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História A Profecia Perdida - Draco Malfoy - Livro 1 - Concluída - Capítulo 104


Escrita por: TatiHufflepuff

Notas do Autor


N/A: Oi gente, tudo bem com vocês? Espero que sim! Mis uma quinta, mais um capítulo de APP pra vocês.
Sem demora, vamos lá!

Capítulo 104 - Capítulo 104


Fanfic / Fanfiction A Profecia Perdida - Draco Malfoy - Livro 1 - Concluída - Capítulo 104

— Obrigada pelo livro, Hermione.

Sarah havia acabado de ler o livro que a amiga lhe emprestara. Não descobrira muita coisa que fosse verdadeiramente útil para sua missão ou para entender as horcruxes, mas alguns conceitos que encontrou no meio de sua leitura a deixaram pensativa.

— Conseguiu descobrir alguma coisa? - Hermione perguntou, encarando a amiga.

A morena respondeu dando de ombros, sentando ao lado da amiga em seguida. Quando começou a fazer suas pesquisas tinha ciência de que, provavelmente, não conseguiria encontrar as respostas que queria em um livro, afinal, não existia um exemplar que lhe ensinasse a ser a Salvadora de Almas. Por um momento, Sarah xingou Dumbledore em sua mente por ter partido sem lhe dar respostas diretas.

“Não podia ter deixado uma carta dentro da maldita caixa… Precisava mesmo ter me deixado com memórias que não posso acessar…”, ela pensou irritada.

— Só encontrei mais dúvidas, se quer mesmo saber. - Ela respondeu depois de alguns segundos.

— Quer dividir o que encontrou? - Hermione questionou com interesse.

Sarah respirou fundo para organizar os pensamentos. Por mais que não pudesse contar tudo a Hermione naquele momento, nada a impedia de compartilhar suas dúvidas sobre o assunto.

— Pensei em algumas coisas depois de encontrar no livro o que realmente seria o limbo... - Sarah respondeu, tendo cuidado com as palavras que usaria.

Tom Riddle havia usado aquele termo para descrever a Hogwarts que havia criado dentro do medalhão. Talvez, encontrar tudo que pudesse sobre o que de fato era o limbo, fosse um bom caminho para seguir.

— Quando a horcrux é criada, aquele fragmento de alma não está mais atrelado ao corpo da pessoa que a criou, mas está ligado diretamente ao objeto. - Ela prosseguiu, montando seu raciocínio — Isso quer dizer que ela não está mais viva… Mas também não está totalmente morta.

Hermione observava a amiga em silêncio, absorvendo tudo o que ela dizia com interesse.

— Se o limbo é realmente um estado entre a vida e a morte… - Sarah prosseguiu, calmamente.

— Então o fragmento da alma que está na horcrux poderia estar preso no limbo. - Hermione completou, acompanhando o raciocínio. Não havia pensado sobre aquilo antes.

— Faz sentido, não? - Sarah perguntou, encarando a amiga.

— Sim. - A sabe-tudo disse, pensativa — Nós realmente precisamos encontrar a espada… Se for realmente isso, não temos como destruir as horcruxes de outra maneira.

— Por que diz isso?

— Imagine o perigo de estar no limbo… Estar entre a vida e a morte. - Hermione ponderou.

Sarah engoliu em seco com as palavras de Hermione. Tudo acontecera de forma tão natural para ela, que sequer pensara sobre o perigo de estar no limbo. Não sabia como havia chegado lá e nem como havia saído, só descobrira onde realmente estava graças às palavras de Tom.

— No fim das contas… - Sarah comentou, tentando evitar pensar no que Hermione dissera — O livro não ajudou em muita coisa… Continuamos precisando da espada.

— A não ser que alguém tenha presas de basilisco no bolso… Infelizmente sim.

— A espada não responde ao apelo dos grifinórios? - Sarah perguntou pensativa — Onde raios ela está então? - Ela retrucou irritada.

Hermione não conseguiu controlar a risada ao ouvir as palavras da amiga. Pensara a mesma coisa diversas vezes, mas ali estavam, com uma horcrux em mãos, mas sem sinal da espada que podia destruí-la.

— Não vejo a hora de destruirmos o medalhão. - A sabe-tudo disse com sinceridade, massageando as têmporas.

