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História A Outra Face de Regina - Capítulo 20


Escrita por: MadamePrefeita2

Notas do Autor


Agradeço aos comentários, favoritos e novos seguidores.
Boa leitura!

Capítulo 20 - Capítulo 20


Com olhos azuis impressionantes que capturavam os castanhos de Regina enquanto falava, Zelena revelou detalhes de tudo o que Ruby lhe contara sobre a floresta encantada, inclusive, sobre a própria mutação. Regina percebeu mais uma vez que os olhos de Zelena irradiavam um brilho singular em meio a sua narração, e o relato dela ia ganhando vida na sua mente.
Os inesperados desfechos daquela história surpreendente acabou por deixar os nervos já abalados de Regina em frangalhos, e ela desatou num choro convulsivo.

— Eu vi com meus próprios olhos, Regina. Você me conhece e sabe que eu não inventaria uma coisa dessas só porque Ruby e eu nos…ficamos amigas.

— Eu sei, Zelena.

— Então você acredita?

— Eu quero acreditar. Mas é como se algo na minha cabeça me impedisse.

— Ruby me contou que suas verdadeiras memórias estão adormecidas e que estavam procurando uma forma de despertá-las. Farei algumas pesquisas sobre isso, se você não se importar.

— Vou para o hospital essa tarde. Preciso ocupar minha mente ou juro que vou enlouquecer.

— Sinto muito, amiga. Mas não se preocupe, vai dar tudo certo.

[…]

— Você tinha razão, Daniel. Uma delas possui DNA animal.

Victor sorria enquanto lia com atenção alguns papéis sobre sua mesa. Já não importava o desenrolar disso ou o que ele precisaria fazer para se livrar de Daniel. Aquela informação era o suficiente para que ficasse muito rico. Afinal, centenas de empresários pagariam uma fortuna só para colocar as mãos naquele pedaço de papel.

— Está vendo? Eu não estou louco!

— Eu sei, meu amigo. Mas precisamos agir com muito cuidado. Já imaginou se isso aqui chegasse aos ouvidos da imprensa? — Victor balançou o papel e em seguida o dobrou, trancando-o dentro de uma pasta.

— Então por onde começamos?

— Antes de mais nada, eu gostaria de conhecer as…visitas.

Daniel assentiu, mas então o celular de Victor tocou pela terceira vez. Ele vinha ignorando as ligações enquanto observava atentamente o exame de DNA que lhe fora entregue bem cedo, e nem se importou em saber quem estava tentando contatá-lo, mas desta vez tirou o telefone do bolso e olhou a tela. Era um número desconhecido. Por um momento ele ponderou se deveria ou não atender, mas então cedeu.

— Alô… — disse ele, cambaleando em seguida até afundar na própria cadeira. Com os olhos arregalados e a boca entreaberta, ele parecia ter perdido a fala.

— Victor…você está bem? — indagou Daniel, mas antes de receber uma resposta, a porta se abriu e uma mulher adentrou o cômodo sem cerimônias.

— Onde estão os meus filhos? — Victor finalmente pareceu recuperar sua fala. — Por favor, não os machuque.

— Isso só depende de você — alertou Branca de Neve.

— Espere aí! O que é que está acontecendo, Victor? Quem é essa mulher? — indagou Daniel, o olhar se alternando entre os dois.

— É melhor conversarmos em outro lugar. Aqui não é nada apropriado — murmurou Victor, buscando os olhos de Daniel como se pedisse um pouco de confiança. — Senhora Blanchard, nos acompanhe, por favor.

Quando os três saíram da sala, os olhos de Regina cruzaram com os de Branca de Neve. Ela sentiu o coração disparar enquanto enxergava o ódio que a acompanhante de Victor e Daniel carregava no olhar. Seu corpo tremeu e ela cambaleou para trás, apoiando-se na parede.

— Regina, você está bem? — indagou Zelena.

— Aquela mulher… — ela apontou para o elevador onde Branca acabara de entrar. — Havia algo estranho nela…na forma como me olhava.

— Espere aqui… — Zelena tentou alcançá-la, mas a porta do elevador já tinha se fechado. Então ela voltou ao encontro de Regina e a convidou para um café em sua sala.

...

