História A Princesa e o Caçador - Caçador

Havia se passado dois dias desde que a princesa havia sumido. O rei estava desamparado e o reino estava em luto. 

Kizashi evidenciava olheiras roxas e olhos vermelhos, chorava incansavelmente. O clã Otsutsuki estava a caminho do Reino para dar apoio ao rei. 

- Soubemos da morte da princesa, meu rei! - Indra o reverênciava educadamente - Estamos a disposição para qualquer almejo seu! 

- Ela se foi, não há nada que eu queira agora! 

- Se não for grosseiro de minha parte, Rei Kizashi - Ashura o irmão mais velho se aproximava - Onde foi visto a princesa pela última vez? 

- Na floresta proibida! 

- Um de meus guardas conhecem alguém que pode ajudá-lo! Se a princesa ainda tiver um resquício de vida, conhecemos alguém que pode resgatá-la, tragam até mim! - Ashura ordenou para um de seus homens. 

Quando um mero plebeu se aproximou em trapos velhos o rei gargalhou aflito. 

- Como ele poderia resgatar minha filha? Eu já mandei um exército e nenhum deles voltaram com vida como um homem assim poderia... 

- Ele conhece alguém que pode, um caçador. As lendas dizem que foi o único homem que saiu de lá vivo! 

- O que estão esperando? Tragam esse homem até mim! 

- Ele aparece vez ou outra em um dos bares velhos do vilarejo, é impossível encontrá-lo a não ser que queira! 

- Ofereça uma recompensa, o que ele quiser! 

Havia vários homens armados junto aos dois príncipes se foram a procura do tal caçador que iria ajudar o rei querendo ou não. Demorou horas para o rei e para os guardas que buscavam por aquele homem, procuraram em bares ou prostibulos. A descrição do homem foi vaga mas ao ouvir o informante dizer que tal caçador estava em um bar, todos os guardas foram em direção a ele. O lugar de madeira era velho e tinha cheiro de álcool, a única coisa que se passava na cabeça de Indra e Ashura era como alguém aguentava estar em um lugar como aquele. 

- Você... Plebeu! - um dos guardas chamava um homem que estava vestindo um capuz negro de couro, sentado em uma mesa afastada com um copo de cerveja em mãos - Você é o tal caçador? 

O homem de capuz nada respondeu, mas ouviram um rosnar alto vindo de debaixo da mesa em que o homem estava. Aquele rosnando fez com que os guardas dessem passos para trás. 

- Responda, plebeu! - quando o guarda elevou o tom de voz o rosnado ficou maior quando finalmente se deram conta um par de olhos vermelhos saiu de debaixo da mesa velha. Era um lobo branco, grande demais e bravo demais. 

- Controle seu animal! - Indra assumiu a posição de voz, ordenando para o homem que ainda estava imóvel - Ou eu o farei! 

Quando um dos príncipes fez a menção de tocar em sua espada, o lobo rosnou mais alto pulando até perto do homem que se assustou mas não cedeu. 

- Hades! - finalmente foi ouvida a voz por parte do capuz, o homem misterioso tomou um gole da cerveja de seu caneca e apenas a leve menção do nome do animal fez com que o lobo se sentasse. Como um cachorrinho de estimação dócil ele acatou o chamado de seu dono. O homem de capuz se levantou - O que vocês querem? 

- O rei está ordenando que nos siga até o castelo! - Indra se prontificou. 

- Ninguém me dá ordens! - o homem jogou duas moedas sobre a mesa e estava disposto a seguir seu caminho quando sentiu a mão de um dos guardas lhe segurar. O lobo branco rosnou novamente mas o homem levantou apenas um dedo para que ele sentasse de novo - Te darei dois segundos para tirar suas mãos de mim! 

- O rei ord-- - O guarda não teve tempo de terminar sua frase, não sentiu nada apenas viu sua mão ser retalhada pela lâmina afiada da espada do homem. O grito ecoou por todo o bar e os outros guardas logo entraram em posição de ataque, foi a deixa para o animal que estava sentado correr em direção do primeiro homem que veio à sua frente, o mordendo. O sangue jorrando das pernas e braços do homem fez com que Indra gritasse pedindo para que o homem controlasse o animal. 

- Já chega! O rei pagará por seus serviços. A Princesa sumiu... Ela foi vista entrando na floresta proibida a dois dias! 

- Então ela já está morta! - a voz era grave. 

- Ele insiste. Disse que pagará qualquer quantia e se não for... Sera preso imediatamente! 

O homem que agora portava sua espada polida e brilhante mão tirou seu capuz. O rosto era pálido e o cabelo estava amarrado de forma desleixada o olhar duro para Indra o fez ficar desconfortável mas não o suficiente. 

- Realmente, pensam que tenho medo da prisão? - o homem deu um meio sorriso - Diga ao rei que não adentro aquela floresta por menos de cem moedas de prata, e se a princesa estiver viva mais cem de ouro! 

- Você é extremamente petulante como ousa cobrar isso de seu rei? - um dos guardas falou. 

- Ele não é meu rei e estiver disposto a encontrar a filha pagará o dobro. Preciso de algum objeto da princesa, roupa ou cobertor, irei sozinho! 

- O rei insiste que algum guarda vá junto! 

- Não repetirei! 

Um pouco atrás dos guardas Ashura observava aquele show crítico. Algo em si dizia que já havia conhecido aquele homem... 

No outro dia, o Caçador já estava preparado para entrar na floresta que ninguém se arriscava entrar. O rei estava em seu cavalo com mais vinte guardas encarando aquele homem repugnante, o rei o considerava sujo mas não via outra escolha a não ser pedir ajuda. 

- Tome ! - ele estendeu um manto branco com bordados cor de rosa - Esse é o manto que minha esposa deu a minha filha. Ela reconhecerá, tens cabelos rosas como as flores e os olhos verdes como esmeralda. Você é minha última opção caçador! 

O homem pegou o manto e começou a entrar na floresta gélida junto a seu lobo Hades, seu único companheiro de toda vida.