História A parceira do tirano - Dramione - Cap. 42

Tensão era a última coisa que uma pessoa estressada por natureza como Hermione era, precisava sentir no começo da sua gravidez. Conseguia sentir nos seus ossos o olhar nada paternal que o granDuque tinha sobre si. Não conseguia ver aquele homem como pai, muito menos como tio, e menos ainda como alguém de sua família. Ele tinha feições muito similares ao seu falecido pai, contudo eles conseguiam ser bem diferentes. O velho rei parecia um urso enorme, idiota e babão, um homem a qual ela amou e sempre amaria como seu pai....

Escondendo atrás de Draco, Hermione decidiu que iria simplesmente agir como uma criança novamente, abraçando a própria barriga, a garota se permitiu ser aquilo que ela fora ensinada a não ser, fraca. Não queria estressar aquele pequeno ser, que já amava tanto, que estava protegido em sua barriga. Olhando Hermione sério, Harry estreita os olhos levemente confuso. Nunca vira a prima naquela forma.

-Olá- O futuro rei é o primeiro a falar sorrindo politicamente- A que devo a honra?

-Ora! Se não é Potter! - O Granduque sorrir juntando as mãos frente ao corpo- Vim prestigiar a coroação do novo rei

-Um enorme prazer ter uma presença tão ilustre como a do senhor em minha coroação- Harry estende a mão para que o outro a aperte, o cumprimento fora rápido e sem muitas intenções- Porém terei que pedir para que você se retire.

-Posso saber o motivo? Sempre fui bem-vindo para andar e vir por esses corredores- O Granduque sorri inocentemente

Por alguma razão Harry não gostava daquele sorriso, não sabia se era por que ele lembrava bem os momentos em que sua prima, irritada e completamente fingida, sorria da mesma forma para algumas pessoas que ele sabia bem que ela odiava com todas as forças. Hermione não se escondia, mas agora parecia um bicho assustado, Gina não se exaltava, contudo parecia estar se esforçando para não matar aquele homem a sua frente. Não sabia o que aquele velho senhor havia feito, não ligava muito, apenas o queria longe dali.

-Bom saber que os membros do clérigo ainda sabem usar os verbos no tempo correto- Harry junta as mãos frente ao corpo, estufando o peito-As coisas irão mudar um pouco por aqui, então sugiro que o Granduque não comece essa nova relação de forma tão negativa.

-Não sei o que está acontecendo, mas teremos que conversar- O homem estreita os olhos para todos ali dando de ombros como se não ligasse para a recepção negativa e fechada de todos- Nos vemos no grande salão mais tarde.... Majestade.

Ironia. Ele não escondia o quanto que debochava daquele título. Suspirando pesado Harry vira-se para a sua prima que sorrir torto e amarelo. Bagunçando os cabelos, Potter suspiro estendendo a mão para prima que tampa o nariz fazendo-o rir.

-Precisamos conversar- Pede ele coçando a nuca- Você está me escondendo um jogo a qual eu preciso saber de todas as cartas.

-Não preciso lhe explicar, você mesmo pode ler- Hermione dar de ombros- Lembra da sala de arquivos de papai? Lá tem uns diários antigos dele, leia o do ano do meu nascimento.

-O senhor precisa ir agora- Blásio intervém- Ambos na verdade. A Srta. Astória precisa se arrumar, e você precisa terminar de assinar os últimos documentos e parecer menos um garoto idiota do final da rua.

-Obrigado pela parte que me toca- Harry desdenha respirando fundo- Apenas me diga uma coisa antes de ir.... Eu irei me arrepender Hermione?

-Harry Tiago Potter nunca se arrepende de nada- Hermione sorri terna jogando os ombros- Dará tudo certo? Não sei dizer, mas a gente sempre deu um jeito.

-Talvez- Sussurra o garoto arrumando seu óculos com a ponta do dedo insatisfeito com a sua falta de informações disponíveis no momento, de forma imediata- Não é como se tivéssemos tempo no momento mesmo.

