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História A parceira do tirano - Dramione - Cap12


Escrita por: AstiyMalfoy

Notas do Autor


Para ser honesta, não gostei nem um pouco desse capítulo, não consegui escrever como queria nem conseguir colocar as coisas que eu imaginei. Está horrivel, e eu peço perdão
porém se eu não postasse agora, não conseguiria postar pelos próximos 15 dias. Estou na quinzena de provas, e está uma loucura!

Peço perdão pelo capítulo ruim, irei me esforçar para que isso nunca mais aconteça!

Capítulo 12 - Cap12


Gina Weasley se escondia atrás de um pequeno muro já fazia horas. O sol parecia queimar a sua pele, seu cabelo estava grudado no pescoço em decorrência do suor, e imaginava ela que estava fedendo horrores. Quantas horas dura uma pregação? Questionava-se a ruiva mentalmente irritada. Lembrava vagamente da época em que acompanhava a mãe os domingos, e tinha certeza que era uma coisa rápida.

2 horas. 3 horas. 4 horas. Gina bufa sentando-se no chão batucando o pé inquieta. Fazia quatro dias que ela seguia aquele homem para cima e para baixo se irritando por ele simplesmente passar a imagem de um bom samaritano para aqueles pobres cidadãos que somente faltavam lamber o chão para aquele ser imundo passar.

Apesar de que a ruiva não conseguia sentir tanta pena daquela população, percebera muito abertamente o quão falso era a maioria das pessoas que moravam ali. Talvez fosse o destino e Deus juntando em um mesmo local tantas pessoas ruins. Eles se mereciam, pensava ela.

A ruiva, no entanto, sobressalta-se ao notar as pessoas saírem da igreja aos montes, alegres e sorridentes. “Felizes uma merda! Como alguém pode sorrir com essa porra de sol? ” Xinga a garota, “mais ainda, eu duvido estar refrescante dentro daquela igreja que parece mais um caixão! ”

Desde que pregara os olhos naquela construção, a ruiva sempre imaginou que aquilo seria um covil de satanás. Não parecia angelical, talvez, exceto, pelo vitral que poderia ser considerado uma obra divina, mas o resto? Não! Ela não conseguia identificar nenhum traço de calma, parecia que as paredes iriam ruir e cair sobre sua cabeça, as cores gastas quase escuras davam a impressão ainda pior! A igreja, que deveria ser bem cuidado, estava tão mal administrada que mais parecia a entrada do inferno.

Olha-se no espelho brevemente. Quando decidira ficar ali para pegar aquele padre, ponderou se o seu cabelo não chamaria muita atenção, então, agradeceu ao Deus todo poderoso pelo seu irmão sempre insistir dela carregar uma bolsinha com um pó preto que poderia pinta-lo. Sua armadura, muito bem embrulhada e enterrada no bosque no mesmo lugar que deixara seu cavalo, fora substituída pela roupa de uma mendiga que achara morta em um beco na calada da noite.

Dava para sentir o cheiro de defunto grudando na sua pele, estava misturado ao cheiro de suor e da falta de banho que a seguiu durante aqueles quatro dias, estava realmente parecendo uma pobre miserável. Recordava bem sua primeira noite vestida daquele modo e de como todo mundo ali, que gritava aos ventos que era bondoso como o Nobre Senhor Deus, a olhavam torto e com nojo. Ela não era uma leprosa, apenas alguém desprovida de banho, e com roupa de defunto. “Ok, talvez eu me pareça cada dia mais com uma leprosa” pensa ela cheirando o próprio braço

-Ok Giny, você consegue- Ela sussurra para si mesmo erguendo-se do chão

Sujou levemente o rosto, antes de entrar na igreja e encontrar o padre arrumando a sua mesa após a eterna pregação que Gina xingou e criticou tanto nas últimas 4 horas. Se alguém a visse, e com toda certeza alguém a viu, ela provavelmente estava parecendo uma doida. Uma doida leprosa, o quão decadente ela conseguia chegar para completar aquela missão. “Irei pedir uma medalha... Ou uma adaga nova para o loiro aguado”

-Minha jovem! - Exclama ele espantado- O que aconteceu com a senhorita?!

-Padre- Sussurra ela rouca, “bendito seja o limão que deixou minha voz assim” pensa ela antes de prosseguir –Me ajude! Por favor, me ajude!

-O que aconteceu com você, minha jovem? - Ele se aproxima, entortando o nariz enquanto segura o braço dela

-Eles tentaram tirar minha bondade padre! - Ela força um choro fazendo o senhor olhar para ela espantado- Eu havia dito ao papai que queria seguir minha vida servindo o Senhor, mas ele me negou!

