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História A Perfeita Imperfeição de Existir - Décimo Terceiro Ato


Escrita por: redrosess

Capítulo 13 - Décimo Terceiro Ato


Fanfic / Fanfiction A Perfeita Imperfeição de Existir - Décimo Terceiro Ato

Os dias seguintes se passaram, em grande parte, mantendo a mesma linha. Sasori fez a brigada shinobi testar suas modificações colocando-os uns contra os outros enquanto ele apontava fraquezas na estratégia e falhas no design. Ao mesmo tempo, o ex-Akatsuki lembrou-lhes que eles deveriam começar a fazer desenhos preliminares para suas primeiras criações originais. Sasori era tão exigente que chegava a ser amedrontador. No entanto, Kankuro parecia estar em um nível acima dos demais pupilos do grande mestre marionetista. Sakura não estava a participar da maioria das sessões de treinamento, mas ela gostava de ir assistir a brigada sempre que terminava cedo suas obrigações de treinamento médico.

— Como está indo com ele? — Temari perguntou enquanto ela e Sakura assistiam à sessão de treinamento.

Temari, Sakura notou, admirava o estilo de luta exclusivo de seu irmão e gostava também de assistir ao treinamento da brigada. Normalmente, a loira estava muito ocupada com questões políticas, mas sempre que tinha tempo livre, ela escapulia e assistia ao treinamento, muito para o deleite de Sakura. Era uma pena que Gaara não pudesse sair tanto.

— Sasori é muito duro com eles, mas acho que estão aprendendo algo valioso.

— Hã?

— No primeiro dia, um dos shinobi, Hachi, questionou suas habilidades, acho que isso fez Sasori querer colocá-lo em seu lugar. Foi quase embaraçoso o quanto ele ultrapassou Hachi.

— Bem, ele é classe S por uma razão, eu acho. — Temari virou-se para considerar Sakura completamente. —  Você descobriu algo significativo?

Sakura pensou cuidadosamente, repetindo suas interações com Sasori em sua mente.

— Nada relativo à Akatsuki.

— Mas você descobriu outras coisas?

— Não. Ele parece pensar que eu "não seria capaz de entender" por que ele se transformou em uma marionete.

— Eu me pergunto por que ele fez isso? Não é todos os dias que um cara se transforma em um cadáver ambulante.

— Eu não estou realmente certa, mas parece bem claro que ele não gosta de ser humano.

— Talvez tenha medo de envelhecer.

Elas conversaram um pouco mais, observando a dura sessão de treinamento de Sasori. Sakura notou que os shinobi pareciam muito mais sérios do que ela já tinha visto. Talvez estivessem começando a transformar os comentários e críticas de Sasori em vantagem.

— Ei, eu queria que você soubesse que ainda não há notícias sobre Sasuke.

Sakura enrijeceu com a menção de seu antigo companheiro de equipe.

— Entendo.

— Na verdade, devo me apresentar a Konoha em breve. Talvez quando eu voltar, haverá alguns novos desenvolvimentos.

Sakura apreciou a tentativa de sua amiga de tranquilizá-la. Mas o destino de Sasuke estava fora de suas mãos, e não havia muito o que ela pudesse fazer de Suna. Ainda desejava que pudesse estar em Konoha para colaborar com uma equipe de busca, no entanto. Se não fosse por sua missão em manter Sasori vivo, ela poderia voltar imediatamente para Konoha, chegou a pensar. Ela deu um olhar furtivo para o ruivo, de repente sentiu uma onda de ressentimento em relação a ele. Mas não valia a pena ficar pensando  em possibilidades.

— Tudo bem, Temari, eu vou ficar bem. — Sakura apaziguou a loira bem-intencionada enquanto tentava convencer-se, mais do que tudo, que estava tudo bem.

