1. Spirit Fanfics >
  2. A profecia de Sibila Trelawaney -DRARRY. >
  3. Não é nada pessoal.

História A profecia de Sibila Trelawaney -DRARRY. - Não é nada pessoal.


Escrita por: firefox1

Notas do Autor


Bom dia!
Boa leitura.

Capítulo 3 - Não é nada pessoal.


Fanfic / Fanfiction A profecia de Sibila Trelawaney -DRARRY. - Não é nada pessoal.

    Potter era uma criatura peculiar. Por razões que preferia não analisar, Malfoy não ha­via notado o quanto o vizinho era atraente quando encontraram-se no elevador, horas antes. Seus olhos eram verdes como a mais bela das esmeraldas. Sua expressão era franca, aberta e amistosa. Vencida a surpresa inicial, ele lembrou o assunto que o levara até ali e recompôs-se.

          — Preciso falar com você sobre meu filho — disse com voz incerta.

         — Ele é um menino encantador. Espero não tê-lo retido em minha casa por muito tempo. — Harry ia fa­lando enquanto apanhava o casaco.

         — Quero discutir a conversa que tiveram hoje à tarde.

         — Lamento, mas não posso conversar agora. Alimento os gatos de Minerva nas noites de quarta-feira, e já estou muito atrasado.

     Podia ser apenas uma desculpa conveniente para fugir do assunto, mas estava determinado a esclarecer tudo.

         — Importa-se se eu acompanhá-lo?

    Harry parecia surpreso, mas concordou.

          — De jeito nenhum.

          — Talvez seja melhor ir buscar seu casaco — ele sugeriu.

        — Casaco? — Se precisava agasalhar-se para visitar outro apartamento, talvez a mulher tivesse outros cos­tumes estranhos, como desligar o aquecimento central e congelar os animais. — Está bem — resmungou, tentando não causar polêmicas.

    Rápido, apanhou um saco de cinco quilos de ração para gatos e aproximou-se da porta. Cinco quilos? Draco sabia que a vizinha excêntrica mantinha um número ridículo de gatos abandonados.

          — Eu o ajudo uma vez por semana e Hadrig e alguns outros revezam-se nos outros dias.

    Toda essa conversa sobre gatos era até agradável, mas Malfoy tinha outra coisa em mente.

          — Como já disse antes, quero falar sobre Scorpius.

          — É claro. — Harry despediu-se dos amigos, levan­tou-se e caminhou para fora da alameda.

         — Ele voltou de seu apartamento com algumas ideias ridículas sobre um possível namoro entre nós dois.

    Harry ficou vermelho.

        — Receio ter sido o responsável por essas tais ideias ridículas. Não imagina como estou constrangido com tudo isso,Malfoy. Tudo começou como uma conversa inocente sobre pais. Os meus também divorciaram-se e...

      — Sim, eu sei, quando tinha cinco ou seis anos — ele completou, repetindo a história com espantosa riqueza de detalhes. Odiava admitir, mas divertia-se com o em­baraço do vizinho. Conhecendo o próprio filho, podia ima­ginar que tipo de argumentos ele usara para manipular a conversa até chegar onde queria. O pobre homem jamais teria escapado. Seu filho era um manipulador nato. — Scorp também disse alguma coisa sobre ter subornado um homem para convencê-lo a sair com sua mãe.

         — Por, Merlim! — Ele fechou os olhos, abrindo-os em seguida. — Entendo que tenha decidido me procurar. Severus foi honrado o bastante para recusar minha oferta.

          — Mas fez o que você pediu.

        — Não exatamente. Escute, sinto muito sobre tudo isso. Prometo ter outra conversa com seu filho e esclarecer tudo da melhor maneira possível. Temia que ele fizesse algo parecido. Na verdade, devia tê-lo prevenido assim que percebi as intenções de seu filho, mas não imaginei que ele correria de volta para casa e repetiria cada pa­lavra do que havíamos conversado.