-Oh meu bom Deus! - Exclama ele, que se não fosse ela, Gina jurava que não notaria a falsidade de sua voz- Minha jovem....

-Me ajude padre- Pede ela novamente se ajoelhando, segurando a mão do senhor com um desespero bem ensaiado- Ele não pode me achar!

-Todos têm espaço nesta Casa, minha jovem- Garante ele- Venha, se levante, irei lhe dar um quarto, um banho irá lhe ajudar a se acalmar.... Você realmente precisa de um banho primeiro.

-Muito obrigada! - Ela beija a mão do idoso sentindo seu estômago embrulhar- O senhor é mesmo um santo!

O padre então sorrio, e Gina notou certo tom de malicia ali, mas sorrio o mais inocente que conseguia. Ele então encaminha Gina para a parte de trás da igreja, onde havia uma pequena casa, bem mobiliada.

Apesar de pequena, dava para sentir um certo conforto se não fosse pela pessoa que morava ali. As cores claras entravam em contraste com algumas figuras coloridas dos santos espalhados por todo o cômodo que os olhos da mulher conseguiam alcançar. Junto a isso, percebia que as mobilhas estavam bem desgastadas, ele seguia bem os princípios do bom samaritano, constata ela. Havia somente uma pequena mesa junto a cozinha minúscula e pouco mobiliada, contudo, nessa mesa haviam quatro cadeiras. O padre então coloca sua mão na base da coluna da garota que fingia um choro estúpido e desesperado.

-Vamos, se acalme minha jovem- Pede ele tão amável quanto uma cascavel- Aqui será seu quarto, ficará aqui esta noite. O banheiro é naquela porta ali, pequena. Leve o tempo que precisar!

-Padre! - Exclama Gina com uma falsa adoração- Nem sei como agradecer!

-Mais tarde ou amanhã conversamos sobre isso minha jovem- Ele assegura ainda com um sorriso nos lábios- Apenas se preocupe em tomar um banho, e dormir no momento.

Gina então, imaginando os atos de uma camponesa desesperada, beija a bochecha do padre após dá um abraço no senhor e entra no quarto trancando a porta atrás de si. Sentia a sua bile subir queimando a sua garganta. Desesperada, ela corre para o banheiro vomitando o pequeno coelho que caçara mais cedo para comer de manhã. Seu estômago estava embrulhado.

Parecia que a textura da pele dele não saia de sua boca, fazendo com que seu estômago se espremesse. O sol estava torrando no lado de fora, o suor escorria pela sua testa, e seu nariz parecia impregnando pelo cheiro dele fazendo-se se sentir ainda pior.

Com um respiro fundo, a ruiva tomou um banho rápido na água gelada, não se deixando relaxar e desfrutar o frescor do frio da água. Enrolada em sua toalha, a garota prendeu novamente as duas pequenas facas que carregava, uma em cada coxa e varreu com mais calma o cômodo a qual ficaria por alguns dias.

Ainda não o conhecia direito, não sabia realmente se a rotina a qual ele tinha ficado nos últimos 4 dias era realmente a rotina dele, teria que observar mais, engolir mais sapo e suportar por mais tempo aquele homem. Estranhou ao abrir o guarda roupa e achar algumas roupas femininas ali, junto a poucas masculinas.

Com um suspiro desconfiado, ela veste um vestido longo sem mangas. Não daria ao luxo dele ver as pernas dela, e aparentemente aquela era a sua única opção para ficar assim. Não iria sair dali, preferiria passar fome do que comer algo que aquele homem a oferecesse.

A janela era relativamente baixa e muito próxima do muro, em uma emergência, quem sabe, observou ela, conseguiria escapar por ali. Virou-se para a porta novamente, estava trancada, mas ele teria a chaves? O pavor daquele homem entrar ali tomou seu corpo, mas iria aumentar muito as suspeitas se ela arrastasse alguma coisa e impedisse a porta de abrir.

Engoliu o seco e deitou-se na cama. Deus, ela se sentia tão desconfortável, não se lembrava da última vez que se sentira assim. Porém aquela era a sua missão, tinha que completa-la a qualquer custo. Cansada de tudo, ela apenas fechou os olhos e se permitiu entrar em um sono completamente leve.

Não soube quando tempo passou, porém chegou a ouvir a porta se abrir, entretanto, continuou com os olhos fechados, agora fingindo dormir. Passos podiam ser captados pelos seus ouvidos, eles iam de um lado para o outro parando bem perto a cama ao seu lado. A respiração de alguém era pesada e anasalada, parecia até que um cavalo estava bufando ali.

