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História A Quinta geração de Harry Potter (Interativa) - A segunda missão


Escrita por: Laura-Higurashi e Suspenso

Capítulo 29 - A segunda missão



Um vento frio e congelante correu pela noite do vilarejo deserto. Algumas janelas mostrando luzes acesas, ao longe, indicavam que o imenso frio fizera os residentes do local se recolherem mais cedo. Apenas duas pessoas, um homem e uma mulher, estavam na rua principal, parados.

– Nossa, que frio está fazendo hoje! – Katherine exclamou – Sinceramente, não esperava que estivesse tão frio assim!

– Francamente, o que você esperava? – Dean perguntou, impaciente – Não viemos a uma praia, não é? Isso é Hogsmeade!

Katherine olhou para ele, censurando-o. Falou com rispidez:

– Mas eu posso resolver isso num instante... Veja só! – ela fez um movimento com a varinha e suas vestes mudaram. Agora trajava um grosso casaco de lã e uma longa saia preta; usava um cachecol amarelo e uma longa capa negra; um gorro sobre os cabelos vermelhos e luvas pretas, para proteger as orelhas e as mãos do frio cortante.

Dean a imitou e o terno preto que usava foi substituído por um suéter preto e calça social cinza; a capa escura esvoaçante e o cachecol azul, em volta do pescoço; também protegia as mãos e orelhas com luvas e um gorro. Ele correu os olhos pela rua, observando atentamente. Abandonou a costumeira expressão severa e carrancuda e seus olhos demonstravam interesse.

– Alguma coisa errada? – Katherine percebeu algo diferente em Dean.

– Não, não é nada – ele se apressou em negar. – É só que... Faz tempo que eu não vinha aqui...

– É, eu também... – ela também começou a olhar para os lados, observando as casas e lojas.

– Nossos pais nos traziam aqui nas férias, Rick e eu, quando éramos pequenos... – ele comentou, perdido em lembranças.

– Hum... – a ruiva o encarou.

– Bom, temos que nos apresar, ainda temos coisas para fazer! – ele disse, tirando o vira-tempo do bolso da calça.


Eles se aproximaram um do outro e ele começou a digitar a data e o horário para onde deveriam ir. De mãos dadas, flutuaram novamente pela imensidão de cores, vultos sem forma e barulhos indistintos, até que tudo parou. Estavam parados na mesma rua, mas a diferença era que agora o vento frio estava muito mais forte e o chão estava coberta por uma grossa camada de neve. Poucas coisas eram distinguíveis no meio daquela nevasca.

– Que droga! – bradou Dean, irritado – escolhi um péssimo dia! Acha melhor escolher outro dia? – perguntou, encarando Katherine com dificuldade.

– Não! – ela respondeu – Já que estamos aqui, vamos em frente! – e cobrindo o rosto com o cachecol, começou a avançar com certa dificuldade pela neve.


Os dois caminharam por um bom tempo. Dean percebeu que Katherine estava tendo problemas para prosseguir, então se agarrou a ela e a amparou. Usando a varinha como guarda-chuva, seguiram até o começo da rua e encontraram uma estrada serpeante.

– É por aqui, estamos no caminho certo! – Katherine exclamou, ao ver a estrada.

Continuaram avançando pela estrada, até vislumbrar o enorme castelo, com magníficas e altas torres. Pararam em frente aos portões da escola.

– E agora, o que fazemos? – Katherine perguntou – Batemos palmas?

– Não é preciso – Dean respondeu sério, olhando para os portões. – Eles já sabem que estamos aqui. Os feitiços de proteção já os avisaram.

A porta de entrada do castelo se abriu; alguém vinha caminhando em direção aos portões, carregando um lampião.

– Não posso dizer meu sobrenome nesta época – Dean esclareceu. – O sobrenome Lestrange não é muito bem-visto... Temos que dizer que sou seu parente, certo?

– Tudo bem – a jovem bruxa concordou.

Um homem muito velho e magro veio se arrastando pelos terrenos escuros da escola. Aproximou-se dos portões e gritou, com uma voz asmática:

– Quem está aí?!

– Dean e Katherine Beacourt! – Dean respondeu, firme – Viemos da França e precisamos falar com a diretora McGonagall!

– Esperem aí! – avisou o velho. E saiu correndo de volta para o castelo.

Passado alguns minutos, o velho voltou correndo e abriu os portões.