— Digo o mesmo… Tem dias que parece que a tenda vai explodir com a tensão que essa merda cria. - Sarah disse com azedume. Desistira de tentar recuperar o objeto, então precisava lidar com a mudança de humor de todos ali, já que não tinha como neutralizar o mal estar que ele trazia para os amigos.

Com o decorrer dos dias, a morena percebeu o quanto Harry e Draco eram afetados pelo artefato. A troca de farpas havia aumentado consideravelmente e ela temia que fosse apenas uma questão de tempo para que aquele pequeno barril de pólvora explodisse.

— Você fez a coisa certa, sabe? - Hermione questionou, atraindo o olhar da amiga para si — Trazendo os dois com você.

— É bom saber que alguém enxerga isso. - Sarah disse, rindo pelo nariz — Queria que Harry entendesse isso também.

— Sabe como Harry pode ser cabeça dura. - Hermione comentou — Ainda mais se tratando de Draco e tudo que o envolve.

— Eu só queria que ele entendesse que não podemos recusar novos aliados.

— Dê tempo a ele. - A morena pediu calmamente — Rony e eu conseguimos absorver… Ele também vai.

— Espero que você esteja certa. - Ela disse em meio a um suspiro cansado.

Conversaram por mais um tempo até Sarah sentir o corpo pesar e pedir um banho. Enquanto aproveitava a água batendo em seu corpo, o silêncio e o fato de estar completamente sozinha, a mente da morena passou a divagar. Uma série de pensamentos soltos lhe invadiu até que algo realmente passasse a fazer sentido.

“Sarah… Você estava completamente gelada.”, a voz de Adam invadiu seus sentidos.

— Ele disse que eu estava pálida... - Ela ponderou em voz baixa — Que parecia não estar respirando…

“Você parecia estar… Morta.”, a voz do melhor amigo ganhou seus pensamentos mais uma vez.

— Se o limbo é o estado entre a vida e a morte… - Sarah continuou seu raciocínio — Isso quer dizer que…

O ar ficou preso nos pulmões de Sarah quando ela entendeu o que de fato acontecia. Por mais que não soubesse como, sua alma realmente não estava em seu corpo quando Adam a vira no outro dia.

— Se eu estava no limbo… - Ela disse soltando o ar todo de uma vez — Minha alma… Não estava mais no meu corpo…

Era por aquele motivo que Adam tinha se preocupado tanto, por aquele motivo parecia estar morta… O que ficara deitado naquela cama durante a noite fora apenas seu corpo, uma casca vazia esperando que sua alma retornasse para preenchê-la novamente.

Precisou de alguns minutos para absorver o que havia acabado de descobrir. Sua cabeça latejou por um momento quando se deu conta de que, por mais que tivesse descoberto algo realmente importante, outras milhares de questões surgiam.

— Por que isso acontece? - Se perguntou, colocando a cabeça sob a água — E o mais importante… Como?

Lembrou da primeira vez que aquilo acontecera. Não tinha sido com o medalhão e sim com a horcrux de Draco.

— Então eu preciso estar em contato com uma horcrux pra isso… - Ela ponderou sem elevar o tom de voz.

Se perguntou se, de alguma maneira, era atraída pelas almas nas horcruxes. Talvez fosse algo instintivo, talvez o poder que morava dentro dela, o poder de salvar almas, ou destruí-las no caso de Tom, fosse forte o suficiente para levá-la até o limbo e trazê-la de volta em segurança.

— Algo está faltando… Não faz sentido. - Ela meneou a cabeça, sentindo que a peça que faltava não seria tão fácil de encontrar.

Quando saiu do banho, Sarah percebeu que Rony e Hermione não estavam na tenda. Adam lia algo em sua cama e Draco parecia dormir profundamente. Pegou sua varinha, seu casaco e duas xícaras quentes de chá antes de ir para o lado de fora, onde Harry estava de guarda. Percebeu que o moreno usava o medalhão antes mesmo de ver o objeto pendurado em seu pescoço, a expressão cansada do rapaz já era o suficiente.

— Há quanto tempo está aqui fora? - Perguntou, entregando uma das xícaras para o moreno.

— Não sei… - Ele respondeu sem emoção — Uma hora, talvez…

— E você precisa usar o medalhão enquanto vigia? - Ela perguntou, sentando ao lado do rapaz.

