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História A Profecia Perdida - Draco Malfoy - Livro 1 - Concluída - Capítulo 92


Escrita por: TatiHufflepuff

Notas do Autor


N/A: Oi gente, tudo bem com vocês? Espero que sim! Mais uma quinta, mais um capítulo novo! Precisei postar mais tarde hoje porque cheguei tarde do trabalho e precisei ajeitar algumas coisinhas no capítulo.
Mas agora vamos nessa!

Capítulo 92 - Capítulo 92


Fanfic / Fanfiction A Profecia Perdida - Draco Malfoy - Livro 1 - Concluída - Capítulo 92

As vozes dos Comensais se mantinham distantes enquanto Sarah continuava perdida em suas descobertas. Ainda sentia a mão de Rony sobre a sua, mas tinha a impressão de que seu corpo estava completamente dormente.

Ouviu quando o trio comentou algo sobre a espada de Godric Gryffindor e se desligou mais uma vez quando os ouviu tagarelar alguma coisa relacionada ao cofre de Bellatrix Lestrange em Gringotts. Não prestou atenção no que diziam, continuava em seu transe, tentando organizar a bagunça que se encontrava em sua mente naquele instante.

— Acho que já ouvimos o suficiente, não concorda? - Rony disse depois de alguns minutos em um sussurro, sem perceber que a amiga estava completamente apática.

— Vamos embora, por favor… - Ela respondeu sentindo-se completamente zonza.

— Ei… - O ruivo chamou a atenção dela para si — Nós estamos juntos nessa, ok? - Reforçou quando viu que Sarah se encontrava à beira de um colapso nervoso — Eu te ajudo a levantar, vamos.

Sarah fazia um esforço sobre-humano para não se render a vontade de chorar que lhe invadia. Sentia suas pernas tremerem e seu coração bater mais rápido, tentava acalmar sua respiração, mas a opressão em seu peito tornava tudo mais difícil.

Rony se levantou do banco depois de convocar, discretamente, a outra parte da Orelha Extensível que estava perto dos Comensais. Estendeu sua mão para Sarah e, assim que sua pele encostou na da amiga, ele pôde perceber o quão gelada ela estava. Caminharam juntos o mais rápido possível até chegarem ao beco mais uma vez.

— Sarah, você está em condições de aparatar? - Rony perguntou preocupado.

— Eu só preciso respirar um pouco, tudo bem? - Ela indagou encarando o amigo, que apenas assentiu em resposta.

Sua mente trabalhava a milhão naquele instante. Não parava de pensar nas palavras de sua profecia e no que havia acabado de descobrir sobre Draco sem o escolhido de Voldemort. Mais uma vez o medo a invadiu quando pensou na possibilidade de Draco realmente ter sucumbido ao lado das trevas.

“Ele não faria isso… Não faria… Ele foi até o casamento para me proteger, ele tem me protegido esse tempo todo… Ele não pode ter feito isso.”, ela dizia para si mesma repetidas vezes.

Sarah precisou de alguns minutos para se recompor mesmo que minimamente. Sabia que não podiam continuar ali, precisavam encontrar o Albergue dos Hipogrifos para que então pudessem pensar no próximo passo.

Estendeu a mão para Rony, respirou fundo e mentalizou o máximo que pôde o quanto queria chegar na hospedaria. Desaparataram em uma rua vazia e não demoraram a encontrar a placa do local. Quando tomaram coragem de se aproximar, o efeito da poção polissuco já havia acabado, precisavam tomar cuidado.

Assim que pararam na porta, reconheceram a imagem de uma pequena fênix pintada em vermelho perto da maçaneta. Não tinham dúvidas de que estavam no lugar certo, ficariam seguros. Sabiam que a porta não se abriria graças às instruções do Observatório Potter, então bateram e esperaram que alguém os atendesse.

Um par de olhos castanhos expressivos os encarou em uma pequena janelinha na porta, Sarah e Rony puderam ver o momento em que os olhos se arregalaram.

— Alvo. - Sarah disse a senha em voz baixa, enquanto Rony olhava ao redor para ver se realmente estavam a sós.

— Usem a entrada dos fundos. - A voz de uma mulher disse imediatamente antes de fechar a janelinha.

Sarah e Rony se entreolharam e caminharam rapidamente até os fundos da estalagem. Esperaram alguns segundos até que ela finalmente se abriu. Uma mulher de uns trinta e poucos anos, cabelos escuros e trançados abriu a porta, Sarah reconheceu os olhos que acabara de ver.

