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História A Quinta geração de Harry Potter (Interativa) - Um resgate improvisado


Escrita por: Laura-Higurashi e Suspenso

Capítulo 39 - Um resgate improvisado


Miguel estava em um beco escuro, cheio de latas de lixo e sem movimentação, a não ser por um gato que remexia o lixo de uma das latas, procurando comida. Ele caminhou cautelosamente, saindo da estreita viela e avançando na direção de uma rua lateral, mais iluminada. Aquela rua também tinha pouco movimento, somente algumas poucas pessoas passavam por ali. O rapaz andava pela calçada parecendo ser apenas um jovem despreocupado, passeando pelas ruas de Paris, mas reparava em qualquer coisa que acontecesse ao seu redor.

Ele levou algum tempo caminhando pelas ruas da cidade, aparentemente sem destino, porém sabia que já estava próximo do lugar aonde estava indo, mesmo que nunca tivesse usado aquele caminho antes. Suas roupas, bem comuns, fizeram com que pudesse passar sem problemas por alguns homens que rondavam aquele perímetro e que ele sabia que eram Comensais à paisana; o capuz do moletom cinza que usava escondia seu rosto e não dava possibilidade de reconhecimento. Só faltava mais um pouco...


Finalmente chegara ao lugar desejado. O prédio parecia ser um edifício comum e nenhum trouxa que o visse desconfiaria que ali funcionasse o Ministério da Magia francês. Para sorte de Miguel, havia somente um bruxo, trajando vestes de guarda, na entrada. Miguel ficou parado por alguns minutos, do outro lado da rua, pensando em algum meio de driblar o vigia. De repente, uma luz se acendeu, clareando sua mente e a ideia veio rápida como um relâmpago.

Abaixou a cabeça, escondendo totalmente o rosto, suas mãos dentro dos bolsos do moletom, segurando a varinha com firmeza. Avançou em direção ao guarda, andando e tropeçando, como se estivesse alcoolizado. Quando viu aquilo, o vigia pensou tratar-se de um trouxa bêbado e achou que nem precisaria usar a varinha para afugentá-lo.

– Não pode ser... – ele lamentou-se – É o terceiro, só nesta semana! Ei, bêbado! Dê meia volta e vá embora! – o vigilante gritou, indo ao encontro do homem "bêbado" que insistia em avançar – Não tá escutando?! Vá emb...

Assim que estavam próximos um do outro, Miguel sacou a varinha, apontou para o rosto do vigia e falou:

Império!

O guarda não teve chance de reagir e foi dominado pela maldição imperdoável. Seu olhar se tornou vago e sua postura era rígida, como um soldado esperando ordens de seu comandante. Miguel ordenou que voltasse ao posto e agisse normalmente. Depois, voltou para o outro lado da rua e ficou aguardando.


Não demorou muito, até que um homem surgiu caminhando pela avenida. Era alto e forte, vestia um terno preto, embaixo de um sobretudo da mesma cor; seu cabelo era bem curto e negro, assim como seus olhos. Seu rosto tinha uma expressão fria. Miguel o reconheceu na mesma hora em que o avistou: era o mesmo que contara, certa vez, que havia feito uma cadeira dançar na frente de um trouxa.

– Hum... Davies...

O homem chamado Davies parou em frente ao edifício, puxando conversa.

– Noite, Leigh.

– Noite, Davies - o vigia respondeu. - O que houve? Você parece meio cansado...

– São essas rondas – Davies explicou, entediado. – São muito chatas. Não entendo essa preocupação da McCarthy, até parece que o Boneventura vai ter coragem de aparecer por aqui outra vez...

– É, é verdade... – Leigh concordou, vagamente.

– Mas não fale só por mim, você também não parece nada bem – Davies comentou, observando atentamente as feições do colega.

A ficha caiu. Ele percebeu o que estava acontecendo, mas era tarde demais; Miguel já estava parado atrás dele, sussurrando a maldição novamente, sua varinha apontada para a nuca do grandalhão. Ele tentou resistir, mas sem sucesso.