– Podem entrar – ele falou, parecendo não tão feliz, enquanto Dean e Katherine passavam pelos portões. – A professora McGonagall vai recebê-los em seu escritório. Eu vou acompanhá-los!

Ele os acompanhou, passando por alguns corredores, até que chegaram em frente à estátua de uma gárgula. O velho murmurou alguma coisa para a estátua e ela girou para o lado, revelando uma escada em espiral.

– Podem subir – ordenou o velho.

Eles subiram a escada, o velho sempre acompanhando, e deram com uma porta que tinha uma aldrava de bronze em forma de grifo. O velho a abriu e disse:

– Entrem, a diretora já está vindo.


Depois de algum tempo, Minerva McGonagall entrou na sala.

– Então, à que devo a visita dos senhores... – disse ela, dando a entender que queria ouvir seus nomes.

– Eu sou Dean Beacourt – disse ele apertando a mão de McGonagall. – E esta é minha esposa, Katherine – falou, indicando a ruiva.

Katherine se surpreendeu com a afirmação do rapaz, mas se esforçou para se manter impassível. McGonagall se manifestou novamente:

– Vocês vieram da França para falar comigo?

– Sim - confirmou Katherine. – Viemos de Beauxbatons.

– E em quê posso ajudar? – perguntou a diretora.

– Precisamos da sua compreensão – Dean respondeu, olhando nos olhos de McGonagall. – O futuro do mundo bruxo depende de sua decisão.

O rosto de McGonagall endureceu, analisando o casal à sua frente com intensa curiosidade, como se fosse possível ver o que se passava em suas mentes.

– Explique-se, Sr. Beacourt – ordenou ela, uma expressão firme no rosto. – Como minha decisão pode influenciar o futuro do nosso mundo? Decidir sobre o quê, exatamente?

– Eu explico – começou Dean. – Nós viemos da Academia de magia de Beauxbatons, mas não somos dessa época. Viemos do futuro, utilizando este vira-tempo – ele mostrou o objeto para a diretora.

McGonagall olhou para o vira-tempo, parecendo intrigada. Dean continuou:

– Somos de 2057, viemos para pedir ajuda a vocês. Nossa época está enfrentando sérias dificuldades. Aqui, eu trouxe uma carta da nossa diretora, Lana Marie Malfoy – ele puxou um envelope do bolso da calça. Parecia exasperado, quando entregou a carta à McGonagall. – Nessa carta, é explicado o motivo da nossa visita e a razão de precisarmos da sua ajuda.

McGonagall examinou a carta com bastante atenção e perguntou:

– Vocês não se importam, se eu tomar algumas precauções antes, não?

– De forma alguma – Dean respondeu, despreocupado. – Pode ficar à vontade.


McGonagall realizou todos os procedimentos de segurança que conhecia e, depois de ter certeza que não havia nenhum problema, abriu o envelope e leu a carta:


Cara prof. McGonagall

Meu nome é Lana Marie Malfoy e sou a diretora da Academia de magia de Beauxbatons, no ano de 2057. Escrevo-lhe esta carta, na esperança de que possa nos ajudar a resolver o problema que estamos enfrentando. Há alguns anos, um bruxo chamado Miguel Boneventura organizou uma revolta e derrubou o ministério da magia francês, tomando controle de toda a França. Ele libertou inúmeros prisioneiros de Azkaban, inclusive antigos Comensais, e conta com o apoio deles para se manter no poder. Ele e seus comandados têm espalhado o terror, torturando e matando trouxas, desrespeitando os direitos dos bruxos que não se aliaram a ele e o Estatuto Internacional de Sigilo em Magia. Nossa escola está fazendo oposição e resiste bravamente. No entanto, nossa situação vem se agravando. Peço, por meio desta carta, que nos envie um reforço especial. Enviei dois dos melhores professores de Beauxbatons, para entregar-lhe meu pedido e esclarecer quaisquer dúvidas que tenha. Muito honrada em escrever-lhe, agradeço desde já.

Atenciosamente,

Lana Marie Malfoy – diretora da Academia de magia de Beauxbatons


McGonagall terminou de ler a carta, colocou-a em cima da escrivaninha e permaneceu em silêncio, digerindo o que acabara de ler. Passado alguns minutos, Dean se manifestou:

– E então, professora McGonagall, o que nos diz? Pode nos ajudar?

