História A Profecia Perdida - Draco Malfoy - Livro 1 - Concluída - Capítulo 103

A cabeça de Sarah latejava quando ela acordou no dia seguinte. Abriu os olhos vagarosamente e piscou até se acostumar com a pequena quantidade de luz que entrava na tenda.

Olhou para a mão que fora queimada pelo medalhão na noite anterior e suspirou brevemente agradecendo mentalmente por Adam ter usado unguentos e poções para que as queimaduras melhorassem o mais rápido possível.

Sentou na cama, olhou ao redor e percebeu que todos ainda dormiam. Se levantou e separou as coisas para tomar um banho. Depois da noite anterior, precisava desanuviar seus pensamentos.

Enquanto a água molhava seus cabelos, Sarah pensou no que havia lhe acontecido. Em como Tom Riddle a colocara sob seu controle e como sua alma gostara da sensação. Lembrou de como se sentira ao enfrentar o fragmento da alma de Voldemort e do desespero que a invadiu ao pensar que tudo acabaria ali.

Engoliu em seco quando revisitou a troca de farpas entre Draco e Harry na noite anterior. Estava farta de vê-los agir daquela forma, casada da disputa e das respostas atravessadas que davam um ao outro. E não guardaria mais sua insatisfação com aquele assunto, deixaria claro, de uma vez por todas, o quanto achava toda aquela situação ridícula.

Terminou seu banho e, quando saiu do banheiro, viu que Adam já estava de pé. Sorriu brevemente para o melhor amigo, que pediu que ela esperasse para que pudessem conversar.

Demorou alguns minutos para que Adam voltasse do banheiro com sua escova de dentes na mão. Os dois trocaram um olhar rápido antes do lufano sentar ao lado da amiga na cama.

— Como está sua mão?

— Melhor. - Sarah respondeu mostrando a mão machucada para o amigo — O pescoço já cicatrizou.

— As queimaduras não eram tão ruins no pescoço… - Adam disse, colocando o cabelo molhado de Sarah para o lado, vendo como estava a região — Posso passar mais unguento na sua mão, não acho que vai ficar com cicatrizes.

— Obrigada. - Ela disse com a voz baixa, não queria acordar os que ainda dormiam.

— O que está se passando na sua cabeça agora?

Sarah respirou fundo e desviou o olhar que recebera do melhor amigo. Muitos pensamentos povoavam sua mente, diversos sentimentos haviam se instalado em seu coração. Não sabia por onde começar a falar sobre nenhum deles.

— Entre tantas coisas… - Ela começou, ainda olhando para a própria mão queimada — Estou frustrada… E extremamente irritada.

— Quer falar sobre isso?

— Não consegui o que queria com o medalhão… - Ela disse em um fio de voz.

— O que realmente aconteceu? - Adam perguntou, ajeitando os óculos.

— Eu pensei que conseguiria destruí-lo… Estava errada. - Sarah disse com irritação — Ele conseguiu me controlar… Usou meus medos e incertezas pra isso…

— Sarah… - Adam lamentou, tomando a mão da amiga na sua.

— Eu me sinto uma idiota por não ter conseguido… - A morena meneou a cabeça — Por não ter sido forte o bastante…

— Ei, não pense dessa maneira. - Ele disse compassivo — Tenho certeza que lutou com o que quer que tenha te acontecido.

— Não, Adam… Não lutei. - Sarah disse com sinceridade — Porque sei que uma parte da minha alma queria as respostas que ele disse que tinha… E quando aceitei a escuridão…

Ela fez uma pausa para tentar colocar sua mente no lugar. O que havia sentido no breve momento em que tivera Draco e Harry para si, pedindo em conjunto que se rendesse à eles.

— O que ele usou para fazê-la aceitar?

— Usou meus sentimentos por eles… - A morena disse de forma sucinta, apontando para onde Harry e Draco ainda dormiam — A culpa que tenho por não conseguir tomar uma decisão…

— Sinto muito, Sarah. - Adam disse com sinceridade — Mas você conseguiu escapar, pense nisso.

— E acabei perdendo a posse do medalhão no processo. - Sarah disse com azedume.

