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História A Profecia Perdida - Draco Malfoy - Livro 1 - Concluída - Capítulo 102


Escrita por: TatiHufflepuff

Notas do Autor


N/A: Oi gente, tudo bem com vocês? Espero que sim! Cheguei atrasada, aos 45 do segundo tempo, mas o capítulo está aqui pra vocês.

Quero me desculpar por não ter postado ontem, minha semana foi muito intensa por conta do feriado, sem contar que tive uma crise de ansiedade na terça que me deixou muito mal. Isso, somado ao fato de ter trabalhado o dia todo na quarta acabaram atrasando a postagem.

Bom, vamos nessa!

Capítulo 102 - Capítulo 102


Fanfic / Fanfiction A Profecia Perdida - Draco Malfoy - Livro 1 - Concluída - Capítulo 102

Sarah podia sentir o olhar de Draco sobre ela enquanto lia em sua cama. Fazia mais de uma semana que usava o medalhão e já se acostumara com os olhares pedintes que recebia de todos na cabana. Ignorava as súplicas silenciosas dos companheiros, estava decidida a descobrir todos os segredos do medalhão e, quem sabe, encontrar uma forma de destruir por completo a alma de Voldemort presente ali.

— Você não vai desistir nunca? - A morena perguntou, sem tirar os olhos do livro.

— Se você pode ser teimosa, eu também posso, não concorda?

— Fique à vontade, Malfoy. - Ela respondeu dando de ombros.

Ela pôde sentir o loiro se aproximando de sua cama. Tentou focar ainda mais no livro em frente a ela, mas assim que Draco sentou na cama, o livro foi arrancado de suas mãos.

— Ei, eu estava lendo! - Ela exclamou com o cenho franzido.

Sarah olhou ao seu redor, mas não encontrou nenhum apoio. Rony e Harry haviam saído em busca de suprimentos, Adam estudava algo sobre medibruxaria e Hermione estava de guarda do lado de fora da cabana. Por um segundo a morena quis que Harry não tivesse saído e interviesse na conversa que se iniciava ali.

— Eu vou pedir com educação mais uma vez, Standish… - Draco começou, em meio a um suspiro cansado — Me dê o medalhão, por favor.

— E eu vou responder da mesma maneira que respondi antes… - Sarah disse ao encará-lo — Não.

Draco respirou fundo e soltou todo o ar dos pulmões de uma só vez para tentar mascarar sua frustração. A vontade de arrancar o medalhão do pescoço de Sarah era tanta que suas mãos tremeram por um instante.

— Nem pense nisso, Draco Malfoy. - Ela disse, séria, apertando o medalhão em seu peito.

— Me dê um bom motivo pra não arrancar essa merda de você.

— Por que não confiam em mim? - Sarah perguntou levemente irritada — Por que não podem aceitar que eu posso fazer isso?

— Se acha que estou duvidando de sua capacidade, está enganada.

— Então qual é o problema?

— O problema é que não quero que se machuque… Nenhum de nós quer isso. - Draco respondeu em voz baixa.

— Eu estou bem…

— Não minta pra mim, Standish - O loiro a interrompeu, impassível — Você tem dormido mais que o normal…

— Só estou cansada… Só isso. - Ela mentiu, tentando esconder ao máximo sua verdade.

— Eu vi o que aconteceu com você enquanto usava o meu anel.

— Já parei de usá-lo, não parei? - Ela disse, fingindo desinteresse — Mas agora que mencionou o anel… Você conseguiria sentir se algo estivesse diferente com ele?

Draco encarou a morena sem entender onde ela estava querendo chegar com aquela pergunta. Ouvira uma série de coisas sobre horcruxes do próprio Voldemort depois que fora forçado a fazer a sua. Não sabia qual era o tamanho do conhecimento que todos ali tinham sobre o assunto, mas talvez fosse hora de começar a compartilhar mais sobre o que sabia.

— O que quer dizer com diferente?

— Se alguém estivesse para destruí-lo… Como estamos tentando fazer com o medalhão…

— Sim, eu conseguiria sentir.

— Então Você-Sabe-Quem também pode sentir? - Sarah perguntou interessada.

— Ele sentiria… Se fosse a única horcrux dele. - Draco respondeu prontamente — Quanto mais você divide sua alma, mais fraca fica sua ligação com as horcruxes.

— É por isso que ele não nos rastreou até agora?

— Sim. Ele não tem como saber se alguém encontrou as horcruxes… Ou se foram destruídas… Está fragmentado demais pra isso.

Sarah sentiu seu coração bater mais forte ao ouvir as palavras de Draco. Então Voldemort não tinha como se conectar com o medalhão por ter dividido sua alma em outros objetos, mas o loiro, por ter feito apenas uma horcrux, estava fortemente ligado a ela.

Lembrou da primeira vez em que havia entrado na horcrux de Draco e de como havia acordado com os gritos de dor do rapaz. O loiro se lembrara apenas apenas da luz azul, nada sobre ela ou de sua conversa com o fragmento de sua alma presa no anel.

“Se Draco, que está fortemente ligado a sua horcrux, não se lembra das vezes que entrei no anel… Então Voldemort não tem como saber que estou entrando no medalhão…”, ela pensou satisfeita.

— Não pense que não percebi que mudou de assunto de propósito, Standish. - Draco disse depois de ficarem alguns segundos em silêncio.

— Seu poder de percepção é assustador, Draco Malfoy. - Sarah disse simplesmente.

— Quer parar de brincadeira, por favor? - Ele pediu, mantendo sua expressão fechada — Eu sei que você é teimosa, mas o que está fazendo é imprudente.

— Estou fazendo isso pra proteger todos vocês. - Ela disse com firmeza.

— Já não fez o suficiente por todos nós? - Draco perguntou, meneando a cabeça — Pare de se colocar em risco desta maneira… Vai acabar morrendo se continuar assim!

Sarah encarou o loiro por um instante e soltou um suspiro prolongado. Entendia a preocupação do rapaz, assim como compreendera Adam, Rony e Hermione quando foram falar com ela durante a semana. Sabia que ainda teria que conversar com Harry, o moreno já a rondara diversas vezes, mas assim como fizera com Draco até aquele momento, fugiu do moreno para evitar o desgaste.

