História A Proposta (SasuSaku) - Uma Megera Sem Limites!

Sakura Haruno é editora chefe da Konoha Books, empresa muito famosa em Nova York comandada por Kakashi Hatake, um grande escritor responsável pelas melhores obras no gênero de romance e suspense. 

Haruno tem uma rotina completamente conturbada todos os dias, mas gosta da forma como sua vida está caminhando, sua carreira nunca esteve tão surpreendente como agora. Tem reconhecimento dos superiores da empresa e principalmente, é disputada por diversos escritores que fariam de tudo para que ela fosse a responsável pela publicação de sua história. 

Um livro lançado por ela costuma alcançar o sucesso nas vendas em pelo menos uma semana e isso faz com que seu telefone e e-mails estejam sempre em um movimento constante. Porém, não é só o seu talento que faz toda a sua fama, a sua personalidade forte e desprezível faz com que todos os funcionários do escritório odeiem-na. 

A famosa editora de cabelo cor de rosa e olhos extremamente esverdeados era temida por todos à sua volta, tendo apelidos pejorativos de vários tipos como bruxa, senhorita dragão e megera sem limites. 

 

“A bruxa já pegou a sua vassoura” 

 

A mensagem apitava em todos os computadores do setor, o rosto de um rapaz de cabelo negro e bagunçado estava parcialmente à mostra sobre o monitor do seu computador e seu olhar percorria por toda a sala na esperança que todos se ajeitassem rapidamente, antes que a famosa bruxa deixasse a sua sala. 

Ao cruzar a porta de vidro, Sakura apenas assobiou e sinalizou com a cabeça para que ele se levantasse, já que deveria acompanhá-la. 

— Psiu! Sasuke!

Sasuke Uchiha era o assistente de confiança da senhorita Haruno há 3 anos e isso já estava acumulando na sua lista de atividades muitas noites sem dormir, vício em café e meses sem poder visitar a própria família. 

Resumindo, uma verdadeira tortura diária, afinal, aquela mulher era a própria desgraça na vida de Sasuke. Porém, seu grande sonho era ser escritor e sabia que sua chance estava naquele trabalho árduo e torturante. 

— Onde estamos indo? — A pergunta de Sasuke era em um tom cuidadoso, mas já preparado para o tapa na cara que seria a resposta.

— Poderia dizer que não te interessa, afinal, seu dever é colaborar em minhas atividades diárias. Mas vou informá-lo, já que não será uma conversa fácil. — A voz de Sakura como sempre era ríspida, porém, dessa vez respirou fundo antes de continuar. — Irei demitir o Naruto. 

— Como é? 

Por um momento Sasuke atrasou seus passos, Naruto era o outro editor chefe da Konoha Books, era completamente atrapalhado e não tinha tanto prestígio quanto Haruno, mas mesmo assim era assustador saber que participaria de uma conversa como aquela.  

— Não é da sua conta, apenas me acompanhe e não diga nada! — O dedo indicador de Sakura apenas tocou seus lábios em um sinal de silêncio, antes que ela abrisse a porta da sala do futuro ex-diretor. 

— Eu não direi nadinha. — A voz de Sasuke quase não era perceptível e isso o fazia encarar o chão. 

A briga seria boa. 

Os olhos azuis de Naruto acompanhavam a entrada da rosada junto ao seu assistente de cabelo bagunçado, um sorriso forçado surgiu em seus lábios, até porque não era um sacrifício só para os outros funcionários aturar a presença dela. 

— Ora ora, nossa destemida rainha e seu vassalo. — Era perceptível a ironia no tom de voz de Naruto.

— Que amor. — Um sorriso surgiu nos lábios de Sakura. 

Os olhos de Sasuke se arregalaram no mesmo instante ao ver aquela expressão feliz e tão calma da Haruno, óbvio que a bruxa estava contente com sua próxima fala, mas o pior é que ela nunca sorria de forma tranquila, aquilo realmente seria péssimo e o Uchiha sabia bem disso, a tempestade estava chegando. 

— O que devo a honra de tê-los em minha humilde sala? — Naruto, que até então estava em pé, esticou seu braço sinalizando que Sakura deveria sentar-se. 

— Bom... — Sakura se recusou a sentar-se e apoiou suas mãos sobre a mesa. — Eu estou te demitindo, Uzumaki. 