— Talvez depois de um pouco mais de tempo, posso mandar você de volta para Konoha por alguns dias... Tsunade-sama provavelmente vai querer um relatório de progresso sobre seu treinamento com nossos médicos e pesquisadores, de qualquer maneira.

Sakura iluminou-se.

— Eu realmente iria apreciar isso.

— Eu não posso prometer nada, mas vou fazer o meu melhor.

— Obrigada, Temari.

Elas ficaram em silêncio por um tempo, satisfeitas em assistir ao treinamento. Sakura riu quando viu Hachi ficar preso na linha de um canhão de água pertencente ao boneco de Ari e começar a gritar com raiva para ele. Sasori aparentemente não sentiu a necessidade de intervir, de modo que Kankuro passou a ser mediador.

— Eu estou realmente um pouco surpresa que ele esteja ajudando de bom grado — Temari meditou. — Eu me pergunto se ele tem algum tipo de mau motivo ulterior.

— Eu pensei a mesma coisa no início.

— E agora você pensa diferente?

— Kankuro, obviamente, disse algo para ele, mas eu não fui capaz de descobrir o quê. — Ela fez uma pausa, pensando. — Mas a maneira como ele se refere a marionetes faz parecer que está realmente falando sério. Então acho que quando percebeu que a maioria dos praticantes atuais de sua técnica nem sequer estão perto de seu nível, ele ficou um pouco chateado.

— Você acha que Sasori está desapontado com a brigada?

— Sim. É quase como se ele preferisse investir seu tempo para ensiná-los do que deixá-los continuar a bagunçar. Acho que ele é um tipo de perfeccionista.

— Não parece uma razão muito forte.

— Talvez não, mas confio em Kankuro, e tudo o que ele disse ou fez parece estar funcionando.

Temari concordou com a cabeça.

— Sasori está se comportando, eu acho. O time da ANBU que foi escolhido para acompanhá-lo não relatou nenhum problema. Odeio admitir, mas talvez meu irmão tenha realmente razão.

— Ei, eu estou tão surpresa quanto você, acredite em mim.

— Como você está levando as coisas, por falar nisso? Eu ouvi que você segue verificando ele diariamente. Está tudo bem para você estar tanto tempo sozinha com ele?

— Não é tão ruim quanto eu pensei que seria, ele não é violento, psicótico ou algo assim.

— Certo...

— Seu chakra está selado, e eu não sou tão desamparada ao ponto de não poder pelo menos atalhá-lo até a chegada da equipe ANBU.

— Só tenha cuidado, está bem? Você, de todas as pessoas, deve saber o que ele é capaz de fazer.

Sakura assentiu.

— Sim, eu sei.

— O Conselho Jounin ainda está relutante em relação a todo esse arranjo, mas talvez eu possa aplacá-los um pouco agora que conversei com você.

— Eles ainda estão causando-lhe problemas? Estou surpresa que ninguém tenha interrompido o treinamento aqui, então.

— Os guardas da ANBU relataram alguns shinobi zangados tentando bisbilhotar, mas até agora não foi nada que eles não tenham conseguido lidar.

— Entendo.

— Vejo você mais tarde, Sakura.

Depois que Temari saiu, Sakura se levantou e se espreguiçou. Havia um tempo desde a última vez em que ela tinha feito um bom buraco no chão. Talvez devesse tirar um dia de folga para treinar também.

— Sakura! — gritou Kankuro, correndo até ela.

A jovem caminhou para encontrá-lo a meio caminho.

— Vocês terminaram?

— Sim, nós estamos nisso o dia todo, então acho que todo mundo precisa de uma pausa.

— Eles estão melhorando?

— Bem, essas coisas levam tempo, mas eu acho que, secretamente, todo mundo está começando a gostar de Sasori. Só não lhes diga que falei isso.

— Temari estava dizendo-me como ela está realmente surpresa por Sasori estar sendo proativo.