O átrio estava cheio de pessoas, que olhavam com enorme curiosidade para o homem alto, que arrastava um jovem rapaz preso por cordas. No centro, havia uma mulher, a única ali que não expressava surpresa alguma ao ver aquela cena; a loira exibia um largo sorriso.

– Mas olha quem veio nos visitar... – Lucy falou, girando a varinha por entre os dedos, seus olhos brilhando de excitação – Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, você ia aparecer, Miguel...

Davies parou no centro do átrio e puxou Miguel para frente. O garoto ficou imóvel, de cabeça baixa, calado. Lucy se aproximou deles.

– Meus parabéns, Davies – ela se dirigiu ao grandalhão, que segurava firme as cordas que prendiam Miguel. – Ótimo trabalho! Como conseguiu capturá-lo?

– Ele estava perambulando aqui perto – o homem respondeu. – Pensou que a gente não fosse reconhecê-lo com essas roupas...

– Muito bom... Você será devidamente recompensado, Davies. Uma promoção, que tal?

O homem fez uma reverência. Ela voltou sua atenção para o jovem amarrado.

– E então, Miguel, achou que ia conseguir invadir o Ministério tão facilmente, disfarçado de trouxa?

Ele se manteve em silêncio. Ela continuou:

– Você foi a maior decepção que eu já tive na vida! Um rapaz poderoso e ambicioso, a gente poderia fazer o que quisesse juntos, mas você é um covarde... Não vai falar nada?

O garoto continuou calado e imóvel. Ela acertou-lhe o rosto com um forte tapa, o barulho do golpe ecoou alto pelo átrio silencioso.

– Fraco! – ela bradou – Se deixou levar pelo sentimento que tem por uma nojentinha que nem liga pra você!

Muitos começaram a rir.

– Pensei que você fosse homem o suficiente para dominar o mundo inteiro, mas vejo que é apenas um garotinho apaixonadinho... Então, não tem nada pra dizer, antes que eu comece a te torturar aqui mesmo?

Miguel levantou o rosto e encarou Lucy com um sorriso. Ela olhou para ele, estranhando.

– Eu tenho algo pra dizer, sim – ele falou claramente.

– Pode falar, lindinho – Lucy consentiu, intrigada.

As cordas que prendiam o garoto afrouxaram e caíram. Ele sacou a varinha tão rápido, que a loira também não teve chance de reação.

Depulso! – Lucy foi arremessada para trás e caiu inconsciente.

– É UM TRUQUE! ATIREM!!! – alguém berrou.

Vários feitiços voaram pelo átrio, vindos de várias direções e Miguel teve que sair correndo. Davies, que permaneceu parado no centro do átrio, foi atingido e tombou, morto. O garoto corria disparado, enquanto tentava desviar das maldições mortais e, ao mesmo tempo, contra-atacar.

Entretanto, algo enroscou em suas pernas, fazendo-o tropeçar e cair de peito no chão, escorregando pelo chão frio. Sua varinha caiu a um metro de distância. Uma grossa corda subiu pelos seus tornozelos, como uma serpente, e prendeu seus braços, deixando-o imobilizado. Homens e mulheres se aproximaram dele, com as varinhas erguidas, apontadas em sua direção. Ele se preparou, sabia que aquele seria o fim...


"É, Miguel, é assim que tudo termina...".


De repente, um estrondo preencheu seus ouvidos e ele achou, por um momento, que estivesse morto. Porém, ao abrir os olhos, ele percebeu que o átrio estava mergulhado no caos: bruxos e bruxas correndo para lá e para cá, lançando e defendendo feitiços. Ficou pasmo com o que via: Lana Malfoy e alguns dos alunos da escola vinham abrindo caminho pela multidão, disparando feitiços e azarações. Liliana, Oliver, Elizabeth e Sorcha estavam ao lado da diretora, estuporando todos que estavam ao seu alcance; Stars, Hanna, Lian e Bella estavam do outro lado, lançando feitiços paralisantes; Snow, Luke, Anelô e Tainá estavam nocauteando todos que se aproximavam deles; Tiago estava lançando azarações nos Comensais, fazendo furúnculos aparecerem em seus rostos e Michael jogava detonadores-chamariz, que causavam um grande estardalhaço e soltavam uma fumaça negra que atrapalhava os Comensais.