A pessoa não falou absolutamente nada, apenas ficou horas observando a garota supostamente dormir para enfim sair. Quando ouvir a porta ser fechada e trancada novamente Gina se permitiu sentar-se na cama

-Merda, ele é maluco por acaso?- Resmunga ela olhando em volta- Seu velho neandertal, falso padre do caralho, inferno!- A ruiva xingava apertando contra o rosto o travesseiro- Tarado da porra!

Papel e caneta. Sim ela havia ali por perto, talvez devesse mandar uma carta? Nega com a cabeça, não, era arriscado demais, se confiscasse tudo iria por água abaixo.

Fora assim que a ruiva passou mais de duas semanas. Durante todo o tempo poucas foram as vezes que ficara realmente sozinha com o padre, a qual agora ela sabia o nome. Padre Samuel, a vida toda viveu dentro de uma igreja após ser abandonado pela sua família pouco antes de completar um ano.

Pelo que observou a ruiva ainda pode constatar que Samuel tinha um péssimo hábito de beber muito durante a noite, e ir para puteiros escondido ou fantasiado. Era nojento, ela observou, como ele pregava uma vida em celibato, mas ao mesmo tempo, praticava todos os pecados possíveis e existentes todas as noites.

Era agora, ela pensou, já fazia mais de duas semanas que estava ali. Já sabia de cor cada passo que aquele homem dava, cada mania que ele tinha, cada costume que ele possuía. Quando sentiu-se segura que ele finalmente fora para o puteiro, a ruiva sai daquela casa e parte para o bosque o mais rápido que possuía. Seu coração estava calmo, sua respiração serena. Ela cumpriria a sua missão. Era o único pensamento que ela tinha. Iria conseguir voltar.

Seus cabelos, agora novamente ruivos, após um longo e relaxante banho libertador, preso em um rabo de cavalo, mexia com o vento dando um ar de um sangue derramado. Seu cavalo, muito bem amarrado, parecia impaciente e ela entendia bem, deveria ter sido uma merda ficar preso por tanto tempo.

-Só mais um pouco amigão- Ela garante acariciando sua crina- Rapidinho eu termino essa merda, e eu prometo que depois poderá correr por um bom tempo livre.

Apressada, a ruiva desenterra sua roupa preta, sua farda que tanto amava e a coloca o mais rápido possível, a armadura ficaria vista para depois, não era realmente necessário. Não iria voltar para aquela casa mais, não veria mais aquela igreja maldita. As ruas desertas eram sua única companhia até parar na porta do puteiro.

Logo na porta, um homem robusto olhava para ela sério, como se tentasse deixar claro que não a deixaria entrar. Com um sorriso sereno a ruiva se aproxima dele, rápida como fora treinada a fazer, a ruiva segura as bolas do homem que se curva em dor

-Eu irei passar certo? - Ela pergunta perigosamente baixo

O homem apenas confirma com a cabeça empurrando a porta para que ela pudesse passar. Ele praticamente chorava, seu rosto pálido pela dor junto ao molhado do suor que parecia jorrar para fora do seu corpo. Dando de ombros, com completo descaso, ela adentra no local que tinha uma música alta, cheiro de drogas, bebidas e sexo; a deixando zonza.

Padre Samuel estava no canto do salão, duas mulheres praticamente nuas se esfregavam nele beijando cada parte daquele corpo enrugado e velho como se fosse algum tipo de doce que elas eram viciadas. Devagar, ela se aproxima, parando na frente dele que a olhava com um desejo estranho. Cruzou os braços junto ao peito tentando afastar o desconforto que aqueles olhos lhe causavam.

-Tenho um minuto da sua atenção? - Pergunta ela berrando sobre a música alta

-oonw- Uma das mulheres geme ao sentir Samuel apertar seu peito- Ela irá se juntar a nós?

-Não, vocês vão sair- Gina grita impaciente puxando o braço de Samuel o forçando a levantar. Ela o olhava com raiva, parecia que seu sangue fervia e seus olhos transmitiam isso, uma frase errada e ela lhe tirava a vida – Você vem comigo- Ela se aproxima do ouvido dele com um sorriso maligno- Ou o mundo vai saber dessa merda

Sem esperar resposta, ela puxa o velho para fora daquele prostibulo, o arrastando pelas ruas desertas até dentro da igreja. Sentindo nojo pelo contato com a pele dele, ela o arremessa para o chão a sua frente sem qualquer piedade

-Oh! Agora lembrei de você!- Ele exclama cruzando as pernas com um sorriso nos lábios- Como vai?

-Uma merda, toquei em você por tempo de mais- Cospe ela impaciente. Sua adaga em mãos a tentava a cada segundo- Você vem comigo Samuel

-Eu irei?- Ele pergunta rindo em seguida, para se erguer encostando a bunda no banco mais próximo- Não irei a lugar nenhum minha jovem

-Não, não- Ela nega com a cabeça abrindo um sorriso completamente lunático- Você vai e sabe por que?