— Você disse que arrancaria o medalhão de mim se eu acordasse no meio da noite aos gritos..

Ela fez uma pausa antes de prosseguir. Lembrou das palavras de Adam, da preocupação que ele tivera dias antes ao descrever que ela parecia morta. Sacudiu a cabeça discretamente para afastar aquele pensamento de sua mente, pensaria naquilo depois.

— Se isso acontecer outra vez, não vou impedir que tire o medalhão de mim, mas enquanto isso… Ele vai continuar onde está. - Ela concluiu calmamente.

— Você é realmente impossível. - Draco disse, contrariado.

— Pensei que já soubesse disso. - Sarah disse, dando de ombros.

Draco respirou fundo e passou uma das mãos no rosto para tentar permanecer centrado. Sabia o que esperar quando resolvera falar com Sarah, mas lhe doía saber que ela continuaria enfrentando aquele fardo sozinha. Temia pelo que poderia acontecer e não estava disposto a continuar correndo risco, mas tinha ciência de que Sarah era decidida demais para mudar de ideia.

— Maldita grifinória… - O loiro resmungou se levantando da cama e indo em direção a sua cama.

Não demorou muito para que Harry conseguisse se aproximar de Sarah. Enquanto ela vigiava o exterior da cabana para que Hermione pudesse descansar, o moreno se sentou ao lado dela em silêncio.

— Ótimo, só faltava você vir tentar me convencer mesmo… - Sarah resmungou depois de alguns minutos em silêncio.

— Sarah, pense no que está fazendo, por favor…- Harry disse com a voz mais baixa.

— Eu estou pensando. - Ela disse calmamente — E é justamente por isso que não vou mudar de ideia.

— Você nos contaria se algo estivesse errado, não é?

Sarah engoliu em seco com as palavras do moreno. Sabia que, naquele momento, tinha diversos segredos guardados consigo, mas não podia contá-los, pelo menos não até ter certeza de tudo que buscava dentro do medalhão.

Encarou Harry e, por um segundo, pensou em contar sobre sua profecia. Sobre o fato de ser a Salvadora de Almas e sobre toda a responsabilidade que tinha com o mundo bruxo, mas desistiu da ideia ao lembrar de todas as vezes que o moreno tentou protegê-la em excesso e de todo o mal que aquilo trouxera aos dois. Não queria que aquilo acontecesse mais uma vez.

— Você contaria? - Sarah perguntou sem desviar o olhar que recebia.

— Sarah… - Harry começou, preocupado. Não havia gostado daquela pergunta.

— Se você pudesse proteger todos nós… Não estaria fazendo exatamente a mesma coisa que eu?

— É diferente…

— Não, não é. - A morena disse com firmeza. Sabia do peso que tinha em suas costas graças a sua profecia, estava envolvida na guerra até o pescoço, por mais que o moreno não soubesse daquilo.

— Sabe que eu faria qualquer coisa pra proteger vocês… - Harry disse com sinceridade.

— Então me deixe fazer isso, por favor. - Ela pediu, encarando o moreno com intensidade — Confie em mim. - Disse pausadamente.

Harry passou a mão nos cabelos escuros e soltou todo o ar de seus pulmões de uma só vez. Jamais duvidaria de Sarah Standish novamente, sabia da força e da capacidade da morena, mas o instinto de protegê-la sempre falava mais alto.

— Eu confio em você, Sarah. - Harry disse com sinceridade, sem deixar de encará-la — Mas não estou disposto a arriscar você pelo bem do mundo bruxo… Nenhum de nós está.

Sarah sorriu brevemente com as palavras do moreno. Pensou em como tudo era diferente quando estava no quinto ano, antes de se juntar a Armada de Dumbledore e de como sua vida havia mudado desde então. Estava destinada a ajudar na guerra bruxa e pensava em como abraçava aquela situação cada dia mais.

— Eu estou bem, ok? - Ela indagou simplesmente — Não estou fazendo nada que você não faria.

— Acha que isso é algo positivo por acaso? - O moreno indagou, descrente.

— Bom, a convivência pode ser uma maldição às vezes… - Sarah riu pelo nariz enquanto dava de ombros.

— Só não deixe de pedir ajuda… Nós estamos aqui por você também.

— Não tenho dúvidas disso. - Sarah disse sorrindo.

— Eu deveria saber que falar com você era perda de tempo, não é?

— Sim, deveria…

Os dois se encararam por um momento e riram abertamente um para o outro. Permaneceram um ao lado do outro em silêncio por mais um tempo, até que Harry se levantasse e voltasse para o interior da tenda, deixando Sarah a sós com seus próprios pensamentos.

Sarah estava decidida a acabar com o fragmento da alma de Voldemort que estava presa ao medalhão. Talvez, se fosse bem sucedida naquela missão, a espada não seria mais necessária e tudo acabasse mais rápido. Não fazia ideia de como controlar qualquer que fosse o poder que acreditava ter, mas sabia que aquele era o tipo de situação que só aprenderia na prática.

Foi com aquele pensamento e com o âmago repleto de coragem que dormiu naquela noite. O medalhão pesando em sua mão e o coração batendo mais rápido, disposta a dar mais um passo em direção ao seu destino.

Não demorou muito para que estivesse na Hogwarts do medalhão novamente. Sarah podia sentir que o ambiente estava mais hostil, como se o fragmento da alma de Voldemort pudesse sentir o que a levara ali daquela vez.

“Sarah, querida, está de volta… Nossos encontros estão ficando cada vez mais frequentes.”

— Você disse que podia me dar respostas…

“Sim, eu disse... “

— Por que não aparece e fala comigo de uma vez?

“Ora, Sarah… Antes de responder tudo o que deseja, eu preciso saber se você é forte o suficiente para encarar a verdade.”

— Não provei meu valor quando entrei aqui? Não é o suficiente?

“Entrar em meu limbo só me mostra que você tem algo especial… Mas ser diferente não é o mesmo que ser forte, não concorda?”

A morena respirou fundo e ponderou a pergunta que recebera. Tom tinha razão em sua colocação.

