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História A Profecia de Kumandra - Raya e Namaari - Nossos Pedaços


Escrita por: Mrs_Lynn

Notas do Autor


HI MEUS GOXTOSOOOOOOOS!!!!

A Mrs_Lynn tarda mas não falha viu? Hahahhahahah Acharam que ia ficar sem capítulo!? HOJE NÃOOOOOOOO NOT TODAYYYYYY KAPOAKOPKSPOKAPOSKAOK

Dedico esse capítulo maravigold para a nossa digníssima @Zayalways que fez aniversário semana passada!!! <3 TUDO DE BOM PRA ESSA PERFEITAAAAAA!!!!!! <3

Créditos da arte: @rocket_bird do TT.

Literalmente acabou de sair do forninho esse capítulo então perdão por quaisquer erros galerinha! (por isso a demora, desgurpa!) agora, sem mais delongas...

ENJOY <3

Capítulo 13 - Nossos Pedaços


Fanfic / Fanfiction A Profecia de Kumandra - Raya e Namaari - Nossos Pedaços

 

 

O Renascer de um amor representa o puramente belo de uma história. O movimento de abrir o peito para o velho sorriso conhecido por vezes representa coragem.

 

    E às vezes basta acolher seu coração tão frágil e permitir-se ser vulnerável, para que assim se possa amar de novo, para que assim o riso transforme seu rosto, e a vida retome seu gosto…

    

    Tende-se a esquecer, trocar e virar a página, mas construir não é tão fácil quanto deixar desmoronar e, esta… Ah, esta, é uma história de amor, um amor que arde, que grita, que cura, um amor que transborda… 

 

Um amor que ousou resistir em meio ao caos, e que agora, desatinou a gritar…

 

Um amor que expõe as falhas, e ainda sim, se permite perdoar.

 

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P.O.V Narradora

 

Em meio ao resgate de Kumandra o clima não era de todo bom. Ao centro da grande praça o que restou do corpo da rainha era velado junto aos demais que perderam as vidas em meio a todo o caos. Raya permaneceu ao lado da princesa durante toda a homenagem, amparando-a mesmo sem dizer uma palavra sequer. Namaari ainda entristecia-se pelo fato de não ter conseguido ao menos conversar com a mãe sobre tudo o que havia descoberto sobre si, suspirou sabendo que sentiria por um bom tempo a perda dela, mas era forte, apesar de tudo.

 

    O restante do dia foi direcionado aos cuidados com os feridos e organização do grande salão principal, vários colchões foram espalhados para abrigar todo o povo que perdeu suas casas e a população de coração. O clima agora pairava em solidariedade e cuidados uns com os outros. Ao canto do salão Raya encontrava-se sob os cuidados necessários com uma médica do palácio, alguns eram cuidados pelos médicos da região de Coração, o que facilitou o atendimento a todos, tanto no salão quanto na cozinha.

    

Namaari após organizar a logística das instalações, restaurações e funções que cada um poderia exercer, finalmente conseguiu um tempo para respirar. Mal havia parado para assimilar tudo o que ocorreu naquele dia, tampouco ingeriu algo que não se resumisse à água. Aproximou-se vagarosamente de onde Raya repousava anteriormente, já era tarde e devido ao cansaço e medicações a jovem agora havia adormecido.

 

Sentou-se ali com cuidado para não despertá-la e recostou suas mãos na dela, permitindo-se estar ali por um momento acariciando seus cabelos. Sorria com o semblante sereno da mulher pensando em tudo o que havia acontecido ao longo do tempo e dentre as coisas que descobriu, talvez uma das mais dolorosas tenha sido o tempo da eternidade que, para ela, havia durado seis longos meses.

 

Pensava em como Raya havia se tornado tão forte e inspiradora  e não deixava de admirá-la por um segundo sequer, mas seu peito ainda doía em pensar todo o sofrimento que havia causado à jovem, em meio à exaustão acabou adormecendo ali, sentada ao seu lado, assegurando vez ou outra durante a noite se a mulher estava bem, como se a qualquer momento pudesse perdê-la. Resquícios de sentimentos vivenciados durante os últimos tempos.


 

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P.O.V Raya

 

Sentia meu corpo inteiro pesar, ainda de olhos fechados me concentrava em cada parte deste. Após muito tempo finalmente eu repousava sobre algo macio, minhas mãos pareciam estar envolvidas nas de alguém e sorri. Eu reconheceria aquelas mãos firmes e levemente ásperas de longe, abri meus olhos devagar fechando-os novamente devido à claridade do dia. Cobrindo-os com a mão livre eu tentava novamente, agora com mais cautela.

 

Seus olhos curiosos me alcançaram de imediato soltando um suspiro aliviado e um sorriso fraco. Estendi meu braço de modo que pudesse alcançar seu rosto sentindo sua mão recostar-se junto à minha segurando-o.

 

- De pla… - Murmurei ainda sonolenta, esboçando um sorriso - Você esteve aqui esse tempo todo?

 

- Não consegui te deixar - Respondeu um pouco envergonhada com um meio sorriso fraco.

 

Seu rosto não escondia sua aflição, naquele momento qualquer um que cruzasse com suas íris tão profundas poderia enxergar claramente o que se passava em seu coração. 