Confirmando com a cabeça minimamente, a castanha não pode deixar de rir rapidamente pela constatação óbvia do outro. Eles realmente não tinham tempo, e provavelmente ele nunca teria de fato para se preocupar com o que leria, e mesmo que tivesse, ela não estaria mais ali para que ele pudesse despejar a sua insatisfação, irritação e preocupação sobre ela.

Seguindo seu caminho, separado dos demais, Harry era acompanhando por Blásio que voltava a falar sem parar fazendo o outro apenas confirmar com a cabeça cansado. Coroação deveria ser um momento dele, a qual o mesmo teria tempo para curtir seus últimos momentos sem muita responsabilidade. Sendo acompanhada por Astória e Gina, Hermione deixa o marido junto a Theo a contragosto.

-Talvez devêssemos ajudar o Potter?- Theo brinca fazendo o loiro rir despojado

Puxando o amigo para mais perto, o loiro sussurra no ouvido do outro prestando mais atenção ao seu redor do que se ele estava conseguindo escutar a sua ordem

-Quero que não deixe ninguém chegar perto de Hermione- Determina preocupado- Ninguém que a deixe em uma posição de estresse ou fortes emoções.

-A lista é bem cumprida se levarmos em conta os últimos acontecimentos- Brinca o outro confirmando com a cabeça- Ordem recebida senhor.

Sorrindo pequeno, Theodore sai de perto do loiro o deixando sozinho no corredor. Era possível perceber a movimentação nos jardins, e principalmente, o quanto que todos estavam correndo para que tudo ficasse perfeito até o grande momento do dia. Bagunçando os cabelos, Draco vira os calcanhares, forçando as pernas a se mexerem na direção oposto a desejada pelo seu coração.

A cada passo, o loiro se distanciava mais da mulher que não queria que saísse de seus braços naquele momento. Encontrando Harry junto a mais alguns nobres locais, o loiro observou o modo a qual ele agia. Muito parecido com o de sua própria esposa, ficava bastante claro com o tempo que o futuro rei havia aprendido bastante com a família real que passada. O modo que suas mãos pouco gesticulavam, e como ele não desviava o olhar me momento algum eram toques pequenos, mas que até mesmo ele não conseguia ignorar mais.

Aproximando-se devagar e percebendo o fim da conversa, observou Potter relaxar os ombros respirando fundo.

-Tudo certo?- Questiona Draco ao homem ao seu lado, que apenas arruma seus óculos com a ponta do dedo, pensando em qual a melhor resposta a ser dada naquele momento.

-Não sei o que o Granduque fez a Hermione, e ela estaria na frente de tudo e todos tanto na oficialização do meu casamento com Astória, quanto na coroação- Harry comenta colocando as mãos nos bolsos sem desviar o olhar de Draco, que inclina a cabeça confuso com o caminhar da conversa- Contudo, acabei de receber a notícia pelos homens de confiança do meu pai que é o Granduque que irá liderar tanto o casamento quanto a coroação.

-Imaginei que fosse a mãe de Hermione que fosse colocar a coroa em sua cabeça- Draco pontua confuso, pelas ultimas noticias que tinha, era esse o procedimento.

-Querem fazer igual fizeram a família de meu tio e aproveitarem para fortalecer os laços com o clérigo- Harry trinca os dentes- Minha mãe está indo até titia para ver se mesmo assim ela estará presente, mas tudo indica que ela não virá.

-Ela tem que vim- Draco reclama tentando não erguer o tom de voz- Se ela não estiver é Hermione que precisa fazer tudo, e esse não é o acordo Potter!

-Senhor- Blásio intervém na conversa dos dois- Talvez ambos queriam conversar isso em uma sala e não no meio do corredor? Não sejam precipitados e cabeça-quente

-Agora não é um momento adequado para você ficar brincando Blásio- Draco cruza os braços contendo a raiva que sentia

-Ótimo, por que não estou brincando- Blásio retruca abrindo uma porta que havia atrás dele- Entrem os dois, e eu não estou brincando.