“Você tem resistido ao meu controle por mais tempo do que pensei que aguentaria, o que é surpreendente, admito… Me diga, Sarah, querida… Do que tem tanto medo?”

— Gosto de ter o controle da minha própria mente, obrigada. - Sarah respondeu, seca.

“Tão controlada… Tão responsável… Tão correta…”

As palavras de Tom fizeram um breve arrepio correr pelo corpo de Sarah. Ela sabia que ele não estava ali ao lado dela, mas podia sentir sua presença.

“Me diga, Sarah, querida… Não se sentiu mal quando perdeu o controle de seu coração?”

Sarah parou bruscamente ao ouvir aquelas palavras. Se lembrou de como se sentiu ao descobrir que estava dividida entre Harry e Draco. A forma como entrou em negação e em como fugiu de sua realidade até ser impossível continuar a agir da mesma maneira.

“Consigo ver como foi doloroso para você…”

— Saia da minha mente… - Ela disse entredentes.

“Sua alma fala com a minha, Sarah, querida... Só vejo o que quer que eu veja.”

— Não quero que veja nada.

“O que falamos antes sobre mentiras?”

— Não quero que veja nada. - Ela repetiu, com mais firmeza do que antes.

“Vejo que está determinada a algo, Sarah, querida… Uma pena que não será bem sucedida no que quer que seja.”

— Como pode ter tanta certeza disso?

“Porque sei que, no fundo, você quer se render a minha escuridão… É o que tem feito cada vez que vem para cá.”

Sarah respirou fundo, refreando o pensamento que lhe invadira. Sabia que Tom falava a verdade, que algo dentro de si queria que ele ganhasse o controle de sua alma por completo, mas não podia permitir que aquilo acontecesse, não podia deixá-lo vencer.

“Vejo o quanto se preocupa com os sentimentos dos dois… Mas onde você fica nisso tudo?”

— Eles não têm culpa de estarem nessa situação…

“Nem você, minha querida… Mas mesmo assim os dois continuam a agir como rivais… Como se seus sentimentos não importassem.”

— Não… Não é verdade. - Ela disse com a voz falha.

“Você quer fazer uma escolha, mas e se não fosse preciso? Se os dois pudessem entender o que você sente por eles…”

— Eu preciso escolher…

Sarah interrompeu suas próprias palavras no momento em que lembrou de sua profecia. Não queria pensar em algo tão importante enquanto estava ali, mesmo imaginando que tais pensamentos não chegariam até Voldemort.

“Interessante, muito interessante… E me diga, Sarah… Como escolher? Como escolher quando seu coração chama pelos dois?”

— Isso não é da sua conta.

“Você já sofreu tanto, já passou por tanta coisa… Por que não me deixa ajudá-la com isso? Posso mostrar a resposta para você.”

— Não pode me dar essa resposta.

“Está enganada, Sarah. Posso te dar a resposta, porque consigo vê-la na sua alma.”

— Não tem como ver o que nem eu mesma sei.

“Novamente enganada. Você já sabe o que quer, mas o medo lhe impede de ver claramente.”

— Eu… Eu não quero ver nada. - Sarah disse com a voz baixa. Por um momento sentiu sua convicção diminuir.

“Permita-me diminuir seu fardo… Me deixe entrar…”

Era como se suas defesas diminuíssem a cada segundo. A parte de sua mente que lhe mantinha firme se calou, fazendo com que ela sentisse a escuridão chegar aos poucos.

“Aceite a escuridão, Sarah, querida… Ela vai te ajudar… Vai dar a resposta que tanto procura.”

— O… O que procuro… - Sarah disse com a voz pastosa.

“Diga em voz alta, Sarah… Diga o que quer e eu te darei.

O coração de Sarah bateu mais forte. A resposta estava ali, ela só precisava deixá-lo entrar. Seria simples, como respirar.

“Você já passou por muita coisa, Sarah.”, ela ouviu sua própria voz dentro de sua mente.

“Vejo que nunca quis nada disso, Sarah, querida… Tanta dor, tantas dúvidas…”, a voz de Tom disse como em um acalento.

— Não quero mais sofrer… Não quero magoá-los… Não quero ficar sozinha… - Sarah disse em voz alta, sentindo sua alma aceitar a escuridão que Tom oferecia.

Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto da morena assim que seu corpo ficou mais leve. Era como se todas as dores, todas as preocupações tivessem ido embora. O peso que carregava consigo não estava mais ali, parecia nunca ter existido.

Olhou ao redor e viu que estava perto da sala de poções. Não se dera conta de como chegara até ali, mas abriu a porta assim que ouviu um barulho vindo de seu interior.

A sala estava envolvida em escuridão e névoa. Assim que a porta fechou atrás dela, Sarah sentiu suas narinas serem preenchidas por odores que fizeram seu coração bater mais rápido. Talvez tivesse um caldeirão repleto de amortentia em algum lugar, pois ela conseguia sentir o cheiro dos biscoitos de sua avó e o cheiro deles.

Ouviu um barulho em uma bancada próxima e se sobressaltou por um instante, certamente não estava sozinha ali.

— Quem está aí? - Ela perguntou, semicerrando os olhos para enxergar na escuridão.

Viu quando uma sombra foi em sua direção e respirou fundo. Sentiu o coração bater em sua garganta quando aquele cheiro invadiu seu espaço com mais força. A iluminação da sala aumentou um pouco mais, possibilitando a morena de ver quem caminhava em sua direção.

— Você demorou a chegar… Estou te esperando há horas, Sarah…

— Harry? - A morena perguntou, confusa. Sua mente ainda estava levemente aérea.

— Estava esperando mais alguém? - O moreno perguntou, rindo brevemente — Esqueceu que tínhamos combinado de nos encontrar aqui?

— Desculpe, Harry… Não sei onde estava com a cabeça. - Ela disse devolvendo o sorriso para o moreno.

— Não tem problema, Sarah. - Ele disse com sinceridade, se aproximando dela por um momento — Sei que tem andado com a cabeça cheia.

— Obrigada por entender. - Sarah disse sorrindo, no momento em que Harry enlaçou sua cintura com carinho — A proximidade da guerra tem me deixado um pouco aérea, só isso.