 

- Eu sei que fiz coisas terríveis, mas não conseguia ficar longe de você, não até saber que estava tudo bem… - Disse beijando a palma de minha mão respirando fundo - Queria que soubesse que eu nunca vou me perdoar por isso… Eu só… Queria te agradecer por ter ficado ao meu lado, mesmo depois de tudo...

 

- Eu também fiz coisas terríveis, todos fizemos… - Proferi em um suspiro sentindo-a recuar - Não me agradeça - Pedi.

 

- Não, eu preciso! - Insistiu suspirando - Você me salvou.

 

- Aquilo não foi nada… - Ri abanando as mãos.

 

- Não estou falando disso - Proferiu encarando meus olhos como se dentro de si houvesse muito mais do que conseguia simplesmente dizer - Você me salvou - Repetiu pausadamente - Sempre serei grata por isso.

 

Após tomar fôlego, ela explicou brevemente tudo o que aconteceu, tudo o que descobriu sobre o passado de sua família e a origem de todas as atrocidades, ela sentia vergonha em ter feito parte de todo aquele absurdo, toda aquela perseguição sem sentido. O sofrimento, a angústia e sentimento de confusão eram nítidos em cada fala. Era um fardo imensurável carregar tudo isso em suas costas, mas nada era culpa dela, não diretamente e, pensando em tudo o que ouvi, ela não deveria sustentar tudo isso sozinha, não era justo… Sim, nesse meio tempo, fizemos coisas horríveis, inúmeras pessoas morreram em decorrência dessa guerra sem sentido, mas agora acabou. Merecemos uma segunda chance, merecemos o direito de reescrever nossa história, nos perdoar e seguir em frente agora.

 

- Por muito tempo eu lhe culpei, mas você queria o bem para seu povo, e eu, a mesma coisa… - Continuei - Mas agora acabou… Acabou Namaari… Chega de guerra, culpa, mágoa e conflito… - Proferi levantando seu queixo com delicadeza - Chega de tudo isso! Você é muito mais do que essa bagunça e qualquer pessoa aqui consegue enxergar a bondade que você carrega em seu peito… Você não é sua mãe, não deixe a culpa te consumir como o medo a consumiu - Proferi apoiando a mão em seu rosto agora - Você é minha princesa e, sei que vai fazer Kumandra acontecer!...

 

- De pla… - Ela negava entre lágrimas - Eu não consigo olhar para trás e enxergar algo belo em mim, eu-

 

- Mas eu sim, eu sempre enxerguei! - Proferi um pouco mais alto cortando sua fala e observando-a voltar-se para mim com o olhar surpreso - Eu nunca deixei de te amar, mesmo te odiando, mesmo desejando sua morte! Mesmo quando você esteve cega, eu nunca… Nunca deixei de amar você Namaari, e é por isso que eu carregava a droga daquele colar! - Mesmo com a voz embargada agora, soltei tudo o que havia de mais profundo dentro do meu peito - Hoje eu entendo que no fundo você só estava tão magoada quanto eu! Eu sei que você é uma boa pessoa que fez algumas escolhas erradas… E é por isso que eu nunca consegui deixar de amá-la...

 

- Por muito tempo acreditei que você nunca tivesse me amado de verdade Raya, eu fui cegada, pela mentira, pela raiva, por toda essa bagunça… Mas eu também nunca deixei de amar você, e me senti fraca por isso, hoje, eu me sinto tão… - Proferia entre dentes em uma tonalidade de raiva e ressentimento, deixando que as lágrimas escorressem agora - Ao menos você sempre esteve certa, foi você quem me salvou, que nos salvou… Mas eu? Eu só causei sofrimento, a você e ao seu povo… Eu não tenho o direito de querer que você fique - Disse por fim abaixando a cabeça.

 

- Não fiz nada diferente disso nesses últimos seis meses, Namaari, e agora que você sabe a verdade vai fazer o quê? Viver se culpando?... - Questionei vendo-a abaixar a cabeça - Nós merecemos uma segunda chance, merecemos paz… Merecemos amor. - Proferi deixando que algumas lágrimas escorressem ao passo que limpava as dela.

 

- De pla…

 

- Temos Kumandra inteira para reconstruir agora, e mais do que tudo, reconstruir a nós mesmas… - Suspirei - Eu não quero perder você… Eu amo você.

 

- Acha que podemos recomeçar?... - Perguntou ainda receosa e eu apenas assenti abrindo meus braços sentindo-a deitar-se entre minhas pernas e abraçar minha cintura encostando sua cabeça em meu peito, sem vergonha alguma por demonstrar-se vulnerável mesmo em meio às pessoas no salão.

 

- Eu tive certeza disso no momento que você segurou meu pulso - Sussurrei acariciando seus cabelos sentindo-a fazer o mesmo em minha cintura.

 

- Eu não suportaria te perder… Não sei o que seria de mim se eu realmente tivesse te matado aquele dia - Proferiu com a voz embargada.

 

- Eu sei o que é isso - Sorri - Não conseguiria te matar nem se eu quisesse - Proferi com um sorriso - E olha que que queria! - Confessei arrancando um riso frouxo da mulher - Aparentemente você também não queria nada disso, mas estamos aqui, vivas, juntas, em Kumandra, é tudo o que importa agora…

 

Ela assentiu suspirando aliviada novamente, não seria fácil passar uma borracha no passado, para ser mais exata, impossível. Isso não quer dizer que não possamos aprender com os erros da antiga gestão, assim como, não significa que todos não mereçam uma segunda chance. E para o amor, não seria diferente, para o "nós"… Não seria diferente.