A troca de olhares entre os três chamou atenção, fazendo com que Draco suspirasse derrotado e entrasse aonde o amigo havia pedido. Sendo seguido por Harry, nenhum dos dois iriam entrar em um consenso se a conversa continuasse naquele tom, e Blásio Zabinni sabia bem disso. Fechando a porta atrás de si, o guerreiro olha para os dois nobres a sua frente com desdém. Entendia bem agora as reclamações do pai de Theo sobre o estresse que era ajudar essa gente.

-Primeiro, senhor, o Sr. Potter está fazendo o possível para as coisas saírem como o planejado, contudo, assim como acontece com o senhor, há momento que as coisas saem do controle- Blásio começa após respirar fundo- Então, vamos, como pessoas inteligentes, sentar e procurar uma solução, caso contrário, irei atrás de duas mulheres que diferente dos próprios maridos conseguem separar emoção e razão nessas horas e pensar de forma racional!

-Nem pense enfiar Hermione nisso- Ameaça Draco ao outro trincando os dentes

-Chamar Astória não seria um problema, se eu não soubesse que ela está tendo o primeiro dia de uma mulher normal em anos- Harry coça a nuca- Olhe, eu já entendi que o Granduque não é uma boa pessoa, isso está óbvio para mim a anos, mesmo não sabendo o motivo exato de Hermione o detestar tanto, contudo, como pode observar, meu tio não fez muito esforço em puxar as rédeas do clero, então não tem como eu fazer isso em poucas horas, nem sendo rei ainda.

-Aonde está a mãe de Hermione?- Draco pergunta estreitando os olhos

-A duas horas de carruagem daqui- Harry responde sentando despojado em uma poltrona próxima- Minha mãe já deve estar lá na verdade.

-A Sra. Potter sabe de todos os acontecimento envolvendo a família Granger e o Granduque?- Blásio questiona seriamente

-Não sei, mas que minha mãe odeia qualquer pessoa da igreja é um fato- Harry rir azedo- Dona Lilian não é alguém que fala muito, mas a única coisa que ela me fala desde que sou pequeno é “Nunca confie em alguém que anda de branco, tem uma cruz no peito, mas mesmo assim sorrir como um demônio”.

-São belas palavras- Blásio confirma com a cabeça surpreso- Sr. Potter, o que eu falar aqui nesse momento, desejaria que ficasse nessa sala.

-Blásio- Draco chama o outro porém o pedido discreto é ignorado pelo outro ao ver Harry confirmar com a cabeça confuso

-O Rei Granger não é o pai biológico da minha senhora, e o Granduque é irmão do falecido rei, e incrivelmente pai da minha senhora- Blásio resume o inferno pessoal de Hermione em poucas palavras- Existem muitas variáveis no meio do caminho a qual não cabe a mim expor, contudo, Sr. Potter, se na sua coroação for preciso que eu e meus homens matem alguém para que a criança que ela carrega em sua barriga nasça com vida, não nos importamos de arruinar toda essa festividade de vocês.

-O que aconteceu com o procurar uma resposta de forma racional?- Desdenha Harry sorrindo de canto

-Apenas estou falando o que o meu senhor desejaria que eu falasse- Blásio dar de ombros- Tenho certeza que a Sra. Potter irá trazer a Sra. Granger, contudo, desejo que desse momento em diante o norte tenha um pouco de consciência na bondade exagerada que tem com uma igreja que mais mente e rouba do que realmente faz algo de bom.

-Por isso pedi para ficar calado- Draco suspira- Vamos em etapas, Jane voltando não teremos problemas, mas vamos no pior nos cenários. Hermione tendo eu ficar ao lado do Granduque na hora de sua coroação.

-Como a saúde da minha mãe é frágil, todo o processo foi encurtando- Harry explica- Além disso, meio que Astória previu o pior dos cenários, por que ela fez a dama de companhia de Hermione, não sei o nome dela, começa com P, Pan alguma coisa, espalhar um boato de que já teríamos consumado o casamento.

-Isso faria a cerimônia matrimonial ser meramente ilustrativa- Blasio sussurra confirmando com a cabeça- Pansy, minha esposa, o nome que está procurando por sinal.

-Sua esposa é bem bonita- Harry elogia rapidamente voltando a olhar para o loiro- Com isso o casamento é mais para nos dois entramos, fazermos os votos e trocarmos alianças.