— O quê? — Os olhos de Naruto arregalaram e sua boca se abriu diante da surpresa daquela informação. Na cabeça do até então diretor, tudo só poderia ser um mal entendido. 

— Eu pedi para que você conseguisse a entrevista com o Jiraya. 

— Mas... Sakura, ele não dá entrevista a anos. — Naruto estava confuso e isso o fez sentar em sua cadeira enquanto levava as suas mãos sobre sua cabeça, estava em um desespero interno.

— Engraçado, porque falei com ele hoje de manhã e ele aceitou fazer uma exclusiva. — Sakura ergueu suas mãos e deu de ombros. — Você sabe que Kakashi é um grande fã dele e precisamos conseguir isso para o prestígio da empresa. 

— Isso é impossível! — Naruto suava e tentava manter sua respiração calma, evitando olhar para os olhos matadores da Haruno, que o devoravam naquele instante.

— Você nem ao menos falou com ele, não é? — Novamente Sakura sorriu e apoiou seus cotovelos sobre a mesa, para que suas mãos pudessem apoiar seu rosto que estava frente ao loiro.

Por alguns segundos ela apenas apreciou todo o desespero do seu antigo companheiro de cargo e se levantou calmamente enquanto pegava um elástico de cabelo do seu bolso, direcionando-o em seus dedos até os fios rosados para formar um coque e por fim saiu da sala. 

Haruno nem ao menos esperou a resposta de Naruto, sabia que ele havia entendido o recado e não se daria ao trabalho de ficar discutindo algo claro e simples. Mas lá no fundo esperava pela réplica, não estava confiante que teria sido tão fácil. 

Sasuke acompanhava seus passos para fora da pequena sala e notou quando Naruto se levantou bruscamente da sua mesa, ele caminhava de um lado para o outro com suas mãos sobre a cabeça afagando seus fios loiros. O ex-diretor estava desesperadamente irritado. 

— E então? Onde ele está? — Sakura virou levemente seu rosto sobre o ombro, dirigindo-se a Sasuke.

— Bom, ele está vindo. 

— Não, Naruto. Não faça isso  — ela sussurrou para si mesma entre um suspiro, quando apenas escutou os gritos do loiro pelo corredor.

— Sua... Sua... Bruxa venenosa! — A voz de Naruto era alterada em um tom de choro junto com ódio, uma de suas mãos estava em punho fechado e a outra apontava o indicador em direção a Haruno. — Você não pode me demitir!

— Não só posso, como fiz. 

— Não é só porque você não tem uma vida fora desse escritório, que pode achar que todos nós temos que ser os seus capachos. — A voz de Naruto cada vez mais demonstrava todo o seu ódio e repúdio a ela. Porém, de uma certa forma todos olhavam admirados para o loiro que estava dizendo as palavras que ninguém ali tinha coragem de dizer. — Você é uma coisa rosa sem graça e insignificante. Vai morrer com seu próprio veneno, engasgada, sozinha e sem ninguém! 

— Calma Naruto, cuidado com o coração. — A expressão de Sakura era calma e isso surpreendeu a todos à sua volta, era notável a sua risada baixa e debochada.

— Esses seus olhos esverdeados escondem a vermelhidão do sangue que tira de todos aqui. Megera sem limites! — Nesse momento os olhos de Naruto lacrimejaram de tanto nervoso e decepção, por não conseguir desestruturar em nada a compostura da Haruno.

Não adiantava nada que Naruto dissesse, a superioridade de Sakura era maior. O seu ego era gigantesco e não seriam xingos e pragas que iriam a fazer mudar o seu jeito, ela tinha poder e utilizava-o como desejava. 

— Olha Naruto, preste atenção porque direi apenas uma vez — Sakura respirou fundo e cruzou os seus braços. — Você é um tremendo de um idiota sem escrúpulos e se continuar com essa ceninha pavorosa de ofensas, eu direi para o Sasuke te colocar para fora com um chute na sua bunda que será gravando pelo celular, para colocar naquele... — Ela ficou pensativa e olhou para Sasuke enquanto estralava seus dedos. — Como é o nome daquele site de vídeos?

— O YouTube? — Sasuke pergunta erguendo uma de suas sobrancelhas.