— Entrem, rápido. - A mulher pediu sinalizando com as mãos. Assim que os dois entraram, fechou a porta — Venham comigo. - Pediu se encaminhando para a escada no final do corredor da hospedaria.

Sarah e Rony pensaram por um instante se deveriam segui-la ou não, mas se prenderam na certeza que o Observatório Potter havia dado com relação a lugares como aquele. Empunhando suas varinhas discretamente, passaram a subir as escadas em silêncio.

A seguiram até uma salinha no segundo andar próxima a saída da escada e, assim que os três entraram, a mulher fechou a porta e os encarou respirando fundo.

— Podem guardar as varinhas. - Ela disse calmamente com um sorriso sincero — Desculpem não falar com vocês lá embaixo, meu nome é Dorothy Harris, sou a dona do Albergue dos Hipogrifos.

— Prazer, Dorothy, nós somos… - Sarah começou com a voz mais baixa.

— Não precisam se apresentar, infelizmente os cartazes já fazem isso por vocês. - Dorothy disse entregando os cartazes do Ministério nas mãos dos dois.

Sarah encarou seu rosto no papel e respirou fundo, viu que Rony encarava o seu cartaz completamente pálido. Por um instante se perguntou se era seguro estar ali rodeada de outras pessoas, por mais que elas também estivessem sendo perseguidas pelo Ministério.

— Foi por isso que pedi pra vocês entrarem pela outra porta… - Dorothy comentou em meio a um suspiro — Por mais que este seja um lugar seguro, cuidado nunca é demais.

— Obrigado por nos deixar entrar. - Rony disse sem deixar de encarar sua foto no cartaz.

— Não precisa agradecer, essa foi a maneira que eu e outros donos de estalagens encontramos de ajudar no meio de tudo que está acontecendo. - Dorothy disse com sinceridade.

— É bom ver que não estamos sozinhos. - Sarah sorriu para a mulher que retribuiu o gesto.

— O que posso fazer pra ajudar vocês dois? - A mulher perguntou no momento em que sentou na poltrona de couro.

— Se pudermos ficar por algumas noites, já seria ótimo. - Rony disse quando finalmente deixou seu cartaz de lado — Precisamos nos organizar antes de partirmos outra vez.

— Podem ficar o tempo que precisarem. - Dorothy disse sinceramente — Vou separar dois quartos no último andar, assim vocês podem ficar mais tranquilos.

— Obrigada mais uma vez. - Sarah disse genuinamente.

Sarah ouviu batidas na porta e sentiu seu corpo enrijecer por um instante. Alguns segundos depois, uma outra mulher entrou no cômodo.

— Querida, está tudo bem? - Ela perguntou olhando para Dorothy — Você saiu correndo do salão e não voltou mais…

— Precisei abrir a porta dos fundos para nossos novos convidados. - Dorothy respondeu apontando para Sarah e Rony que acenaram brevemente — Sarah, Rony… Essa é Nyla Selwyn, minha esposa.

Nyla, assim como Dorothy, aparentava ter seus trinta e poucos anos. Seus cabelos eram crespos e castanhos e seus olhos escuros eram tão expressivos quanto os de sua esposa. Mantinha uma postura um pouco mais altiva, mas ao mesmo tempo tinha um ar gentil.

— Selwyn? - Rony perguntou confuso, sabia que o sobrenome em questão era de uma tradicional família de sangues puros.

— Posso te assegurar que minha visão com relação à pureza de sangue é igual a sua, sr. Weasley. - Nyla disse com firmeza, mas sorrindo brevemente — Essa ideia de que famílias de sangue puro são superiores é extremamente ultrapassada e burra.

— Seria bom se todos pensassem dessa maneira. - Rony comentou em um suspiro.

— Nyla, você poderia separar quartos para os dois? - Dorothy perguntou calmamente — Eles vão ficar conosco por um tempo…

— Um quarto mais reservado seria melhor, não? - Nyla perguntou encarando a esposa.

— Exatamente o que pensei. - Dorothy respondeu sorrindo abertamente.

— Grandes mentes pensam igual, não é o que dizem? - Nyla disse sem falsa modéstia piscando marotamente — Volto em alguns minutos. - Concluiu sorrindo de volta para Dorothy.

Nyla pediu licença para os presentes e saiu da sala para preparar os quartos como Dorothy havia lhe pedido.