-A coroação então? - Questiona Draco projetando o que aconteceria mais tarde me sua mente

-Logo em seguida, a ideia é que eu e Astória saíssemos da igreja, casados e coroados- Harry explica- Isso nos dá um processo que quatro a cinco horas.

-Muito tempo- Draco suspira- Hermione tem risco de surtar no meio do processo.

-Não tem como encurtar mais que isso- Harry suspira-As duas coisas deveriam durar mais de três dias, e estamos fazendo em horas!

-Draco pode ficar junto a Hermione?- Questiona Blásio estreitando os olhos

-Não, no altar somente eu, Astória, o granduque e o representante dos Granger-Harry nega com a cabeça rapidamente- Representante.... É isso!

-É isso o que Potter? - Draco reclama, estava odiando estar tão perdido

-Representante dos Granger- Harry sorrir como se aquilo fosse óbvio- Não precisa ser Tia Jane nem mesmo Hermione! Precisa de um representante dos Granger.

-Se não se recorda, o matriarca da família morreu- Draco retruca fazendo Harry negar com a cabeça irritado

-Pare de pensar normal- Retruca o outro estrando o dedo algumas fezes na frente do rosto de Draco, como se o mesmo estivesse dormindo- Quando titio morreu e recebemos a notícia que eu seria o rei, meus pais me fizeram ler quase todos os registros dos reis passados, e na coroação do primeiro Granger não havia nenhum representante de sangue da linhagem anterior, contudo, havia o braço direito, o homem que todos ligavam assim que pensava no antigo rei.

-Sim, e? - Draco pergunta, não conseguia pensar em ninguém naquele momento

-Rei John Granger tinha um braço direito que todos conhecem, contudo quando meu pai se casou com a minha mãe, titio meio que afastou ele para que pudesse ajudar os Potter- Harry balança a cabeça como se aquilo ajudasse a lembrar de toda a história- Até hoje quando falam quem o Rei John se confessava, falam dele

-E quem é essa pessoa Potter?!

-Meu padrinho, Sirius Black, ele chegou essa manhã, apesar de ter chegado bêbado, a essa hora já deve ter acordado- Harry abre um sorriso maior- Deve estar procurando Hermione, ele adora irritar ela.

Batendo as mãos na mesa para se erguer, Draco tinha os olhos grudados em Harry Potter que sorria ladino. Era óbvio que ele estava se orgulhando da capacidade de sua memória seletiva e estranha, porém o loiro não pensava o mesmo. Obvio que Malfoy tinha o coração tranquilo quanto a segurança de sua mulher, porém conhecendo Theodore como conhecia, e sabendo que Gina Weasley estava dentro daquele quarto com Hermione e Astória, o loiro não tinha mais tanta confiança assim na cabeça avoada de Theodore.

Suspirando, o loiro volta a se sentar estralando a língua pensativo. Certo, um problema a menos. Não podia correr até Hermione a qualquer segundo de que sentia a mesma estar em perigo, era o mesmo que falar que não confiava nela e em seus homens. Nada aconteceria a castanha, tinha certeza disso, contudo seu coração teimoso e inquieto o impedia de ficar dentro daquela sala sem a sensação de incompetência.

Hermione era a primeira mulher a qual amara e entregava seu corpo e alma nas mãos dela de olhos fechados, contudo a sombra de que aqueles olhos castanhos não o veriam mais, de que o sorriso dela não seria mais dele, o irritava. Percebendo o impasse a qual o loiro passava, Zabinni arranha a garganta voltando a chamar atenção para si.

-Bom saber que temos a solução do maior dos nossos problemas- Continua as suas observações após ver ambos os homens a sua frente confirmarem com a cabeça discretamente- Podemos agora ir para um ponto a qual eu não iria trazer agora, contudo já que estamos aqui e temos tempo, não vejo por que não. Potter, preciso que você assine esses documentos para mim.

