeça estava girando e eu me sentia tonto, e meu corpo estava eletrizante dominado pelo o ódio.

- Daniel? – Uma voz conhecida me chamou e eu me virei curioso para saber quem era. Era Nina – O que está fazendo aqui? – Ela me olhou desconfiada e se aproximou.

- Oi. – Minha voz saiu rouca e eu forcei ela – Eu vim ver a Hellen.... Já era para ela estar aqui. – Olhei o relógio em meu pulso e ela se aproximou mais, pisando nos cacos de vidro.

- O que aconteceu aqui? – Disse se abaixando – Por Deus, Daniel. Eu sei que você não gosta do cara, e para ser sincera eu também não, mas não precisava fazer essa sujeira toda! – Disse me olhando por cima – Agora eu terei que limpar! – Bufou.

- Desculpas. Mas é que se você soubesse o que já passei hoje por causa desse maldito, me entenderia. – Passei minha mão em meu rosto e logo me abaixei para ajudá-la a juntar os cacos.

- Certo. Devo imaginar que deve ter sido algo ruim vindo dele. – Suspirou – Eu adoraria que Hellen percebesse quem ele é.
 

- Creio que depois do que ele fez hoje, quando ela souber, irá perceber. – Sorri sem humor.

- Posso saber o que é? – Sorriu com os olhos brilhantes e eu apertei meus lábios.

- Ainda não. Não posso dizer nada ainda enquanto não tiver provas o suficiente contra ele. Mas saiba, você estava certa quando dizia não gostar dele. – Pisquei e ela pareceu pensar sobre.

- Eu sempre estou. – Disse e eu assenti – Então, como é mesmo que você entrou aqui? – Levantou-se – Quer dizer, você sabe que ela não vem mais aqui, certo? – Perguntou e eu assenti – E também que ela não quer mais te ver?

- Eu sei de tudo isso. Mas hoje nos encontramos, e descobri que serei pai de uma menina. – Sorri e ela também – Pedi para conversarmos, e ela me mandou para cá e disse para o porteiro me entregar a chave. E aqui estou eu a esperando. – Me sentei no sofá.

- Tomara que ela venha. Quer dizer, depois que ela ficou com aquele Andrew, ele não a deixa andar sozinha. É raro quando deixa. E sabe todos os seus passos. É irritante até. – Ela se jogou no sofá a minha frente e eu endireitei meu corpo.

- Como assim “ela ficou”? – Indaguei sentindo meu corpo ser tomado novamente pela ira.

- Bom, não era para eu dizer nada sobre isso. Mas estou cansada de tentar mostrar sozinha para Hellen que aquele cara não é quem ela pensa ser. E se ela marcou de encontrar com você aqui, significa que temos um pouco da Hellen antiga e que realmente gosta de você aqui. Por isso irei te contar. – Apoiou suas mãos em seus joelhos e suspirou. – Hellen está morando com Andrew. – Disse de uma vez, e eu cerrei meus olhos como se aquilo fosse algo absurdo.

- Como assim? – Eu ri histérico, me levantando.

- Ela foi morar com ele, porque se sente protegida. E assim, você nunca descobriria que ela estava o tempo todo com ele. Porque para ela, aquele lugar seria óbvio demais para você procurar. E eu tenho que te dizer que você foi burro demais por não ter pensado nisso antes. Como você a procura em todos os lugares, menos na casa dele? – Indagou surpresa e eu não respondi nada porque estava furioso demais, pensando em que o tempo todo aquele filho da puta estava com ela.

- A proteger de mim? – Ri – Eu? O que eu iria fazer para ela? Ou melhor, isso é muito irônico porque se tem algo que ela deve se proteger é daquele filho da puta do Gregory e não de mim! – Gritei e ela assentiu em silêncio – Que merda! Eu tenho certeza de que tudo o que ela tem feito, as decisões que ela tem tomado sobre mim, é tudo culpa daquele fedelho! Claro que é. O tempo todo ele estava próximo a ela. – Puxei meu cabelo e Nina parecia me avaliar com dó.