— Rony, Hermione e Adam já usaram hoje. - Harry respondeu prontamente.

Sarah olhou para ele sem dar uma só palavra. Sabia que o moreno não entregaria o medalhão à Draco, nem que precisasse usá-lo um dia inteiro.

— Estava usando antes de vir vigiar? - Sarah perguntou preocupada.

— Não vai gostar da resposta. - Ele disse sem olhar para ela.

“Ela vai sugerir que entregue o medalhão para ele… Ela sempre o envolve, Harry.”, a voz dentro de sua mente disse.

— E não tem mais ninguém pra usar o medalhão? - Ela perguntou simplesmente.

— Você não é uma opção… Então não, não tem ninguém.

— É o medalhão falando… Ou você não precisa dele pra falar dessa maneira? - A morena perguntou com leve azedume.

“Sempre duvidando de você… Ela nunca vai te perdoar pelo que fez, Harry…”

— Desculpe, não queria falar dessa maneira. - Harry disse, meneando a cabeça. Tentava afastar as palavras em sua mente, sabia que não eram confiáveis.

Sarah respirou fundo e passou a mão no rosto antes de dar um gole em seu chá. Sempre que o assunto era Harry e Draco, a morena se preparava para o pior. Sabia que arriscara ao levar o loiro consigo, mas não se arrependia. Não quando sabia o quanto Draco havia sofrido, o quanto ele estava disposto a ajudar.

— Não vou pedir o medalhão de volta… - Sarah comentou, encarando o moreno — Mas talvez você deva pensar em outras alternativas… Já que ele claramente te afeta.

— Podemos não falar sobre isso? - Ele pediu com sinceridade, sentindo um incômodo em seu estômago. Não queria dar motivos para que a voz em sua mente falasse outra vez.

— Onde estão Rony e Hermione? - Ela perguntou sem pensar muito.

— Foram buscar suprimentos, mas sabemos que devem demorar pra voltar…

— É a única forma de ficarem sozinhos, não é? - Sarah perguntou, compassiva.

— Espero que os dois tenham muito tempo juntos depois que isso tudo acabar. - Harry disse com sinceridade. Sabia o quanto os amigos se amavam, quanto tempo demoraram para finalmente ficarem juntos, lhe parecia injusto que a guerra estivesse impedindo a felicidade dos dois.

— Acredito que teremos outro casamento na Toca em alguns anos… - Ela disse com um sorriso nos lábios.

— Espero estar vivo pra ver isso. - Harry disse sem pensar.

Sarah encarou o moreno com os olhos levemente arregalados. As palavras dele fizeram com que seu coração doesse. A possibilidade de um mundo sem Harry lhe trouxe uma tristeza tão intensa que a morena precisou se concentrar para que seus olhos não marejassem.

— Nunca mais fale algo assim. - Sarah disse com firmeza.

— Sabemos o que a profecia diz, Sarah…

“É isso que você merece, Harry… Sucumbir nas mãos de Voldemort… Por tudo que fez os outros passarem… Por todos que se sacrificaram por você.”

— Pro inferno a profecia, Harry. - Ela rebateu — Ela não diz que você vai morrer… Eu não vou deixar.

— Não vou deixar que se sacrifique pra me proteger… Nenhum de vocês.

— Não cabe a você decidir o que posso ou não fazer… Qualquer um de nós. - Ela disse com firmeza.

— Sua teimosia pode ser irritante às vezes, sabia?

— Como se a sua não fosse… - A morena comentou com uma das sobrancelhas arqueadas.

— Eu realmente senti sua falta, sabia? - Harry perguntou, encarando a morena por um momento.

Sarah sorriu com as palavras do moreno. Não havia como negar para si mesma que gostava de Harry. Faria o que pudesse para protegê-lo, queria vê-lo vivo e feliz. Por mais que ele a tivesse magoado, ela o havia perdoado e as batidas de seu coração só comprovavam tudo o que sentia por ele.

— Também senti sua falta. - Sarah disse com sinceridade, sorrindo para o moreno.

Harry sentiu seu coração bater mais rápido ao vê-la sorrir daquela maneira. Por um instante se perguntou o que poderia ter acontecido caso não tivessem se separado no Ministério.

“Ela esteve com Malfoy por um bom tempo… O que te faz pensar que ela ainda sente algo por você? Que ela não se entregou para ele, como se entregou para você no dormitório?”, a voz em sua mente perguntou maldosamente.