-Adoraria saber- Ele desafia

-Por que você não terá pernas para fugir- Ela fala se abaixando na frente dele pregando uma das suas adagas no alto da coxa dele, o ato o fez enrugar ainda mais o rosto. O fato dele expressar o sentimento de dor alegrou imensamente o interior de Gina que sorriu satisfeita com o feito- Por que você não terá braços para lutar, por que você irá vegetar. E depois, no final disso tudo!- Ela grita jogando os joelhos entre as pernas dele, espremendo as partes intimas do homem que urrou de dor- Você agradecerá ao marido da minha senhora por permitir que você respire!

Pela dor, imaginou ela, Samuel desmaiou pouco depois. Gina suspira pesado, estava sendo tão fácil que ela se questionou se deveria mesmo ter demorado tanto para ter feito aquilo.

-Acorda seu velho miserável!- Grita Gina cutucando com o pé a perna do padre- Vamos! Você inconsciente não possui nenhuma graça!

Raivosa, ela tira sua espada da cintura, arrastando no chão repercutindo um barulho ensurdecedor. Queria que aquele homem abrisse os olhos, queria que ele sentisse dor! Puxando o pequeno relógio do bolso de sua roupa, percebera que estava ficando muito tarde, não poderia esperar. Ideias brotaram em sua mente, fazendo-a abrir um sorriso maligno e satisfeito, com isso em mente, ela decapita ambas as pernas de Samuel, jorrando sangue para todos os lados.

A borra de sangue era uma pintura que Gina gostaria que pudesse mostrar para todo mundo. A suposta dor que ele deveria sentir repercutiu sobre seu corpo fazendo-o abrir os olhos e gritar assustado.

-Ah! Eu deveria ter feito isso com você consciente! - Ela reclama baixo amarrando um pedaço de pano na boca do idoso- E pare de gritar, não quer seus fiéis venham aqui, quer?

Ela olhava o homem com tanto desprezo que imaginava ser possível sentir por alguém, tentava a vontade de simplesmente mata-lo ali, poderia dizer para sua Graça Malfoy que ele reagiu e ela simplesmente o matou para se defender certo? Ele a direcionava um olhar assassino, e nada amigável.

-Deus! Temos que parar esse sangue não é mesmo?- Ela pergunta inocente- Sabe um bom modo de parar?

O padre então olhava para ela enrugando a testa negando com a cabeça rapidamente. Ele sabia o que ela faria, e aparentemente expor aquele medo era algo que ele odiava, mas estava tentando salvar sua pele. Erguendo-se devagar, ela caminha até um candelabro aceso o carregando até onde o padre estava.

-Agora- Ela alerta esquentando sua própria adaga- Fique bastante feliz por eu estar sujando a minha adaga com essa sua pele morta

Deixou um bom tempo o metal do fogo, ao ponto do mesmo ficar levemente vermelho, encostando a mesma na perna que sobrou do padre fazendo-o urrar baixo de dor, mordendo com mais força o pano que estava em sua boca. A garota então repediu o mesmo processo na outra perna, o padre suava, e a pouca cor que tinha em seu rosto parecia alegrar o interior de Gina mais do que ela considerava saudável para alguém do bem.

A garota então balança a cabeça apressada afastando a ideia de prolongar ainda mais da dor daquele homem. Dando de ombros, após estancar o sangue das pernas com leve dificuldade, não era muito boa nisso, percebera. Logo em seguida, segura agora o toco de ser humano que ele havia se tornado e o arrasta para fora até onde havia deixado seu cavalo. Se cavalgasse com velocidade máxima, conseguiria chegar à capital em um dia e meio.

Chegando aonde seu cavalo a esperava impaciente, ela retira uma corda grossa que havia na bolsa presa em seu cavalo e amarra as mãos do Padre forte o suficiente para, além de o manter daquele modo, tirar até mesmo a circulação dos membros superiores do mesmo. Não conseguia ser delicada com aquele homem, tudo nele lhe deixava irritada, tudo a deixava com nojo.

-Vamos para Hermione agora, garotão- Ela pede ao cavalo batendo levemente na crina do animal

O trote era acelerado. A respiração do animal era alta, e a ruiva o forçava a cada momento mais para correr cada vez mais rápido. Pelo canto do olhou observou aquele velho nojento tentar falar algo, provavelmente irritado pelas caras e bocas que estava fazendo naquele momento.

Dando de ombros com completo descaso, ela bateu na crina do cavalo novamente

-Longas horas amigão, vamos lá!- Incentiva ela na manutenção daquele trote acelerado- Temos que chegar rápido, estamos atrasados.