- Calma, Daniel. Daqui a pouco ela pode chegar, e não será bom você conversar com ela nesse estado, e por favor, ela não pode saber que eu te contei sobre isso. Por favor, não diga nada. – Pediu.

- É impossível me acalmar, Nina. Hoje eu descobri que esse filho da puta me... – olhei para ela e me policiei – Que ele é mais desgraçado do que parece ser. E agora isso? Descubro que a Hellen está morando com ele?! Sabe de uma coisa Nina? – Me aproximei dela e ela me olhou amedrontada e eu não podia culpa-la porque sabia bem que eu estava causando medo – Ele não está com ela porque gosta dela, ou qualquer coisa relacionado a isso. Ele está com ela, porque está a usando contra mim. O problema aqui, sou eu. Eu não sei porque, na verdade não faço ideia do porquê diabos esse cara resolveu mexer comigo. Mas vou te dizer uma coisa, apenas uma. – Ergui um dedo - E aqui para você. Foi a pior coisa que ele fez. Eu estava o tratando como um qualquer, porque eu não sentia ameaça vindo dele. Para ser sincero eu até cheguei a pensar um dia que esse desgraçado seria o melhor para ela. – Ri novamente passando minha mão pelo meu cabelo – Eu vou acabar com ele, Nina. E vai ser hoje.

- Tudo bem. Sei o quanto está puto. Mas fique calmo, ok? – Ela segurou meu ombro – Se a Hellen for vir mesmo, ela já deve estar chegando. Então se acalme ou...

O celular dela tocou e ela demorou alguns segundos para atender enquanto procurava o aparelho.

- É ela... – Ela me mostrou o nome da Hellen dançando na tela, e eu quis atender, mas ela não deixou e levou o celular ao seu ouvido – Hey... – atendeu e eu fiquei em silêncio tentando ouvir Hellen – Ah sim, ele está aqui. Acabei de chegar e o vi a.... – ela me olhou com os olhos maiores e eu fiz menção de pegar o celular, mas ela se afastou – Como não? Mas Hellen, você falou... eu sei... não pode ser assim... -Respirou fundo e levou a mão em sua testa - Tudo bem... eu vou dizer, mas pensa bem se é o certo. Tchau. – Ela desligou o celular e o colocou no bolso da sua calça.

- O que aconteceu?  Ela está vindo? – Perguntei aflito e ela mordeu seu lábio inferior balançando a cabeça negativamente e passando suas mãos em seu rosto.

- O que te fez acreditar que ela viria? – Nina me perguntou com um semblante de pena e eu arqueei a sobrancelha.

- Por que ela não viria? – Indaguei sentindo meu coração falhar algumas batidas.

- Hellen continua firme de que não quer te ver. Para ela, ver você só traz dores e ressentimentos.  – Sua voz soou baixa e eu fechei minhas mãos em punhos – Ela disse também que quando ela ganhar a criança, ela irá deixa-lo ver, mas agora... agora ela pretende continuar como estava. – Suspirou e eu podia sentir meus olhos ficarem vermelhos de raiva – Ela pediu desculpas por ter feito você vir até aqui, mas disse que sabia que era o único jeito que ela conseguiu escapar de você. – Nina me olhou – Eu sinto muito, Daniel. De verdade. Mas por favor, não vá atrás dela na casa do Andrew. Ou ela saberá que fui eu, e não quero que minha irmã fique brava comigo. – Pediu, mas eu não consegui dizer uma palavra sequer, apenas sai. – Daniel! Por favor! – Nina gritou me fazendo parar na porta.

- Eu não posso prometer que não irei até a casa dele, Nina. Porque eu já tinha hora marcada para ir até aquele vagabundo ainda hoje. Agora a única coisa que posso te prometer, é fingir que eu não sabia que ela estava lá. – Disse apenas isso e sai.

*****


Eu pedi para os meus funcionários procurarem o endereço daquele miserável. Pedi para que também descobrissem o horário com que ele costumava chegar em sua casa.