— Enquanto estiverem aqui, minha sugestão é que evitem andar pelos corredores. - Dorothy disse pensativa — Pelo menos nos horários que o salão fica mais cheio.

— O que você achar melhor. - Sarah disse com sinceridade. Sentia-se extremamente grata por estar ali, não queria causar nenhum tipo de problema.

Demorou cerca de vinte minutos para que Nyla voltasse. Ela e Dorothy acompanharam Sarah e Rony até o último andar da hospedaria. Os quartos passavam um ar de casa que fez os dois amigos sorrirem.

A decoração era rústica e ao mesmo tempo sofisticada. Era perceptível que cada pedaço daquele espaço havia sido decorado com muito cuidado para que o hóspede se sentisse confortável.

Rony foi o primeiro a entrar em seu quarto dizendo que tomaria um banho e que, depois de descansar um pouco, procuraria Sarah para que pudessem conversar. Dorothy e Nyla já estavam saindo do quarto da morena quando ela pediu que elas esperassem.

— Eu gostaria de fazer algumas perguntas, se não tiver problema. - Sarah disse quando deixou sua mochila sobre a cama.

— Claro, o que quiser. - Dorothy disse fechando a porta e se aproximando com Nyla.

— Dorothy, existe algum tipo de comunicação entre vocês e os donos das outras hospedarias?

— Sim, nós temos nosso próprio meio de comunicação. - Dorothy respondeu prontamente.

— Então se uma pessoa estivesse hospedada em outro lugar, vocês teriam como descobrir?

— Acredito que sim… - Nyla respondeu — Vocês estão procurando por alguém específico?

Sarah respirou fundo e abriu sua mochila. Procurou pelo seu álbum de fotografias por um instante e pegou a foto que queria.

— Estou procurando por esse rapaz... - Sarah disse entregando a foto que estava abraçada com Adam — O nome dele é Adam Walsh.

— Ele está na lista de desaparecidos do Observatório Potter, não está? - Dorothy perguntou para Nyla enquanto analisavam a foto.

— Sim, o nome dele foi citado outro dia mesmo. - Nyla respondeu.

— Adam é meu melhor amigo. - Sarah disse sentindo um nó na garganta — Ele foi sequestrado… Por minha causa…

Dorothy e Nyla se entreolharam por um instante. Sabiam como toda aquela situação era complicada, afinal, o pai de Dorothy, Malcolm Harris, era um bruxo nascido trouxa e estava sendo perseguido pelo Ministério.

O pai de Dorothy estava escondido junto com a esposa em algum lugar sem que pudesse ter contato com sua filha. Aquela situação fora o que levara Dorothy a transformar sua hospedaria em uma forma de refúgio para aqueles que estavam sendo perseguidos como seu pai.

Ela não esperava que tantos donos de estabelecimentos como o dela aderissem à ideia, mas quando aconteceu, Nyla a ajudou a pensar em tudo relacionado a segurança e comunicação.

— Sarah, não se deixe consumir pela culpa… - Dorothy disse dando um tapinha nos ombros da menina.

— Vou parar, mas só quando encontrá-lo e ele estiver seguro. - Sarah disse com firmeza ao encarar as duas mulheres.

— Você tem alguma ideia de onde ele pode estar? - Nyla perguntou enquanto encarava a foto.

— Sim… Mas eu não faço ideia de como chegar até lá.

— Pode nos dizer? - Dorothy indagou — Quem sabe não podemos ajudar com isso também.

Sarah respirou fundo e passou a mão no rosto. Não havia comentado com Rony, mas desde que ouviram a conversa dos Comensais no Largo Grimmauld, um local permanecia fixo em sua mente.

— Tenho motivos que me levam a acreditar que ele está… - Ela pausou por um instante e suspirou pesadamente — Na residência dos Malfoy.

Ela escutou suas palavras enquanto as pronunciava. Sabia que parecia loucura, mas, ao mesmo tempo, achava muito óbvio que era lá que Adam estaria.

— Bom, se ele está mesmo com os Malfoy, você está com um problema grande nas mãos. - Nyla disse pensativa — A mansão Malfoy sempre foi muito protegida, se seu amigo está lá, é provável que a segurança esteja redobrada.

— Você já esteve lá? - Sarah perguntou interessada.

— Minha família frequentava a mansão Malfoy quando eu era mais nova. - Nyla explicou — Infelizmente meus pais sempre tiveram a mesma mentalidade dos Malfoy, então eram bem próximos… Eu mesma pensava assim quando entrei em Hogwarts.

