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Emma
Nós abrimos em uma hora provavelmente o que não nos abrimos em anos de nossas vidas, e naquele minuto eu estava tentando ser mais simpática e não tanto problemática, mas eu era aquela.
E eu estava tendo tantos dias ruins, e todos estavam tão bem sem mim, e eu sempre dizia que estava bem, mais eu precisava de ajuda, alguns me ouviam mais ninguém realmente me escutava, e a senhora dragão parecia ter me escutado.
Aquilo parecia cena daqueles filmes bons, onde a protagonista irresistível esquece tudo e vem, e vem como na cena de um filme, onde ela esqueceu e todos os outros edredons e se dispõem em ficar no seu e te cuidar. Merda que vinho era aquele, pensei olhando o rótulo e me afastando do abraço dela. Sorri. Limpei meus olhos.
- Obrigada. - Ambas falamos em uma só voz e demos risada.
- Podemos fazer algo para comer se quiser Swan.
- Pode ser, acho que tudo foi demais até agora. - Ela se levantou e eu fui atrás dela.
- Sabemos nossas maiores dores e culpas, mesmo que elas não sejam nossas. - Regina completou olhando pro chão. - bom você disse que sabe todas aquelas perguntas sobre mim?
- Sim.
- Como?
- Esses anos como sua assistente me fizeram te conhecer querendo ou não.
- Não tem nada que você tenha duvidas?
- Uma coisa.
- o que?
- Se você tem tatuagem.
- Oi ? Eu não tenho. Não tenho isso não.
- Porque marcou uma sessão pra remover uma tatuagem e depois desmarcou então?
- Vai quer carne ou peixe ? - O jeito como ela ficou desconcertada, foi engraçado e confirmatório para uma tatuagem.
- Peixe.
- Ótimo. - ela respondeu e senti algo em minhas pernas me abaixei e era um gato.
- Ora você tem um bichinho. - Falei pegando o gato totalmente preto e peludo em meu colo, fiz carinho e ele ronronou. - E gostou de mim.
- E pelo visto whisky não tem bom gosto. - Ela falou e piscou, se virando em seguida para o fogão. Eu acariciava o gatinho e ela cozinhava e confesso que o cheiro estava cada vez melhor, e eu estava sendo surpreendida, achava que Regina vivia de comida congelada ou restaurantes.
- Vem cá, você já beijou uma mulher ?
- Não. - Ela respondeu rindo. - Na verdade minha família sempre foi muito tradicional eu nunca cogitei. Não por gosto, mas por nem saber que era possível duas garotas. - Ela bebericou um vinho. - Minha mãe queria que eu fosse para um convento.
- Bom assim você acabaria beijando outra garota. - Falei rindo e ela riu também, jamais me imaginei naquele clima todo leve com a senhora dragão, nem imaginava esse lado humano dela, lado encantador. - Mas então Mills, como vai disfarçar isso?
- O que?
- Vamos ter que nos beijar.
- Vamos? Acho desnecessário.
- Pelo menos uma vez, que será no casamento.
- Um selinho dará conta disso.
- ah qual é, não vou me casar com um selinho, podemos dar um beijo técnico sem lingua. - Me levantei e fui para perto dela e meu telefone tocou. - Merda.
- Quem é?
- Minha mãe. - fui atender e Regina não deixou.
- Coloque no viva voz.
- Mas...
- Coloque. - Revirei os olhos e o fiz.
- Oi mãe.
- Oi querida, que bom que atendeu.
- Estou de folga.
- Uau...folga, desde quando a megera lhe dá folgas. - Regina me olhou de braços cruzados, e eu não podia fazer nada, afinal há anos ela era uma megera mesmo.
- Sim, mas mãe eu tenho...
- Não vai vir ? Quantas vezes acha que a vovó vai fazer cem anos ?
- Mãe...
- Filha sua família não é eterna.
- Mãe...
- Emma já falei a outros empregos...
- Estou namorando. - Falei e o silêncio seguido de uma isteria.
- Aí meu Deus.... vovó.... David... A Emma está namorando...sim é sério... - Coloquei a mão no rosto.
- Quem é ela filha ? Ela é bonita ? Como ela é.
- Ela é... - Olhei para Regina pela primeira vez daquela forma, dizer que aquela mulher não era linda seria uma mentira tremenda, ela podia ser o diabo, mais era linda aquela desgraçada. - Ela é linda mãe. - Juro que vi ela corar. - Muito linda.
- Como ela é Emma? - Parei novamente e a analisei, claro que eu já olhava todos os dias mais era diferente olhar ela agora.
- Ela é um pouco mais baixa que eu, tem cabelos negros, lisos pela altura do ombro. - eu sabia que minha mãe gostava de detalhes. - usa muito salto alto então sempre parece mais alta que eu, ela é elegante.
- Filha para, quero saber do corpo dela, da personalidade e não se ela é elegante. - Regina me encarava e eu nem sabia como fazer aquilo sem constranger ambas. - Emma você nunca foi tímida assim...