— Por que não abre o jogo com eles de uma vez? - Ele perguntou simplesmente — Fale sobre a profecia e sobre o que quer com o medalhão.

Sarah encarou Adam por um momento pensando sobre aquela possibilidade. Talvez devesse mesmo contar tudo aos amigos, mas se aquilo era o certo a se fazer, por que seu peito pesava tanto ao pensar naquela possibilidade?

— Não sei se posso fazer isso agora. - A morena respondeu sinceramente.

— Guardar essas coisas pra você só vai te sobrecarregar… Isso me preocupa. - Adam disse com sinceridade.

— Dumbledore fez um voto perpétuo pra que meus pais não contassem isso a ninguém. - Sarah disse pensativa — Eu sabia que não conseguiria esconder isso de você por conta da nossa ligação… Mas não posso arriscar que mais gente saiba.

— Pense bem nisso, Sarah…

— Estou pensando. - Ela disse com firmeza — Não posso arriscar contar pra todos agora… E se nos separarmos outra vez? E se os Comensais conseguirem colocar as mãos nessas informações de alguma forma? - Ela perguntou, encarando amigo — Vou contar tudo a eles, mas não farei isso agora… Não enquanto as horcruxes estiverem espalhadas por aí.

— Não quero que se sobrecarregue…

— Preciso aguentar, Adam… Preciso aceitar que essa missão é minha e de mais ninguém.

— Vou estar ao seu lado… Mesmo não concordando com sua atitude. - Adam disse com pesar.

— Se Harry e Draco já tentam me proteger sem saber do meu papel nisso tudo… Imagine como vão agir quando souberem…

Adam ponderou as palavras da amiga por um momento. A noite anterior reforçava a ideia de Sarah, mas, ao mesmo tempo, o moreno temia pela sanidade da morena.

— Os dois não sabem que não podem me proteger… Não sabem que, no fim de tudo, quem deve protegê-los sou eu e não o contrário.

— Os dois sabem o quanto é forte, Sarah… Todos nós sabemos.

— Não fui forte o suficiente pra destruir o medalhão… Não sou o que preciso ser, não ainda.

— Não esqueça que antes de ser Salvadora de Almas, você é Sarah Standish. - Adam pontuou, encarando a amiga — Sua profecia não é tudo que você é.

— Mas talvez seja o que preciso ser no momento. - Ela disse com seriedade.

Adam respirou fundo e ajeitou os óculos. Não queria que Sarah se perdesse, não queria que se sobrecarregasse com tudo aquilo, mas sabia que a amiga não mudaria de ideia. Continuaria guardando seus segredos e lhe dando o apoio que precisasse até que estivesse preparada para dividir todo aquele peso com os demais.

— Está chateada com eles, não está? - O moreno perguntou retoricamente.

— Dois idiotas. - Sarah resmungou — Devia ter continuado com o Simas...

— Difícil lembrar que você e Simas se envolveram um dia.. - Adam comentou — Vocês formavam um casal bonitinho, mas você não se apaixonou por ele, não é?

— As coisas entre Simas e eu eram apenas... Simples. - Sarah disse, dando de ombros — Mas você tem razão... Eu não tenho como comparar o que senti pelo Simas com o que sinto agora por esses dois.

Sarah ficou em silêncio por um momento para pensar em seu passado por um momento. Era engraçado pensar que já se envolvera com outras rapazes além de Draco e Harry e saber, por mais irritada que estivesse com os dois, que nunca sentira por ninguém algo sequer parecido com o que sentia naquele momento.

— Se Simas soubesse que fui até a mansão Malfoy, ele reclamaria tanto quanto os dois reclamaram. - A morena disse pensativa.

— Qualquer pessoa minimamente ajuizada reclamaria, Sarah. - Adam comentou, como se fosse algo totalmente óbvio.

Sarah deu de ombros e fez uma careta com as palavras do amigo. Não se arrependeria por ter ido até a mansão para resgatá-lo, mesmo que todos lhe dissessem que fora louca e imprudente.

— Vai passar o unguento na minha mão de uma vez? - Ela perguntou, tentando mudar o assunto.