— O que te fez mudar de ideia? - A morena indagou sentando na cama.

Nyla olhou para Dorothy e sorriu abertamente. A verdade é que sempre fora educada para pensar que, por ser de uma família de sangue puro, era superior aos mestiços e nascidos trouxas. Quando conheceu Dorothy, em uma aula de poções compartilhada entre Sonserina e Lufa-Lufa no terceiro ano, ela viu o quanto aquela visão estava deturpada.

Com o passar dos anos, Nyla se afastou de pessoas que pensavam como seus pais e passou a defender a igualdade entre todos. Seus pais ficaram furiosos e tentaram a todo custo fazer com que a filha se afastasse de seus novos amigos, mas Nyla se mantinha firme em seus novos propósitos.

Tudo ficou ainda mais complicado quando percebeu que estava apaixonada por Dorothy em seu sexto ano. Quando as duas se beijaram pela primeira vez em uma festa na sala comunal da Lufa-Lufa, a única coisa que Nyla queria era estar ao lado de Dorothy independente do que seus pais ou qualquer outra pessoa pudesse dizer.

— Nunca subestime o poder que o amor pode ter na vida das pessoas, Sarah. - Nyla disse sem parar de sorrir para Dorothy.

Sarah sorriu abertamente ao ouvir as palavras de Nyla. Era visível o quanto as duas se amavam e que fariam qualquer coisa uma pela outra. Imaginou que a história que carregavam não devia ser fácil, uma vez que a família de Nyla pensava como os Malfoy e Dorothy era mestiça.

Não conseguiu evitar lembrar de sua relação com Draco. Sabia que, na torre de astronomia, ele estava indo em direção a ela quando Snape apareceu para acabar com a vida de Dumbledore. Se perguntou como seria se ele tivesse aceitado sua mão no casamento e se ele enfrentaria sua família da maneira que Nyla enfrentou a sua.

— E se algum dia falarem pra você que sonserinos não sabem ser carinhosos, saiba que isso é uma grande mentira! - Dorothy exclamou rindo pelo nariz antes de dar um beijo em Nyla.

— Não estrague minha imagem dessa maneira, Dotty! - Nyla exclamou falsamente indignada — Nós somos assim apenas com quem merece.

— Vou me lembrar disso! - Sarah disse sorrindo.

— Olha, eu vou conversar com os donos das outras hospedarias e ver se algum deles viu seu amigo. - Dorothy disse calmamente — Não se preocupe, ok?

— Obrigada, Dorothy. - Sarah disse sinceramente.

— Nós vamos deixar você descansar um pouco, voltamos na hora do jantar. - Nyla disse sorrindo brevemente — O banheiro já está com toalhas novas e tudo que você precisa.

— Qualquer coisa é só apertar aquele botão ali. - Dorothy disse apontando para um pequeno botão na cabeceira — E alguém vai vir te atender.

Sarah assentiu enquanto acompanhava as duas saírem do quarto com o olhar. Foi então que algo lhe veio à mente.

— Dorothy, Nyla… posso perguntar só mais uma coisa?

— Claro, o que é?

— Se Harry Potter e Hermione Granger tivessem aparecido em alguma hospedaria, vocês saberiam, certo?

— Sim, com certeza. - Nyla disse pensativa.

— Caso tenham notícias dos dois… Poderiam falar comigo ou com o Rony? - Sarah pediu — Nós estávamos juntos, mas acabamos nos separando...

— Então é por isso que vocês dois estão nos cartazes? - Dorothy indagou e esperou que Sarah assentisse com a cabeça — Pode ficar tranquila, qualquer informação nós repassamos pra vocês.

— Obrigada mais uma vez… - Sarah disse sorrindo.

— Não precisa agradecer, estamos do mesmo lado aqui. - Dorothy disse retribuindo o sorriso.

— Agora vá descansar… Você vai precisar estar com a cabeça tranquila se quiser pensar em um bom plano pra invadir a mansão Malfoy. - Nyla disse com as mãos na cintura.

As duas finalmente saíram e deixaram Sarah sozinha em seu quarto. A morena olhou ao redor e sorriu ao saber que ela e Rony estariam seguros ali. Seu corpo pedia para que ela se deitasse na cama e dormisse até estar completamente descansada, mas aquilo precisaria esperar. Tinha muito o que pensar, e o faria assim que tomasse um banho demorado.