Passei o resto daquela tarde toda planejando minha vingança contra aquele desgraçado. Encontrei-me com o detetive, e ele disse que logo mais estaria na cola do britânico, e descobriria sobre seu passado e presente. Sobre Christine ele disse que pediria ajuda de um de seus amigos que ele confiava, e prometeu ter rápido andamentos e novas descobertas.

Durante o fim da tarde na empresa, passei a observar cada pessoa pelas câmeras. Na tentativa de descobrir quem seria o traidor. Ele estava por ali. Poderia ser ele ou ela. E também, havia a possibilidade de ser mais de um. E por isso, comecei a observar os grupinhos de pessoas dentro da empresa. Tinha que estar por ali. Mas, parecia que alguém havia os avisados de que eu estava os observando, pois, os filhos da mãe justo naquela hora, estavam tão empenhados a fazer o serviço, que qualquer pessoa que chegasse ali, pensaria que não houvesse conversinhas naqueles andares debaixo. Poderiam enganar as pessoas de fora, mas não a mim. Eu sabia bem que quando eu virava as costas e entrava em minha sala, as coisas eram bem diferentes do que eu estava vendo.

Me senti mais aliviado quando Alice do setor de designer, apareceu com o projeto do Empidron X21 desenhado em papéis. E me senti melhor quando vi que tinha mais de onde ele veio, comprovando assim, que o projeto de fato era meu.

O expediente acabou e me passaram o horário que Andrew chegava, e eu resolvi ir até a casa dele e ficar à espreita esperando ele chegar. Naquele dia ele havia chegado meia hora antes do horário que me passaram, e eu agradeci por ter vindo antes.

Vi seu carro entrar na garagem da casa que me passaram. Tirei meu paletó e desfiz o nó da minha gravata.

- Tem certeza de que quer ir sozinho, Senhor? – Estevão perguntou me olhando através do espelho e eu assenti.

- Ele não será tão infeliz a ponto de tentar fazer algo contra mim em sua própria casa, não é? – Arqueei minha sobrancelha e Estevão assentiu – Além do mais, se algo acontecer, já tenho tudo encaminhando para ferrar com ele. – Sorri sem humor e Estevão parecia preocupado – Não se preocupe. Qualquer coisa, só ligue. – Bati em seu ombro, e abri a porta sentindo a brisa da noite me abraçar.

Enquanto caminhava até a enorme casa, eu sentia minha ira revestindo cada pedaço do meu corpo, me deixando mais forte e destemido. Meus punhos estavam fechados, e eles formigavam ansiando pelo momento que encontraria a carne de Andrew. Eu queria quebrar a cara dele, transformar aquele lindo rostinho britânico em caquinhos. Queria mostrar pra ele que se ele era frouxo, covarde, e um miserável fedelho, que não consegue subir com seu próprio esforço e por isso roubou o dos outros. O que tinha na cabeça dele?

Quando meus pés atingiram o alpendre da casa, eu lembrei de Hellen. Ela estava lá dentro, eu podia sentir sua presença, era como um imã que me atraía. Meu coração se apertou ao lembrar de horas atrás onde ela havia desistido de me ver, na verdade, me enganado. E mais uma vez a ira veio, e eu soquei a porta.

Respirei fundo me controlando para não chamar a atenção e dessa vez apertei a campainha. Uma. Duas. Três vezes e a porta se abriu.

- Eu já atendi. – A voz dela soou como música para meus ouvidos que naquele instante estavam fazendo um barulho irritante aclamados pela ira que eu sentia.

O seu cheiro ricocheteou meu ser, me envolvendo com certa leveza que por um instante eu pisquei várias vezes para ter certeza de que eu estava a poucos centímetros dela e não colado ao seu corpo.

- Daniel? – Sua voz foi de surpresa e depois seu olhar foi de terror – O que faz aqui?  Você... Oh meu Deus, como você me achou? – Veio para fora, fechando a porta atrás de si.

Eu fiquei parado a observando. Eu poderia dizer que tinha vindo atrás dela. Mas não naquele dia, não naquele momento. Eu precisava e iria ver aquele filho da puta que estava a poucos metros de distância de mim. Então, eu usei minha melhor cara de ator, e fingi surpresa e confusão.