Adam olhou para a amiga em silêncio e assim permaneceu enquanto passava o unguento nas queimaduras. Assim que terminou o processo, a encarou e se manifestou.

— O que vai fazer agora que não está mais com o medalhão?

— Sei que não vão me deixar usá-lo de novo… - Sarah disse pensativa — Mas o medalhão não é a única horcrux onde posso encontrar respostas.

— Sarah… - Adam disse, preocupado.

— Preciso fazer isso…

— Vai acabar arrumando um problema com os dois.

— Como se isso nunca tivesse acontecido, não é? - Ela perguntou, revirando os olhos — Já estou atolada em um mar de problemas… Mais um, menos um… Tanto faz.

— Vai me obrigar a assistir isso tudo calado?

— Não posso te obrigar a guardar meus segredos, Adam… Mas por favor, entenda que estou fazendo o que acho que é certo.

Adam suspirou e meneou a cabeça. Estava preocupado e não podia negar que sua vontade era contar a todos ali o que acontecia com a amiga, mas não era seu direito, aquela não era sua história para contar. Seria leal a Sarah, assim como ela seria se fosse com ele.

— Você é impossível…

— Me conhece há dezoito anos… Está chegando a essa conclusão só agora? - Ela perguntou, arqueando as sobrancelhas.

Sem conseguir se conter, o moreno encarou a amiga em silêncio por alguns segundos antes de ceder a vontade de rir. Por mais preocupado que estivesse, sabia que ela sabia se proteger e que não estava sozinha. Ele estaria ao seu lado e a ajudaria no que fosse preciso, porque assim era a amizade dos dois, desde que se entendiam por gente.

❈

Se antes havia dúvidas de que Sarah neutralizava os efeitos do medalhão para todos à sua volta, a certeza se deu nos dias seguintes. O clima na tenda voltara a ficar denso e os ânimos mais exaltados do que o usual.

A morena perdera as contas de quantas vezes fora preciso apaziguar a tensão entre Harry e Draco, que continuava a crescer conforme janeiro avançava. Sarah não voltara a usar o anel do loiro, mas passara a pesquisar mais sobre as diversas simbologias da alma e a conexão que poderia existir entre ela e o fragmento de alma que existia nas horcruxes.

Parou de ler o livro que pegara emprestado com Hermione apenas para fazer mais essência de ditamno. Enquanto preparava o que precisava, sentiu Draco se aproximar com cautela.

— Pretende ficar com essa cara fechada até quando? - Ele perguntou, parando ao lado dela.

— Não sei… Até quando você e Harry vão discutir por qualquer besteira? - A morena devolveu, encarando o rapaz sem mudar sua expressão.

Draco respirou fundo e meneou a cabeça em silêncio. Sabia que ele e Potter tinham suas diferenças, mas também tinha ciência de que o medalhão havia amplificado o clima tenso entre eles. Sempre que usava o medalhão, sob olhares de reprovação do rival, o loiro acabava vestindo a máscara que usara por anos em Hogwarts. Quando estava com a horcrux em seu peito, ele voltava a ser o Draco Malfoy frio, inacessível e arrogante que todos pensavam conhecer.

— Não é algo que dependa só de mim, não concorda? - Draco questionou.

— Talvez se fizesse sua parte, Harry faria a dele também.

— Realmente acredita nisso?

— Preciso acreditar em algo não é? - Ela disse com veemência.

— Está tão irritada assim por ter tirado o medalhão de você? - O loiro perguntou com a voz mais baixa — Sarah… Você não ouviu seus gritos, não sabe como foi horrível te ver daquela maneira.

— O que me aborrece é a mania que vocês dois tem de achar que podem me proteger de tudo…

— Está irritada por nossa preocupação?

— Estou irritada por uma série de coisas… - Ela fez uma pausa e respirou fundo. Passou a mão no rosto e balançou a cabeça, não queria discutir — Eu preciso fazer a essência de ditamno, não posso falar sobre isso agora.

— Quer ajuda? - Draco ofereceu — Sempre fizemos boas poções juntos… - Ele complementou, com um sorriso torto.