 

Senti seus braços afrouxarem e ela levantar seu tronco agora, seus dedos secarem delicadamente meu rosto e fiz o mesmo segurando-o com ambas as mãos.

 

- Vamos juntar cada um de nossos caquinhos… - Proferi encostando nossas testas observando-a assentir.

 

Acariciei seu rosto brevemente antes de finalmente levar meus lábios de encontro aos seus em um beijo calmo, leve, carregado do mais puro sentimento que existia em nossos corações. Silenciosamente sentia meu corpo flutuar e corresponder à cada respiração, a cada centímetro de nossas bocas novamente exploradas, mas sempre com a mesma sintonia. Era como se estivéssemos nos beijando pela primeira vez, ao passo que era como retornar para casa, uma sensação jamais esquecida ao passo que era descoberta novamente. Meu coração parecia querer pular a cada uma de suas singelas carícias em meu rosto, preenchendo toda a falta que eu sentia dela. 

 

Um pequeno burburinho pôde ser ouvido, algumas palmas e assobios também, mas apenas rimos um tanto quanto constrangidas, trocando ainda alguns selinhos carinhosos agora.

 

- Pareceu uma eternidade… Eu senti tanto a sua falta - Ela confessou encostando nossas testas, como se pudesse ler meus pensamentos - Eu te amo tanto, mas tanto, que esse sentimento mal parece caber em mim…

 

- Eu também, meu amor… - Sussurrei acariciando seu rosto antes de delicadamente colar nossas bocas novamente em um selinho calmo - Eu nunca achei que fosse amar alguém dessa forma, e nunca imaginei sentir aquele vazio, como o dia que… Você sabe... - Confessei.

 

- No que depender de mim, prometo que jamais sentirá isso novamente... - Prometeu com firmeza antes de beijar minha testa delicadamente.

 

E entre olhares carregados em cumplicidade encostamos nossas testas novamente, e ela soube, e eu também, que no que dependesse de nós, colaríamos cada pedacinho do que foi quebrado nesse meio tempo, finalmente podíamos dar espaço à esse amor e vivê-lo, eu tinha esperança em dias melhores, e sabia que tudo passaria… Senti seu rosto repousar em meus ombros em um abraço caloroso, pensando apenas em ficar aqui e estar ao seu lado para ver o sorriso que tanto amo voltar à bordar seu rosto.

 

- Vossa majestade… - O conselheiro real pigarreou interrompendo o momento.

 

Suspirei frustrada dando leves batidinhas no corpo de Namaari que parecia fingir não ter ouvido. Ri internamente ao ouví-la praguejar entre a curva de meu pescoço voltando sua atenção ao homem quando este chamou novamente. Ri novamente desta vez, quase deixando escapar! “Vossa majestade” Eu estava trocando beijos com a nova rainha de Presa e, por um momento, quase me esqueci desse fato...

 

ESPERA! 

 

Como um estalo voltei à consciência. Princesa Namaari agora era uma rainha! RAINHA NAMAARI! Arregalei os olhos e levei as mãos à boca sentindo finalmente a ficha cair.

 

- N-Namaari, v-você agora é uma rainha! - Proferi quase incrédula e ela me devolveu uma risada gostosa.

 

- Você também vai ser uma, daqui a pouquinho! Afinal, espero que um dia aceite se casar comigo - Falou divertida arqueando uma sobrancelha.

 

- O quê!? - Proferi incrédula - Rainhas de Presa??? - Ri de nervoso observando-a se levantar.

 

- Vá se acostumando com a ideia… - Brincou acompanhando o homem pelo corredor deixando pra trás eu e meus balbucios - Isso foi um pedido?

 

- Indiretamente sim! - Opinou uma das médicas do palácio que cuidava de uma pessoa ao lado, a mesma que havia flagrado nosso primeiro selinho por sinal - Eu sempre soube que vocês tinham algo - Riu dando uma piscadela ao passo que senti minhas bochechas arderem em chamas.


 

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    No grande salão de jantar uma reunião fora marcada com os líderes de cada região, conselheiros reais, tesoureiros, comerciantes, um representante da população e um dos agricultores para decidir o rumo, dinâmica e acordo entre os reinos para compartilhamento de insumos, recursos e reconstrução de cada uma das regiões. Ali todos tiveram voz, e dali em diante seria exatamente assim que governariam Kumandra: em comum acordo, pensando no bem da população e contando com o apoio uns com os outros. 

 

Enviaram um pombo-correio para o que havia sobrado de Coluna, Garra e Cauda, logo tais regiões receberiam a notícia, para que assim pudessem também ouvir as pessoas que contemplavam cada região.

 

Após o dia cheio eu havia sido convocada à uma sala que corresponderia à sala do trono até que a oficial fosse reformada. Caminhei meio confusa pelos corredores e ao adentrar a porta me deparei com Namaari que, assim como eu, esboçava uma expressão confusa no olhar.

 

- Me chamou?

 

- Ao que parece alguém quer conversar conosco. - Falou um tanto quanto desconfiada.

 

Após breves minutos uma silhueta conhecida transpassou a porta, nos deixando completamente surpresa.

