História A piece of peace - Taekook ABO - C a p i t u l o 1 9

O começou do ano chegou com muita animação e energias boas.

A vida costuma ser bem severa com alguns que estão passando pelo grande caminho que ela é, mas para outros, essa travessia é agraciada por muitos bons momentos, por conta da companhia de quem esta ao lado, segurando a mão e se esforçando junto por qualquer lugar que possa ir.

E mesmo que os momentos mais tristes e sombrios possam vir, a companhia é essencial para poder se acostumar com o período onde a alma chora, quando os olhos não conseguem mais.

Momentos tristes iriam chegar, mas quando amamos, sabemos que sempre iremos ter um ombro na qual se derramar, alguem para nos abraçar e consolar e dizer que tudo vai ficar bem, mesmo com toda a ventania das circunstâncias girando en volta, dizendo o contrário.

E é assim com Kim Taehyung e Jeon Jeongguk.

O mês de janeiro foi recheado de muita boas coisas, onde envoltos naquela bolha constante e presente, eles experimentaram o doce rubor de falar a palavra noivo, quando se referiam ao parceiro, pelas primeiras vezes.

Fevereiro foi acompanhado pela volta às aula. Soobin e Taehyung voltando a rotina de irem para o colégio depois de deixarem Jeongguk completamente mimado, pois sempre que chegava em casa depois de fechar a loja, encontrava aqueles dois espíritos jovens brincando na cozinha, tentando fazer o jantar, assistindo algum programa na televisão, ou dormindo com a mesma ligada em algum documentário.

Era fofo de se ver.

Jeongguk amava encontrar aqueles dois que moravam permanentemente em seu coração se dando bem juntos.

A palavra pai não era dita pelo mais novo dos três, até porque como disse para o seu progenitor alfa, não precisava de mais um appa quando ele tinha seu papai Jeonggukie.

Mas Soobin sabia que era assim que os pais alfas eram. Seus amiguinhos lhe contavam, quando ainda sequer tinha conhecido o Kim. E ele realmente gostava muito de ter o hyung como um bom papai alfa.

O terceiro mês do ano que se iniciou continuou no mesmo esquema. A rotina daquela casa era quebrada somente quando decidiam dar uma volta no parque, aos domingos.

A cidade inteira sabia sobre o relacionamento dos dois jovens, principalmente quando nenhum deles fazia a mínima questão de encobrir a situação em que estavam. Ainda surgiam, vez ou outra, pessoas inconvenientes que tentavam se meter na relação do casal, mas nada fazia um desviar o olhar do outro.

Bom... Chegaram tarde demais.

Abril foi um mês cheio de decisões. Foi nesse intervalo de dias que Jeongguk e Taehyung marcaram a data para o grande dia. Decidiram fazer sua cerimônia de casamento no meio do mês de julho, onde Soobin estaria de férias e Taehyung também, e seria tempo o suficiente para que Jimin, o padrinho, pudesse comparecer, já que a pequena Haeyoon já teria nascido e estaria com mais ou menos um mês de idade.

O que se seguiu foi uma mês de altos e baixos.

Altos, no sentido que era o aniversário do ômega mais fofo do mundo, Soobin. Seu pai havia feito uma pequena festinha para ele, lá no restaurante, por insistência de Kim Dahyun, com a temática do Homem de Ferro, seu herói favorito, para comemorar seus cinco aninhos.

Estavam lá a família Kim que morava em Daegu, sendo que a que estava em Seul não pode vir mas mandou um monte de presentes ao pequeno, Hoseok e seu mais novo companheiro, Namjoon, a halmeoni Min, seu sobrinho e marido, os dois Choi, e é claro, os amiguinhos de escola do Jeon mais novo e suas famílias.

Não foi nada muito extravagante, até porque Jeongguk não conseguia ser assim, mas todos elogiaram a festinha do pequeno, principalmente o próprio aniversariante, que deixou inúmeros beijinhos por todo o rosto do pai quando viu a decoração feita para si, e obviamente, todos os presentes que ganhou.

Mas ao passo que o começo do mês foi de alegria, do meio para o fim não teve motivos para poder sorrir. Tudo isso, porque Min Jungha adoeceu repentinamente e de forma grave.