Sarah o encarou mais uma vez e soltou um estalo com a língua ao processar o que havia acabado de ouvir.

— Está mesmo usando seu charme pra diminuir minha irritação? - Ela perguntou descrente.

— Depende… Está funcionando? - Draco devolveu a pergunta, dando de ombros.

Ela abriu a boca algumas vezes para responder, mas não conseguiu encontrar as palavras certas para tal.

— É raro te ver sem palavras, Standish… - O loiro disse, rindo pelo nariz.

— Idiota. - Sarah retrucou segundos antes de rir pelo nariz.

— Fica melhor assim. - Draco disse com sinceridade — Por mais que te ache perfeita de qualquer maneira.

— Pode parar de me bajular, Malfoy… - Ela disse, revirando os olhos — Pode ficar.

Draco sorriu ao ouvir as palavras da morena. Não gostava de vê-la irritada, ainda mais quando o motivo da irritação era ele.

Sarah voltou a cortar os cogumelos que usaria na poção em silêncio. Podia sentir o olhar do loiro sobre ela, mas tentava manter a concentração. Tentava se manter irritada com o rapaz, por mais difícil que aquilo fosse.

— Acha que o medalhão te afeta mais do que aos outros? - Ela perguntou sem pensar.

— Fala isso por causa do anel? - Ele perguntou, se referindo a sua própria horcrux.

— Consegue se comunicar com ele de alguma maneira?

— Com a alma contida no medalhão? - Draco perguntou sem entender — Não… Por que acha que conseguiria?

— Apenas pensei que… - Ela fez uma breve pausa e respirou fundo. Voltou a falar com a voz mais baixa, não queria que os outros a ouvissem — Bom… Uma parte de sua alma está faltando… Ele não poderia…

— Tomar meu corpo? - Ele completou sem deixar de encará-la — Não estou sendo possuído pelo medalhão, se é o que te preocupa, Sarah.

— O que me preocupa é você usar o medalhão sem saber o que isso pode te causar.

— Se você pode usar o medalhão, por que eu não poderia?

— Sabe muito bem o motivo, Draco. - Ela disse, sem desviar o olhar que trocavam.

— Se você pode se preocupar comigo… Eu também posso me preocupar com você, entendeu agora?

Ela engoliu em seco e ficou em silêncio por alguns segundos. Ainda se encaravam quando Draco retomou a palavra.

— Mais uma vez sem palavras, Standish…

— Talvez isso seja um problema recorrente quando estou com você, não é?

— Por mais que goste de te deixar sem palavras… - Ele disse com a voz mais baixa — Prefiro quando devolve minhas provocações.. Foi uma das coisas que me chamou atenção em você.

— Vou me lembrar disso. - Ela disse simplesmente.

Sem dar uma só palavra, Draco colocou uma das mechas de cabelo soltas de Sarah, atrás da orelha dela e sorriu brevemente.

— Não vai conseguir fazer a poção se seu cabelo estiver caindo no seu rosto.

Sarah sorriu para o loiro sem deixar de encará-lo. Ainda em silêncio, a morena voltou sua atenção para os ingredientes da poção mais uma vez, completamente alheia ao fato de que Harry, que usava o medalhão, observara a cena toda de longe.

❈

Estava tão absorta em sua leitura que não percebeu que alguém se aproximara. Sentiu o cheiro de chá de camomila e tirou os olhos do livro a tempo de ver que Harry estava ali com uma xícara nas mãos.

— Trégua? - Ele perguntou, estendendo a xícara para a morena.

— Quer me comprar com uma xícara de chá?

— Não é só uma xícara de chá… É uma xícara do seu chá favorito. - Harry disse simplesmente.

Sarah abaixou o livro por completo, ponderando se deveria aceitar a tentativa de aproximação do moreno ou não. Ainda estava irritada, mas não queria continuar com aquilo, estava exausta demais.

— Se quer me pedir uma trégua… Eu também posso fazer um pedido?

— Se não for voltar a usar o medalhão…

— Já sabia que estava fora de cogitação.

— O que quer?