 

- Senhora Duryen? - Perguntou Namaari surpresa.

 

- Vovó? - Questionei igualmente, ela mal saía da cozinha e particularmente achei que estivesse descansando.

 

- Com licença vossa majestade - Ela pediu para Namaari que abanou as mãos como quem diz que não precisava daquela formalidade toda.

 

Fomos acomodadas na grande mesa que compunha o local, eu e vovó nos encontrávamos frente a frente, ela tinha algo a dizer. Conversamos brevemente sobre tudo o que aconteceu até entrar no assunto um tanto quanto delicado.

 

- Raya… Tem algo que você precisa saber sobre seus pais, sobre a sua história… - Ela começou apertando seu avental, aflita - Eu menti para você, mas foi para te proteger… - Explicou-se quase de imediato.

 

- Nada disso importa agora Vovó, eu vivi minha vida inteira acreditando que meus pais morreram por conta de uma enfermidade, e olha só… Estou bem com tudo isso, não vejo como saber agora fará diferença na minha vida… - Segurei suas mãos entre as minhas em um gesto carinhoso,  mostrando que estava tudo bem.

 

- Deixe-me contar - Ela pediu e eu assenti - Minha filha, isto é, sua mãe, era a mulher mais pura, gentil e doce que já pisou neste mundo e seu pai não era diferente… - Começou a contar e suspirou - Infelizmente seu pai era um mago, muito poderoso e conhecido, você nasceu no exato ano em que a caça às bruxas começou. Ele teve que fugir, mais precisamente para outro local, outro reino e bem, sua mãe e você, desprovidas de magia estariam seguras aqui conosco, ninguém as caçaria em Presa, ainda mais no campo.

 

- Mas o que isso muda na minha história Vovó? Eu continuo sendo a Raya, a Raya comum, sabe? Não é como se mamãe estivesse viva para contar história… 

 

- Sua mãe infelizmente não, mas seu pai… - Ela insinuava meio receosa.

 

- Espera… Isso quer dizer que… - Namaari olhava incrédula para minha avó que assentiu, parecia que ela já havia entendido tudo - Seu pai está vivo Raya!…

 

- E? - Perguntei sem entender onde vovó queria chegar.

 

- Está aqui, mais precisamente atrás daquela porta, se ainda quiser conhecê-lo… Bem… Eu acho que você já o conheceu na realidade - Ela proferiu com um meio sorriso.

 

E então direcionei um olhar curioso e atônito para a porta, observando-a abrir lentamente, como se pudesse transparecer o receio de quem ocupava seu outro lado. Não sabia exatamente como estava me sentindo, nunca pensei sobre como seria ter um pai, ao menos não recentemente, mas parecia que meu peito ardia em expectativa ao passo que sentia medo, levantei-me de minha cadeira guiando o corpo cautelosamente até o local. Contudo, meus pensamentos foram interrompidos quando pude ver mãos grandes e aparentemente firmes segurarem o batente e, finalmente a silhueta de seu meu pai preencher o espaço, com um olhar receoso e indefeso, assim como, curioso e em um misto de medo e expectativa.

 

O queixo de Namaari foi ao chão assim como o meu, estávamos igualmente surpresas, mas ela esboçou um sorriso complacente e reconfortante para mim, como se soubesse que eu precisava daquilo e, rapidamente direcionamos nossos olhares novamente à porta.

 

- Raya… Eu soube desde a primeira vez que a vi. - Chefe Benja sorria, mas logo uma expressão de desconforto e receio tomou seu rosto - Preciso falar que se eu tivesse escolha, jamais teria lhe deixado, e- - Mal consegui deixá-lo terminar de falar e simplesmente envolvi seu corpo em um abraço desajeitado, mas firme.

 

- Eu sabia que conhecia seu rosto de algum lugar! - Confessei de modo fraco sentindo-o corresponder ao ato - Vou precisar me acostumar com a ideia, mas não o culpo, tive uma vida que não trocaria por nada nesse mundo - Sorria desfazendo o abraço agora, olhando em direção à vovó que limpava o canto dos olhos com a ponta dos dedos também sorrindo complacente - Tive momentos que jamais teria vivido se eu não estivesse aqui - Dessa vez proferi olhando em direção à rainha que me lançou um sorriso amoroso tombando levemente a cabeça para o lado.

 

- E-eu nem sei o que dizer… - Ele falava meio sem jeito.

 

- Não diga nada - Descontraí entre risos - Vivi a vida toda sem um pai, senti falta disso, claro, mas estou feliz que ainda dá tempo de ter um - Confessei com um sorriso.

 

- Não teve um dia sequer que não me arrependi de não ter te procurado filha, tive medo de colocá-la em apuros… Mas quero que saiba que nunca me esqueci de você, e sempre desejei encontrá-la um dia, estou orgulhoso pela mulher que você se tornou. - Proferiu deixando uma singela lágrima escorrer pelo canto de seus olhos - Sua mãe estaria orgulhosa agora.

 

Eu apenas sorri dando uma singela risada entre as lágrimas que ameaçavam cair, sentindo meu agora pai, segurar meu rosto com gentileza limpando algumas pequenas gotículas que acabaram escorrendo. Ele explicou brevemente como havia se tornado chefe de Coração, isto é, quando chegou à Coração jamais pôde imaginar que era filho de um dos chefes, muito similar à nossa história. Mas em contrapartida, o chefe em questão jamais soube da existência do filho até recebê-lo, e após sua morte, Chefe Benja ocupou seu lugar entre os líderes não só por isso, mas a pedido popular também.