O moreno fechou os olhos e respirou fundo. Não queria pensar no fato de que Sarah e Draco estiveram juntos, não queria remoer aquele sentimento ruim, não queria sequer dar espaço para ele, como já fizera antes.

— Acha que um dia conseguiremos conversar sobre o que aconteceu antes de irmos pro Ministério? - Ele perguntou, lembrando do momento em que quase se beijaram.

Sarah sentiu a boca secar com a pergunta dele. Lembrou do que havia sentido antes de invadirem o Ministério, da proximidade entre os dois, da vontade que tinha sentido de beijá-lo.

— Eu continuo não me arrependendo de ter vindo, Harry. - Ela disse com a voz mais baixa. Sentiu o coração bater mais rápido quando percebeu que os olhos verdes do moreno se dividiam entre seus olhos e seus lábios.

— Acho que nunca vou agradecer o suficiente por tudo que me fez… - Harry disse, se aproximando dela — De ter me perdoado depois das merdas que fiz, de ter vindo com a gente… De ter aceitado namorar comigo…

— Fala como se estar ao seu lado fosse um grande sacrifício. - Sarah disse, sorrindo brevemente. Percebeu que Harry se aproximara um pouco mais.

— Sei do peso que trago junto comigo, Sarah… - O moreno disse com sinceridade, acariciando o rosto dela com a mão, que ainda estava quente graças a xícara de chá — E mesmo assim você ficou comigo…

— Eu disse que sempre estaria ao seu lado, não disse? - Ela perguntou, sentindo o cheiro do chá de hortelã que vinha da boca de Harry. Fazia tempo desde a última vez que estiveram tão próximos um do outro e ela podia sentir seu coração batendo em sua garganta.

— Assim como sempre vou estar do seu. - Harry respondeu no momento em que seu nariz tocou o dela. Queria beijá-la, queria sentir a paz que apenas ela lhe trazia.

Sarah fechou os olhos por um instante na intenção de permitir que Harry acabasse com a pouca distância entre eles, mas assim que o fez, lembrou que o moreno usava o medalhão. Por um instante pensou em Draco, que dormia calmamente no interior da cabana. Depois pensou nas vezes que Tom tentou controlar sua alma e do que sentiu quando ele finalmente conseguiu. Seu corpo tremeu involuntariamente e, antes que Harry pudesse unir os lábios nos dela, ela se afastou.

— Fiz algo errado? - Harry perguntou confuso.

— Não… - Ela respondeu, segurando a mão dele que acariciava seu rosto — Eu só não acho que seja o momento pra fazermos isso. - Concluiu, olhando para o medalhão pendurado no peito de Harry — Eu… Eu vou voltar lá pra dentro…

Sem que Harry desse mais uma palavra, Sarah voltou para o interior da cabana, deixando o moreno sozinho, com as vozes do medalhão enchendo sua mente de pensamentos venenosos.

Assim que entrou na cabana, Sarah olhou rapidamente para onde Adam e Draco estavam antes dela sair da tenda. Viu que o loiro ainda dormia e que Adam não estava mais lendo. Ouviu o barulho do chuveiro e entendeu que o amigo estava no banho. Olhou para Draco mais uma vez antes de decidir o que faria a seguir.

Em silêncio, a morena foi até sua mochila e pegou a caixinha que havia recebido da mãe. A abriu rapidamente e encarou sua profecia por alguns segundos. Respirou fundo e balançou a cabeça para afastar qualquer pensamento que a fizesse desistir do que faria a seguir. Pegou o anel de Draco e colocou em seu dedo, fechou a caixa e a guardou novamente.

Antes de colocar a mochila de lado, pegou a outra caixa de madeira que tinha e tentou abri-la mais uma vez. Como das outras vezes que tinha tentado, o objeto não cedeu, o que a fez soltar um suspiro de frustração.

Sentou em sua cama e ficou olhando para suas mãos. O anel de pedra vermelha reluzia em uma das mãos, enquanto a horcrux de Draco adornava a outra. Fechou os olhos tentando se concentrar, talvez não precisasse de fato dormir para ir até o limbo, talvez, se praticasse, conseguiria projetar sua alma para o limbo do loiro de uma forma que não precisasse ficar na linha tênue entre a vida e a morte de fato.