Jeongguk estava perto dela no dia em que passou mal pela primeira vez. Estavam na floricultura e ela terminava de preparar um arranjo para entrega. Estava com muita dor de cabeça e sua visão começava a querer dar sinais de falha. Jungha teria caído com tudo no chão se não fosse por Jeongguk correndo até si e lhe segurando. Foram ao hospital imediatamente. A todo momento a beta falava que estava tudo bem que havia sido somente um mal estar, mas quando os resultados dos exames chegaram, todos ficaram muito aflitos.

A halmeoni tinha sido diagnosticada com arteriosclerose, uma doença que fazia as artérias ficarem sem a elasticidade natural, podendo causar infartos e derrames, nos casos mais sério. O que aconteceu com a Min havia sido um principio de acidente vascular cerebral, causado por essa doença.

A sua grande sorte, foi que Jeongguk estava lá, e o cliente que estava esperando suas flores, que levou os dois até o hospital.

Segundo os médicos, a saúde da mais velha, por ser uma beta, já era um tanto fragilizada por conta da idade, por conta de o espírito lupino dentro de cada um ser uma fonte de energia vital também e nos betas, eles são praticamente inertes.

Eles decidiram por mantê-la em observação por alguns dias, por precaução.

O que foi uma boa decisão pois, nesse intervalo de tempo, Min Jungha passou mal mais uma vez, de forma mais seria do que anteriormente havia sido.

O seu neto de coração ia sempre vê-la, no intuito de estar ao seu lado para o que precisasse. Yoongi e sua irmã também estavam lá. Ela era a única tia dos irmãos Min.

Eles finalmente pensaram que iria dar tudo certo quando a junta médica disse que, com um bom cuidado ela facilmente poderia ir para casa. Mas ninguém estava preparado para receber a notícia do falecimento da halmeoni.

Min Jungha sofreu um infarto durante a noite, que não foi possível de se reverter.

Todos ficaram com um luto completo, pois a Min, era uma das pessoas mais queridas daquele grupo de pessoas. Mas quem mais sofreu foram os Jeon.

Jeongguk não conseguiu chorar de imediato. Estava em choque. Segurava seu filhote nos braços, acalmando o pequeno, quando contou para Soobin que sua halmeoni havia ido para o céu.

Ele somente derramou as primeiras lágrimas, quando sentiu seu alfa lhe abraçando com carinho, da mesma forma que fizera com seu filhote.

Ele soluçava e agarrava a camisa na qual Taehyung estava vestido.

Era doloroso demais para si.

Sua halmeoni, a pessoa que mais lhe dava um carinho familiar havia partido e isso doía demais.

Foi feito a cerimônia em homenagem a beta.

Muitas pessoas que conheciam a Min compareceram e prestaram seus sentimentos aos familiares.

Jeongguk cuidava de todos os detalhes para que nada ficasse a desejar. Ele se mantinha forte durante o dia, mas era a noite, nos braços de seu noivo que ele chorava baixinho, com receio de acordar o mais velho.

Taehyung sempre estava acordado, mas não demonstrava isso. Sabia que Jeongguk precisava desse tempo, mesmo que doesse como mil facadas ver seu ômega tão triste.

O mês de junho chegou e com ele, uma ligação inesperada para Jeongguk.

Era o advogado da halmeoni, marcando uma reunião para a leitura do testamento de Jungha.

O ômega ficou um tanto surpreso por saber que estava incluído no documento. No dia marcado, foi, junto com Taehyung para o escritório do outro, encontrando lá também os dois sobrinhos da beta.

Segundo o advogado, Min Jungha havia deixado o dinheiro da venda da casa que morava para suas duas sobrinhas netas, Haeyoon e Sunhee. E passado a floricultura para o ômega que tanto amava. E havia deixado também três cartas para cada um dos jovens que estavam ali.

Essa tinha sido a carta de Jeongguk:

" Meu querido Jeonggukie,

Estou escrevendo essa carta daqui do hospital mesmo, pois eu sinto que depois de ontem, meu corpo já não aguenta mais nenhum baque.

Espero não te entregar essa carta cedo, mas se você estiver lendo ela, é porque eu já não estou mais aí.

Não fique surpreso, meu bem, por eu ter te deixado a loja. Esse é o meu legado e eu não penso em uma pessoa melhor para deixá-lo, alem de você.