 

- Então deixa eu entender - Se pronunciou Namaari tornando o clima divertido com a mão estendida sinalizando cada etapa com um de seus dedos - De servente, para cavaleira, para prisioneira, para fugitiva, para heroína, futura rainha de Presa e agora descobre que sempre foi a princesa de Coração???? - Falou arrancando risadas de todos no local - O que mais você tem escondido aí? 

 

- Quase isso! - Brincou Chefe Benja - E, espera aí… Futura rainha de Presa? - Perguntou com uma sobrancelha arqueada recebendo algumas risadas desajeitadas e envergonhadas por minha parte e principalmente de Namaari, que mais parecia um pimentão agora.

 

- Essa parte saiu sem querer... - A rainha murmurou rindo de nervoso coçando a nuca. Nos levando a gargalhar.

 

Eu realmente amava vê-la desconcertada.

 

- Essa Raya… Sempre se metendo em cada uma! - Suspirou vovó rindo.

 

- Eu sabia que esse ódio todo me cheirava a amor reprimido! - Comentou chefe Benja.

 

Graciosas gargalhadas preencheram o local novamente com os comentários.

 

- Chefe Benja, gostei muito dessa ideia de conselho - Elogiou a rainha com base na reunião anterior - O que acha de ficar para a  cerimônia de coroação? - Sugeriu Namaari com um olhar que parecia sugestivo e aparentemente meu pai conseguiu captar. O que estavam escondendo?

 

- Eu acho uma perfeita ideia norinha, se não for incômodo! - Proferiu meu Ba, levando as bochechas de Namaari à um tom levemente rosado pela forma como se referiu à ela, mas a rainha logo abanou as mãos mostrando que não havia incômodo algum.

 

- Perfeito! Agora se me derem licença, preciso tomar um banho! Salvar o mundo me deixou bem fedorenta! - Proferi arrancando mais risadas das pessoas presentes ali. 

 

- Ótimo, nos vemos no jantar! Ainda temos muito a conversar... - Ba pontuou antes de deixar a sala junto a vovó, reverenciando cordialmente Namaari e repousando sua mão brevemente em meu ombro antes de sair.

 

- Quem diria hein... Princesinha batatas! - Brincou a rainha cruzando os braços.

 

- Com todo respeito vossa majestade... - Proferi ironizando e posicionando as mãos no quadril - Vai se lascar! - Finalizei mostrando-lhe o dedo do meio, admirando a mulher gargalhar novamente de maneira graciosa e genuína.


 

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(Uma semana depois)

 

P.O.V Narradora

 

A semana havia passado rapidamente, Presa havia recebido a visita da pequena população que sobrou de Coluna, Garra e Cauda, que aceitaram o acordo e noticiaram o fim da praga em seus reinos. Junto às reformas e reconstruções do reino de Presa, os membros cuidavam dos preparativos para a cerimônia de coroação, alguns se dispuseram a reformar o palácio de Coração naquela mesma semana e foram enviados ao local. Em outras circunstâncias a coroação já teria ocorrido, mas devido ao estado emocional da rainha, foi decidido adiar até que estivesse recomposta. Namaari era forte, mas sabia que uma semana não seria o suficiente para que estivesse completamente conformada com o que aconteceu, isto é, a guerra e a perda de sua mãe, contudo, precisava de um tempo até que pudesse ter cabeça para dar conta de suas responsabilidades.

 

Felizmente tinha Raya ao seu lado, por mais que as responsabilidades a consumissem pela maior parte do tempo, dormiam juntas sempre que podiam, e era nesses momentos em que Namaari sentia-se livre para se mostrar vulnerável e ser confortada por Raya, assim como, a rainha confortava Raya em noites difíceis de pesadelos. Fortaleceu também, sua relação com as pessoas do reino nesse meio tempo difícil, germinando amizades muito bonitas com aqueles que antes eram meramente conhecidos.

 

Tudo seguia de acordo com o planejado, e o sentimento de solidariedade crescia cada vez mais no coração da população de toda Kumandra.

 

A cerimônia foi breve e modesta, com todos reunidos no grande salão para contemplar a nova rainha e a nova era, desejando-lhe vida longa e prestígio ao título de quem o recebia. O evento estava fortemente concentrado mesmo, era na comemoração após este, qual também ocorreria no salão principal, que nunca esteve tão cheio.

 

Boun e Sisu aproveitavam o movimento para sorrateiramente beliscar alguns doces guardados na cozinha, Tong apresentava tudo e todos para sua família, chefe Benja socializava com os membros das regiões ao trocar algumas piadas horrorosamente cafonas.

 

E em meio ao povoado de pessoas finalmente Raya pôde aproximar-se de sua rainha para lhe dar os parabéns. Esta, quando percebeu, tratou de dispensar os membros do conselhos a fim de finalmente dar um pouco de atenção à amada.

 

- Você está… - Raya boquiaberta tentava proferir algo, recebendo um sorriso praticamente angelical da mulher à sua frente - Linda...