“Me deixe entrar…”, ela pensou consigo mesma, mentalizando o limbo que Draco criara em sua horcrux.

“Me deixe entrar pra ajudar…”

Passou alguns minutos com os olhos fechados. Sentindo o corpo pesar, a morena se apoiou no travesseiro. Continuava repetindo para si mesma que queria entrar no limbo, mesmo com o medo crescente dentro do peito.

Sarah não sabia o que poderia acontecer caso ficasse presa no limbo, caso não conseguisse trazer sua alma de volta para seu corpo, mas precisava acreditar que seu poder a ajudaria. Precisava descobrir o que tudo aquilo significava e o que poderia fazer para não ser controlada caso tivesse a oportunidade de ter contato com mais um dos fragmentos da alma de Voldemort.

“Draco nunca me machucaria. O limbo dele é seguro.”, ela pensava enquanto seu corpo pesava um pouco mais.

Lembrou das vezes que esteve na mansão Malfoy projetada pelo loiro. De como se sentira segura, diferente da vulnerabilidade que vivenciou no medalhão. Se prendia naquele pensamento e na vontade de descobrir a extensão de seu poder para ajudar não só Draco, mas também Harry em sua busca pelas horcruxes.

Então, o vazio tomou conta do pensamento da morena que, quando abriu seus olhos novamente, se viu sentada no chão da sala da mansão Malfoy. Respirou fundo e quando se levantou, já vestida, pensou em quem queria encontrar.

Andou pelos corredores da mansão evitando ao máximo fazer barulho. Não queria encontrar a versão mais nova de Draco naquele momento, estava determinada a encontrar o velho que tanto assombrava o menino.

Se deixou guiar por seus instintos e, quando parou em uma pequena bifurcação do corredor, sentiu sua mão esquerda aquecer, como um sinal para onde deveria seguir. Andou um pouco mais e, então, ouviu um barulho em um dos milhares de quartos da mansão. Respirou fundo e se aproximou um pouco mais da porta, a abrindo com cautela.

— Olá? - Ela chamou sem entrar completamente no cômodo.

— Quem está aí, quem é você?

— Eu… - A morena hesitou por um momento — Me chamo Sarah. - Ela concluiu, entrando no quarto, mas sem se afastar muito da porta.

— Como… Como chegou aqui? - O homem perguntou, se aproximando e finalmente se mostrando para Sarah.

— Você… É Gregorovitch, não é? - Ela perguntou olhando para o senhor, que a encarou com os olhos arregalados.

— O menino te prendeu aqui também? - Gregorovitch perguntou, dando um passo em direção a morena.

— Não… Draco jamais faria isso. - Sarah respondeu com firmeza.

— Eu estou aqui, não estou? - O fabricante de varinhas perguntou com raiva.

— Draco não queria ter feito o que fez. - Ela explicou — Estava sob o controle da maldição Imperius quando o prendeu aqui.

— Por que deveria acreditar em você? - Ele perguntou, desconfiado — Pelo que sei, você pode ser apenas outra vítima… Ou quem sabe uma projeção deste lugar.

— Do que… Do que está falando?

— Não sabe onde estamos, menina?

— Estamos no limbo, não é?

— E não sabe que tudo que o limbo quer é nos manter dentro dele? - Gregorovitch perguntou com os olhos semicerrados — Tudo que esse lugar pode fazer para te manter aqui, ele vai fazer.

Sarah engoliu em seco pensando no controle que Tom teve sob sua alma e se perguntou se fora a forma que ele encontrara de mantê-la em seu limbo.

— Eu não… Não estou morta. - Ela disse com a voz trêmula.

— Isso pouco importa. - O homem disse, meneando a cabeça — Estamos no espaço entre a vida e a morte… Sua alma já está em risco por estar aqui.

— Como faço pra não correr esse risco?

— Por que pergunta? Pretende viajar pelo limbo mais vezes? - Gregorovitch perguntou rindo com escárnio — É um plano de férias masoquista esse seu, menina.

— Como eu faço pra não correr risco? - Ela repetiu a pergunta, o encarando com intensidade. Sentia sua mão queimar, o poder escondido dentro dela pedindo que ela tocasse o homem para salvá-lo.

— Precisa de uma âncora. - Ele respondeu, a encarando com curiosidade — Algo que prenda sua alma ao mundo dos vivos… Assim não ficará tentada a permanecer neste lugar.