— Sei como se sente. - O moreno disse com suavidade, aproximando seu rosto do dela um pouco mais — Mas você não precisa se preocupar com isso agora, vamos aproveitar esse tempo juntos, o que acha?

— Gosto dessa ideia. - Ela disse, sorrindo abertamente.

Sarah sentiu Harry puxá-la pela cintura com delicadeza. Estavam extremamente próximos um do outro naquele momento. A morena passou os braços pelo pescoço do rapaz que, entendendo que podia prosseguir, a beijou.

O coração de Sarah deu um tranco em seu peito quando Harry apertou sua cintura. Aprofundaram o beijo com um pouco mais de intensidade, mas um barulho na sala de aula fez com que o corpo de Sarah enrijecesse por um momento.

— Isso é realmente ridículo de assistir.

A morena se afastou de Harry e virou para uma das extremidades da sala em tempo de ver Draco dar a última mordida em sua maçã e desencostar da bancada onde estava. Engoliu em seco ao se dar conta de que ele estava ali e que caminhava diretamente em sua direção.

— O que está fazendo aqui, Malfoy? - Harry perguntou com a cara fechada.

— Arrumando motivos para vomitar, aparentemente. - Draco respondeu com frieza.

Sarah olhou para os dois em silêncio. Não queria que brigassem por causa dela, não quando teriam que trabalhar juntos durante a guerra. Queria que se entendessem, queria que enxergassem como eram importantes para ela.

— Standish merece alguém que saiba… - Draco pausou por um instante, buscando a palavra que queria — Apreciá-la corretamente.

— Fala como se você fosse a única opção correta. - Harry respondeu com ironia.

— Pelo pouco que vi aqui, sem dúvida sou a melhor opção entre nós dois. - O loiro devolveu com escárnio.

— Querem parar com isso, por favor? - Sarah pediu, elevando a voz por um momento. Queria ser ouvida pelos dois, precisava ser ouvida — Será que não entendem como me sinto vendo vocês dois discutindo o tempo inteiro?

Os dois rapazes a encararam por um momento no mais completo silêncio. Sarah devolveu os olhares tentando controlar as batidas de seu coração ao apreciar cada detalhe do rosto de cada um.

Harry, com seus cabelos bagunçados, olhos verdes e expressivos, usando o uniforme da Grifinória com a gravata mais frouxa e mantendo um sorriso acolhedor nos lábios. Draco, com os cabelos loiros perfeitamente alinhados, os olhos acinzentados e penetrantes, usando seu uniforme da Sonserina impecavelmente e lhe mostrando um sorriso torto. Apreciá-los daquela maneira fez com que sua boca secasse por um instante.

— Será que não entendem… - Ela parou por um instante, engolindo em seco — O quanto eu gosto de vocês… - A morena concluiu com a voz mais baixa, desviando os olhares que recebia.

Os dois ficaram em silêncio por um momento e se voltaram para ela antes de se aproximarem do corpo dela um pouco mais.

— Então você gosta de nós dois... - Harry disse com a voz mais baixa.

— Sim… - Ela respondeu prontamente.

— E não consegue decidir com quem quer ficar… - Draco comentou no mesmo tom de voz do moreno.

— Uhum… - Sarah concordou, engolindo em seco. Percebeu que ambos estavam próximos demais do corpo dela.

— Quer que a gente pare de brigar… - Harry disse em um sussurro.

— Eu gostaria disso. - A morena assentiu.

Um arrepio percorreu sua espinha quando se deu conta do quão próximos os dois rapazes estavam dela. Harry tocou sua cintura com suavidade no mesmo instante que Draco a puxou para perto dele.

O encarou em silêncio sentindo sua respiração ofegante. O loiro apertou sua cintura com força e aproximou seus lábios do ouvido dela. Ela fechou os olhos lentamente tentando controlar sua respiração e as batidas do seu coração, mas era extremamente difícil fazê-lo. Enquanto Draco a segurava daquela maneira, Sarah notara que as mãos de Harry acariciavam seu braço suavemente.

— Então… O que você quer dizer… - Draco começou em um sussurro — É que você quer nós dois dentro de você?

Sarah soltou um suspiro prolongado ao ouvir a pergunta que Draco fizera. Seu corpo estremeceu quando sentiu o nariz do loiro roçar em seu ouvido no mesmo instante em que as mãos de Harry afastaram o cabelo dela do pescoço.

Ainda de olhos fechados, sentiu a respiração de Harry entrar em contato com a pele de seu pescoço e agradeceu mentalmente por estar amparada pelos dois.

— Responda minha pergunta, Standish… É isso que quer? - Draco repetiu, segurando o queixo de Sarah.

Ela engoliu em seco quando o polegar de Draco roçou em seus lábios. Harry parecia esperar por sua palavra para acabar com o pequeno espaço entre os lábios dele e seu pescoço. O baixo ventre de Sarah contraiu antes de abrir a boca para responder o que lhe fora perguntado.

— S-sim… - Ela disse em um fio de voz.

Mal teve tempo de entender o que lhe acontecia. Tão logo as palavras trêmulas saíram de sua boca, Draco uniu sua boca na dela em um beijo profundo. Não demorou para que Harry começasse a beijar seu pescoço.

Cada um segurava em um lado da cintura dela. Enquanto Draco agarrava a região com firmeza, o toque de Harry era mais suave, o que lhe rendia diversos arrepios pela espinha. Recostou no corpo do moreno, que continuava a beijar seu pescoço com avidez.

Quando Draco desceu seus beijos para o outro lado de seu pescoço, Sarah abriu os olhos e respirou fundo. Já pensara em como seria a sensação de ter os dois para si daquela maneira, mas jamais imaginou que seria possível. Percebeu o quanto eles estavam gostando do que faziam com ela quando o volume da calça de ambos roçou em seu corpo.

— O que… - Ela soltou mais um suspiro antes de prosseguir — Estão fazendo? - Perguntou com a respiração entrecortada.

— Te dando o que você quer… - Harry sussurrou no ouvido da morena.

— Mas…

— Apenas relaxe, Standish… - Draco pediu no momento em que apertou a coxa da morena.