Horas e horas se passavam. A ruiva apenas parou duas únicas vezes no primeiro dia, para ela e o animal pudesse tomar uma água e comer algo, juntamente e dar tempo para ela apertar mais as bandagens para aquele falso padre não morrer de hemorragia. Ele a olhava com um ódio tão grande que a ruiva imaginou de quantas formas ele imaginou matar ela somente naquele meio tempo. Olhando-o naquele momento ela se perguntava se traria alguma paz para sua senhora se algumas pessoas souberem o que aquele homem fez.

Amarrado daquela forma, sem as pernas para andar, e com a boca tampada, ele parecia até inofensivo, se não fosse pelo olhar tão sanguinário e perigoso que ele mantinha no rosto.

Hermione Granger mal dormia. Apoiada na sacada do quarto a qual dormia já fazia duas semanas, ela olhava para a estrada que dava para a entrada daquele casarão, todos os dias, com tantas expectativas que era impossível esconder a infelicidade, quando a noite chegava, e a sua amiga ruiva não aparecia.

-Senhora- A voz de Theo cortou o ambiente, porém ela não se mexia- Sei que está preocupada com a Weasley, mas ela não ficaria feliz de lhe ver assim

-Ela não tem que ficar feliz – Retruca Hermione bufando

-Então posso dizer que eu não estou feliz?- A voz aveludada direcionada exclusivamente para ela, era de Draco Malfoy

Naquelas duas semanas, ambos haviam se aproximado um pouco, formando uma amizade até agradável de se observar. Para distrair a jovem, o loiro ainda começou a ensinar ela a utilizar arco e flecha, porém era realmente engraçado todos os momentos a qual ela errava feio o grande alvo que utilizavam. Apesar de ser boa de mira, Hermione ainda não havia força suficiente para utilizar o arco com maestria.

Todos do casarão observavam o modo que a castanha mudava o modo que o loiro lidava com as coisas, ou como ele começou a se apoiar nela nos aspectos a qual ela era realmente muito melhor que ele.

Devagar, ele se aproxima dela, se apoiando no parapeito, junto a ela, que olhava ainda a estrada atenta

-Você ficará com cara de gente velha antes da gente casar- Ele tenta brincar, porém ela apenas resmunga alguma coisa- Já está até agindo como uma

-Malfoy! - Ela exclama fazendo-o erguer os braços com um sorriso traquina

-Mas é sério! Vamos, tenho uma reunião com uns conselheiros de guerra já já, pensei que você gostaria de participar – O sorriso dele era cativante todas as vezes que tocava naquele assunto. Hermione percebera com aquela aproximação que ele adorava uma guerra. - Parece que ouve uma movimentação estranha no sul.

-Movimentação estranha? - Ela o olhava ligeiramente confusa- Não li muita coisa sobre o Sul ainda, não sei se posso lhe ajudar dessa vez.

-Eu sei, mamãe está ocupando boa parte do seu tempo com a preparação do casamento, além de eu ocupar a outra parte com as cavalgadas e o arco- Draco bagunça os cabelos – Mas sinto que se....

Hermione ergue o tronco rapidamente fazendo o loiro virar-se para ela assustado pela mudança bruta de sua postura. Com um suspiro aliviado ela corre para fora do quarto não ligando para o quão deselegante aquilo seria, para o quanto que as pessoas comentariam sobre aquela conduta inapropriada dela

Confuso, Draco vira o olhar para a entrada, vendo uma mulher de cabelos vermelhos, encima de um cavalo correr em direção a entrada. Estreitando os olhos, ele pode ver como se a mesma carregasse um saco de batatas que batia no corpo do animal a cada pulo que ele dava.

-Vamos Theo!- Ordena Draco indo saindo do cômodo- A Weasley chegou

A informação fez com que o Knight marchasse para fora, atrás do loiro que tinha as mãos fechadas em punhos. Jogou pelos ares a reunião sobre a movimentação do Sul, jogou pelos ares qualquer responsabilidade que ele tinha no momento. Hermione Granger ocupou toda a sua mente, impossibilitando de raciocinar sobre qualquer outra coisa.

Os cabelos castanhos voavam pelo fato da mesma estar correndo. Na entrada no castelo, dois Kinght que ela não havia conhecido ainda a olhavam assustado. Não estava no protocolo uma princesa praticamente derrubar as portas e correr pelos jardins até a entrada toda ofegante.

No portão, uma ruiva segurava as rédeas do seu cabelo que respirava com uma dificuldade assustadora. Hermione segurava a barra do seu vestido com força, preocupação e felicidade por ver sua amiga inundaram seu corpo. Gina estava mais magra, observou ela, fedia, e seus cabelos estavam uma completa zona.