Eles entraram no carro de Victor e deixaram o hospital. Quase meia hora depois pararam numa estrada vazia. Mal desceram do veículo e Daniel exigiu saber o que se passava.

— A senhora Blanchard é a mãe de Emma Swan e está aqui para buscar a filha — Victor explicou, tocando-lhe o ombro com gentileza.

— Ora, então a esquisitona tem uma mãe. Posso saber qual é o seu poder? — zombou ele, enquanto se divertia com a expressão impassível de Branca.

— Daniel… — começou Victor. — Vamos entregar a filha da senhora Blanchard e todos ficaremos bem. Afinal, quem interessa é a garota com DNA animal, lembra?

— De jeito nenhum! Eu ainda não acertei as contas com aquela imbecil — disse ele, por entre dentes.

— Meu amigo, me escute…meus filhos estão em perigo e se não entregarmos o que a senhora Blanchard deseja, irão machucá-los. São duas crianças, Daniel. Você consegue entender isso?

— Não importa. Os filhos não são meus e Emma vai pagar pelo que me fez.

Foi então que, sem pensar duas vezes, Victor se colocou atrás de Daniel e com um estalo, quebrou-lhe o pescoço. Sob o olhar impassível de Branca, Victor arrastou o corpo sem vida até a ribanceira e o empurrou lá embaixo.

— Acho que agora poderemos chegar a um acordo — disse Branca, observando-o com cautela.

— Devolva os meus filhos e leve a sua filha. Mas a outra garota vai ficar comigo.

— Não se preocupe, não tenho nenhum interesse em Ruby. E para lhe mostrar a minha gratidão por ter protegido a minha filha daquele louco, pegue isso — ela estendeu um objeto para ele.

— Quem me garante que isso não é uma espécie de arma que irá me matar assim que eu tocá-la?

Ela não pôde deixar de sorrir diante do medo e apreensão dele, e embora pudesse matá-lo ali mesmo com o pó das fadas que trouxera por precaução, ela não o faria. Afinal, Victor era a chave que aprisionaria Regina para sempre.

— Você reconhece essa pessoa? — ela ergueu o apanhador de sonhos e os olhos de Victor se arregalaram ao captar as imagens de uma mulher idêntica a Regina. Ela galopava em um corcel negro e atirava bolas de fogo para todos os lados, apavorando muita gente.

— Essa é…

— Sim, é Regina. Ela possui magia, muita magia.

— Como ela veio parar aqui? — ele perguntou, chocado com o que acabara de ver.

— Pergunte a ela — Branca estendeu o apanhador de sonhos e ainda hesitante, Victor o pegou. — Agora eu quero a minha filha.

Sorrindo, Victor assentiu e os dois seguiram direto para o galpão abandonado onde Emma e Ruby estavam presas. A fada Azul já tinha libertado os filhos de Victor e esperava por Branca de Neve no meio do caminho.
Quando chegaram lá, viram que Emma estava desacordada. Os sedativos faziam mais efeitos nela do que em Ruby. Ao ver o estado da filha, Branca chorou envolvendo-lhe o corpo com seus braços.

— Não se preocupe. Ela só está dormindo — disse Victor.

A fada Azul examinou a princesa herdeira, e confirmou o que o médico dissera.

— Vamos embora daqui — disse Branca.

— E Ruby? Não podemos deixá-la aqui — protestou Azul.

— Ruby é uma traidora. Por causa dela a minha filha quase perdeu a vida nesse lugar imundo.

Depois de uma breve pausa, Azul assentiu, abriu o portal ali mesmo, sob o olhar espantado de Victor, e desapareceram.

— Agora somos só você e eu… — murmurou Victor, aproximando-se de Ruby.

Ele se esticou para tocar nela, precisava se certificar de que ela estava viva, mas foi detido no meio do caminho quando as garras de Ruby deixaram cortes profundos no seu braço.

— Maldita! — gritou ele, enquanto o sangue jorrava sem controle. — Isso não vai ficar assim — avisou, enquanto enrolava uma toalha no próprio braço na tentativa de estancar o sangue.

