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História A Princesa e O Corvo - As Flores em Seu Quintal;


Escrita por: momoeirin

Notas do Autor


Olá meus bolinhos!~
Primeiro de tudo; deem uma olhada nas notas finais quando terminarem de ler pois deixarei algumas coisas esclarecidas.
E em segundo lugar; Feliz Natal!!~ Desejo um grande abraço para todos os meus leitores que estão acompanhando esta estória com tanto carinho, e desde já agradeço pelo ano maravilhoso que me proporcionaram <3

Sem mais delongas, espero que aproveitem a leitura <3

Capítulo 5 - As Flores em Seu Quintal;


Fanfic / Fanfiction A Princesa e O Corvo - As Flores em Seu Quintal;

“Eu não deveria ter me deixado levar, pelas flores brancas em seu quintal, eram margaridas que imaginei que nunca murchariam, margaridas que iluminavam o jardim como pequenos pontos de luz.

Ele me disse anos atrás que eram como pontos de luz em sua vida também, assim como minha risada enchia seus dias de alegria. E como se fosse um corvo, igualmente, ele dizia para que eu ficasse.

Mas como eu pude ser tão tola? Por ter me deixado levar. Anos atrás, antes dessas lágrimas rolarem pelo meu rosto, anos antes das margaridas murcharem.”

 

Era eu com meus dezesseis anos, com meus mais novos problemas, ou talvez nem tão novos assim.

Mamãe não estava mais em casa, muito menos na vida de meu pai, e fazia um ano que havia passado pela porta de frente de casa, com as malas feitas, sem sequer se despedir de sua filha, a única pessoa que chorava pelo sua ida.

Havia se apaixonado por outro homem, por outra família, e já esperava em sua barriga por outra filha.

Um ano depois, a vez seria de meu pai dar seus passos, e ele não parecia em nada sentir falta de minha mãe, a única mãe que eu poderia aceitar.

Me pergunto agora se o senhor Park poderia escutar os gritos de minha casa, quando brigava com a mulher que queria usurpar a posição da única mulher que poderia existir em minha vida com o título de mãe.

– Aquela bruxa te deixou aqui chorando, e continua defendendo ela? – Ria em minha cara, sem escrúpulos pois afinal meu pai deixava, ignorando completamente que sua filha estava prestes a chorar mais uma vez. O almoço nunca descia pela minha garganta, a Hyemi esfomeada deixaria de existir pois sempre tinha essa maldita trave em sua garganta.

Eu havia desistido então de brigar, de lutar, desistia e passava a aceitar a verdade. Eu não poderia defender algo que não era meu, o amor de minha mãe, uma casa que não era mais meu lar.

Me pergunto, pela segunda vez talvez, se o senhor Park poderia adivinhar se eu chorava entre as brigas, do porquê em certas noites eu pedia para dormir em sua casa. Eram essas as únicas noites em que eu poderia dormir em paz, em que me sentia à vontade para me estirar pelos lençóis, mesmo que eu insistisse em dormir no chão.

Uma ou duas vezes minha mãe me ligava durante a semana, após um ano do acontecido. Escutava pela boca de minha madrasta que ela havia perdido o bebê e por isso voltava com o rabo entre as pernas, a procura de uma filha que continuava viva.

– Mas afinal, se você não cuidar de sua aparência sua mamãezinha vai achar que está morta também – dizia, com a língua entre os dentes, como uma cobra de pele verde. E por mais uma noite dormi na casa do senhor Park, uma noite seguida da outra. Meu pai não se importava mais, e no fim eu agradecia por isso.

Foi quando tudo começou, ou achei que tinha começado.

Park Jimin era um homem, não um simples garoto com quem eu dividia parte do meu dia, não um velho, mas um homem de verdade.

Percebia isso naquela noite em especial, enquanto ele tirava mais um de seu cochilos em frente à televisão ligada. Eu tentava acorda-lo, pois iria dormir na sala e ele acabaria por ter um torcicolo se continuasse a dormir ali.

Foi quando ele resmungou e simplesmente me abraçou, como se fosse um ursinho de pelúcia, Jimin me abraçou com força, me puxando para se deitar com ele.

Meu coração não parou nesse exato momento como deveria ter parado, demorou um pouco, enquanto minha cabeça processava tudo, enquanto percebia o quanto seu corpo era quente, e o quanto ele ficava adorável enquanto resmungava dormindo.

Disso, somente me lembro de empurra-lo com toda força possível, fazendo-o cair do sofá.

– O que foi?! – Ele se levantava assustado do chão, o cabelo completamente bagunçado. – O que aconteceu?

Aos olhos dele nada havia acontecido, nada demais. Mas meu coração parava, com minutos de atraso.

 

Observava suas costas, com os músculos bem marcados através do tecido branco, enquanto Jimin sujava as mãos com a terra de seu quintal. Suspirando, eu tinha novos problemas. O senhor Park Jimin era definitivamente o maior deles, o único na verdade.