Estendendo duas folhas de papel para Harry, Blásio observa as feições do garoto irem de confusos a completa insatisfação. Esperava por aquilo, na verdade. Havia conversado com a mãe de Hermione Granger antes da mesma ser praticamente arrastada para fora daquele castelo, bem como com o próprio indivíduo a qual aqueles documentos reveriam. Não seria fácil, na verdade, a escolha era até bem óbvia. Se fosse uma situação contraria, Blásio nunca permitiria que Draco assinasse aquilo, contudo, não podia pensar assim.

A solicitação de transferência de Ronald Weasley era um tapa na cara de Harry. Recordava quando menor, as brincadeiras que fazia com Gina e Hermione. A castanha levaria a ruiva, enquanto Harry amarraria Ronald em uma árvore e o manteria ao seu lado. Virando as folhas devagar, o rapaz arregala os olhos ainda mais surpreso. A assinatura de Ronald era tão grossa quanto ele.

-Você está jogando baixo demais- Sussurra o loiro jogando a cabeça para trás- E eu estava começando a gostar de você.

-Eu sirvo a Draco Malfoy, senhor- Zabinni sorrir ladino vendo o loiro o questionar com o olhar o que se tratava aqueles documentos- Tenho que pensar e agir da melhor forma para ele, mesmo que isso leve a um desfalque para o seu lado.

-Eu realmente gostaria de dizer que não quero e nem posso assinar assim aqui- Harry joga as folhas sobre a mesa- Porém eu sei que Rony não irá aceitar minha recusa, e conhecendo ele, como conheço, ele irá renunciar o seu posto e fugir como um criminoso.

-Ficaremos satisfeitos em alistar ele- Brinca Blásio fazendo Harry grunhir

-O que ele falou quando lhe pediu para me entregar isso? - Harry aponta para o papel, ainda descrente do que precisaria aceitar- Eu falei para ele que ele seria o guarda da rainha, não tem a porra de prestigio maior para um guarda do Norte!

-Ele apenas deseja continuar a servir Hermione- Blásio explica dando de ombros- A irmã dele pareceu tão descrente quanto você, ao saber disso, porém, é uma decisão dele. Além disso, tenho minhas suspeitas que a vontade dele de trabalhar no império não é só por que Hermione vive lá.

-Não me diga que Ronald conheceu alguém? - Desde Harry descrente- Ele não olha nem para a própria sombra, imagina para uma mulher que não seja Hermione.

-Não posso expor a vida de alguém senhor- Blásio, novamente ergue os ombros, rendido- Apenas assine, será menos doloroso.

-Ainda posso amarrar ele numa árvore, como eu falava que faria quando criança- Harry resmunga pegando os documentos de volta-Me dê a merda de uma caneta.

-Seria irônico ver um homem do tamanho do Weasley sendo amarrado em uma árvore- Blásio desdenha entregando a caneta a Harry

-Com você no trono, iremos conversar sobre novas alianças Potter- Draco cruza os braços vendo o outro assinar a transferência do melhor guerreiro do Norte- Sabe que não deixarei esse lugar desamparado.

-Eu espero realmente que não- rir Harry entregando o documento a Blásio de volta-Nos vemos a noite, eu preciso realmente começar a me arrumar, e ficar sozinho agora.

-Aproveite seus últimos momentos sozinho- Desdenha Draco- Nunca mais ficará, acredite.

-Eu sei- Harry aperta o ombro do loiro confirmando com a cabeça- Apenas não processei se gosto ou não dessa nova realidade.

Partindo sem dar oportunidade de ouvir a resposta do outro. Harry deixa aqueles dois sozinhos na sala, partindo rapidamente para o que seria seu quarto pelo resto de sua vida. Fechando a porta e apoiando as costas ali, o garoto respira fundo de olhos fechados. Rei.... Hermione sempre brincou de que a coroa iria, de uma forma ou de outra, pousar na cabeça de Harry no futuro. Não desejava que fosse daquela forma, naquela bagunça, depois da sucessão de eventos que fora os últimos dias.

Massageando a têmpora o garoto soca a porta irritado. Ele não tinha feito nada de fato. Hermione havia voado para o Norte com a notícia da morte de seu pai, ela havia arrumado os prumos, ela havia controlado os nervos dos nobres, fora ela que estava de preto aceitando as condolências, com uma seriedade assustadora e um olhar vazio. Ele não tinha feito nada para ajudar a garota.