O coração da morena acelerou quando Harry puxou seu rosto pelo queixo antes de voltar a beijá-la com um pouco mais de intensidade. Enquanto se aprofundava no beijo do moreno, sentia as mãos de Draco percorrendo seu corpo com desejo enquanto ainda beijava seu pescoço.

Sentiu quando os botões da capa da Grifinória que usava foram abertos, fazendo com que a veste escorregasse suavemente por seus braços até chegar ao chão. Percebeu que os dois se afastaram dela por um momento e seu corpo reclamou no mesmo segundo, não queria que a deixassem sozinha.

Encarou os dois em silêncio e respirou fundo tentando associar o que estava acontecendo. Viu quando Draco se aproximou dela novamente e quebrou o silêncio sem alterar seu tom de voz.

— Por que não tira isso? - Ele perguntou segurando a barra do suéter da Grifinória que ela usava.

Sem dar uma só palavra, a morena trocou um olhar significativo com os dois antes de fazer o que Draco lhe pedira. Expulsou todo o ar de seus pulmões com ansiedade quando Harry se aproximou e acariciou o rosto dela com ternura.

— Se quer tanto que a gente pare de brigar… Faremos isso por você. - O moreno disse, beijando o canto da boca dela.

Sarah fechou os olhos com o toque suave do moreno e estremeceu com aquelas palavras. Era o que ela mais queria, que eles parassem de discutir e passassem a trabalhar juntos, só assim venceriam a guerra.

— Verdade? - Ela perguntou encarando os dois por um momento.

— Você precisa relaxar, Standish. - Draco afirmou, se aproximando dela — Deixe-me ajudar com isso. - Ele sussurrou.

— Mas, Draco… O Harry… - Sarah comentou, olhando rapidamente para o moreno, que olhava para os dois atentamente.

— Acho que Potter não vai se importar que eu mostre como se faz. - O loiro comentou com um sorriso torto.

— Draco… - Sarah disse em tom de reprovação.

— Vamos, Standish… Nos deixe fazer isso por você. - Draco comentou no ouvido da morena.

Sarah olhou para Harry por um momento e viu que não havia nenhum traço de irritação nos olhos verdes do rapaz. Pelo contrário, o grifinório parecia satisfeito em observar a cena que se desenrolava em frente a ele.

Ainda sem acreditar no que lhe acontecia, Sarah sentiu Draco prensar seu corpo e uma bancada próxima e unir seus lábios nos dela. Não demorou muito para que ela se entregasse às sensações que percorriam seu corpo junto com as mãos do loiro.

Ouviu Harry dar uma risada pelo nariz, como se debochasse do que Draco fazia naquele momento e sentiu o loiro rir com ironia entre os beijos ardentes que trocavam. Estavam se provocando para ver quem era capaz de levá-la à loucura primeiro, e não seria ela que os impediria de tentar.

Draco levou uma das coxas de Sarah até sua cintura e apertou a região com força, o que fez com que a morena suspirasse por um momento. Tomada pelas sensações que continuavam a aparecer, a morena afrouxou sua gravata até que fosse possível tirá-la.

A mão do loiro abandonou sua coxa, deixando uma sensação de vazio no local. Passou a abrir os botões da blusa do uniforme dela com rapidez, como se não tivessem tempo para perder com aquilo. Não demorou muito, a pele de Sarah estava exposta, assim como o sutiã branco que ela usava.

— Pretende mostrar como se faz em qual momento, Malfoy? - Harry perguntou rindo pelo nariz, provocando seu rival, mas sem tirar os olhos da cena.

— Parece que Potter quer ouvir você chamando meu nome, Standish… - Draco sussurrou no ouvido da morena — Não se contenha, por favor… Isso vai ser interessante.

Draco apertou o quadril de Sarah com vontade no momento em que passou a descer seus beijos pelo pescoço dela até alcançar seu colo e beijar seu seio por cima do sutiã que ela usava. A ação fez com que a morena pendesse sua cabeça para trás e soltasse um gemido baixo.

Enquanto beijava os seios de Sarah com desejo, o loiro desceu uma das mãos pelo corpo da morena em uma calma torturante, o que fez com que ela arfasse mais uma vez. Quando Sarah percebeu o que Draco faria a seguir, fechou os olhos com força. Precisou apertar os lábios para não gritar quando os dedos dele alcançaram sua intimidade.

— Ainda está se controlando, Standish… - O loiro comentou, aumentando a intensidade que movia seus dedos.

— Merda, Malfoy… - Sarah praguejou com os olhos fechados, apertando os cabelos dele com vontade.

Ela pôde ouvir o sorriso de Draco se alargando ao conseguir o que tanto queria. Sentiu seu corpo ser empurrado para a mesa de madeira no mesmo momento em que Harry se aproximara dos dois.

Quando estava prestes a explodir, Sarah percebeu que Draco interrompeu seu estímulo, fazendo com que ela soltasse o ar de uma só vez, tentando esconder sua frustração. Sarah abriu os olhos e viu que ambos a encaravam com desejo. Mordeu o lábio inferior brevemente e respirou fundo, tentando colocar sua mente no lugar, o que lhe acontecia era surreal demais e ela não conseguia abandonar a sensação de que algo estava fora do lugar ali.

— Acho que já deixei essa sua brincadeira ir longe demais. - Harry disse com a voz mais baixa.

— Standish estava gostando da brincadeira. - Draco disse em um riso debochado — Mas se acha que pode fazer melhor...

— É o que quer, Sarah? - O moreno perguntou, segurando o rosto de Sarah, que o encarou brevemente.

— Vocês… Vocês têm certeza que…

— Já te pedimos para relaxar, Sarah. - Harry a interrompeu, se aproximando um pouco mais — Quero que se sinta bem.

— Não quero mais sofrer. - Ela disse com sinceridade.

— Me deixe cuidar de você, Sarah. Não vou deixar que nada te aconteça. - O moreno disse, acariciando o rosto dela, dando beijos leves em seu pescoço.

— Harry… - Sarah disse, fechando os olhos e se entregando aos beijos que ele distribuía por todo o seu pescoço.