 

Namaari utilizava um vestido branco com detalhes em renda na cor dourada que iam da altura do colo à seus braços à mostra. Seu brinco trabalhado em ouro na orelha esquerda claramente não fora dispensado e agora, casava intimamente com a coroa no alto de seu cabelo Undercut, desta vez jogado para trás. Sua cintura era completamente demarcada pelo corte do tecido, que desprendia-se desta e escorria um pouco antes dos quadris, terminando com a barra igualmente bordada em dourado. Não havia exagero, mas marcava sua presença. Cada detalhe passava um ar de elegância e seriedade, tornando-a graciosamente bela aos olhos de todos e principalmente aos de Raya.

 

- Você também, está incrivelmente linda... - Respondeu corando um pouco - Sempre está - Pontuou.

 

Raya por sua vez usava um vestido azul marinho com mangas cascatas e uma fita dourada que transpassava sua cintura, demarcando o local de maneira graciosamente elegante. Seu cabelo era preso em uma trança embutida com os fios agora mais soltinhos, mas sem dúvida alguma o detalhe mais belo da mulher era o sorriso bobo estampado em seu rosto. 

 

- Achei que não gostasse de vestidos! - Admirou-se a rainha.

 

- Eu também! - Riu levemente corada - Mas eu gostei desse, acho que me acostumo… - Confessou tendo sua cintura envolvida pela mulher que depositou um selinho delicado em seus lábios.

 

- Venha, está na hora do baile - Namaari anunciou envolvendo delicadamente a mão da mulher.

 

Em meio ao mar de pessoas, uma voz ecoou como vento, afinando os instrumentos. Dahlia, desta vez junto à sua mãe, sorria com ar de cumplicidade para Namaari arrancando olhares surpresos e curiosos de Raya. O meio do salão ficou livre com todos ao seu redor. Após a apresentação de Dahlia pela rainha, as luzes em um passo de mágica apagaram-se.

 

Várias pétalas de luz azul caíam e sobrevoavam o salão, ao passo que a mulher começou uma canção desconhecida por Raya, com certeza Sisu, Benja e Boun estavam envolvidos nestes preparativos a jovem mulher pensou. Admirava boquiaberta a beleza da meia luz que preenchia o local, iluminado apenas por cada pétala que caía e desmanchava-se ao ser tocada.

 

Raya repousou seus olhos à Namaari que caminhava em sua direção um tanto quando corada e ansiosa convidando-a para a dança de abertura. Raya aceitou de prontidão cedendo a mão que foi delicadamente envolvida pela rainha de Presa guiando-a para o centro do local aos olhares completamente derretidos da população. 

 

- Pronta?… - Ela sussurrou envolvendo sua cintura com uma mão sentindo a de Raya apoiar-se delicadamente em seu ombro estendendo outra que prontamente fora envolvida pela da rainha.

 

- Nunca me disse que sabia dançar alguma coisa - Sussurrou entre um riso baixo.

 

- Surpresa! Mas se eu pisar no seu pé, me desculpe - Respondeu igualmente risonha.

 

Logo começavam a movimentar-se graciosamente pelo local, sem descolar seus olhos por um segundo sequer. Praticamente flutuavam pelo salão a cada giro, a cada encontro e desencontro de suas mãos. Horas Namaari guiava o corpo de Raya e o inverso também ocorria, tornando um verdadeiro e inspirador espetáculo. O sorriso em seus lábios não escondiam o gesto de amor e carinho a cada passo, preenchendo o local com tudo aquilo que transbordava de seus corações, agora em movimentos. Mas haviam palavras que Namaari gostaria de falar, e declarar aquilo de mais belo que existia dentro de seu peito.

 

- Raya…

 

Sussurrou a rainha abrindo os olhos vagarosamente levando sua íris de encontro às da mulher, ao passo que acariciava seu rosto com o polegar, aproximando os corpos e colando suas testas.

 

- Eu sempre tive certeza que havia encontrado em você toda a beleza deste mundo, tanto por fora quanto por dentro, e com você eu simplesmente soube o que é amar verdadeiramente alguém, e me sentir amada também… - Falava baixinho e pausadamente, mas alto o suficiente para preencher os ouvidos e o coração de Raya - Você me mostrou o mais belo deste mundo, e revelou o mais belo dentro de mim, mesmo quando achei que não havia nada ali, além de escuridão… Eu não sabia o que era viver antes de encontrar o seu sorriso, e ele sempre teve o poder de dizimar qualquer angústia ou aflição, levando embora todas as dificuldades, todas as dores e todo o medo… Eu quero viver o resto da minha vida ouvindo suas provocações pela manhã, sentindo o toque de suas mãos sobre as minhas e me sentindo viva a cada sorriso seu, eu quero vibrar a cada conquista sua e alcançar cada sonho que teremos juntas, eu quero viver ao seu lado, e colher desse amor que floresce a cada dia… - Proferiu corando brevemente ao deparar-se com o sorriso da mulher amada e singelas lágrimas se formarem no canto de seus olhos - Eu quero estar com você e ser inteiramente pra você, Raya… A cada dia que passa eu tenho a plena certeza de que cruzar aquela cozinha foi a melhor decisão que já tomei na minha vida, e hoje, ao seu lado eu sei que não preciso de muito para ser feliz, eu só preciso de você… Eu amo você... Então queria saber se... - Fez uma breve pausa agora ajoelhando-se para a surpresa de Raya - Você aceita se casar comigo?...