- Hellen? O certo é: o que você faz aqui? – Indaguei e a observei melhor.

Ela estava mais linda ainda. Isso era possível?  Tinha um vestido acima dos joelhos e de alças da cor nude, que marcava sua barriga que me deixou com vontade de tocar. Mas não podia, não naquele momento. Não podia fugir do foco. Por isso levantei meu olhar para o seu, fincando minhas unhas na palma da minha mão, segurando a vontade de passar por ela e ir até aquele infeliz.

Ela engoliu em seco quando se deu conta de que eu não estava ali por ela.

- Eu... ahm.... Eu vim ver... Eu vim ver o Andrew. – Sorriu amarelo – E você?

- Eu também vim vê-lo, e se não for incomodo será que posso entrar para conversar com ele? É um assunto meio urgente e preciso ser rápido. – Sorri sem humor e ela pareceu me avaliar por um instante, ficando meio abalada ao olhar meu corpo, e me deixando confuso.

- Está tudo bem com você? – Indagou com a voz rouca e me olhou meio sem jeito.

- Eu? Sim, claro. Estou ótimo! Ainda mais depois de ter te esperado na sua casa. – Sorri irônico e ela abaixou o olhar.

- Eu não...

- Tudo bem, Hellen. Não vamos falar disso agora, ok? Se não quis antes, não tem porque falarmos disso agora, não é mesmo? Eu vim ver seu precioso Andrew, e como eu disse, é urgente. Posso ou não? – Não fui capaz de segurar minha ira, e acabei mesmo sem querer sendo rude com ela, mas a verdade é que eu estava me segurando para não lhe perguntar como ela era capaz de ficar com um farsante daquele. Será que ela não reconheceu o projeto? Será que ela não se lembrou?

Ela me olhou séria e vi em seu olhar que ela havia se chateado com aquilo, e que com certeza eu havia me ferrado mais uma vez com ela. Mas ela entenderia em poucos minutos se me deixasse entrar.

- Certo. Ele foi tomar um banho, mas você pode espera-lo na sala. – Disse abrindo a porta e entrando, e eu a segui.

Quando entrei na sala, pude sentir um cheiro delicioso vindo de algum lugar que eu julgava ser a cozinha.

- Espero não estar atrapalhando o seu jantar. – Sorri mais uma vez irônico.

- É apenas um jantar em comemoração ao Andrew. – Ela disse atrás de mim e eu fechei meus olhos por um instante.

Eu não estava aguentando ficar perto dela, a olhando e segurando a vontade de dizer o que Andrew havia feito. Segurando a vontade de perguntar se ela tinha alguma coisa a ver com aquilo, se ela sabia ou não. Aquilo estava me sufocando. E o desgraçado não aparecia para acabar com todas as minhas dúvidas.

- Daniel. – Ela me chamou e por um momento fiquei apreensivo – Nina te contou porque eu não fui? – Ela disse baixo e olhou para o alto da escada onde não tinha ninguém, mas logo entendi que na verdade, ela não queria que ele ouvisse.

Céus! Já estavam assim?

- Contou que ficar perto de mim só lhe traz dores e ressentimentos. – Gesticulei com as mãos mostrando a minha impaciência.

- Só isso? – Ela me olhou aflito e eu arqueei a sobrancelha.

- E tinha algo a mais? – Seus olhos marejaram e eu sentia a minha armadura se desfazendo.

Agora não, Daniel. Agora não! Calma, só um pouquinho. Espera! Você precisa estar pronto para encarar aquele filho da mãe. Era o que minha consciência dizia.

- Sim. – Sua voz saiu baixa e eu me aproximei e ela tremeu – Eu.... Eu resolvi que hoje... – seu olhar azul foi lançado para mim com tanta dor que fui capaz de sentir e estremecer.

- O que? – Sussurrei querendo tocá-la.

- Hoje eu vou...

- Hellen! Você viu.... – A voz do desgraçado soou do alto da escada e eu apenas fechei meus olhos deixando que a raiva me dominasse, porque eu precisava dela para socar com vontade a cara dele.