Os beijos de Harry desciam em uma trilha suave até chegar ao seu colo. Diferente de Draco, o moreno a beijava calmamente. Com os olhos fechados, Sarah sentiu quando o moreno expôs um de seus mamilos e o sugou devagar, fazendo com que ela reprimisse o gemido que chegou em sua garganta.

Sarah ofegou quando o moreno repetiu a ação com o outro seio e segurou os cabelos dele com força quando Harry desceu os beijos por toda sua barriga. Uma das mãos do rapaz empurrou seu corpo até que ela se deitasse na mesa de madeira e ela não ofereceu resistência.

Não demorou a entender o que Harry planejava, antes que pudesse dar uma só palavra, a língua do moreno tocou sua intimidade. Arqueou as costas com o contato e segurou a borda da mesa com tanta força que os nós de seus dedos ficaram brancos.

A morena se entregava aquela sensação sem ao menos pensar. Ainda de olhos fechados, sentiu o coração bater mais rápido quando outra boca alcançou um de seus seios expostos. Não precisava abrir seus olhos para saber que Draco agora beijava aquela região com desejo.

— Se entregue, Standish… - Draco pediu enquanto alternava seus beijos entre um seio e outro — Confie em nós…

Ela respirou com dificuldade, seu interior parecia prestes a explodir. Enquanto Harry continuava a beijar sua intimidade com vontade, Draco continuava dando atenção aos seus seios.

— Eu… - Ela disse com dificuldade — Não quero magoar vocês…

Harry parou o que fazia e puxou Sarah pela mão para que se sentasse na mesa mais uma vez. Sorriu brevemente para ela e trocou um olhar rápido com Draco, que apenas observava em silêncio.

— Jamais nos magoaria, Sarah. - Harry disse com a voz mais baixa — Nos deixe ajudar você…

Sarah não conseguiu responder. Era impossível fazê-lo enquanto cada um dos rapazes lhe beijava um lado do pescoço em seu próprio ritmo. Arfou quando eles desceram suas mãos até seus seios, acariciando a região antes de descerem um pouco mais.

Foi quando os dois alcançaram sua intimidade no mesmo momento que Sarah mordeu seus lábios com força. Harry e Draco a tocavam no mesmo instante e revezavam entre estimular seu ponto mais sensível e brincar com seu interior.

Ela engoliu em seco e suas costas arquearam quando sua temperatura aumentou e seu interior suplicou pelos dois segundos antes de seu corpo inteiro vibrar quando Sarah finalmente chegou ao seu limite. Não segurou o gemido alto que saiu de sua garganta, pedindo mais dos dois rapazes, que pareciam satisfeitos pelo que haviam conseguido fazer.

Tentou regular sua respiração, mas era difícil se acalmar enquanto Harry e Draco roçavam em seu corpo demonstrando o quanto a queriam. Os dois continuavam a beijar seu pescoço com uma suavidade tão gostosa que fazia com que o corpo inteiro de Sarah se arrepiasse.

— Diga, Standish… Diga o que quer. - Draco disse no ouvido da morena.

— O que quiser, nós faremos por você. - Harry afirmou, falando no outro ouvido.

— Eu não quero ficar sozinha. - Sarah disse com sinceridade.

— Nos deixe cuidar de você e nunca ficará sozinha. - O loiro disse calmamente.

— Nos deixe dar o que você quer, Sarah… - Harry pediu com a voz tranquila.

— O que… O que eu quero? - Ela perguntou levemente confusa.

— Não disse que nos quer dentro de você, Standish? - Draco perguntou, puxando Sarah pelo pulso até que ela ficasse novamente de pé.

— Eu… - Ela começou, incerta. Algo estava errado.

— Nos deixe ajudá-la, Sarah. - Harry pediu mais uma vez — Nos deixe fazer isso por você.

Sarah podia sentir que os dois a queriam para si, mas não podia negar que algo estava completamente fora do lugar. Eles estavam realmente propondo que se deitasse com os dois naquele momento?

“Os dois jamais iriam propor algo assim…”, uma voz fraca dentro de sua mente apareceu.

— Faríamos qualquer coisa por você, Standish. - Draco disse, como se pudesse ouvir seus pensamentos.

“Harry e Draco jamais me dividiriam dessa maneira… Não aceitariam essa situação facilmente…”, a voz disse com um pouco mais de vontade

— Confie na gente, Sarah… - Harry pediu, mas sua voz soou um pouco mais fria do que o usual.

“Sarah… Você conhece os dois… Sabe que tem algo errado… Acorde, por favor.”, sua voz pediu dentro de sua mente.

— Por que fariam algo assim por mim? - Sarah perguntou, se afastando do corpo dos dois, começando a ajeitar suas vestes — Vocês nunca se gostaram antes… Não podem ter mudado tão de repente…

“Isso, Sarah… Resista!”

— Pensei que meu motivo fosse óbvio… - Draco disse com o cenho franzido.

— Pensei o mesmo. - Harry concordou, meneando a cabeça.

— O que querem dizer? - Ela perguntou, desconfiada, terminando de fechar os botões de sua blusa.

— Eu amo você, Sarah. - Os dois disseram em uníssono.

Sarah arregalou os olhos e permaneceu em silêncio por um instante. Seu coração bateu mais rápido ao processar o que havia acabado de ouvir. Seus olhos se encheram d’água no momento em que a nuvem escura que preenchia sua mente se dissipou.

— Você é realmente cruel, Tom. - Sarah disse com pesar, no momento em que a primeira lágrima escorreu por seu rosto.

Sarah fechou os olhos com força tentando retomar o controle de sua própria mente. Por mais que estivesse dividida, por mais que aquela fantasia que havia acabado de viver fosse, momentaneamente, tudo o que pensou desejar, não queria ouvi-los daquela maneira. Não queria ouvir Harry e Draco dizendo que a amavam pela primeira vez em uma ilusão.

“Não é real… Não o deixe dominar sua alma novamente, seja forte… Você sabe quem é.”, a voz de sua consciência disse com firmeza.

Abriu os olhos novamente e viu que estava sozinha novamente. Sua respiração ofegante demonstrava como estava com medo. Precisava sair dali, antes que ele encontrasse o caminho para sua alma mais uma vez.