(...)

Quando Sarah e Rony se encontraram naquele dia, decidiram descansar um pouco a mente. Jogaram algumas partidas de xadrez de bruxo e deixaram para conversar sobre o que fariam no dia seguinte. Após o café da manhã, os dois se trancaram no quarto do ruivo para conversar e tomar algumas decisões importantes. A morena contou ao amigo sobre a breve conversa com Dorothy e Nyla no dia anterior e dividiu seus pensamentos.

— Você realmente acha que ele está com os Malfoy?

— Você acha que Lúcio confiaria em alguém pra cuidar dessa situação do Adam? - Sarah devolveu com uma sobrancelha erguida — Ele está fazendo isso tudo pra chegar até mim, então ele deve manter o Adam bem debaixo do nariz dele.

— Imbecil. - Rony disse bufando — Mas se ele está realmente lá, o que podemos fazer?

— Primeiro preciso perguntar a Nyla onde a casa fica. - Sarah respondeu pensativa — Talvez possamos nos aproveitar do fato das hospedarias se comunicarem entre si…

— Você acha que podemos viajar entre eles sem precisar aparatar?

— É isso que vamos descobrir com Dorothy. - A morena disse prontamente — Se pudermos fazer isso, temos uma boa vantagem.

— Sarah, acho que devemos ficar de olho em Gringotts também. - Rony sugeriu.

— Sim, concordo com você. - Sarah assentiu prontamente — Se os Comensais falaram sobre Gringotts, certamente não podemos deixar passar.

— Então temos algumas coisas a fazer, não é? - Rony questionou pensativo.

— Temos. - Ela disse com firmeza — Ah, Rony?

— Sim?

— Preciso ser sincera com você… - Ela começou incerta — Eu vou resgatar o Adam a qualquer custo… - Sarah disse em meio a um suspiro — Nem que pra isso eu precise me entregar e ficar no lugar dele.

— O que? - Rony questionou em choque — Não, Sarah… Você não pode fazer isso!

— Eu posso… E se for preciso, eu vou. - Disse decidida — E esse assunto não está aberto a discussão.

Rony encarou a amiga com o coração apertado. Entendia a motivação de Sarah, afinal, faria o mesmo por ela, Hermione e Harry, mas ao mesmo tempo não podia deixar de pensar que aquilo era loucura.

— Então vamos fazer nosso melhor pra que você não precise chegar a esse ponto, ok? - O ruivo disse com um sorriso fraco nos lábios.

— O que acha de continuarmos aqui enquanto fazemos nossas buscas? - Sarah propôs depois de alguns minutos em silêncio.

— Acho uma boa ideia. - Rony respondeu sem pensar muito — Gostei de Dorothy e Nyla, elas parecem ser bem confiáveis.

— Sim, por isso pensei que seria melhor ficarmos por mais um tempo. - A morena comentou — Estaremos seguros aqui.

— Sem contar que a comida daqui é ótima! - O ruivo disse rindo, sendo acompanhado da amiga. 

O próximo passo dos dois foi descobrir o máximo de informações que pudessem ser úteis com Dorothy e Nyla, assim que o fizeram, passaram a traçar o plano que queriam.

Descobriram que era possível viajar entre uma hospedaria e outra via chaves de portal criadas por seus respectivos donos e se aproveitaram disso. Decidiram que, assim que encontrassem a localização da mansão Malfoy, procurariam alguma estalagem próxima para chegar até lá com maior facilidade.

Demorou alguns dias para que Sarah e Rony finalmente encontrassem o local exato da mansão Malfoy. Como era esperado, a casa estava completamente cercada e vigiada, o que dificultava imensamente o plano de resgatar Adam.

O mês de outubro foi passando lentamente. Os dois amigos se dividiam em observar a movimentação próxima a Gringotts e os arredores da mansão Malfoy. Quando a segunda semana de novembro começou, nada havia mudado, o que aumentava o desespero de Sarah ainda mais.

A morena passou a noite em claro tomando sua decisão, não podia continuar seguindo daquela maneira. Decidida, se levantou no meio da madrugada, foi até o quarto de Rony, pegou a varinha do amigo e o trancou no aposento. Não queria que ele fosse atrás dela e acabasse se prejudicando. Aquela decisão era dela e somente dela, e arcaria com as consequências com coragem.