Olhando a sua mesa de cabeceira, se assustou ao ver uma pilha de dois livros velhos e gastos. Logo acima deles, um pedaço de papel cortado e amassado, a letra de Hermione era reconhecível até de olhos fechados. “Espero do fundo do coração de que você não mude. De que você não tenha que passar o que meu pai passou. Harry, espero que você seja um rei de que o Norte precisa, necessita e principalmente, do que seu coração manda”.

Jogando-se em sua cama, o rapaz pega o primeiro livro distraído. Teria ainda duas horas livres até aquele quarto estar cheio de empregadas aperreando seus ouvidos sobre seu atraso. A letra do falecido John Granger era quase uma cópia da filha, contudo não estava muito focado nisso. Seus olhos corriam pelas linhas escritas fazendo seu coração bater acelerado. Não estava acreditando naquela história. Sua mão passava as folhas com nervosismo e pressa. Rafaello? Tio? Como Hermione conseguia sorrir daquela forma dentro dessas muralhas?

Jogando o pequeno caderno ao seu lado, o garoto olha o outro parado na cabeceira. Não tinha coragem de abrir. Ser o rei que o Norte precisa?! Que merda ela estava lhe pedindo?! Não teve tempo muito menos condição de pensar em uma resposta. Seu quarto fora invadido por quatro empregadas que rapidamente o tiraram de sua capa. Banho, roupa, perfume e cabelo. Não sabia que poderia demorar tanto para se arrumar, mas lá estava ele, após duas longas horas nas mãos daquelas empregadas, pronto para colocar uma coroa sobre sua cabeça. Uma que já não parecia tão brilhante aos seus olhos.

-Sabem me dizer se Astória está pronta? - Pergunta Harry arrumando a manga de sua camisa, desnecessariamente, contudo não conseguia ficar quieto

-Ela está aguardando o senhor- Uma empregada responde, entregando a luva branca que terminava o seu look completamente branco, com detalhes dourado

-Então vamos- Sussurra o outro saindo do seu quarto

Estranhou ao ver Draco Malfoy, Blásio e Theodore esperando por ele. O olhar dos três não era dos melhores, contudo conseguiam disfarçar bem o que irritava os três. Balançando as mãos no ar rapidamente, Harry dispensa todos os empregados, rindo anasalado ao ver Ronald ao seu lado, vestindo, pela última vez, o trague completo e formal de uma escolta do Norte.

-O que fazem aqui? - Questiona o futuro rei, começando a migrar seu rosto para o seu destino. Mal conseguia enxergar direito com a falta dos seus óculos, sua visão era horrível para longe, porém conseguiria ver Astória se ela ficasse próxima o suficiente dele.

-Companhia?- Desdenha Draco andando ao lado de Harry com as mãos nos bolsos distraído- Ou talvez Hermione esteja tentando acalmar os nervos da sua mulher e tenha me expulsado?

-Vou acreditar na segunda história- Rir Harry, fazendo o loiro sorri confirmando com a cabeça- Tudo pronto por sinal?

-Acredito que sim- Draco responde por Blásio que tinha a cabeça em outro lugar no momento- Mesmo que não esteja, não é como se pudesse ser alterado agora.

Confirmando com a cabeça pensativo, a caminhada daquele grupo foi silenciosa, até chegar a porta da igreja a qual eles iriam entrar. Harry havia se recusado a pegar uma carruagem para chegar ali, queria sentir a brisa gelada para ver se ela afastava o seu nervosismo. Agradecia pelo fato do loiro e seus companheiros terem ficado em silencio.

Logo na entrada, Astória com seu vestido branco bem delicado segurava as mãos de Hermione que ria de alguma coisa. Harry conseguiria reconhecer aquela risada em qualquer lugar. Ao lado das garota, Gina tinha as feições sérias, e as roupas pretas de Kight parecia sua segunda pele, e sua espada uma extensão de seu braço, muito bem presa em sua cintura.