A porta da sala abriu abruptamente e a morena tremeu ao ver a expressão que Tom mantinha em seu rosto. Ódio, era puro ódio.

— COMO CONSEGUIU SAIR DO MEU CONTROLE?

— Deveria pensar no que coloca suas ilusões pra falar! - Sarah exclamou, sentindo seu peito pesar. O que Tom fizera fora cruel e ela usaria aquele sentimento para fazê-lo pagar.

— QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ME DESAFIAR DESTA MANEIRA? - Ele se exaltou, indo em direção a morena.

Sarah deu alguns passos para trás até sentir a parede gelada da sala de poções em suas costas. Não havia para onde ir, precisava tomar uma decisão. Tentar destruí-lo correndo o risco de falhar, ou sair dali, mesmo sem saber como fazer aquilo.

— O que uma mestiça como você tem de tão especial? - Tom perguntou, se aproximando e erguendo uma das mãos — Como uma garotinha como você conseguiu quebrar meu controle?

Seus pés deixaram o chão. Era como se Tom estivesse apertando seu pescoço, fazendo com que fosse extremamente difícil respirar. Ele não chegava a tocá-la, mas Sarah podia sentir as mãos do Lorde das Trevas apertando seu pescoço mais e mais a cada segundo.

— Como entrou aqui? - Ele perguntou, colocando mais força em sua magia — O que você é?

Sarah tentava respirar, mas era praticamente impossível. Se sentia engasgar cada vez que os dedos imaginários de Tom apertavam seu pescoço com mais força. Não sabia o que fazer, não tinha como lutar. O que aconteceria com seu corpo se sua alma padecesse na Hogwarts sombria de Tom Riddle?

— ME RESPONDA! - Tom exigiu, se aproximando da morena.

O pânico invadiu cada pedaço de sua alma. Precisava sair dali, precisava fazer alguma coisa. Foi então que Tom se aproximou o suficiente, talvez, se pudesse tocá-lo, aconteceria como na horcrux de Draco. Só precisava tocá-lo.

Ela estendeu sua mão o máximo que conseguiu. Sentia que desmaiaria pela falta de ar a qualquer momento, mas não desistiria sem lutar. Quando estava perto de tocar o braço de Tom, sua mão esquentou. Tinha que conseguir, não podia morrer ali.

— ME RESPONDA, SARAH STANDISH! - Tom ordenou, afastando ainda mais o corpo dela do chão.

— Eu sou… - Ela disse com a voz embargada.

“Só mais um pouco, só mais um pouco…”, ela pensou segundos antes de conseguir tocá-lo.

A luz azul irradiou de seus dedos e da palma de sua mão como nunca antes. Sarah agarrou o braço de Tom, que continuava a enforcá-la com sua magia, mas gritando de dor.

Era como se estivessem em uma batalha silenciosa. Quanto mais Tom tentava sufocá-la, mais forte a luz azul brilhava. Os gritos do jovem Lorde das Trevas preencheram a sala. Gritos de agonia e de dor, como Sarah só havia escutado uma vez.

A morena caiu em um baque surdo no chão quando Tom se afastou ainda gritando em agonia. Preencheu seus pulmões de ar na tentativa de ir atrás dele novamente. Precisava acabar com aquilo de uma vez.

— O QUE É ISSO? - Tom gritou vendo que Sarah marcara o local onde o havia tocado.

Sarah tentou dar mais um passo em direção a Tom, mas não conseguiu. Ele usara de magia novamente, sua cabeça parecia prestes a explodir de dor. O pedaço da alma dentro do medalhão não cairia sem lutar.

Sarah levou as mãos às têmporas tentando se recompor. Não deixaria que ele a subjulgasse novamente. Por mais que a dor queimasse o interior de sua alma, ela não desistiria.

— O QUE VOCÊ É, ME DIGA AGORA! - Tom ordenou mais uma vez, aumentando a dor que Sarah sentia.

— Eu sou Sarah Louise Standish… - A morena respondeu sentindo as mão esquentar mais uma vez — Eu sou a Salvadora de Almas.

Sarah o encarou no momento em que a luz azul voltou a irradiar de sua mão. Ouviu o grito de Tom mais uma vez, antes de ser lançada com força até suas costas baterem na parede. Não teve tempo de ver mais nada, foi envolvida pela luz vermelha e calorosa mais uma vez e então, sendo puxada dali mais uma vez.

— SARAH, ABRA OS OLHOS!

Ela não conseguiu distinguir de quem era aquela voz, apenas obedeceu. Um bolo se formou em sua garganta, fazendo com que ela se virasse para o chão e vomitasse até que lhe faltasse o ar. Uma mão acariciou suas costas em círculos, como se demonstrasse que tudo ficaria bem.

Perdeu a noção de quanto tempo ficou naquela posição, mas era fato de que havia colocado todo o seu jantar para fora. Respirou fundo e passou a mão livre nos lábios enquanto tentava se recompor, a outra mão ainda segurava o medalhão contra o peito.

Sentou normalmente na cama e olhou ao seu redor. Todos a encaravam completamente estarrecidos e preocupados. Viu que quem estava ao seu lado era Hermione, que estava tão pálida quanto todos ali.

— E-eu… - Sarah tentou falar, mas sentiu o bolo subir novamente em sua garganta e vomitou o resto de suas refeições.

— Tente respirar fundo. - Hermione pediu em um fio de voz.

Sarah obedeceu aos comandos da amiga sentindo seu interior queimar cada vez que puxava o ar do ambiente. Era como se seu corpo estivesse vivenciando tudo o que sua alma passara quando estava dentro do medalhão, lutando contra o fragmento de Tom Riddle.

Quando se sentou, a morena viu Adam lhe estender um copo de água. Deu um gole devagar e tentou regularizar sua respiração mais uma vez, por mais difícil que fosse.

— Está se sentindo melhor? - Adam perguntou.

Sarah assentiu brevemente e deu mais um gole no copo. Não fazia ideia do que tinha acontecido enquanto dormia, mas pela expressão que todos mantinham, fora algo realmente sério.

— O que… O que aconteceu? - Ela perguntou, tentando não encarar Draco e Harry.