 

P.O.V Raya

 

Nesse momento senti meu coração descompassado errar uma batida, meus lábios entreabertos serviram apenas para buscar o ar que faltou, estava atônita, surpresa, eufórica, emocionada, tudo isso ao mesmo tempo, minha mente demorou alguns segundos para processar a informação ao passo que um véu de lágrimas preenchia meus olhos, mas dessa vez, depois de muito tempo, eram lágrimas de felicidade. Ela permanecia ali, em expectativa aguardando resposta, sem mover um centímetro sequer de seu corpo, estava tão paralisada quanto eu. E com um largo sorriso genuinamente feliz quase que em uma gostosa risada eu respondi.

 

- Sim, mas é claro que sim! - Respondi vendo brotar o sorriso mais belo que já presenciei em seu rosto junto a um suspiro de alívio e um choro contido.

 

Sem mais delongas a puxei para um beijo eufórico enquanto a multidão aplaudia e vibrava gritando um caloroso "vida longa às rainhas". Seus braços me envolveram em um abraço caloroso qual me tirou do chão, rodopiando no mesmo local entre gargalhadas gostosas de ambas. Assim que meus pés tocaram o chão, minha mão repousou sobre seu rosto e proferi a voz de meu coração em palavras que desejava que ela escutasse.

 

- Namaari, você sem dúvidas é a pessoa mais incrível que tive o prazer de cruzar em minha vida, eu nunca pensei que poderia viver tudo o que passamos juntas, mas você sempre me mostrou que seguir o coração é o melhor caminho, independente do que vamos enfrentar, e uma vida sem amor, não vale a pena viver… Hoje, meu gosto de vida vem de você, que mostra a cada dia que o amor transforma, que o amor cura, que o amor sobrevive, um dia eu disse que você nunca acreditou em mim, mas não é verdade, pois a força que eu carrego foi porque você segurou minha mão e acreditou… Eu desejo viver esse nosso amor Namaari, pelo resto de todos os meus dias, minha felicidade carrega seu nome, e isso jamais irá mudar… Eu amo você. - Proferi vendo-a sorrir e ofegar segurando o choro - Agora, eu só preciso saber… Quando? - Perguntei observando-a rir em meio ao choro.

 

- Agora!!! Não quero esperar um minuto sequer!!!... -  Respondeu em uma singela risada limpando o canto dos olhos com a ponta dos dedos - Eu não quero nada além de você, Raya… - Respondeu beijando minha testa, descendo-os por todo meu rosto.

 

- Para a sua sorte eu digo mesmo! - Respondi sorrindo em meio aos beijinhos - Se estava falando sério, estou pronta! - Brinquei vendo surgir no rosto de minha noiva um sorriso complacente e sinalizou para o cerimonialista recebendo em suas mãos uma coroa trabalhada em tons de dourado e azul.

 

- Tem certeza? Podemos ter uma cerimônia grande e só nossa se quiser - Sussurrou por fim.

 

- Já tenho tudo o que preciso bem aqui - Respondi acariciando seu rosto sentindo-a depositar um beijo calmo em meus lábios e segurar a coroa acima de minha cabeça. Curvei meu tronco para recebê-la ainda completamente incrédula com tudo o que estava acontecendo.

 

O cerimonialista aproximou-se com um belo sorriso. Jurei proteger e governar o reino ao lado de minha amada, com justiça, lealdade, e valores baseados no amor, respeito e igualdade… Aceitando minha noiva, agora, neste exato momento, como legítima esposa.

 

- Pelos poderes investidos à mim, eu a declaro, Raya, rainha de Presa! - Proclamou Namaari depositando a coroa sobre minha cabeça e segurando minhas mãos - De minha Raya… Para minha rainha… - Falou por fim puxando-me para um beijo. Selando aquele momento.

 

Não esperei por mais nenhuma palavra antes de buscar sua cintura puxando-a para ainda mais perto se é que era possível, colando nossos lábios novamente em um beijo urgente, deixando-me transbordar por completo…

 

Após isso o salão foi definitivamente aberto para a festança, e dessa vez a música animada preenchia todo o local cheio de corpos felizes e dançantes. Recebemos as felicitações de meu pai, meus avós, amigos, Sisu, Tong e sua família, Boun entre tantas outras que mal conseguíamos escapar, após um determinado tempo, com muito trabalho driblamos as pessoas do local que agora preocupavam-se apenas com as danças, comes e bebes.

 

    Ocupávamos uma parte do jardim iluminada apenas pelos lampiões e vagalumes do lugar. Ainda era possível ouvir a música que ecoava pelo salão o que resultou em duas rainhas dançando em meio ao gramado, nunca achei que veria Namaari se prestar a esse papel, mas descobri que a sós ela era bem mais descontraída do que aparentava ser, e isso era surrealmente bom!

 

- Você… É maluca! - Brinquei completamente saltitante dando um gole em minha bebida.

 

- Você não gostou? - Perguntou em uma preocupação que beirava a fofura.

 

- Tá brincando? Foi perfeito! Eu nunca imaginei nada parecido! - Respondi em completo êxtase vendo-a suspirar aliviada - Eu nunca gostei de casamentos, então esse de surpresa superou qualquer expectativa que eu poderia ter!