Porém, um borrão alto ao lado das garota fez Harry estreitar os olhos. Não conseguia enxergar direito, porém a aproximação da sombra fez o garoto suspirar pesado

-Garoto, por mais que você fique mais bonito sem óculos, não adianta nada se estiver cego- A voz de Sirius enche os ouvidos de Harry que abre um sorriso enorme abrindo os braços para um abraço do padrinho- Você está tão igual e tão diferente do seu pai.

-Já falou com ele?- Questiona Harry afastando-se do abraço rapidamente- Tenho certeza que ele está adorando a sua visita.

-O velho Tiago sempre ama minhas visitas, você me respeite- Desdenha Sirius arrumando seu terno- Pode ser o rei, mas continua sendo um pirralho.

-Sirius!- Hermione Reclama olhando os dois- Sério, você consegue não falar besteira por um minuto?

-Sou o padrinho dele!- Sirius desdenha para a castanha que segurava a própria cintura descrente- Pare de me olhar assim garota! Você parece demais com sua mãe e isso é assustador!

-Ótimo! Abre um sorriso muito bonito nesse seu rosto deformado por que você terá que entrar com Astória- Hermione arruma a postura- Tiago e Lilian já estão lá dentro, Harry você entrará comigo.

-Pensei que entraria com Draco- Harry aponta com o dedão para o loiro ao seu lado que rir anasalado

-Draco irá me esperar lá dentro- Explica Hermione olhando o marido sorridente- Mamãe não conseguiu vim então...

-Sirius pode subir lá, não precisa ser você- Interrompe Harry rapidamente fazendo a prima olhar para ele confusa- Sério, Sirius pode fazer seu papel.

-Sei o que está pensando- Hermione sorrir termina chamando o primo com a mão- Eu ficarei bem. Ele não fará nada na frente de tantas pessoas, além disso, Sirius e Tiago ficaram próximos, enquanto Lilian ficará mais perto de Astória. Nada irá acontecer.

-Mesmo assim- Harry puxa a prima para um abraço apertado- Não quero você perto dele, por que caralhos titio fez aquilo?

-Nunca teremos essa resposta Harry- Hermione responde abafado- Vamos começar esse show sim? Estou ficando com os pés doloridos nesse salto.

-Gina!- Draco chama a ruiva que se aproxima do loiro enquanto Hermione falava com os futuros reis distraída- Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, você pode fazer o que achar necessário, eu arco com as consequências.

-Senhor, por mais heroico que isso seja- Gina sorrir ladina vendo o irmão se aproximar- Não será necessário, como Hermione falou, ele não é tão doido assim para fazer algo na frente de tantas pessoas.

-Somente me obedeça Weasley- Manda o loiro fechando as mãos em punhos.

-Isso é algo a qual você nem precisa pedir- Ronald responde pela irmã seriamente- Estarei olhando o perímetro, já falei com o restante dos meus homens, todos estão alertas para qualquer coisa. Um movimento certo seu Gina, iremos entrar em ação.

-Ah! Pelos velhos tempos?-Gina olhar o irmão sorridente

-Pelos velhos tempos- Ronald desdenha

Confirmando com a cabeça, Draco despede-se de Hermione com um beijo na testa e entra na igreja junto a Theodore, Blásio e Pansy. Como era esperado o local estava bem decorado, e os lírios brancos eram um toque pessoal a qual Pansy recordava-se de ser a flor preferida de Astória. No altar, o granduque sorria e conversava com os Duque Potter, porém o casal não parecia nem um pouco feliz com a conversa trocada. Era perceptível o desconforto total do dois frente ao representante da igreja que parecia estar se divertindo bastante com tudo.

Lilian Potter era a pessoa mais carrancuda de toda a igreja, e apesar do seu marido ter um sorriso polido no rosto, era perceptível o desejo de ambos de estar o mais longe possível do membro da igreja. Harry, junto a Hermione foram os primeiros a entrar, os primos chamavam atenção, e talvez fosse o desejo da castanha de tudo acabar mais rápido, o passo de ambos era acelerado e largo.