Sarah absorveu a informação recebida. Deu mais um passo em direção ao senhor, que não recuou. Precisava de mais informações.

— O que seria exatamente uma âncora?

— Um objeto, uma pessoa, um sentimento… Qualquer coisa forte o suficiente para mantê-la livre dos poderes do limbo. - Ele disse prontamente — Ainda não me respondeu como chegou aqui.

— Não sei explicar como cheguei… Só posso dizer que vim porque quis. - Ela respondeu sem rodeios — Porque tenho algo a fazer aqui.

— Está do lado do moleque que me prendeu aqui, não é?

— Estou aqui pra ajudar quem precisa ser ajudado… E pra conseguir informações.

— Que tipo de ajuda? - Ele perguntou interessado — De que tipo de informações precisa?

— Talvez possa ajudar você, se é o que está perguntando. - Sarah disse com firmeza. Não se sentia ameaçada como quando estava no medalhão. Draco jamais a machucaria, assim como o limbo que criara e não seria Gregorovitch que a faria mudar de opinião sobre aquilo.

— O que posso te dar para que me ajude a sair daqui?

Sarah deu mais um passo em direção a Gregorovitch, ainda não havia decidido se tentaria ajudá-lo ou não. Não sabia das consequências que aquilo poderia trazer para Draco, precisava agir com cautela.

— No dia que ficou preso aqui… - Sarah começou, pensativa — O que aconteceu?

O pequeno sorriso nos lábios de Gregorovitch morreu ao ouvir as palavras da morena. Seu corpo estremeceu ao lembrar do que havia acontecido no dia em que sua alma fora sugada de seu corpo e levada até aquele lugar.

— O Lorde das Trevas queria informações. - Ele disse com o olhar vago — Quando conseguiu o que queria… Mandou o moleque…

— Draco. - Ela corrigiu.

— O Lorde das Trevas ordenou que ele acabasse comigo. - O senhor disse, ignorando a correção que recebera — Implorei por minha vida, o que obviamente não adiantou… Quando percebi, estava aqui.

— Como soube onde estava?

— A alma sempre sabe… - Gregorovitch disse sem emoção — Quando me vi preso aqui, sem um corpo para voltar, sem poder seguir em frente… Tudo ficou claro…

— Por que não falou com o fragmento da alma de Draco sobre isso? - Ela perguntou com curiosidade — Ele tem medo do senhor…

— Acha mesmo que vou ajudar o moleque que me prendeu aqui?

— Ele não sabe onde está…

— Pode levar um tempo… Ainda mais quando se está em negação.

— Ele não está morto... - Sarah comentou — Mas está tão preso aqui quanto você.

— Se não está morto, ainda tem um corpo para voltar… O que é melhor que o meu caso, menina. - Gregorovitch disse com azedume.

Sarah respirou fundo, sabia que o homem estava amargurado e que não acreditaria na bondade de Draco. Deu mais um passo em direção a ele, se chegasse um pouco mais perto, já conseguiria tocá-lo, mas ainda precisava saber mais.

— Voldemort queria informações sobre a varinha das varinhas…

— Como sabe disso?

— Tenho amigos informados. - Ela disse, dando de ombros — A varinha das varinhas… Grindelwald a roubou do senhor.

— Não tomei conhecimento de quem era o ladrão… Mas se foi mesmo Grindelwald que a roubou… Ele não é mais o mestre da varinha.

— Por que diz isso?

— Porque Grindelwald duelou com Dumbledore anos atrás. - Ele explicou calmamente — A varinha não obedece a bruxos fracos.

— Mas Dumbledore não o matou no duelo. - Ela comentou, absorvendo a informação que recebia.

— Grindelwald também não me matou para obter a varinha. - Gregorovitch explicou — Ela me foi roubada.

— Então quer dizer que… - Ela parou por um momento antes de prosseguir — Se alguém roubasse ou desarmasse o mestre da varinha…

— A varinha obedeceria a ele.

A cena de Draco desarmando Dumbledore na torre de astronomia invadiu sua mente no mesmo segundo em que descobriu o que aquilo significava. Levou uma das mãos à boca para conter o choque, Draco era o senhor da varinha das varinhas... E nem ele, nem Voldemort, faziam ideia do fato.