Carregando apenas sua varinha consigo, começou a descer as escadas do Albergue dos Hipogrifos o mais silenciosamente possível.

— Está indo a algum lugar? - Dorothy perguntou, fazendo com que Sarah tomasse um pequeno susto.

— Dorothy! - Ela exclamou sobressaltada — Eu não sabia que estaria acordada…

— Não tente me enrolar, Sarah.. Onde você está indo?

— Vou fazer o que já deveria ter feito há quase um mês, vou tirar Adam de lá.

— E como acha que Rony vai reagir quando acordar e você tiver ido embora? - A mulher indagou de braços cruzados.

— Ele vai ficar irritado, mas vai entender. - Sarah respondeu — Isso se ele conseguir sair do quarto.

— Sarah, você trancou o Rony no quarto? - Dorothy perguntou em choque.

— A varinha dele está no meu quarto, do lado da minha mochila… Entregue tudo a ele depois. - A morena disse com a voz baixa — Não deixe que ele vá atrás de mim, Dorothy, por favor… Eu preciso fazer isso sozinha.

— Você não vai mudar de ideia, não é?

— Eu não posso mudar de ideia, Dorothy… Ele precisa da minha ajuda e é isso que vou fazer.. Antes que seja tarde demais.

— Vocês grifinórios são impossíveis, sabia? - Dorothy indagou meneando a cabeça — Você tem ideia de onde está se metendo?

— Eu tenho pensado nisso há dias… - Sarah respondeu dando um suspiro pesado — Não encontramos uma maneira de entrar até agora e, a cada dia que passa, eu sinto o desespero do Adam crescer.

Dorothy respirou fundo ao ouvir as palavras de Sarah. Sabia que não adiantaria tentar fazer a morena mudar de ideia, então só lhe restava ajudar o máximo possível.

— Pode deixar que vou manter o Rony aqui até você voltar.

— Dorothy… - Sarah disse com tristeza, sabia que provavelmente não voltaria.

— Até você voltar, Sarah. - Dorothy repetiu com firmeza puxando a morena para um abraço — Vou avisar ao Carl que você está indo pra lá… Não precisa desaparatar direto na mansão… Vá pelo Recanto dos Galeões, ok?

— Tudo bem. - Sarah disse simplesmente.

— Vem, vou preparar uma chave de portal pra você.

Sarah seguiu Dorothy sentindo o coração bater em sua garganta. Sabia que o que estava fazendo era loucura e que provavelmente resultaria em uma catástrofe, mas naquele instante, não lhe importava a missão das horcruxes, sua profecia ou o fato de ser a salvadora de almas. A única coisa que lhe importava era salvar Adam.

(...)

Tudo aconteceu muito rápido. O sol começava a dar sinais que iria clarear o céu quando Sarah tomou coragem para se aproximar dos portões da mansão Malfoy. Não demorou para que os Comensais no portão reconhecessem seu rosto e sorrissem maldosamente.

Tomaram sua varinha sem que ela oferecesse resistência e a levaram para dentro da mansão. Se sentia nervosa e tentava afastar o medo que lhe invadia, precisava estar focada para que conseguisse negociar a liberdade de Adam quando a oportunidade aparecesse.

Enquanto os Comensais, extremamente orgulhosos de sua captura, a conduziam para algum lugar desconhecido, a morena observava cada detalhe da casa com atenção, talvez se tivesse sorte, conseguiria sair dali em algum momento.

Passou a descer as escadas no escuro e, sem o menor cuidado, foi jogada em uma salinha que mais lhe parecia a cela em uma masmorra fria. Ficou alguns segundos de olhos fechados tentando controlar sua respiração.

Os Comensais a haviam deixado ali sozinha e trancada na cela. Pensava no que estava fazendo, mas em momento algum se arrependia de tentar salvar Adam, em sua mente ela sabia que era aquilo que precisava ser feito.

— Não entre em pânico, não entre em pânico, não entre em pânico. - Ela repetia mexendo em suas unhas nervosamente.

Foi então que ouviu uma voz confusa vindo do fundo da cela escura.

— Sarah? 


Notas Finais


N/A: E aí,o que acharam do capítulo? Admito que estava um pouco insegura com ele, não tinha muita certeza se vocês iriam gostar, então espero que tenha ficado legal.

O que acham que vai acontecer agora? Deixem suas teorias pro próximo capítulo e vamos ver quem acerta!
Nos vemos na próxima semana com mais um capítulo! Até quinta :****


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