— Sim, bem... — Kankuro virou-se para ver o ruivo dando algumas explicações de última hora para Ari, que estava balançando a cabeça vigorosamente. — Não estou surpreso.

— Você realmente tem um ponto fraco por ele. Cuidado agora, não podemos ter você ligado a ele também.

— Eu estaria mentindo se eu dissesse que não me importo quando Sasori não está por perto para treinar conosco. Realmente valorizo ​​a presença dele, pois ninguém mais pode realmente entender essas coisas como ele pode. Eu sinto que não deveria pensar em sua execução por ora.

Sakura assentiu, pensativa.

— Sim, vamos concentrar-nos na missão por enquanto.

— Ei, a propósito, você se importaria de me ajudar a levar algumas coisas para o apartamento dele?

— Que tipo de coisas?

— Peças, ferramentas, você sabe. Ele é um artesão muito prolífico, então pode ser útil tê-lo trabalhando em alguns projetos paralelos.

— Você quer dizer marionetes? Mas isso não requer acesso a armas?

— Bem, sim, mas obviamente não estaríamos lhe dando nada, apenas as partes para os corpos dos bonecos. A concha de uma marionete tem que ser muito criativa para abrigar armamento e armadilhas.

— Oh, eu vejo. Claro, eu vou dar-lhe uma checada hoje à noite.

Foram para a oficina e Kankuro ajudou-a a escolher as peças certas, enquanto ele montava um conjunto de várias ferramentas. Sakura quase saltou de sua pele quando se virou e ficou à beira de trombar contra Sasori.

— Você pode, por favor, não esgueirar assim? — ela disse, tentando acalmar o pico induzido por choque em sua freqüência cardíaca.

— Eu não estava me esgueirando.

— Você sabe o que eu quis dizer.

— O que você está fazendo aqui? — Sasori perguntou, estendendo a mão para tocar um boneco incompleto pendurado em um gancho próximo.

— Na verdade, estou feliz por você estar aqui. Você está obviamente mais familiarizado com esse tipo de coisa do que eu. — Sakura gesticulou para o salão cheio de peças e marionetes. — Kankuro pensou que poderia ser uma boa ideia se você pudesse trabalhar em alguns bonecos quando não estiver aqui ou comigo.

Sasori não deu qualquer indicação externa do que pensava sobre isso.

— Eu não tenho certeza sobre que tipo de partes ele acha que você deve pegar

— Tenho certeza de que posso lidar com isso.

— Está bem.

Sakura esperou enquanto Sasori selecionava uma concha de marionete e recolhia várias peças sobressalentes em uma longa mesa de trabalho. Logo Kankuro retornou com uma braçada de várias chaves de fenda, mini picaretas, martelos e uma série de outras ferramentas que Sakura nem sequer poderia nomear.

— Eu estava tentando achar uma faca de entalhe curvada, mas não há nenhuma por aqui — Kankuro dirigiu-se a Sasori enquanto estabelecia a quantidade desordenada de ferramentas.

Sasori levantou outra misteriosa ferramenta.

— Um canivete é um bom substituto.

Realmente, era como uma língua estrangeira para Sakura.

— Você realmente precisa de tudo isso? — perguntou para Sasori.

— Sim — disse ele, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Nós realmente temos quase tudo que você possa imaginar, de pequenas picaretas de mão para grandes serras elétricas. Criar marionetes a partir do zero exige muito trabalho — explicou Kankuro.

— Eu nunca imaginei que fosse um processo tão complicado — Sakura admitiu, dedilhando um pequeno martelo.

— A criação de marionetes é uma arte.

Sakura virou-se para olhar para Sasori e notou que ele estava com uma expressão mais suave enquanto deixava seus dedos passearem pelas várias ferramentas e peças sobressalentes. Um leve calor se acumulou no peito da garota ao ver aquilo.

— Então, vamos tentar fazer com que estas coisas todas sejam movidas em uma só viagem — disse Kankuro.