— Recebeu as informações que precisava? - Gregorovitch perguntou com interesse — Vai me ajudar a sair daqui?

Ela respirou fundo se recuperando do choque. Engoliu em seco, deu mais um passo em direção ao senhor e mexeu seus dedos quando sentiu sua mão esquentar mais uma vez. Estendeu uma das mãos na direção de Gregorovitch, precisava tentar.

— Isso… - Ela disse, incerta — Isso pode doer… Eu não tenho controle ainda.

— Qualquer coisa para conseguir seguir em frente, menina.

Sarah se concentrou em sua vontade de ajudar a alma parada em frente a ela. Queria que Gregorovitch seguisse em frente, que encontrasse qualquer tipo de paz. Não demorou muito para que a luz azul passasse a irradiar de seus dedos e da palma de sua mão.

Tocou o braço do homem enquanto a luz continuava a brilhar cada vez mais intensamente. Olhou para a luz, tentando descobrir mais sobre ela. Completamente hipnotizada pelo poder que irradiava de si mesma, percebeu que o senhor não gritava. Gregorovitch mantinha os olhos fechados, sentindo aquele brilho azulado o preencher por completo. A paz estampada em seu semblante.

A luz azul continuava a brilhar cada vez mais forte, mas à medida que os segundos passavam, Sarah sentia-se cansada. Tentava se manter firme, mas era difícil se concentrar enquanto sua respiração passava a ficar mais e mais ofegante, não conseguia controlar o que fazia.

Sua mão esquentou ao ponto do desconforto, o que fez com que Sarah sentisse o nervosismo aumentar dentro de si. Nunca havia feito aquilo, não sabia quanto tempo aguentaria.

Fechou os olhos no momento em que os gritos invadiram seus ouvidos. Não eram de Gregorovitch, o homem continuava aceitando seu toque de bom grado. Não demorou a reconhecer os gritos, o fragmento da alma de Draco gritava de dor em algum ponto da mansão.

A luz azul diminuiu aos poucos quando Sarah perdeu sua concentração. Os gritos ficavam mais e mais fortes, fazendo com que ela se desesperasse. Estava o machucando, o que fazia com Gregorovitch, trazia dor a alma de Draco.

“Se causa dor na alma dele…”, Sarah pensou enquanto se virava para a porta.

Ela engoliu em seco indo em direção a porta. Ouvia os clamores de Gregorovitch para que ela o ajudasse, mas os ignorou quando abriu a porta e começou a correr pelo corredor. Não conseguiu caminhar por muito tempo antes de ser envolvida pela luz vermelha e calorosa que a levou para o vazio mais uma vez.

Abriu os olhos ouvindo os gritos de dor de Draco em sua cama. Sem pensar muito, correu em direção ao loiro, que gritava e se mexia angustiado em sua cama. O rosto pálido e suado fizeram com que Sarah ofegasse com desespero, ela havia feito aquilo com ele.

— Draco… Draco, abra os olhos! - Ela exclamou desesperada enquanto sacudia o ombro do loiro.

Estava tão nervosa que nem ao menos percebeu que Adam e Harry estavam ao seu redor, sem entender o que acontecia ali. Pouco importava quem estava ao seu lado, precisava fazê-lo acordar, precisava acabar com a dor que tinha infligido a ele.

Enquanto tentava fazê-lo abrir os olhos, a agonia cresceu no peito de Sarah. Tentar libertar a alma de Gregorovitch causara o que ele sentia naquele momento, a dor que ele dissera ser mais forte do que a que sentiu quando criou sua horcrux.

“Não posso mais voltar ao limbo… Não posso permitir que ele sinta essa dor novamente… Não quero que ele sinta isso mais uma vez... “

O desalento invadiu o peito de Sarah. Não sabia o que estava fazendo, e a única pessoa que poderia de fato ajudá-la, estava morta.

“Como posso ser a Salvadora de Almas… Se tudo o que causo é dor?”, ela pensou segundos antes de Draco finalmente abrir os olhos. Mais uma vez, Sarah falhara com o loiro e falhara consigo mesma.  


Notas Finais


N/A: O que acharam do capítulo de hoje? Mais respostas? Mais perguntas? Digam aí! O que acham que vai acontecer no próximo?
Semana que vem tem mais! Boa semana pra vocês e até lá! :****


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