Quando meus olhos se abriram, eu ignorei por hora o olhar assustado de Hellen e virei-me em direção a ele. O desgraçado estava lá, me olhando atônito e com um sinal de interrogação. Apenas com a calça social.

- Delavounne? O que faz aqui?  Como...

- Olá Gregory! – Sorri cínico e observei ele descendo lentamente as escadas – Vim participar do seu jantar especial. – Sorri e abri os braços e ele olhou para Hellen que estava ao meu lado.

- Certo. Creio que você não foi convidado, nem por mim e nem por minha...

- Ele disse que veio conversar algo urgente com você. – Hellen o cortou despejando suas palavras com pressa e eu olhei para ambos.

- Minha...? Fiquei curioso agora, Gregory. – Ri e ele sorriu se aproximando, claramente podia se ver que ele tentaria me afetar.

- Isso se tornaria público apenas amanhã, mas veja só Delavounne! – Ele estalou os lábios ao dizer meu nome com deboche – Sinta-se privilegiado por ser o primeiro a saber. – Piscou.

- Andrew, é melhor não...

- O quê Hellen? – Eu a cortei – Vamos, deixe ele dizer. Hoje o dia está cheio de surpresas mesmo, que mal tem mais uma? Eu aguento. – Sorri para ela e vi uma lágrima escapar de seu olho, e eu soube que mais uma vez eu a atingi sem querer.

- Então você irá adorar essa. – Andrew riu e Hellen lançou um olhar de reprovação para ele – A Hellen aceitou ser minha namorada. E hoje está sendo um momento histórico para mim. Não é uma maravilha, Delavounne? – Ele me olhou desafiador e eu senti como se havia levado um soco no estomago.

Então eu estava mesmo certo?  Ele queria pegar tudo o que era ou um dia tinha sido meu. “Momento histórico”. Comecei a rir por um momento e ele me olhou surpreso. Bati palmas deixando-o desconfortável e ele perguntou o porquê daquela minha reação.

- Ótimo! Eu deveria te dar os parabéns, e para você também, Cavannaugh. – Me virei para ela, mas ela não foi capaz de me olhar – Porém... – me aproximei dele – Você já falou para ela que você roubou o meu projeto? – Meu sorriso se fechou e a minha carranca tomou conta.

Ouvi Hellen dizer algo como, “você está louco, Daniel? ”. Mas ignorei.

- Contou para ela que esse sucesso todo que você está tendo, que esse “momento histórico” seu, é devido ao esforço de outras pessoas, e principalmente do meu? – Segurei seu pescoço e Hellen gritou – Vamos lá, Gregory. Você não é homem para pegar algo que não é seu? Então porque não seja homem para admitir? – Ele estava com os olhos arregalados, e tentava dizer que não – Oh, não foi você? Como você é um grande filho da puta!! – Gritei e dei meu primeiro soco em sua barriga, fazendo ele cair no chão aos meus pés e Hellen começar a chorar.

Me virei para ela, ao lembra da nossa filha e ela me olhava assustada com os olhos cheios de lágrimas.

- Saia daqui Hellen. Você não pode ficar vendo essas coisas, não faz bem para nossa filha. Mas saiba de uma coisa, esse verme não é quem você está... – e eu fiquei tonto por uns segundos tentando assimilar o que havia acontecido até ver Andrew tentando me socar mais uma vez.

- Você é louco? – Ele gritou tentando me bater e eu ri – Eu não roubei projeto nenhum! Você é quem está tentando ganhar em cima do meu sucesso! – Ele riu limpando sua boca após eu ter nocauteado seu rosto.

- Vai mesmo continuar com essa farsa? Me explica então como o meu projeto foi lançado hoje pela concorrência e apagado da minha empresa extinguindo a existência nele da Empire? – Gritei e ouvi Hellen chorando mais uma vez – Por favor, Hellen. Vá até o meu carro, o Estevão está lá, ele te levará para algum lugar. – Eu disse a ela.