Sem perder tempo, Astória entra logo em seguida junto ao padrinho do amigo que, ao entregar a mão da garota a mão de Harry, fica entre o granbispo e Hermione. Nenhum dos envolvidos naquela cerimônia parecia ouvir a grande pregação do granduque sobre a força e beleza do Norte, da prosperidade da realeza e do inicio de um novo legado. Hermione tinha os olhos grudados na marido que mantinha um sorriso mínimo nos lábios. A garota parecia uma estátua, e apesar de sua cintura estar sendo bem segurada por Sirius, ela não se sentia confortável.

-Harry Tiago Potter- O Granduque chama Harry pela segunda vez, fazendo o garoto balançar a cabeça rapidamente- Estamos chamando o senhor.

-Desculpe- Harry rir sem graça- Mas está complicado prestar atenção em você.

-Harry!- Astória reclama entre dentes para o garoto que apenas a puxa para perto, fazendo seu corpo chocar contra o dele

-Acredito que todos saibam que é sim, sim e eu prometo- Harry balança a cabeça metódico- Eu juro proteger e regular o Norte, blá blá blá, vamos, todos vocês sabem esse juramento, preciso mesmo ficar plantado aqui olhando vocês, enquanto tenho minha mulher nos braços?

A risada que se abriu na igreja foi contagiante. A leveza que Harry havia cortado o granduque foi notada pela prima, que nega com a cabeça respirando fundo. Chamando uma das empregadas com o dedo, um silencio foi aberto da igreja ao ver as duas coroas entrarem no local rapidamente. Reverenciando Hermione pela ultima vez, a empregada tinha os olhos brilhante, e olhava para a princesa com certo pesar.

“Ela acha que estou triste?” Pensa a castanha pegando com cuidado a coroa que colocaria na cabeça de Harry

-Harry- Hermione sussurra para o garoto que se afasta de Astória para ir em direção a prima- Eu, Hermione Jean Granger, ultima representante da linhagem Granger, passo para ti, o peso e a responsabilidade de começar o seu legado. Eu, Hermione Jean Granger, ergo ao céu, e olhando em teus olhos reverencio.... Salve vossa Majestade Harry Potter!

O grito da garota foi seguido por todos da igreja. A união da voz de todos fez força o suficiente para parecer tremer as paredes da igreja. Aquilo estava tão errado, Hermione sabia. Harry merecia toda a mordomia e as regalias que uma coroação deveria ter, contudo lá estava ela, fazendo algo muxoxo e pequeno demais para a grandeza que seria seu primo. Aproximando a boca do ouvido do primo, Hermione sussurra

-Coloque a coroa em Astória, já mudamos tudo mesmo- Desdenha ela fazendo o garoto rir- E acabe logo com isso, estou ficando com fome

-Assim você me magoa sabia?- Brinca ele pegando a coroa de Astória com delicadeza- Astória- Chama a garota que vira-se para ele confusa- Fique mais próximo, não consigo ver você direito

-Por que tirou os óculos?- Brinca ela se aproximando- Você fica mais bonito com ele.

-Ah! Se minha esposa acha isso, nunca mais irei tirar ele- Brinca ele colocando a coroa na cabeça da garota- Vamos acabar com isso sim? A ultima coisa que quero é cumprimentar todo mundo

Apesar do desejo do garoto de fugir da igreja, um grande montim foi formado ao seu redor. Pode perceber Hermione se afastando e indo até Draco que apenas a abraça e a puxa para fora do local. Olhando de costas, sentiria falta daquele grupo. Draco, Hermione, Theodore, Blasio, Pansy e Ronald saiam do campo de visão de Harry com rapidez. Não se despediam, não falaram nada, apenas foram embora da mesma forma que chegaram. Sem avisar ninguém, sem olhar ninguém.

Virando o rosto para Astória, o garoto segura a mão dela, entrelaçando os dedos carinhoso. Iria governar o norte como ninguém nunca vira. Talvez não fosse uma má ideia começar sua viagem de negócio pelo Império. Beijando a cabeça da garota ao seu lado, Harry vira-se para todos sorrindo politicamente, sem expressar qualquer emoção. As coisas mudariam no Norte. “Ah, como vão mudar!” Pensa o garoto apertando a mão de Astória decidido.