McGonagall pareceu despertar de uma hipnose, ao ouvir a voz do rapaz. Ela olhou diretamente nos olhos dele e disse:

– Primeiro, me expliquem umas coisas. Quem é esse Miguel?

– Miguel Boneventura era de Beauxbatons, assim como nós – Katherine começou a explicação. – Nós dois, ele e mais um outro rapaz éramos os responsáveis pelas Casas de Beauxbatons. Vivíamos em harmonia, os quatro, até que...

– Até que tudo mudou – interrompeu Dean. – Sempre soubemos que Boneventura era ambicioso, mas não imaginamos que ele fosse chegar a esse ponto!

"Ele começou a articular um plano para dominar o ministério e tomar o poder, sem que a gente desconfiasse. Não obteve sucesso na primeira tentativa e teve que viver foragido, por um tempo. Na segunda tentativa, se saiu melhor; conseguiu assassinar o ministro e finalmente tomou o controle de todo o país. Usamos esse mesmo vira-tempo para voltar e salvar o ministro, mas não conseguimos impedir que o ministério caísse em suas mãos!"

– Então vocês são professores em Beauxbatons e esse Miguel era colega de vocês? – inquiriu McGonagall.

– Exatamente – respondeu Katherine. – Ele é um bruxo muito poderoso e competente. Poucos bruxos conseguem enfrentá-lo.

– E com relação a esse "reforço especial"? – McGonagall indagou – A quê ela está se referindo? Aurores?

– Não exatamente – respondeu Katherine outra vez.

– Alunos – Dean falou. – uma turminha, em especial.

O queixo de McGonagall despencou.

– Isso é algum tipo de brincadeira? Por que, se for, tenho que dizer que foi muito bem orquestrada...

– Não é brincadeira, professora McGonagall! – Katherine apressou-se em dizer – Estamos falando a verdade!

– Precisamos levar Tiago, Lilian e Alvo Potter; Rose e Hugo Weasley; e Scorpius Malfoy. Só eles podem nos ajudar! – Dean falou.

McGonagall tinha uma expressão severa e intimidadora no rosto.

– De qualquer forma, eu não posso tomar uma decisão sozinha – ela informou solenemente.

Ela levantou a varinha e falou firme:

– Expecto Patronum! – três gatos irromperam da ponta da varinha e correram graciosamente pelo escritório, antes de passarem pela porta e desaparecerem. Depois, ela foi até a lareira, apanhou um pouco de pó brilhante e, atirando nas chamas, disse claramente:

– Sr.ª Ministra, venha ao meu escritório, assim que puder. Se possível, traga também Potter e Malfoy!

– Tudo bem, professora McGonagall! – uma voz esganiçada respondeu, vinda da lareira – Só vamos terminar umas coisas aqui e logo estaremos aí!

– Certo, estou aguardando! – McGonagall falou para a lareira e se virou para o casal novamente. Eles aguardaram por algum tempo, até que ouviram alguém batendo na porta.

– Entre! – ordenou McGonagall.

Oito pessoas entraram na sala; cinco garotos e três garotas olhavam curiosos para a diretora e para o casal. Um deles, o que parecia ser o mais velho dos garotos, perguntou:

– Algum problema, diretora?

– Eu apenas gostaria de falar com vocês sobre um assunto – a diretora disse. – Mas esperem um pouco. Quando todos estiverem aqui, eu explicarei.

Nesse instante, a voz esganiçada veio novamente, da lareira:

– Professora McGonagall, estou chegando! E estou trazendo Harry, Draco e meu marido!

Os garotos e garotas se entreolharam e uma delas, uma garota de cabelos castanhos e lanzudos, exclamou:

– Mãe! Pai! Nossos pais estão vindo!

Um garoto loiro cochichou para o outro, que estava ao seu lado:

– Nossos pais, Alvo! Eu te disse que era algum problema!

E então uma sombra, rodopiando veloz, surgiu na lareira. Eles viram quando uma mulher saiu das chamas, sacudindo as cinzas das roupas. Era idêntica à garotinha que exclamara que os pais estavam vindo: o cabelo, os olhos, o sorriso. Tudo era igualzinho. Logo depois que ela saiu da lareira, três homens saíram de lá também, sacudindo as cinzas das vestes de igual forma. O primeiro era ruivo, alto e magro, tinha olhos azuis, um nariz comprido, algumas sardas e um ar de riso; o segundo também era magro, mas era muito loiro, tinha olhos cinzentos e frios e uma expressão entediada; o terceiro era um pouco mais baixo, tinha cabelos negros, olhos verde-vivo e uma cicatriz em forma de raio na testa. Tinha uma expressão cansada e tristonha.