- Ela não irá sair daqui. Ela precisa entender que eu não tenho nada a ver com isso, que você é um louco. – Ele disse – Está vendo Hellen? Está vendo o que eu sempre disse? Ele só pensa nele, olha o que ele está fazendo. Tudo isso é para te atingir. Porque ele sabe que você está feliz comigo. Ele é um desgraçado, olha o estado em que ele te deixa. – Ele a abraçou e eu vi tudo vermelho a minha frente.

Eu não podia acreditar naquilo tudo. Como ele era tão filho da puta e manipulador!

- Tudo bem. Quer deixar ela aqui, ótimo! Então que tal, começar explicando a ela sobre o projeto e a mim também? Aliás, - me virei para ela – você não se lembra do projeto, Hellen? Não se lembra de que eu te pedi ajuda sobre ele? Isso é um pouco difícil de acreditar, caso você diga que não. – Eu ri histérico e ela parou de chorar aos poucos, ainda me olhando.

- Não eu não me lembro, Daniel. E não é porque estou mentindo, e sim porque depois de Londres, a minha vida virou um inferno. Principalmente dentro da Empire com você, e você sabe muito bem disso. Então tudo o que eu vivi nela, eu esqueci. E o que? Você acha que eu iria copiar seu projeto? Você realmente pensou isso Daniel? – Ela me olhou magoada e eu balancei a cabeça negando.

- Não estou dizendo isso, Hellen. Apenas que é impossível não se lembrar do projeto, já que você era meu braço direito. E se lembrasse, veria que ele roubou meu projeto, porque é idêntico, não muda nada! Absolutamente nada! Esse cara é um ladrão, uma farsa e manipulador. Veja como ele tem te manipulado esse tempo todo, enquanto o que ele queria era só ter uma fonte confiável minha.  -Gritei exasperado e ela recuou um passo atrás enquanto ele fingia protege-la me deixando mais irado.

- Você não pode sair falando isso de mim. Eu irei te processar, Delavounne. É uma calúnia dizer que eu roubei seu projeto, quando na verdade eu trabalhei nele. – Ele dizia com tanta convicção que qualquer idiota cairia na sua lábia, mas eu não.

E eu ri mais uma vez, me segurando para não o tirar dos braços de Hellen a força. Era patético aquela cena. Eu tinha certeza de que ele estava tentando se proteger ficando ao lado dela.

- Seu? Tudo bem, Gregory. Me mostre o seu projeto. Você deve ter alguma cópia dele guardado na sua casa. Afinal, você dedicou todo o seu tempo nele, não é mesmo? – Ele engoliu em seco e eu vi ele hesitar – Você deve ter perdidos noites pensando em qual designer ele teria, deve ter montado vários para mostrar para o seu setor de designer não é mesmo? Deve ter trabalhado também nas técnicas, como por exemplo, qual seria o raio de distância que ele consegue chegar, e a quantos metros ele poderia dar um zoom. E também...

- Pesquisar a melhor forma de fazer a bateria durar trinta minutos no voo. – Hellen disse olhando para mim, lembrando-se do meu projeto, e me fazendo sorrir.

- Eu tenho os melhores designers, e foram eles que escolheram, eu só aprovei. Também tenho os melhores engenheiros mecatrônicos na minha empresa, Delavounne. Se você não tem isso, o problema é seu. Mas confiei no trabalho dos meus funcionários, e como pode ver. Foi um sucesso! – Ele disse dando de ombros com um sorriso convencido me deixando mais irritado ainda.

- Você acha mesmo que essa farsa irá continuar? Acha que apagando todo os meus arquivos, irá ganhar? – Eu me aproximei e Hellen parecia estar concentrada em algo.

- Acho bom você começar a rever a qualidade dos seus funcionários. Hackearam seu sistema? Sério? Juro que pensei que uma empresa como a sua, tinha uma equipe capacitada para protegê-la, mas pelo visto são meros iniciantes....

Minha mão mais uma vez acertou o rosto dele, fazendo ele cambalear para trás e finalmente se desgrudar de Hellen, que se assustou e se afastou dessa vez, deixando de chorar.