— Isso, YouTube! — Sakura acena com a cabeça e abre um sorriso ao voltar a olhar o loiro. — Ele vai gravar e postar nesse site e só assim, quem sabe, você vai conseguir ter um terço da fama que eu tenho. 

Os olhos de Naruto ferviam e sua raiva era tanta que preferiu recuar. Ele sabia que ela era bem capaz de cometer aquilo só para humilhá-lo, e não daria esse gostinho para a megera, apenas virou as costas sem dizer mais nada. 

Sakura apenas  observava os passos pesados do loiro de volta a sua sala, seu coração estava disparado, mas o seu controle emocional era admirável, pelo menos para ela. 

— Bom, vou precisar de você durante o final de semana! — Sakura dirige-se a Sasuke, respira fundo e volta a caminhar em direção à sua sala.

— Senhorita Haruno, eu não posso. Já tenho compromisso para o final de semana. — A voz de Sasuke era trêmula, não havia jeito melhor de negar o trabalho extra dessa semana.

— Como é? — Sakura parou no meio do corredor e o olhou abismada — Tem certeza?

— Bom... 

— Não, cancele tudo. Você vai ficar comigo — Sakura argumentou com firmeza enquanto estalava os dedos frente ao rosto de Sasuke. 

— Tudo bem, se quer saber, você me livrou de uma boa. O aniversário da minha mãe seria um saco — Sasuke mentiu na cara dura e foi completamente ignorado pela chefe que adentrou na sua sala, deixando-o falar sozinho. 

 

(...)

 

— Itachi, vocês terão que entender. — A voz de Sasuke era desanimada e impaciente, óbvio que não estava gostando de não participar do aniversário de sua mãe mais uma vez. 

— É o segundo ano que isso vai acontecer, Sasuke. — Itachi estava claramente irritado e decepcionado com a notícia de seu irmão. — Por que você não se demite? Existem outras editoras tão boas quanto a Konoha Books! 

— Itachi... — Não havia o que argumentar, não era a primeira e nem a última vez que alguém da sua família pedia para que ele deixasse o trabalho. — Eu preciso desse emprego, você sabe... — Sasuke estava chateado e angustiado, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa notou a presença de Sakura próximo a sua mesa. — Obrigado por escolherem a Konoha Books, retornaremos em breve. — Tentou disfarçar desesperadamente e em vão.

Sakura havia escutado o final da conversa de Sasuke com o seu irmão e sabia muito bem que não era uma conversa comercial, o que em partes a fez rir, achava patético o jeito como seu assistente tentava esconder a insatisfação de ter que trabalhar ao seu lado, tudo para apenas agradá-la. 

— Era a sua família, não é? — Sakura pergunta abrindo um sorriso sarcástico, realmente se diverte com esse tipo de situação.  Ela parecia se deliciar com o aceno positivo de Sasuke em relação a sua pergunta — Pediram para que se demitisse? 

— Pedem todos os dias — Sasuke afirma deixando escapar um estalo da sua boca, seguido de uma risada meio sem graça por notar a forma como a rosada o encarava. 

O silêncio predominou por alguns segundos enquanto Sakura mexia em seu celular, ela ainda mantinha aquele sorriso sarcástico e só fazia Sasuke pensar em como conseguia aguentar uma megera como ela todos os dias, afinal, estava realmente se divertindo com uma situação difícil dele.  A Haruno não tinha limites.

De repente, sem que esperasse, Sasuke dá um leve pulo em sua cadeira, por se assustar com o toque do telefone que estava ao seu lado, se encontrava tão concentrado na maneira perversa de ser da sua chefe, que se distraiu por completo.

— Não vai atender? — Sakura questiona-o sem nem ao menos olhá-lo, continuando a digitar alguma mensagem em seu celular. 

— A-alo? Escritório da Senhorita Haruno — A voz de Sasuke, que antes estava desanimada, mudou completamente. — Olá Senhor Hatake, avisarei ela. 

Os olhos de Sakura abandonaram seu celular no mesmo instante e uma curiosidade se instalou no ar, não conseguia imaginar o motivo de Kakashi ter pedido algo em relação a ela. De certa forma se preocupava, já que raramente ligava e sempre enviava uma mensagem ou e-mail. 