Com muita dificuldade, Victor trancou as portas do galpão, entrou no carro e acelerou o máximo que pôde. Precisava ter cuidado com aquela ferida, afinal, ele nada sabia sobre Ruby. E se as garras dela tivessem algum veneno? Ele se perguntou e ao mesmo tempo sorriu, imaginando o quão rico seria depois que revelasse ao mundo o que sabia. Lembrou-se de Regina, e de como a sua magia poderia transformá-lo no homem mais poderoso do universo. Ele soltou um gemido quando a dor pulsou mais forte em seu braço, arrancando-o dos seus devaneios. Em seguida veio o suspiro de alívio quando avistou o hospital. Ele seguiu direto para o pronto socorro. Felizmente Regina não estava por lá batendo papo como sempre acontecia nas tardes tranquilas, mas Zelena estava.

— Caramba, Victor! O que foi que aconteceu? — ela perguntou, ao ver a toalha encharcada de sangue.

— Estava caminhando num parque e um cachorro louco me atacou — disse ele, enquanto um dos colegas de profissão retirava a toalha para desinfetar o ferimento.

— Um cachorro? Isso está mais para um ataque de um…lobo — a última palavra falhou, e ela sentiu uma pontada no peito enquanto os olhos estudavam os profundos arranhões no braço dele.

— Ora, Zelena! E desde quando nós temos lobos em Boston?

— Tem razão, assim como eu tenho certeza de que esse cachorro pertence ao Wolverine — ela tentou soar divertida e pareceu ter conseguido, pois as enfermeiras irromperam numa risada, e Victor, embora tenso, sorriu também.

Zelena deixou a área do pronto socorro com a testa franzida em pensamento. Lembrava-se de ter visto Victor sair com Daniel e uma mulher, e agora, ele estava de volta sozinho e machucado. Algumas peças não se encaixavam nessa história e ela precisava descobrir o porquê.

Depois de receber vários pontos no braço, Victor pensou em ir para casa, mas então se lembrou de Regina. Agora que Daniel estava morto, ele teria de agir sozinho, então chegou a conclusão de que o melhor a se fazer era vender as informações que tinha e deixar o país com a esposa e os filhos. Sendo assim, ele entrou em contato com um velho conhecido e após marcar o encontro para o dia seguinte, se dirigiu ao encontro de Regina.

— Victor, o que aconteceu com seu braço? — levantando-se da cadeira, ela observou de perto os arranhões no braço dele. Apesar dos pontos, dava pra notar que as feridas eram profundas.

— Um cachorro me atacou hoje no parque, mas está tudo bem. Você não faz plantão hoje, não é?

— Não, na verdade estava me preparando para voltar para casa.

— Você poderia me dar uma carona até minha casa? Quase não consigo mexer o braço e minha esposa teve um imprevisto e…

— Ora, Victor! É claro que posso te dar uma carona.

— Obrigado, Regina.

Assim que entraram no carro, Regina se lembrou da mulher que o visitara naquele mesmo dia.

— Victor… — ela pausou a voz, pensando se deveria continuar ou não. — Aquela mulher que estava em sua sala esta manhã…

— O que tem ela?

— Tive a impressão de que a conhecia.

— Não é uma impressão, Regina. Você a conhece muito bem. E pelo visto, ela também conhece você.

Parando o carro bruscamente, Regina franziu o cenho enquanto seu olhar inquisitivo caía sobre Victor. Ela se preparava para fazer uma pergunta quando foi surpreendida pela arma apontada em sua direção.

— Continue dirigindo, Regina.

— Victor…o que você está fazendo? Por quê?

— Não me pergunte nada agora. Apenas dirija ou eu terei que machucar você.

Já havia escurecido quando chegaram ao galpão. Assim que ele abriu a enorme porta de ferro, Regina se sobressaltou quando viu Ruby presa pelas grossas correntes. De repente, Emma lhe veio em mente e ela tentou reagir, mas antes que o fizesse, Victor lhe acertou uma coronhada na cabeça e o campo de visão de Regina, em questão de segundos, se reduziu a nada.

[…]

Zelena se recostou na cadeira e avaliou cuidadosamente as ligações e mensagens da noite anterior. Não havia nenhuma resposta de Regina. Alguma coisa estava errada pois Regina nunca deixara de respondê-la. Conforme a manhã foi se arrastando até se transformar no final da tarde, Zelena teve certeza de que algo muito sério teria acontecido. Sabendo que deveria ir procurar a amiga, Zelena cancelou a última consulta agendada e se preparava para sair quando Victor apareceu diante dela.