- Ela ....ela... - Olhei Regina de cima a baixo e puta que pariu, parecia que me tinham sido tirada as vendas. - Ela tem um corpo atlético, bem definido, as pernas dela são lindas, perfeitas mãe, cintura marcada....seu seios não são nem grande bem pequenos, são perfeitos, a boca dela é linda, ela tem uma pequena cicatriz no lábio superior que deixa ela sexy de um jeito irresistível. - Acho que cheguei a morder a boca. - Seus olhos são castanhos, mas podem fazer você se perder nele.
- falta uma parte. - minha mãe disse rindo e eu cobri o rosto. Fechei os olhos.
- A bunda dela é sensacional.
- Como é o sexo ?
- Mãe ela está aqui ouvindo tudo. - Falei para cortar o assunto. - Não vou dizer como é o sexo.
- Me surpreender ter arrumado uma mulher com a megera que tem como chefe. Mas qual o nome da minha nora?
- Regina... Regina Mills. - O silêncio.
- Aquela Regina ? A megera ? A senhorita dragão? A sem coração?
- Mãe ela tá ouvido.
- Oi Regina, fico feliz pela união de vocês, estou.... Louca para te conhecer. - Ela suspirou.
- Também estou louca senhora Swan.
- Ela ainda está ouvindo? - Regina deu risada e voltou a cozinha.
- Não mãe. - Tirei do viva voz.
- Como isso aconteceu? Você e sua chefe ? Você odiava essa mulher.
- mãe nos passávamos muito tempo juntas.
- Isso é novo ?
- já fazem meses...
- Meses ? E só agora você me fala ?
- Mãe vou contar tudo no final de semana que vem, vamos ir pro aniversário da vovó e ai vocês vão conhecer ela, e mãe ela é uma boa pessoa depois que a conhece. - Falei e Regina continuava de costas.
- Igual ao diabo, bom filha vou sair beijos.
- beijos. - Desliguei o telefone, e Regina riu.
- Minha sogra me adora, como todas as sogras.
- Não a culpo, eu nunca tinha folga ou tirava férias é normal odiarem você.
- É eu sei. - ela suspirou e se virou. - bom obrigada pelos elogios a minha bunda sensacional, e fique tranquila estou acostumada a ser odiada. - era a primeira vez que ela ela não me chamava cordialmente, ela ajeitou os pratos nos serviu e pegou um vinho frizante. Comecei a comer e realmente fui surpreendida ela cozinhava demais. - Está tão ruim assim?
- Está maravilhoso.
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Regina
Jantamos em silêncio, mas minha cabeça estava em polvorosa, eram diversas informações, Emma me dacrevia me deixando nua com seus olhos, eu nem sabia como me portar, e fora isso a história dela, um filho? Eu não imagino a dor de perder uma criança, quando perdemos os pais ficamos órfãos, e quando perdemos um filho ? Isso nem tem nome. E imagino que seja uma ferida que nunca se fecha, nunca se cura.
- Emma... Obrigada por dividir comigo sobre seu filho, tenho certeza que ele olha por você.
- Eu também tenho, sabe faz um tempo que não vou ao cemitério, aproposito acho que desde que o enterrei, no nova tive coragem.
- Onde ele está ?
- Alaska, no jazido da família... - Até disso será que a privei?
- Eu até tive tempo, mais tinha medo, de cair.
- Posso ir com você. - Me ofereci espontaneamente, e ela sorriu.
- Obrigada Regina.
- Mas mudando de assunto, o que eu vou encontrar no Alaska fora seus pais ? Uma trilha de ex ?
- Na verdade duas delas. Drizella que meu país são absolutamente apaixonados e Belle.... - Pela cara dela já imaginava quem era a tal Belle.
- Ela é a moça?
- Sim, depois que terminamos ela se mudou para o Alaska, meus pais não sabem direito o que aconteceu, Sidka é pequena não quis deixar a vida dela insuportável.
- Deveria ter deixado, eu deixaria. - Completei. Emma levantou e lavou toda a louça rapidamente, olhei o relógio e já era uma e pouco da manhã, subimos e mostrei o quarto dela, deitei em minha cama e fiquei encarando o teto um bom tempo. Emma estava me fazendo questionar tantas coisas em poucas horas, durante a manhã eu era uma e agora eu era outra completamente diferente.
Como era possível tudo aquilo me revirar daquela forma, eu me expus, fiquei vulnerável, fraca, totalmente aberta para ela. Fechei meus olhos e lembrei da ligação dela com sua mãe, o elogio a minha bunda me fazia rir. Eu estava escutando ela falar com alguém, e então me levantei e fui até a porta.
- Eu sei, sei que já é a terceira vez que marco e desmarco.... Você é linda....claro que quero te conhecer.... Não...não.... Que droga ...aí olha eu não tenho paciência pra isso... - Ela falou e desligou, e eu derrubei algo no chão e ela me olhou. Merda.
- Desculpa Emma é que ouvi barulho.
- Tudo bem, era uma garota do Tinder, nunca consigo encontrar ela. Mas foi bom porque queria ver eu explicar que vou casar. - ela falou e jogou o celular na cama.
- Bom boa noite Emma .
- Boa noite Regina. - Ela falou e se virou e só agora notei que ela estava praticamente pelada, e droga porque eu estava olhando pro corpo dela daquela maneira e com aquele desejo?
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