— O Senhor Hatake precisa que vá até a sala dele. 

— Por quê? 

— Eu não sei, ele não disse.  — Sasuke deu de ombros e revirou brevemente os seus olhos, ela perguntava como se o dono da editora fosse dar alguma satisfação a um assistente. 

— Certo, eu estou indo lá. Em 15 minutos quero que invente alguma desculpa e me tire daquela sala — Haruno impôs enquanto ajeitava ligeiramente o seu vestido preto extremamente colado ao seu corpo. 

 

(...)

 

Os passos de Sakura eram até que rápidos, as batidas do seu salto já começavam a te irritar, porém, ver todos os olhares sobre si por onde passava a deixava com o ego mais elevado. Não eram olhares de admiração, mas em parte gostava de ser temida, mesmo que por dentro se sentisse destruída. 

A porta da sala de Kakashi estava aberta, o que a fez dar três batidas leves antes de adentrar no ambiente. O dono da editora estava com uma espécie de apostila em suas mãos e permanecia sentado sobre a sua mesa.

A chegada da Haruno chamou sua atenção, fazendo-o abrir um sorriso amistoso ao vê-la se aproximar.

— O que houve Kakashi? — Sakura estava curiosa e sempre foi de ir direto ao assunto, o que arrancou algumas risadas de Kakashi. 

— Meu precioso diamante rosa, você precisa rever seu visto — Kakashi falava calmamente enquanto Sakura se sentava em uma das poltronas de sua sala, por mais ranzinza e cruel que ela fosse a tinha em sua empresa com muito carinho, era como uma filha, além de trazer tantos lucros. 

— Meu advogado já resolveu isso — Sakura rebateu se ajeitando sobre a poltrona macia, só conseguia pensar em como queria uma para a sua sala. — Gostei dessa poltrona viu? 

— Então aproveita ela bastante antes de voltar para o Canadá. — Kakashi deu um longo suspiro e se levantou da sua mesa, olhando-a com certa tristeza e desespero.

— Como é?

— Acabei de receber uma ligação do seu advogado, ele disse que você o ignora há semanas e que não concluiu toda a documentação. Será deportada em poucos dias. 

Nesse momento Sakura apenas dá um pulo da poltrona, que julgava confortável, e seu olhar para Kakashi era de puro desespero. Realmente havia pedido para Sasuke inventar desculpas para o advogado toda vez que ligava, havia tantos livros para analisar que acabava por deixá-lo para depois, mas não imaginava que pudesse render essa situação. 

Pelo menos não tão rápido.

— Isso é impossível. — Sakura precisava pensar rápido, havia de ter alguma solução.

— Estou tão desesperado quanto você Sakura — Kakashi suspirou e se deixa cair sobre sua cadeira e apoia o rosto em sua mão. — Você sabe que é a melhor editora de Nova York e eu faria de tudo para que continuasse comigo na Konoha Books, mas não poderá continuar com o seu visto vencido. 

O olhar de Sakura mostrava o seu desespero, não disse mais nada, nem ao menos alimentou seu ego com os elogios de Kakashi. Não podia perder seu cargo, havia trabalhado dias e noites para conquistar tudo que era hoje, se fosse deportada perderia tudo e sua fama iria pelos ares.

Mas o pior ainda estava por vir.

 — Vamos deixar Naruto te substituir até que resolva sua situação.

— Espera... — Sakura arregalou seus olhos abismada com tudo que estava acontecendo. — Eu demiti o Naruto agora pouco, não posso permitir que o coloque no meu lugar.

As palavras de Kakashi haviam sido como facadas e sentia como se seu ego estivesse morto e estirado ao meio daquela sala.

— Será minha única opção. 

Quando tudo já parecia perdido e Sakura se via sem saída, Sasuke bate gentilmente na porta que ainda permanecia aberta. Ela havia se esquecido de que tinha pedido para seu assistente interromper a reunião com alguma desculpa e foi então que teve a melhor ideia, a solução para esse problema terrível que estava em seu caminho. 

— Desculpe o incomodo Senhorita Haruno, mas a escritora do best seller, que está em correção, pediu para entrar em contato imediatamente. — A voz de Sasuke era falhada, odiava ter que interromper reuniões e de parecer um intrometido só para livrar a senhora encrenca, só porque ela pagava o seu salário. 