 

- Eu não sou muito tradicional, mas você já sabe disso! - Proferiu com um sorriso convencido acompanhado de uma piscadela, enlaçando minha cintura logo após. 

 

- Eu estaria feliz em qualquer tipo de comemoração, porque é com você, e nada mais importa além disso… - Proferi antes de sentí-la capturar meus lábios em selinhos amorosos, distribuindo-os por toda a extensão de meu rosto.

 

- Espero que Coração me perdoe por ter roubado a princesa deles - Brincou Namaari arrancando-me uma gargalhada gostosa.

 

- Então era esse o seu plano!? - Fingi estar indignada vendo-a gargalhar.

 

- Falando assim até parece que alguma coisa te segura! - Riu afastando de meu rosto uma mecha que havia caído.

 

- Olha… Ainda bem que você me conhece! - Concordei - Mas confesso que eu definitivamente não estava preparada para me tornar rainha esta noite, contudo, com essa rainha Namaari durona, acredito que estaremos seguras de uma Raya completamente maluca liderando isso aqui. - Ri dedilhando os detalhes da coroa.

 

- Nós duas governando Presa… De uma coisa temos certeza, ou vai dar muito certo, ou muito errado! - Riu Namaari virando a bebida de seu copo na garganta com as costas apoiadas em uma árvore, convidando-me a se aproximar - Tudo ainda parece um sonho…

 

- Se for, por favor, que eu não acorde nunca mais! - Proferi me aproximando observando-a sorrir graciosamente - Bom, agora… - Investi com um meio sorriso malicioso prensando seu corpo contra a árvore com o meu - Acho que uma comemoração privada cairia bem… - Sussurrei de maneira sugestiva observando os pelos de sua nuca arrepiarem-se no mesmo instante.

 

- Sem dúvidas... - Devolveu descendo sua mão pela curvatura de minhas nádegas - Mal posso esperar pra te provar...

 

- Não tão rápido, temos pendências a resolver! - Provoquei segurando seu pulso - Promessa é dívida, vossa majestade… - Sorri travessa observando seu rosto ganhar uma falsa expressão desgostosa.

 

- Puta merda… - Riu com a voz rouca - Tinha me esquecido disso!... - Proclamou esboçando um sorriso malicioso logo após.

 

- Eu vou te fazer lembrar - Provoquei depositando beijos úmidos em seu pescoço que exalava o mesmo gostoso cheiro de lavanda, ocasionando uma deliciosa nostalgia em meu baixo ventre - Mas hoje é uma noite de comemorações, então quem sabe eu te deixe brincar um pouco também - Sussurrei entre sua pele ouvindo seus suspiros ofegantes alcançarem os meus.

 

Em questão de instantes nossos corpos encaixavam-se ainda mais em meio à um beijo quente, ao passo que sentia suas mãos fartas percorrerem minhas curvas, quando o ar faltou ajeitamos nossas roupas espiando ao redor se havia a presença de alguém.

 

- Raya… - Disse com dificuldade umedecendo os lábios - Quer subir?

 

- Tem certeza? - Perguntei ofegante.

 

    Devido a todos os acontecimentos ainda não havíamos retomado esta parte de nossa relação, isto é, não estávamos bem o suficiente para ter qualquer tipo de atividade sexual, mas nossos corpos neste momento pareciam ansiar por isso, expondo que havia ainda muita saudade para matar. Desejava do fundo do meu coração que minha mulher sentisse tanta urgência em seu baixo ventre como eu sentia naquele momento.

 

- Tenho - Respondeu mordendo o lábio inferior correndo as orbes escuras por meu corpo de cima a baixo.

 

 Desamassamos nossas vestes e caminhamos como se nada tivesse acontecido em direção às escadarias, comunicando à um dos conselheiros que nos recolheríamos à nossos aposentos devido ao cansaço, desejando uma ótima festança a todos. Quando não identificada presença alguma em meio aos corredores Namaari me lançou um olhar travesso e, em meio à risadas jogou meu corpo sobre um de seus ombros depositando um forte tapa em minha bunda como um predador vangloriando-se de sua caça, me carregando em direção ao seu quarto sobre meus protestos e risadas.

 

    Eu definitivamente não poderia amar mais essa mulher.

 


Notas Finais


Aviso: Minha semana de provas está se aproximando, e com ela a queda de cabelo, o pânico e principalmente a falta de tempo! :( então não tenho um dia certo para postar o próximo, mas claro que farei o quanto antes!!! <3

Agora, sobre o capítulo:

GENTE, DESCULPA, EU DETESTO ESCREVER CASAMENTOOOOOOS KKKKKKKKKKKKK De qualquer maneira, espero que tenham gostado, pq se até a Ludmilla pode pq a Namaari não poderia????? APOKSPOKAOSKAPOSKPOA

Adivinha quem ficou toda boiolinha com esse capitulo???? EU MESMA!!!! AWWWWWN GENTE! MT PITICAS SIMMMMM <3

Nos vemos nos comentários para saber o que acharam dessa explosão de amor <3 pq no próximo.... A PUTARIA VAI ROLAR SOLTAAAAA !!! (VCS TÃO COM SDDS DISSO Q EU SEI UHAUSHUAHSUAHSUAH)

BJ BJ BJ MEUS AMORES <3


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