— Você estava dormindo… - Hermione respondeu com a voz baixa — E começou a gritar…

— Nós tentamos fazer você acordar, mas não conseguimos. - Rony disse, preocupado.

— Você estava… - Adam respirou fundo e ignorou o olhar de reprovação que Sarah acabara de lançar — Estava gelada…

— Não estava só gelada. - Harry interrompeu — Você estava gritando e chorando… Eu nunca ouvi nada assim… Era como se estivesse sentindo muita dor.

Sarah engoliu em seco e olhou para o copo de água em silêncio. Podia sentir a preocupação na voz de cada um deles.

— Já chega. - Draco disse com frieza — Tire o medalhão.

Sarah ergueu o olhar e viu que Draco estava de pé ao seu lado. Tão pálido e preocupado quanto os outros, mas completamente impassível enquanto estendia a mão para pedir o medalhão.

— Eu… - Sarah tentou dizer.

— Tire o medalhão agora, Standish! - Draco exclamou com a voz mais elevada — Eu disse que se isso acontecesse outra vez eu o arrancaria de você… Eu já estou pedindo, não me faça arrancá-lo como prometi.

— Draco, por favor… - A morena disse com a voz embargada, não queria entregar o medalhão, ainda podia fazer mais, sentia que podia.

— Tire o medalhão, Sarah. - Harry reforçou com seriedade.

— Harry… - Ela começou, em uma súplica.

Os dois a encararam com os braços cruzados. Sabia que não conseguiria convencê-los do contrário. Buscou apoio no olhar de Adam, mas o melhor amigo meneou a cabeça com tristeza. O mesmo aconteceu quando olhou para Rony e Hermione.

Sarah respirou fundo e só então se deu conta de que ainda segurava o medalhão com força sobre seu peito. Tentou abrir a mão, mas uma onda de dor a invadiu.

— O que houve? - Hermione perguntou.

— Eu não… Não consigo abrir a mão… - Sarah disse, puxando um pouco de ar — Está doendo.

— Deixe eu ver… - Hermione pediu calmamente estendendo a mão para Sarah.

Sarah tentou abrir a mão mais uma vez, mas a dor continuava ali. Era como se o medalhão tivesse se fundido à sua pele, como se não quisesse sair de perto dela. Hermione tentou abrir os dedos da amiga aos poucos, tentando ao máximo ignorar os gemidos de dor que ela soltava.

— Tudo bem, já vai passar. - Hermione disse enquanto ajudava Sarah a abrir a mão.

Assim que abriu a mão, Sarah entendeu o motivo de sua dor. A pele de seus dedos estavam levemente queimadas, marcados com o formato do medalhão.

— Ok, acho que isso vai doer um pouco, mas preciso tirar o medalhão da sua mão. - Hermione avisou, preocupada.

Sarah apenas assentiu enquanto sentia o medalhão desgrudar de sua pele aos poucos. Não foram só seus dedos que o medalhão havia queimado, a palma de sua mão estava da mesma maneira.

— Seu pescoço também está assim… - A sabe-tudo comentou ao ver a marca da corrente.

Demorou mais alguns minutos para que Sarah estivesse completamente livre do medalhão. Tentava ignorar os olhares que recebia, principalmente os de Harry e Draco.

— Aqui, deixa eu cuidar disso. - Adam se aproximou com um pequeno kit de poções.

Hermione levantou da cama com o medalhão em mãos no mais completo silêncio. Era como se a energia da tenda tivesse mudado no momento em que a horcrux e Sarah se separaram.

— Eu avisei, não avisei? - Draco disse com irritação.

— Draco… - Adam pediu, mesmo sabendo que seria ignorado.

— Eu avisei que isso ia acontecer e você não me ouviu. - O loiro afirmou se voltando para Harry.

— Fala como se só você tivesse se preocupado com ela. - Harry respondeu com azedume.

— Eu estava disposto a tirar o medalhão dela… Você preferiu esperar pra ver o que acontecia. - Draco cuspiu as palavras — Pronto, espero que esteja satisfeito!

Antes que Harry pudesse rebater, Draco andou rapidamente em direção a Hermione e tirou o medalhão das mãos da grifinória e o colocou em seu pescoço.

— Não vou discutir com você sobre isso mais uma vez, Potter. - Ele disse com firmeza antes de ir até sua cama e se deitar em silêncio.

Sarah observava toda a cena sem dar uma palavra. Seu corpo se contraiu pelo incômodo da gaze que Adam usava para limpar sua mão e trocou um olhar significativo com o melhor amigo.

Respirou fundo e permaneceu calada enquanto Adam cuidava de suas queimaduras. O medalhão havia lutado contra ela e ela havia perdido. Não fora forte o suficiente para destruir a alma de Voldemort, mas daria um jeito de aprender a usar o poder que ela acreditava ter, afinal, não era a primeira vez que a luz azul aparecia.

Olhou para sua mão livre pensando se a luz azul poderia aparecer ali, enquanto estava acordada, ou se só se manifestaria quando estivesse no que Tom Riddle chamara de limbo.  


Notas Finais


N/A: Bom, antes de tudo... Eu me esforcei bastante pra que o capítulo de hoje ficasse bom, mas ainda estou um pouco insegura... Espero que tenha ficado bom e que tenham curtido. Eu nunca tinha escrito uma cena com três pessoas, então o feedback de vocês vai ser muito importante.

Bom, o que acharam do capítulo? Eu sei que muita gente tinha me pedido uma cena com Sarah, Draco e Harry. Eu me comprometi, mas não ultrapassei os limites que os personagens me impuseram, tento sempre ser fiel a isso e espero que entendam. Não sei se ficou como vocês esperavam, mas... Tentei XD

Enfim, o que acham que acontece agora? Encontraram alguma coisa digna de teoria no capítulo? Falem tudo!

Ah, se você quiser saber quando capítulo vai atrasar e afins, o grupo do whatsapp e o insta @hufflefics ajudam bastante. Eu sempre dou notícias por lá, então se quiserem, serão muito bem vindos nos dois lugares!
Bom, falei demais... Espero que tenham gostado do capítulo. Desculpem o atraso mais uma vez. espero que tenham uma boa semana e uma feliz páscoa!

Até semana que vem :***


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