Sasuke não entrou na sala, continuava parado na porta esperando pelos comandos da tal bruxa de cabelos rosados, que estranhamente abriu um sorriso completamente amistoso, deixando-o confuso. 

Devagar Sakura se aproximou de Sasuke que aparentava cada vez mais assustado, a mente do Uchiha só conseguia pensar que ele estava prestes a se envolver em uma confusão terrível. 

E ele estava certo!

Ao estar frente à Sasuke a rosada pega em uma das suas mãos entrelaçando seus dedos de forma delicada e carinhosa, deixando-o completamente constrangido e confuso. Os olhos do moreno gritavam socorro por estar em um contato tão... carinhoso? Sasuke queria correr.

— Bom, talvez esse seja o momento de te contar a novidade Kakashi. — A voz de Sakura agora era doce de uma forma que Sasuke jamais havia notado, ela puxava-o para próximo à mesa de Kakashi. — Nós iremos nos casar! 

— Como é? — Sasuke engasga com sua própria saliva, a ponto de inclinar o seu corpo para frente flexionando seus joelhos até apoiar a sua mão livre sobre ele. Só conseguia se perguntar se aquilo era uma pegadinha de mau gosto, mas se ergue ao sentir Sakura apertar sua mão com força em forma de repreensão.  

— Uau, isso é sério? Como aconteceu? — Kakashi estava impressionado com a notícia. 

— Bom, você sabe como funciona né Kakashi — Sakura procurava por palavras para parecer convincente, mas em um surto de desespero apenas joga com o próprio chefe. — Ah, não preciso explicar isso, você vive trocando de assistente por conta dos seus envolvimentos amorosos com elas, sabe bem que isso acontece. 

Kakashi engole a seco as palavras pronunciadas por Sakura e respira fundo, preferindo não falar mais nada, apenas ergue sua mão e aponta para seu dedo anelar, em um gesto de que ela deverá se casar logo para oficializar a união.

— Pode deixar Kakashi, nos casaremos em breve. Vou avisar o advogado — Sakura concordava com o chefe com um sorriso gentil em seus lábios. 

Em passos curtos saiu da sala ainda de mãos dadas com Sasuke, o que gerou olhares curiosos dos outros funcionários que não estavam entendendo aquele momento dele junto a tal megera da editora. 

Porém, o que Sasuke temia aconteceu.  A assistente de Kakashi havia escutado toda a encenação de Sakura e espalhou por todo o setor sobre o tal casamento.

Por onde passavam os funcionários iam para Sasuke e perguntavam em sussurros se era sério, isso estava deixando-o completamente louco e finalmente o deu coragem para soltar a mão de Sakura e questioná-la sobre o que estava acontecendo. 

— Por que vamos nos casar?

— Estou para ser deportada e você vai se casar comigo para que isso não aconteça — Sakura falava da forma mais tranquila do mundo e isso deixava Sasuke abismado. 

— Eu não vou casar com você Sakura — Sasuke rebateu com firmeza e isso a fez olhar entediada para ele. 

— Ah, não vai me dizer que espera se casar um dia com alguém que você ame.

— Bom, eu meio que quero isso sim. 

— Patético. 

As palavras de Sakura deixavam o Uchiha cada vez mais abismado pela forma como ela era fria e desprezível, só dava-lhe mais certeza de que ela não tinha um pingo de sentimentos naquele coração gelado. 

Ao acompanhá-la para fora do prédio da editora, a rosada estava plena como se nada de sério estivesse acontecendo em sua vida enquanto ele estava surtando por ter que se casar. Mas teria que mentir para a justiça, isso era péssimo. 

— Sakura, eu não vou me casar com você e é minha decisão final. 

— Ah, que saco. — Sakura parou de caminhar e revirou seus olhos arfando antes de olhar para o moreno que estava em suas costas. — Qual a sua preocupação? Nos casamos e depois de um tempo nos divorciamos, é simples. 

— Eu vou mentir para a justiça, corro risco de ir preso e pagar uma multa caríssima. Não é simples. 

— Quanto drama. 

— Certo, então vou fazer o seu jogo. — Sasuke respira fundo e cruza os seus braços enquanto encara seriamente a rosada parada em sua frente. — Eu quero uma promoção e quero que publique o meu livro. 