-Weasley- Ela chama séria soltando seu vestido

-Senhora- Gina sorrir indo até a sua senhora ajoelhando-se na frente da mesma

Atrás da castanha, a imagem de Draco Malfoy se aproximando fez com que toda a realidade ao redor das duas mudassem. Parecia que todos estavam com medo naquele encontro por algum motivo que a ruiva deliberadamente decidiu ignorar. Voltando seu olhar para sua senhora, a ruiva apoia o peso do seu corpo em um dos joelhos, apoiados no chão, abaixando levemente a cabeça

-Peço perdão pela minha demora, senhora- Ela pede. Hermione fecha as mãos em punhos tremendo, não poderia chorar, não agora. Seus olhos varriam a imagem de Gina, depois de seu cavalo que parecia estar morrendo para seus olhos pararem finalmente no corpo vivo a qual a amiga trouxera- Foi completa e total incompetência minha não conseguir terminar minha missão antes.

-Você emagreceu- Hermione comenta fazendo a ruiva rir sem humor- Na verdade, julgo dizer que você está em péssimas condições

-Diria que comer algo oferecido pela pessoa em questão não estava nos meus planos, então tinha que esperar ela dormir para caçar algo e comer – Explica a ruiva erguendo o olhar para Hermione que deixara uma lágrima escorrer pelo seu rosto. O ato fez com que a ruiva, ajoelhada, arregalasse os olhos erguendo-se do chão rapidamente- Hermione!

-Nunca mais, na sua vida maldita- Manda a castanha respirando fundo após limpar o rosto rapidamente- Faça isso novamente. Não me importa se está fora de forma ou não, se vire!

-Sim senhora- Confirma Gina se erguendo do chão- Como anda as preparações do casamento?

-Ele está marcado para acontecer em 4 dias- Explica a castanha virando olhar para Draco que observava as duas um pouco mais atrás, voltando seu olhar para Gina

Os quatro trocavam olhares enigmáticos como se conseguissem se entender somente por aquilo.

-Desculpe atrapalhar o encontro caloroso e tão esperado- A voz de Blás corta o ambiente levemente impaciente- Mas a imperatriz está aguardando a senhorita na biblioteca central

-Conversamos depois Gina- Confirma Hermione virando de costas e acompanhando Blás para dentro deixando todos para trás

-Senhor- Gina cumprimenta o loiro que apenas confirma com a cabeça- Tenho uma pequena encomenda, aonde devo deixa-lo?

-Nas masmorras- Afirma o loiro sério com um leve tom sombrio em sua voz- Theo, pegue ele. Venha conosco Weasley, quero saber se você descobriu algo.

A ruiva então confirma com a cabeça levemente deixando que Theodore pegasse o homem amarrado no seu cavalo e seguisse os dois para a parte de trás daquele casarão. A cada passo Gina sentia que poderia parar de respirar, era até loucura de imaginar a pressão que o loiro estava causando ao seu redor.

Era como se a raiva e o completo desgosto do loiro estivessem tirando toda a capacidade de todos eles conseguissem respirar. Estava ficando impossível se manter calmo e sereno perto dele naquele momento.

Sem o qualquer pudor, o trio entrou nas masmorras que eram escuras e fediam. Mesmo com pouca iluminação pode-se notar as poças de água no chão, e ratos passando pelas laterais. O ambiente era realmente nojento.

O loiro então direcionou até o final daquele grande corredor, para uma cela mais afastada. Sem dizer uma palavra ele abre a grade fazendo Theo entrar primeiro. O Knight então acorrenta os braços do padre que se debatia desesperado, sem qualquer delicadeza então ele puxa o pano que cobria a boca do velho que olhava os três como se fosse um demônio

-Vocês vão se arrepender de terem feito isso comigo!- Esbanja ele raivoso- Vocês tem alguma noção de quem eu sou?!

-Pensei que me traria somente um tronco que fala- Draco cruzo os braços, ignorando completamente a ameaça que recebia. Ele parecia levemente decepcionado com o resultado de Gina

-Sabe o trabalho de deu enterrar somente as pernas?- Gina tenta se explicar porém o loiro rir de sua resposta- Não importa, importa? Você o queria vivo, eu o trouxe! Deveria me agradecer Sua Graça Malfoy.

-Muito obrigado pelos seus serviços Weasley – Draco agradece com uma exagerada gratidão que fez a ruiva bufar contrariada- Pois bem, o que temos aqui?

-Padre Samuel- Gina explica juntando as mãos atrás do corpo, Theodore ao seu lado mantinha a mesma postura de ela- Podemos chamar ele somente de Samuel, ou de coisa mesmo. Ele finge ser padre durante o dia e ia para puteiros durante a noite.