- Eu tenho os projetos em papéis. E é por isso que estou aqui. Acha mesmo que eu viria aqui, se não tivesse como provar? Eu tenho tudo, Gregory. Mesmo que você tenha achado que estava nos computadores e veja só, a minha equipe é tão capacitada que tinha guardado todos os projetos em folha. As plantas esquemáticas estão lá. Todas com data, e assinadas no meu nome. – Ele me olhou com ódio e eu ri – Achou mesmo que iria vencer? Sabe o que não consigo entender, Gregory? – O olhei e ele se levantou ainda me lançando um olhar de fúria – E o que eu te fiz, para você querer o que é meu? Porque vejamos só. Se aproximou da minha assistente, que é a mãe do meu filho. O tempo todo, tentou tê-la para si. E até tentou ter a minha filha. – Ri incrédulo e ouvi ele grunhir de raiva – E agora, olha só. O meu projeto. Roubou o meu drone. É inacreditável, sabia? – Ri novamente. –Não sei o que tem contra eu, mas eu tenho é pena.

- Daniel, por favor. Já chega. Pode ir embora, por favor? – Hellen disse ao meu lado e eu a olhei por um instante. – Não me faça implorar. Eu preciso conversar com Andrew. Eu preciso descansar, estou de seis meses e não quero perder minha filha. Se você pelo menos tem amor por ela, então por favor, saia daqui... – ela limpou a lágrima que escorreu em seu rosto, e eu olhei novamente para Andrew que respirava fundo e tinha a mão fechada em punho.

- Agora, depois de ter quebrado a máscara do seu queridinho, eu irei com todo o prazer. – Olhei novamente para ela – Mas você irá junto. Não quero deixa-la aqui com esse louco. Sabe-se lá o que ele pode fazer com você. – Me aproximei dela, e ela ergueu a mão me fazendo parar.

- Ele não irá fazer nada, pode não acreditar, mas Andrew é uma boa pessoa e tenho a mais absoluta certeza de que houve uma armação aqui. E um grande equívoco. Eu ficarei. Agora por favor, saia! – Ela disse apontando para a porta. E eu me contive para não brigar com ela.

Era inacreditável. Depois de tudo aquilo. Ela ainda achava que ele era o mocinho da história. Equívoco? Não tinha equívoco nenhum!

- Tudo bem. Se você quer assim, ótimo. Eu não irei me opor, mas lembre-se que eu te avisei. – Eu disse entredentes e ouvi Andrew rir, minha vontade foi de dar mais um soco nele, mas a mão de Hellen tocou meu braço e me fez parar.

Sentir seu toque depois de três meses, era como uma morfina que aliviava toda a dor que eu senti durante aqueles meses pela sua ausência. Olhei para seus olhos e vi que ela tentava me dizer algo silenciosamente, mas eu não estava sendo capaz de compreender.

- Vai agora, Daniel. – Ela disse e me soltou, e eu senti a dor voltar novamente.

Olhei uma última vez para ela, e ela virou o rosto. Olhei para Andrew e ele tinha a sobrancelha arqueada, se sentindo confiante. E eu apenas balancei a cabeça negativamente e apontei para ele silenciosamente, mostrando que ele não escaparia outra vez de mim. Com isso, sai porta fora sentindo a brisa me atingir, e fazendo arder o corte que eu nem sabia que existia em minha sobrancelha.

Olhei uma última vez para aquela casa, e lembrei do toque quente de Hellen, e o que ela queria dizer. Eu podia estar ficando louco, mas algo me dizia que ela acreditava em mim. E com isso, entrei no carro com um sorriso de satisfação.

 


Notas Finais


Tãn tãn tãn.

O que acharam? Gente me digam com sinceridade. Porque to meio com medo de, por eu ter escrito rápido demais ter saído meio sei lá, meio pombo sabe? kkkkk então me digam.

E mais uma vez, perdão! Juro que agora tudo volta ao normal e como prometido eu postarei nos dias certos. Final de semana tem mais.

E ah, eu já devo dizer que é a reta final. E só preparem o coração, porque eu juro que não sei como vocês reagiram nos acontecimentos seguintes. E me digam as teorias, amo teorias.

AMo vocês! <3 <3

XoXo, Ana :*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...