— Nem a pau. — Sakura solta uma gargalhada alta. 

— Ah que pena, boa sorte com sua viagem até o Canadá — Sasuke afirma abrindo um sorriso sarcástico, que faz a expressão de Sakura mudar no mesmo instante. 

— Chantagem? 

— Olha só, entendeu o seu jogo só agora? 

— Isso é ridículo. 

— Ridículo quando usam sua estratégia contra você. Não é,  Senhorita Haruno? 

O deboche de Sasuke estava começando a tirar Sakura do sério e sua vontade era de poder puni-lo de alguma forma, mas precisava dele e teria que ceder. 

— Ok! Eu faço. 

— Hm, certo. Agora me pede em casamento — Sasuke sorria ainda mais satisfeito que antes.

— Como é?

— Ahm? Não entendi, o que você disse? 

— Casa comigo Sasuke? — A voz de Sakura era um sussurro baixo, estava odiando mais que tudo aquele jogo patético de poder com o seu assistente. 

— Não! 

A resposta seca fez a Haruno encara-lo completamente irritada, só conseguia analisar a forma como ele estava a fazendo de idiota e só queria poder voar em seu pescoço para esgana-lo. 

— Não me faça de idiota. 

— Eu quero que me peça em casamento com jeitinho, eu sou romântico.

— Que coisa mais ridícula — Sakura reclama, estava recusando-se a simular uma situação romântica. 

— Vamos, fique de joelhos — Sasuke ria baixo mordendo o canto do seu lábio inferior, estava adorando aquela situação de estar superior a Sakura, justo com ela, a que tanto o humilhava todos os dias. 

Sakura apenas respirou fundo, ainda não acreditava que precisava se submeter a tal situação para não ser deportada, estava irritada. Esticou sua mão para que Sasuke desse-lhe um apoio até que se ajoelhasse, já que estava com um salto super alto e com um vestido colado, em um comprimento até o seu joelho. 

— Sasuke?

— Sim?

— Doce Sasuke... — Sakura ironizou abrindo um sorriso sínico, tentava ignorar o fato de estarem no meio da rua em frente ao prédio onde ela era a melhor editora e que todos que passavam cochichavam, outros tiravam fotos ou até mesmo gravavam vídeos. Essa era a parte ruim de ser famosa, as pessoas te conhecem e tudo vira notícia em breve. 

— Eu estou ouvindo... — A resposta de Sasuke era ainda mais sínica. 

— Você aceita, com mil coraçõezinhos, casar-se comigo? — Sakura movia seus dedos simulando que haveria uma chuva de corações. 

— Ok, eu aceito, só não gostei da ironia — Sasuke ri da ousadia da sua chefe e ao vê-la esticar a mão para que ele novamente a auxiliasse, vira-se permitindo que ela quase perca o equilíbrio. — Vamos, precisamos levar a papelada no departamento de imigração. 

 Sasuke começou a caminhar em meio à multidão, ignorando completamente o fato de Sakura estar de joelhos. A Haruno o mataria se pudesse, mas algo pior estava acontecendo, os olhos dela se arregalaram ao avistar um repórter esticar uma das mãos para ajudá-la. 

— Então, senhorita Haruno gostaria de contar aos seus seguidores o porquê estava de joelhos? — O repórter segurava um gravador em sua outra mão e seu olhar era de tremenda satisfação por estar abordando-a antes que qualquer outro. 

— Apenas uma brincadeirinha com meu noivo — ela assume, tinha que transformar o limão em uma limonada, a divulgação na mídia  ajudaria  a transparecer mais real. 

— Então é verdade que vai se casar?

— Sim.

— Mas com o seu assistente? 

— Qual o problema? — A forma como o repórter a questionava já estava começando a fugir das suas expectativas de ser algo positivo a seu favor, precisava fugir daquela situação. 

— Nenhum Senhorita Haruno, mas nos conte mais sobre ele. 

Sakura não disse mais nada e apenas mudou sua expressão, tinha que se livrar dos curiosos à sua volta e principalmente daquele repórter, apenas esticou sua mão em protesto e balançou sua cabeça negativamente enquanto começava a caminhar no sentido oposto ao repórter simbolizando que aquela conversa havia acabado. 