Eu lembro bem do rapazinho barrigudo que apareceu na minha porta, pedindo um emprego, mas que ganhou meu coração no final.

Eu tenho muito orgulho do homem que se tornou, Jeonggukie, e sei que o meu amado Binnie vai ser uma ótima pessoa, somente por ter você como pai.

Você, Jeon Jeongguk, é o filho que a vida não me deu na juventude. Eu estou feliz por ter vivido o suficiente para ver o sorriso sempre morando em seu rosto lindo.

Sinto muito por não conseguir estar no seu casamento, meu querido. E sei que provavelmente esta passando por essa sua cabecinha adiar a cerimônia por minha causa. Não faça isso, meu bem. Uma das minhas maiores felicidades foi ver você encontrando o amor. Não prive sua halmeoni de te ver, aonde quer que eu esteja, feliz com sua familia linda. Tenha uma linda cerimônia, cheia de todas as flores que você ama, no lugar em que preferir e com tudo do seu jeito. Faça esse dia memorável para que sempre tenha uma boa lembrança do momento em que tiver se unindo perante a lei com seu alfa bonitão.

Diga ao Taehyungie que se ele não te fizer feliz e não cuidar de você e do Binnie, que eu vou puxar o pé dele de noite.

Fique bem, meu pequeno beija-flor.

Você é a prova viva que coisas ruins acontecem mas somos nós que escolhemos sorrir ao invés de chorar.

Esses dias ruins vão passar e o sol vai continuar brilhando, do mesmo jeito que essa velha sempre vai amar seu neto querido.

Um beijo e um abraço bem apertado, Jeonggukie.

Da sua halmeoni. "

Com lágrimas nos olhos, Jeongguk terminou de ler, levantando os olhos e vendo os dois irmãos na mesma condição que ele próprio.

Taehyung não precisou de palavra alguma para envolver seu ômega em seus braços, sentindo ele tremendo levemente.

Lendo aquela carta, Jeongguk sentiu realmente a presença de sua halmeoni, como se tivesse consolando seu tão dolorido coração.

Foi um sopro fresco de ar naqueles dias tão tristes.

Terminaram todos os procedimentos com o advogado e saíram do escritório.

O ômega respirou fundo pela primeira vez em muitos dias. Iria fazer a vontade de sua avó. Iria se casar e ser feliz com sua familia. Iria cuidar daquela floricultura, que era parte da história de tantas pessoas, mas em especial da vida de Jeongguk, com tanto carinho quanto a Min já havia feito.

Jeon era extremamente grato por tudo que a mais velha tinha feito por si e iria honrar todo amor, carinho, confiança e afeto que tinha recebido totalmente de graça daquela doce senhorinha que era sua halmeoni.

E era pensando em tudo que havia passado desde o começo do ano, que Jeongguk estava ali, sentado de frente a uma penteadeira, vendo seu reflexo bem arrumado, enquanto esperava um de seus padrinhos e madrinha de casamento, Jimin, Seokjin, Dahyun ou Hoseok, chegar até a antesala em que estava para lhe avisar do começo da sua cerimônia de casamento.

Julho estava vigente e atendendo o pedido de Jungha, Jeongguk continuou os preparativos para o casamento.

E enfim tinha chegado o grande dia.

Estava feliz, mesmo sentindo uma saudade enorme da beta. Mas aquele dia tinha um brilho especial natural, e o ômega iria fazer como sua avó havia lhe dito e iria ser feliz, iria aproveitar aquele momento e gravar todos os instantes para sempre manter as lembranças daquele dia tão especial sempre vivos em sua mente.

Estava um tanto nervoso.

Chegou até a ficar meio tonto, dado o nervosismo, mas agora, sentia como Jimin estava no dia do seu casamento.

Ele não conseguia não sorrir.

Era o primeiro dia do resto da vida dele.

Jeongguk estava ansioso, mas com uma grande alegria dentro do coração.

E quando a alfa chegou na porta, segurando seu buquê de rosas vermelhas de caule longo, lhe estendendo a mão para que se levantasse, Jeongguk sorriu juntamente com a outra, se pondo de pé, e se dirigindo até a porta.

Respirando fundo antes de começar a caminhar até aonde seu coração estava.

Continua...