       — Meu filho tem opinião própria. Ele simpatizou com você assim que o viu. — E por isso sentia-se grato. Scorpius precisava de um modelo positivo, de alguém que pudesse admirar e lhe dar a atenção que merecia. A mãe nunca demons­trara muito interesse por ele. Sempre sofri ao ouvir Scorp fabricando desculpas para o desinteresse de Tori. Como eu sempre vivia trabalhando ele se apegou muito a figura da mãe. Pena que ela não soube valorizar o amor que recebia. Vejo que você não estranhou o fato de meu filho desejar que formemos um casal. Logo posso deduzir que ele deve ter comentado que seu bissexual.__ Draco lembrou do bendito casaco__ Aguarde um pouco que vou buscar o casaco.

      Harry o esperou enquanto subia o lance de escada até o terceiro andar, pulando os degraus para chegar logo em seu apartamento, vestir o casaco e retornar para a conversa com Potter.

    Scorpius levantou-se de um salto ao vê-lo entrar.

           — O que disse a ele? — perguntou.

           — Nada, ainda. — Draco apanhou o casaco no cabide do hall. — Vou ajudá-lo a alimentar alguns gatos.

    A preocupação desapareceu dos olhos do menino.

           — É mesmo? Isso é quase um encontro, não?

           — É claro que não!

           — Harry me convidou para ir assar torta de melaço em sua casa no sábado. Os irmãos dele também virão. Posso ir?

           — Falaremos sobre isso depois. — Potter já estava invadindo a vida de seu filho, e não gostava nada disso.

   Scorpius não parecia satisfeito com a resposta, mas limi­tou-se a afirmar com a cabeça. A expressão preocupada retornou ao seu rosto quando viu o pai abrir a porta. Draco não sabia por que oferecera-se para acompa­nhá-lo. Julgava importante esclarecer a situação o mais depressa possível, mas não a ponto de segui-lo arrastando um saco de ração para gatos.

         — Minerva tem um amor todo especial pelos animais — Harry explicou quando entraram no elevador e desceram ao piso térreo. — Não acho conveniente que ela saia sozinha todas as noites para alimentá-los.

    Então era isso. Os gatos viviam nas ruas do bairro.

           — Ela os chama de seus bebês abandonados.

    Malfoy esperava que nenhum colega do escritório sou­besse sobre esse episódio. Assim que saíram, o ar frio o atingiu com a violência de uma bofetada. O ar morno que expelia através da respiração formava pequenas nu­vens brancas.

           — Com que frequência ela cuida dos gatos? — per­guntou, seguindo o vizinho pela rua mal iluminada.

           — Diariamente.

    Enquanto conversavam, Harry o levou a um beco de­serto bem próximo ao prédio. Aprendera algumas coisas sobre ele nesses poucos momentos. Trabalhava para a Microsoft, a empresa de programas para computadores, tinha muitos parentes na área e adorava os dois irmãos.

   No minuto em que entraram no beco, cerca de uma dúzia de gatos saíram das sombras. Era evidente que o esperavam com ansiedade. Falando com voz suave, dizendo palavras de conforto para acalmá-los, ele distribuiu a comida em alguns pratos de alumínio espalhados pelo chão.

        — Vi muito de minha adolescência no comportamento de Scorpius — disse ao aproximar-se novamente, evitando en­cará-lo. — Não só pelo fato de meus pais terem se divor­ciado, porque lares desfeitos eram comuns naquela época, mas por não ter podido desfrutar do calor de uma família normal. Em alguns sentidos, também não tive mãe.

          — Está insinuando que não sou um bom pai? — ele perguntou com tom seco.

        — Oh, não! Francamente, acho melhor manter minha boca fechada. Peço desculpas pelo que aconteceu com seu filho. Fique certo, Malfoy, de que não tenho a menor intenção de usar seu filho para orquestrar um encontro amoroso.

          — Ainda quer levá-lo para assar torta de melaço em sua casa? Scorp criaria um inferno se o convite fosse retirado.

          — Não vai se importar, se ele for?

         — Não, desde que tudo fique bem definido entre nós. Não estou interessado num relacionamento com você. Não se trata de nada pessoal. É um homem jovem, atraente, e tenho certeza de que um dia fará um homem muito feliz. Mas esse homem não sou eu.

         — Eu não... Você não... — Potter parou de repente — Pode ficar tranquilo. De minha parte, não tem nada a temer.

         — Ótimo. Vejo que estamos entendidos.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...