Um perfeito “o” se formou nos lábios de Theodore ao lado da garota que parecia se divertir em relatar tudo que havia descoberto. O loiro, por outro lado, se mantinha impassível, revezando o olhar entre o homem acorrentado que parecia um animal raivoso ou um alfa que perdera seu bando, e a ruiva que contava tudo com uma tranquilidade similar à de uma mulher contando histórias de amor.

-Como iria dizendo- Ela respira fundo antes de prosseguir- O senhor Samuel em questão consegue passar bem a visão de um homem de Deus, uma vez que vive quase trancafiado na igreja. Passei duas semanas seguindo e observando cada passo dele, e nessas duas semanas eles se encontrou 4 vezes com um grupo de estranhos nos fundos da igreja, sempre após o pregão matinal, assim ele havia absoluta certeza que ninguém o procuraria

-Conhece alguém desse grupo? - Questiona Draco batucando o dedo indicador no cabo de sua espada presa na cintura

-Não seja patética- Esbanja o homem cuspindo no chão

-Ignore-o, quando irritado ele parece uma puta malcomida - Pede a ruiva abanando o ar. - Vai descobrir que aquela figura de bom moço que ele passou para quando estava aterrorizando Hermione é realmente um personagem doentio dele. Respondendo a sua pergunta, não, eu não consegui descobrir nada sobre eles. Sempre encapuzados e com mascaras, pouco falavam

-Theodore irá conversar com ele então- Manda Draco soltando um suspiro- Tenho uma reunião com uns conselheiros, estou completamente atrasado, e será uma dor de cabeça se eu me atrasar mais.

A ruiva confirma com a cabeça olhando brevemente para o homem ao seu lado que tinha os olhos pregados no padre acorrentado. Parecia que ele conseguia ver a alma do outro, a garota sentira um leve calafrio, não gostaria que ele direcionasse aquele olhar para ela, tinha certeza. Como se lesse seus pensamentos, o garoto vira o olhar para ela, porém, suaviza suas feições com um sorriso tão caloroso que pareceu assustar ainda mais ela.

A garota então sacode a cabeça rapidamente saindo do local. Ela não sabia se havia se assustado mais antes ou com a mudança completamente rápida e drástica que ele fizera em questão de segundos.

Dentro do castelo, Hermione seguia Blás lentamente. Sua cabeça trabalhava em uma velocidade assustadora, não sabia o quanto que aquele padre falaria, muito menos como iria encarar qualquer pessoa daqui para frente. Era um fato, o medo corria nas suas veias desde o fatídico dia a qual gostaria eternamente de esquecer, porém estava cravado em sua pele…. Literalmente.

-Blás- chama a garota baixo fazendo o cavaleiro olhar para ela confuso- Aonde estão os conselheiros que Draco irá conversar sobre o sul?

-Do outro lado- Explica ele ainda sem compreender- Por que, minha senhora?

-Primeiro, ou você me chama de Hermione ou de Granger, já falei para não me chamar assim- Manda ela fazendo o outro segurar o riso. Descobrira que era relativamente fácil Hermione perder a compostura perto das pessoas quando ela se sentia mais confortável, e aquilo o divertia consideravelmente- Segundo, você tem até o local para me falar tudo que eu precisaria saber

-O que?!- Praticamente grita o garoto estancando no corredor- Princesa, a imperatriz está esperando você... A imperatriz!

Hermione então, em sua frente, se vira. Seus olhos mostravam uma determinação assustadora. Ela não parecia uma garotinha em apuros, muito menos delicada. Não estranharia se alguém pensasse que ela esconde alguma arma por debaixo daquele vestido que cobria todo o seu braço até os pés.

Não adiantaria convence-la do contrário. Em sua pouca convivência, além de ter se afeiçoado pela garota mais do que o necessário descobrira que ela havia algo em comum com o seu mestre que era relativamente perigoso, ou até mais. Determinação. Quando a castanha decidia algo não havia ninguém que lhe conseguisse mudar de ideia.

-A Senhora Narcisa está esperando-a na biblioteca- Tenta persuadir ela sabendo que nada valeria- Junto com algumas damas....

-Irei mandar um bilhete com as mais sinceras desculpas, além disso, elas realmente não querem a minha presença – Ela sorrir docilmente, fazendo o outro desejar recuar dois passos. Por alguma razão, sempre sentiu receio daquele sorrio tão dócil, porém doentio que ela fazia- Vamos Blás, não temos tempo, temos?