– O que acha? – Ele perguntava, virando-se com o boné fazendo sombra em seu rosto, o sorriso largo afinal, fazia o que sempre gostava de fazer ao início de uma nova estação.

Plantar novas flores. E as flores escolhidas foram margaridas.

– Mas por que essas? – Eu perguntava, com o chá ainda quente na xícara.

– Porque quando elas desabrocharem irão iluminar o jardim. – Voltava a mexer na terra, fazendo com que meus olhos voltassem para os seus ombros, suas costas. – Assim como sua risada enche meu dia de cores.

Doeu, como uma picada de abelha, doeu bem fundo no meu coração. Não havia nada em seu tom de voz que acusasse algo, mas meu peito já doía demais.

– O que? – perguntava de repente, olhando para mim, quando exclamei de súbito. Quando na verdade tinha mesmo uma abelha me picando.

Segurava contra meu braço um pacote de gelo, suspirando irritado.

– Como pode deixar uma abelha te picar assim?

– Eu estava distraída – resmungava baixinho.

– Com o que? – indagava e eu não ousava responder – Você só estava sem fazer nada, bebendo o meu chá ainda mais.

E dava mais um gole do chá que agora estava morno.

– Tenho que ir – declarava, já que não aguentava mais tê-lo por perto e meu coração a cada segundo dizia o quanto isso era errado.

– Por que? – Me olhava erguendo as sobrancelhas. – Não vai dormir aqui?

– Claro que não, eu tenho uma casa.

– Quer mesmo voltar para lá? Não tem problema se dormir aqui.

Sim, com certeza ele poderia escutar a gritaria que vinha da minha casa, e com certeza sabia o porquê de vez em quando eu procurava abrigo por entre os lençóis em um chão frio de madeira.

Ele sabia, através dos olhos que me encaravam.

– Fique – insistia, com um pequeno sorriso.

Foi assim que passei, aos poucos, a morar muito mais na casa do senhor Park do que na minha própria casa. Foi assim imagino, que meu pai passou a ter certeza que eu era somente um estorvo em sua vida.

Quando voltei para casa para somente pegar as roupas que restavam ainda lá.

Eu faria meus dezessete anos e sabia que Jimin estava preparando um bolo para mim, ainda assim, eu fingia não saber de nada afinal, já escutara certa vez ele reclamando que era terrível em guardar segredos.

Primeira vez então, que o escutava reclamar de algo de verdade.

– Onde pensa que está indo? – A voz asquerosa dela vinha da porta aberta de meu quarto, e no mesmo instante meu sorriso se desfez, ao terminar de enfiar as roupas na minha mochila.

– Estou dando o fora daqui – falei, pois ninguém ligava muito para isso.

A cobra em pele de mulher sorriu, com o cigarro em mãos e então entendia porque o ar da casa me fazia tossir do nada.

– Para ir morar com aquele doente? – Senti o seu hálito repleto de álcool, e ela amassou a ponta do cigarro em meu ombro, através do tecido pude sentir o calor queimando e com as mãos a afastei com força.

– Vou deixar você sozinha com aquele babaca, não se sente feliz? Pode aproveitar o meu pai o quanto quiser agora.

O tapa atingiu meu rosto com a mesma força que eu havia a empurrado, o som ecoando da pele atingindo pele e meu rosto virou com força.

– Seu paizinho me escolheu como sua nova mãe, então melhor me respeitar, garota nojenta.

Não havia lágrimas para escorrerem naquele momento, quando voei em sua face, acertando o mesmo tapa, devolvendo de uma vez tudo o que eu guardava.

Mas o momento da pequena Hyemi sentir-se aliviada havia descido descarga abaixo em questão de segundos. Quando aquelas mãos se tornaram fortes demais sobre meu corpo.

Eu voltava horas depois para a então nova casa. Desmoronando completamente, com os cortes em meu rosto e corpo, as manchas roxas, as roupas rasgadas e o cabelo cortado. Eu somente chorava e chorava, como uma boneca quebrada que precisava de remendos.

Seria então Park Jimin quem procuraria pela cozinha a fita adesiva para remendar a pequena Hyemi.

Eu me agarrava aos seus braços, quando ele correu para me abraçar, para ter certeza se eu estava bem, me cercando de perguntas, de preocupação.

– O que fizeram com você? – Sua voz soava como se estivesse prestes a chorar, enquanto meu choro era alto demais para que eu conseguisse falar. – Você está toda machucada. – Segurava meu rosto molhado, para me olhar, com o cenho franzido. – Quem fez isso com você? Hyemi?!

Via diante si uma boneca completamente quebrada, e a segurava firme mesmo que as mãos fossem trêmulas, a segurava para que não se quebrasse em pedaços cada vez menores, até que sumisse completamente.