Eles conseguiram transportar tudo de uma só vez, mas Kankuro teve que passar quinze minutos inteiros convencendo os vigilantes de Sasori de que as peças e ferramentas para o mesmo preparar marionetes eram inofensivas. Ainda assim, os guardas insistiram em inspecionar completamente tudo por armas ocultas ou veneno. Eles até se recusaram a permitir a passagem de algumas das ferramentas mais ponteagudas. Sakura teve que intervir para que Kankuro não ficasse muito cansado. Para o moreno, as ferramentas confiscadas poderiam ter apenas fins criativos. Para os ANBU, entretanto, elas poderiam ser usadas ​​como armas mortais nas mãos de um shinobi habilidoso. Sakura não tinha objeções a esse argumento.

No final, passou-se outra hora e meia antes que as peças e ferramentas aprovadas fossem transferidas para o apartamento de Sasori e colocadas em volta de uma pequena mesa. Kankuro foi convocado para o escritório do Kazekage antes que pudessem terminar de guardar tudo, deixando Sakura sozinha com Sasori novamente.

— Eu acho que posso fazer a sua examinação agora, antes de deixá-lo terminar de organizar as coisas.

Sasori concordou e Sakura fez sinal para que ele se sentasse. Não escapou à sua observação que ele moveu-se lentamente, quase de forma letárgica.

— Seus movimentos estão lentos. Você está cansado?

— Não mais do que o normal.

Ela franziu o cenho. Nenhum shinobi ileso se moveria assim. A garota decidiu fazer uma varredura do organismo de seu paciente, mas ficou intrigada ao encontrar tudo, incluindo o coração, funcionando em um ritmo normal. Parecia que a arritmia ainda não havia retornado. Então lhe ocorreu um pensamento. Pegou uma das mãos de Sasori e deixou seu chakra examiná-la.

— Então é por isso!

— Do que está falando?

— Você diz que está bem, mas está claramente exausto e, no entanto, tanto quanto sei, você não está sob nenhuma compulsão física. Então concluo que é por causa disso. — Ela acenou para o pulso que estava segurando na frente dele para enfatizar.

— Eles esvaziam meu chakra, é claro que me cansam.

— Bem, é muito perigoso. Se você estiver fisicamente fraco o tempo todo, isso só o tornará mais suscetível a doenças e outros problemas de saúde desagradáveis.

— Não há nada que eu possa fazer sobre isso.

— Eu sei, mas isso não significa que não seja motivo de preocupação.

Sakura ocupou-se com a cicatrização das marcas de irritação que haviam retornado debaixo dos braceletes, sua testa franzida em ligeira consternação.

— Não há nada de errado agora, mas isso não significa que algo não possa dar errado mais tarde — ela murmurou.

Suspirando, passou uma mão pelo cabelo comprido e rosado.

— Você deveria realmente se preocupar comigo?

Sakura levantou os olhos para encontrar Sasori dirigindo-se a ela, pensativo, com uma expressão ilegível em seu rosto.

— Eu sou sua médica. Vá em frente e menospreze a si mesmo, porque eu tenho que me preocupar com você.

Seus lábios se curvaram em um sorriso afetado.

— Acho que até agora, o melhor para você seria dormir bem e comer alguma coisa ... Honestamente, eu sei que você não precisou de comida por um longo tempo, mas tem que pensar sobre as necessidades do seu corpo.

— As necessidades do meu corpo?

— Sim, necessidades. Se você não fizer isso, vou ter que cuidar delas para você e eu sei que acha que sou" insuportavelmente meticulosa ", como você mesmo disse, então pense nisso como um incentivo.

Os olhos do ex-Akatsuki brilharam com alguma emoção não identificável, e Sakura estreitou o olhar em suspeita.

— O quê?

— Nada.

Ela olhou-lhe por um momento, mas desistiu e decidiu terminar sua examinação.

— Vejo você amanha.

 



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