-Não senhora- Ela suspira derrotando recebendo um olhar irritado em resposta- Hermione, não temos

Hermione então abre um sorriso satisfeito voltando a andar. Ao seu lado, Blás não parava de lhe fornecer informações sobre o sul. Desde o início da rebelião até o momento, aonde eles conseguiram prender três grandes figuras políticas e exigiam a retirada das tropas imperiais juntamente com a rendição para a devolução dos reféns. A castanha ouvia com atenção, questionando pequenos pontos a qual em sua visão não fazia muito sentido.

Ambos então pararam em frente a uma grande porta dupla branca. Mesmo no exterior, era possível ouvir as discursões que ocorriam no lado de dentro com facilidade, com um suspiro corajoso, a garota abre as portas atraindo atenção de todos os homens ali dentro. No canto da mesa, o imperador olhava ela com um mix de diversão, curiosidade e surpresa.

-Boa tarde senhores- Ela sorrir caminhando até a mesa, sentando ao lado do imperador, que puxara a cadeira para ela se sentar- Bem, Draco já deve estar chegando, e conhecendo-o bem como conheço, diria que esse barulho todo é algo que ele completamente repudiará.

-E quem é a senhorita?- Questiona um homem

Pela sua farda Hermione pode perceber que se tratava de um general. As inúmeras medalhas em seu peito mostravam a sua importância e poder, dentro todos os outros que haviam bem menos. Em um sussurro, Blás se abaixa perto do ouvido de Hermione, porém a garota apenas ergue a mão pedindo-o para se calar, fazendo o Knight olhar para ela confuso.

-Hermione Granger, General Tom- Ela sorrir perigosamente para ele fazendo-o olhar para ela sério. Os olhos castanhos tão serenos pareciam uma tempestade pouco bem-vinda, estreitos elas encaravam o General com audácia- Gostaria que se dirigisse para mim com um pouco mais de respeito, por favor

-E por que eu faria isso?- Ele pergunta petulante, fazendo Blás se engasgar atrás dela- Uma mulher não deveria estar presente

-Por que ela é a minha nora- O imperador fala juntamente com o barulho da porta se abrindo e a figura de Draco Malfoy surgir impassível

-Ora! Pelo visto não conseguir ser mais rápido que a minha mulher- Ele brinca fazendo Hermione se erguer de sua cadeira e ir até ele. Seu rosto então se afundo no pescoço dela, abaixando o tom de voz- Pensei que estivesse com a minha mãe

-Pensei que estivesse com Gina- Ela retruca com um riso baixo fazendo o loiro olhar para ela divertido

Era incomum Draco Malfoy esboçar qualquer sentimento, e era a primeira vez que todos aqueles generais viam o filho do imperador sorrir tão delicadamente para alguém. O mais velho então, se ergue de sua cadeira, indo até o filho, tocando-lhe o olho.

Uma pequena troca de olhares entre os três fora o suficiente para transmitir a mensagem e deixar qualquer pessoa confusa. O imperador então, se retira deixando o filho puxar Hermione até o local aonde anteriormente o pai sentara.

Imponente, ele então puxa a castanha para as suas pernas. Blás então, cobre o rosto com uma das mãos virando a cabeça para o lado. Lembrava-se vagamente de seu pai falando sobre uma das primeiras reuniões com o concelho de guerra que Lucio Malfoy participara e sentira um enorme dejavu.

Assim como o filho, o Imperador fizera sua mulher sentar em suas pernas em clara manifestação de posse. Porém, diferente de Narcisa, que naquela época pouco sabia e conhecia, Hermione mantinha um olhar bem similar ao de Draco, que olhava os generais como se eles fossem realmente pessoas insignificantes.

Um suspiro discreto, Blás virou o olhar para aqueles homens tão experientes em guerras, assassinatos e coisas muito piores praticamente chorarem frente a figura daqueles dois, ainda tão jovens.

-Ah!- Um general, o mais velho de todos eles soltou um suspiro. Aparentemente, era o único que parecia se divertir com tudo aquilo- Vocês farão o império ter um futuro tão próspero! Esperarei ansioso pelos feitos de vocês

Sim, aquele homem conseguia enxergar com clareza. Ao lado daquela mulher, um homem como Draco Malfoy faria qualquer pessoa dobrar os joelhos e implorar clemência. Contrapondo com o seu rosto velho e cansado, o idoso sorrio maldosamente. Todos ali conheciam a sua fama, era o ser humano menos amável que existia. E, dentre qualquer pessoa, era o que tinha a melhor visão para o futuro.

O império que sempre quis passar a imagem de poder, e medo para o exterior, estava criando um casal digno de livros. Teriam histórias para serem contadas por anos! Afinal, aquela mulher estava se tornando a parceira perfeita para aquele pequeno tirano.



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