— Que você e Draco parem de agir como dois idiotas. - Ela respondeu prontamente.

Harry queria dar a Sarah a resposta que ela queria, mas era difícil prometer qualquer coisa sabendo o que sentia quando usava o medalhão, lembrando do que sentiu quando a viu conversar com o loiro horas antes, enquanto ainda usava a horcrux.

— Não pode me prometer isso, não é? - Sarah perguntou, encarando o moreno.

— Não quero aborrecer você.. Ainda mais com esse assunto. - Ele disse com sinceridade.

— Aceito o chá, mas vou pensar sobre a trégua então.

Harry respirou fundo e passou a mão nos cabelos. Pediu, silenciosamente para sentar ao lado de Sarah na cama e quando ela abriu espaço para ele, o moreno se ajeitou no colchão.

— Prometo tentar. - Ele disse enquanto a encarava — Se isso é tão importante pra você.

— Obrigada. - Ela disse dando um sorriso breve.

— Faço qualquer coisa por você, Sarah… Sabe disso.

— Menos me deixar usar o medalhão. - Ela rebateu rapidamente.

— Qualquer coisa que não te machuque como o medalhão te machucou. - Harry corrigiu, pensativo.

— Sabe que não pode me proteger pra sempre, não é? - Sarah perguntou, sem desviar o olhar.

— Sei que sabe se proteger, Sarah… Mas não pode me impedir de me preocupar com você.

— Harry… Você precisa matar Você-Sabe-Quem… Acha mesmo que pode falar comigo sobre preocupação? - Ela perguntou com o cenho franzido.

As palavras de Sarah fizeram Harry rir brevemente. Perdera as contas de quantas vezes quis ser um adolescente comum, sem um alvo nas costas. Queria ser diferente, sem aquele peso, sem aquela preocupação excessiva em proteger todos que eram importantes para si.

— Você tem um ponto, realmente. - Ele disse com sinceridade.

— Sempre tenho um ponto, Harry Potter. - Sarah disse, acompanhando a risada que o moreno dera.

— Realmente… Se não fosse por você eu não teria enxergado uma série de coisas em mim mesmo.

— O que quer dizer?

— Que você me faz querer ser alguém melhor… Porque você é uma garota incrível e eu quero merecer você.

— Você já é uma pessoa incrível Harry…

— Mas sei que fiz coisas que me tiraram da sua lista de garotos namoráveis… - Ele completou.

Sarah não conseguiu conter a gargalhada que invadiu sua garganta. Lembrou da conversa que tivera na sala comunal com o moreno sentado ao seu lado em seu quinto ano, quando as coisas eram mais fáceis e menos densas.

— É realmente uma vaga muito disputada… - Ela brincou, sem conseguir deixar de rir.

— Gosto de ver você sorrindo assim. - Ele disse com sinceridade — Ver você na outra noite foi horrível.

— Foi tão ruim assim?

— A dor que você parecia estar sentindo… Se eu pudesse, teria acabado com Vol… - Ele parou o nome no meio, haviam ouvido pelo Observatório Potter sobre o feitiço tabu que Voldemort lançara em seu nome — Você-Sabe-Quem... - Corrigiu — Naquele momento se fosse necessário pra nunca mais ouvi-la gritar daquela maneira.

— Eu estou bem, não precisa se preocupar. - Sarah disse calmamente.

— Se tem uma coisa que aprendi convivendo com você, Sarah… É que você esconde o que sente muito bem… - Harry disse com seriedade — Mas prefiro acreditar que esteja falando a verdade.

— Se eu mentir pra qualquer um de vocês… - A morena começou, sem deixar de olhar para Harry — Saiba que só fiz o que foi necessário.

— Sim, eu acredito em você. - Ele disse com sinceridade.

— Obrigada pelo chá. - Ela disse, sorrindo.

— Obrigado pela trégua. - Ele devolveu, beijando a testa de Sarah com carinho.

Os dois continuaram se encarando com sorrisos nos lábios. Não sabiam que, da mesma forma que Harry se deixara consumir pelo ciúme quando usava o medalhão, o mesmo acontecia com Draco, que observava os dois sentados na mesma cama.