– Boa noite, senhores! – McGonagall os cumprimentou.

– Boa noite, professora Minerva – respondeu a mulher que saíra da lareira. – O que a senhora quer falar conosco? Aconteceu algum problema?

– Aconteceu – replicou McGonagall. – E temos que decidir se vamos ajudar na solução ou não.

– E o que foi que aconteceu, McGonagall? – perguntou o homem loiro. – Por que nossos filhos estão aqui?

– Bom, na verdade – começou McGonagall – o Sr. e a Sr.ª Beacourt é que vão explicar para vocês o que está acontecendo.

Todos voltaram sua atenção para Dean e Katherine. McGonagall entregou a carta para a mulher que tinha saído da lareira e esta começou a examinar o conteúdo. Enquanto isso, Dean e Katherine explicaram novamente a sua história. Quando eles acabaram de explicar tudo, a tal mulher se manifestou:

– Então esse é o vira-tempo que vocês usaram para vir até a nossa época?

– Sim – confirmou Katherine.

– Posso dar uma olhada nele? – a mulher perguntou, interessada.

– Pode sim – Dean respondeu, passando o objeto às mãos da mulher.

– A senhora é Hermione Granger, não é? E o senhor é Harry Potter, não? – Katherine perguntou, admirada. Eles assentiram. – Nossa, é uma honra conhecê-los! Eu li muito sobre vocês!

– E eu sou o quê, invisível?! – disse o homem ruivo, acenando.

– Oh, desculpe, Sr. Weasley – Katherine falou, corando.

– Ah, que é isso! Pode me chamar de Ron – ele disse, sorridente. – Quando me chamam assim, parecem que estão chamando meu pai...

– Querendo ou não, você é o Sr. Weasley agora – Hermione retrucou, ainda analisando o vira-tempo. – Ou um dos...

Todos riram.

– Então quer dizer que nós somos os únicos que podem ajudar? – perguntou um garoto de cabelos negros e olhos castanhos, com um ar maroto.

– Sim – Katherine respondeu.

– Ah, isso vai ser interessante...

– Calma, Tiago – falou McGonagall. – A decisão de deixá-los ir ou não, cabe aos pais de vocês.

– Realmente, a história deles parece verdadeira. O objeto é mesmo um vira-tempo – confirmou Hermione. – É um modelo bem esquisito, mas é um, de fato.

– Se eles quiserem ir, eu não vou impedir – afirmou Harry.

Enquanto o garoto que se chamava Tiago comemorava, o garoto chamado Alvo, perguntou com um ar desconfiado:

– Tem certeza, pai?

– Tenho – respondeu Harry. – Se vocês são os únicos que podem ajudar, devem ir. Eu confio em vocês, sei que escolherão o que é certo.

O homem loiro olhou para o filho e perguntou:

– E você, Scorpius Malfoy? Também quer ir?

– Se o Alvo e a Rose vão, eu vou também!

– Então está decidido! – Ron exclamou – Todos vão!

– Mas tem uma coisa – McGonagall falou, de repente. – Teddy Lupin e Victoire Weasley vão também! Eles vão ficar de olho nessa turminha, porque eles são fogo. Principalmente o Tiago!

Tiago fez cara de inocência. Todos foram para seus respectivos dormitórios, arrumar seus pertences, para a viagem. Depois que tudo estava pronto, começaram a se despedir de seus pais.

– Fique esperta com o filho do Malfoy! – Ron cochichou para a filha. Hermione deu um tapa em seu braço. Ele sorriu, divertido.

– Mas e a mamãe? Ela vai ficar brava, não vai? – disse Alvo, receoso.

– Deixa que eu falo com ela – garantiu Harry. – Ela vai entender.

Draco e Scorpius trocaram um rápido abraço desengonçado.

– Bem, temos que ir. – Dean falou, olhando para o relógio. – Obrigado pela compreensão.

– Cuida bem deles – pediu Harry.

– Cuidaremos – disse Katherine. – Bom, nos vemos em breve. Tchau!

E dizendo isto, Dean, Katherine e os garotos saíram do escritório de McGonagall.

– Você e o Scorpius têm que treinar mais esse negócio de abraço – Hermione comentou, olhando para a porta. – Vocês estão muito duros.



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