Em seus braços eu somente chorava, afogando minha voz, e não queria solta-lo, me agarrando em sua camisa. Ficamos ali, no hall de entrada de sua casa, durante horas, enquanto ele somente me abraçava, enquanto eu escondia meu rosto em seu pescoço.

Como uma criança ele me balançava, de um lado para o outro, cantarolando uma canção boba, quando na verdade ele mesmo queria chorar.

Jimin me pegava em seus braços, e em sua cama ele me cobria cuidadosamente com seus lençóis. Quando as lágrimas secaram, quando os cortes não doíam mais eu somente percebia, fungando, sentindo a cabeça doendo, prestes a adormecer.

Um livro sobre uma princesa e um corvo.

Um lago cheio de carpas.

E as flores em seu jardim.

Percebia que amava Park Jimin com todas minhas forças.

 

– Um aluno? – perguntava de novo do sofá, vestindo um enorme moletom que havia pegado emprestado dele.

Leia-se emprestado nesse caso como; eu gostei, vou usar e nunca irei devolver. E eu costumava a fazer muitos empréstimos no guarda-roupa de Park Jimin.

– Isso, um aluno – afirmava, batendo a palma das mãos para esfrega-las. – Vou dar algumas aulas particulares nessas férias.

Fazia frio lá fora, assim que o inverno chegava e ele estava uma gracinha em um moletom do mesmo modelo que o meu, só mudando de um cinza para um azul marinho.

Professor de história. E se não fosse pelos óculos que usava nunca iria acreditar que o meu vizinho, estranhamente bonito, seria um professor de história do ensino médio. Dos mesmos nos quais eu tinha horror, ou dos quais sequer queria olhar nos olhos.

Eu odiava história, mas passava a gostar um pouco quando descobrira que Jimin era professor de história.

Logo Jimin atendia a campainha, e quem entrava não era um aluno, e sim uma aluna. Eu congelei na hora, da forma mais constrangedora possível, pois me estava no processo de me levantar do sofá para receber o tal aluno com um sorriso, oferecer chá ou algo assim, afinal estava congelando lá fora.

Mas que aquela vadia congelasse do lado de fora.

– Oi – falei breve, voltando a me sentar no sofá.

Me senti cruel, pois a garota me respondia com uma voz doce e amigável. Mas afinal, sentia aquele sentimento estranho em meu peito incendiar.

– Vocês são namorados? – Ela me acertou em cheio com a pergunta, virando-se para Jimin, que me olhou rapidamente.

Ele pareceu pensar por segundos me olhando com uma expressão perdida, não havia pensado naquilo e virava levemente a cabeça de lado.

– Não, não – negava sem jeito –, ela é minha...

Eu mordia minha própria língua, tentando ao máximo parecer tranquila quando;

– Ela é minha irmãzinha.

– Vou sair para tomar um ar. – Me levantava na mesma hora, disparando porta a fora, e nem me importava em estar de chinelos, mesmo que meus dedos caíssem de hipotermia.

Ah, Hyemi tola.

Estava com a cabeça fervendo de ciúmes, afinal sua aluna era muito mais bonita, e possuía o corpo que eu nunca teria.

Pobre garota chamada Kim Hyemi.

Minha irmãzinha.

Ou deveria ser chamada de Park Hyemi, irmãzinha de Park Jimin.

Era a isso que me limitava, e ele nunca havia deixado de me ver como uma criança, enquanto eu continuava a afundar naquele amor, naquela paixão que nunca levaria a nada. Tão errado, não importava das formas que se olhasse. Era simplesmente errado e me sentia a garota mais suja e imunda do mundo.

Mas eu o amava.

Simples assim.

Amava e não sabia como desamar mais.


Notas Finais


Me digam, o que estão achando? Acham que o senhor Park continuará tendo essa mesma visão da nossa "pobre" Hyemi? Realmente quero saber de suas opiniões, e teorias também ;)

Então, não é do meu feitio deixar os comentários sem respostas mas aconteceu que; acabei sendo arrastada para a casa dos meus parentes que fica literalmente no fim de mundo, e na casa deles não tem internet, ou seja, estou em uma lanhouse do outro lado da cidade (não que a cidade seja muito grande rs) só pra postar esse capítulo, daí que não tenho como responder a tempo e com a atenção necessária, mil desculpas, prometo que isso não irá se repetir.
E, a respeito da próxima atualização, não sei como vai ser, já que vou ficar aqui até a primeira semana de janeiro, então provavelmente só poderia atualizar logo quando chegar em casa, novamente, mil desculpas~

Desejo a todos um Feliz Natal, boas festividades, muita felicidade e bom Ano Novo também! <3 <3

Playlist; https://www.youtube.com/playlist?list=PL0j_in6nVfUPOno9hvA-GCj-FE9KVsK-A


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