— Você está de saída? — ele indagou.

— Sim, estou indo para casa. Não me sinto muito bem — disse ela.

— Imagino. Esse hospital não será o mesmo sem Regina.

Zelena permaneceu imóvel como pedra.

— Do que é que você está falando?

— Ora, Regina pediu demissão ontem. Ela não te falou?

— Não… — murmurou ela, com uma pitada de confusão na voz.

Zelena olhou para ele por um longo tempo enquanto lampejos dos dias anteriores lhe invadiam a mente. Ela tinha certeza de que Victor estava mentindo, então resolveu fazer o jogo dele.

— Regina mudou muito desde que…não importa — ela falou, suspirando em seguida. — Nem sei porque fiquei surpresa com o fato dela não ter me contado nada sobre isso.

— Sinto muito, Zelena.

— Eu também — pegando a bolsa, ela o fitou mais uma vez, o rosto adquirindo a mais ilegível impassibilidade. — Obrigada, Victor.

Ele assentiu e Zelena se dirigiu à porta. Zelena sabia que poderia passar horas dentro do próprio carro escondida, mas, quando Victor deixasse o hospital, ela estaria à espera dele.

[…]

Quando Emma acordou, estava em sua cama. Diante dela, Branca de Neve chorava, o príncipe encantado sorria e as fadas vibravam de felicidade enquanto lhe davam as boas vindas. Lá fora, os guardas anunciavam o retorno da princesa herdeira e os criados corriam de um lado para o outro, eufóricos com os preparativos para o almoço. Parecia uma cena repetida. Emma tinha a impressão de já ter vivido aquilo antes, então tentou abrir os lábios para se dirigir a eles, mas o esforço pareceu grande demais. Ela estava muito fraca.

— Não se esforce, querida — a voz preocupada de Branca ressoou em seus ouvidos. — Tome um pouco de água e depois essa sopa. Você precisa se alimentar para recuperar as forças.

Emma não contestou e fez o que dissera sua mãe. Ela realmente precisava recuperar suas forças para poder compreender o que estava acontecendo. Lembrava-se da decisão de voltar à floresta encantada, e lembrava-se também de ter sido aprisionada por Daniel. Ela e Ruby. Assim que se alimentou, Emma voltou a dormir. Quando despertou, sentia-se melhor, e as lembranças surgiam com mais clareza.

— Como foi que eu vim parar aqui? — ela perguntou, atenta ao relato da mãe.

Branca de Neve contara que com a ajuda das fadas, descobrira que ela estava em perigo. Embora tenha sido necessário recorrer a Rumplestiltiskin para conseguir feijões mágicos e abrir o portal.

— Você nunca deveria ter ido para aquele lugar, Emma — repreendeu David.

— E vocês nunca deveriam ter lançado aquela maldição — ela rebateu.

— Tem razão, querida — disse Branca. — Se pudéssemos mudar o passado, essa seria a primeira coisa que mudaríamos.

— Pelo visto, nem magia pode mudar o passado. Com a vossa permissão, me retiro.

— Para onde vai? — David perguntou. — Você não está em condições de cavalgar.

— Vou visitar Ruby.

— Filha… — a voz embargada de Branca a deixou em alerta. — Ruby não veio conosco.

— Por quê? Ela decidiu ficar?

— Quando chegamos lá, ela já estava morta.

Emma encarou a mãe, incrédula. Em seguida encarou o céu, onde se escondiam, atrás das nuvens, os Deuses que se mostravam mais incompreensíveis do que nunca. Mas a verdade é que a culpa era sua. Ela tinha arrastado Ruby para aquele lugar e ignorado seus pedidos para que retornassem à floresta encantada. Ela se recusou a enxergar como os riscos eram profundos, sempre se escondendo atrás da sua própria infelicidade. Ela tinha contribuído, de muitas formas, para aquele resultado pavoroso. A morte de Ruby era sua culpa.
A notícia se espalhou como uma epidemia pelo reino. Enquanto bandeiras negras eram erguidas no castelo, Emma cavalgou em meio à floresta na tentativa de ficar a sós com seus pensamentos. Sua própria compreensão inevitável de que ela, mais do que qualquer outra pessoa, poderia ter salvado sua melhor amiga. Mas não salvou.



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