Decidiu voltar ao escritório, deixaria Sasuke cuidar da parte da documentação por conta, não tinha condições de transitar pelas ruas hoje. 

Não demorou até seu telefone tocar, sinalizando ser Sasuke no visor. 

— E ai? 

— Está tudo certo, além de a partir de agora eu ter um questionário de mais de 30 perguntas, que vamos ter que responder sobre o nosso lindo relacionamento e ter um oficial de imigração na minha cola — A voz de Sasuke era irritada e isso fazia os olhos de Sakura revirarem. 

— Não começa com o drama. 

— Ele quer saber quando será nosso casamento — Sasuke engasgava-se ao imaginar. — Bom, estou chegando ao escritório e ele nos encontrará em 10 minutos na sala de reunião. 

— Certo, me encontre lá. 

 

(...)

 

Não demorou até que Sasuke abrisse a porta da sala de reunião em companhia do oficial de imigração, era notável como observava cada movimento que os dois faziam, estava pronto para pegar qualquer sinal de mentira dos dois. 

— Senhorita Haruno?

— Sim! Sente-se. — Sakura apontava para uma das cadeiras disponíveis. 

— Então você irá se casar com o seu assistente? — O tom do oficial era de pura desconfiança. 

— Acontece, somos apenas duas pessoas que não deveriam ter se apaixonado. 

Sasuke sorria forçado com a forma tão natural que Sakura mentia frente a um representante da lei, só conseguia sentir desespero e imaginar de diversas formas como seria a sua prisão. 

— Então Sasuke, você quer me dizer algo? — O olhar do oficial era desafiador.

— Eu? Não...

— Certeza? Sabe que se eu pegar vocês na mentira, você será preso. 

— Eu não estou mentindo, eu e Sakura nos amamos. — As palavras de Sasuke pareciam farpas em sua garganta, odiava mentir, ainda mais daquela maneira. 

— Certo, já contaram para seus familiares?

Antes que Sasuke pudesse responder, Sakura o cortou, aparentava estar alegre e eufórica. 

— Ainda não, mas iremos contar para a família de Sasuke nesse final de semana. Aniversário da minha sogrinha. 

Automaticamente o rosto de Sasuke se virou para Sakura, ele nem ao menos a enxergava de tanta raiva que estava sentindo naquele instante. Ela envolveria sua família naquela mentira e a vontade que tinha era de assumir toda aquela farsa no mesmo segundo. 

— Interessante — o oficial sussurra escrevendo algo em seu caderno — E onde será esse aniversário?

— Na casa dos pais de Sasuke — Sakura respondeu fazendo uma careta, era uma pergunta óbvia. 

— E onde fica a casa dos pais de Sasuke?

Nesse momento Sakura se viu em um beco sem saída, óbvio que ela não saberia essa resposta. O desespero tomou seus olhos e a fez engolir seco por ter que pensar rápido em algo certeiro ou tudo estaria perdido. 

— Ah qual é, conta para ele de onde você vem meu amor. — Sakura sorria para o moreno que se esforçava para não fazer uma careta com a forma que se dirigia a ele. 

— Meus pais moram em Sitka — Sasuke respondeu com um sorriso malicioso em seus lábios, ela realmente não sabia onde estava se metendo. 

— Sitka, isso! É de lá que meu Sasuke vem. 

— Vocês irão para o Alasca no final de semana?  — O oficial parecia surpreso e isso pegou Sakura de surpresa, já que não havia se dado conta da cidade que Sasuke havia dito. 

— Alasca? — Os olhos de Sakura estavam arregalados, mas podia notar Sasuke rindo e ficava completamente irritada — Isso, Alasca. — Tentou disfarçar quando o oficial a olhou desconfiado. 

O oficial então acenou com a cabeça e se levantou, se despedindo dos dois que permaneceram dentro da sala. 

— Te vejo amanhã cedinho “amor” — Sasuke pronunciou com cinismo fazendo uma careta. 

Sakura nem ao menos se deu ao trabalho de responder, apenas esperou que ele saísse da sala e a deixasse sozinha, odiava o frio e iria odiar esse final de semana. Na sua mente só se repetia uma palavra.

“Droga, droga, droga, droga!”