– Eu falei que esse kit foi a melhor coisa que eu já comprei! – ele exclamava com alegria, jogando os detonadores e outros artigos das Gemialidades Weasley.

– Achem Boneventura rápido e deem o fora daqui! – Lana gritou para os alunos, enquanto combatia contra cinco oponentes de uma só vez.

Foi então que ele a viu. Melanie vinha correndo até ele, com lágrimas nos olhos. Ela fez um movimento com a varinha e Miguel se viu livre das cordas que o prendiam.

– Vem logo! – ela gritou para ele.

O rapaz se levantou depressa, apanhou a varinha do chão e, junto com Melanie, correu para o lugar onde os amigos estavam. Assim que se reuniram aos amigos, eles começaram a recuar em direção à saída. Quando já estavam fora do Ministério, todos convocaram suas vassouras.

– Sobe aí! – Melanie falou para Miguel, enquanto montava na vassoura.

– Melanie, eu...

– Agora não! A gente conversa quando chegar à escola.

Ele montou na vassoura, atrás dela e com um forte impulso, os dois deixaram o chão, voando velozes, em direção ao céu estrelado.


– Nunca... Mais... Faça... Uma... Coisa... Dessas! – Melanie falou por entre os dentes, batendo no peito de Miguel.

– Tudo bem, docinho – ele disse, abraçando a garota. – Te prometo que não faço mais isso.

Os dois estavam de pé, no escritório da diretora. Lana pigarreou baixinho, chamando a atenção do casal.

– Eu espero que possa explicar as razões que te fizeram ir ao Ministério hoje à noite – ela inquiriu.

O garoto não quis encarar a diretora ao responder:

– Eu sentia que tinha que fazer isso. Tudo isso é minha culpa e eu achei que era meu dever tentar resolver.

A professora Malfoy observou o rapaz por uns segundos, antes de falar novamente:

– Você não precisa resolver isso sozinho. Estamos aqui para ajudar. E espero que não volte a tomar uma decisão precipitada como essa, certo?

– Tudo bem – ele concordou.

– Creio que vocês ainda não jantaram, não é?

O casal assentiu.

– Então vão comer alguma coisa e descansem, porque essa foi uma noite daquelas.

Os dois já estavam se retirando da sala, quando Miguel parou e, virando-se para encarar a diretora, indagou:

– Mas como vocês souberam que eu estava no Ministério?

– Quando eu li o bilhete que você deixou – Melanie começou a explicar – logo presumi que você tivesse ido até lá. Mostrei o bilhete para minha tia e decidimos te resgatar. Tive muito medo de chegar tarde demais...

Ele beijou a bochecha da garota.

– Mas e os outros alunos? – ele indagou mais uma vez.

– Bom – a diretora começou – como nada aqui fica em segredo por muito tempo, eles ficaram sabendo e se ofereceram para ajudar.

– Eu não sei nem como agradecer – ele falou, com uma sensação incômoda no peito.

– É só ficar longe de confusão – Lana recomendou. – E cuida bem da minha sobrinha.

O casal se entreolhou, constrangido. Depois de se despedirem da diretora, eles deixaram o escritório.


Os únicos ocupantes do Salão Principal, naquele momento, eram os alunos que foram ao Ministério, para resgatar Miguel. Eles conversavam animados, quando Miguel e Melanie chegaram. Eles se aproximaram do grupo e o garoto se pronunciou:

– Eu quero pedir desculpas, por ter colocado vocês em perigo novamente – ele estava aparentemente desconfortável, enquanto falava – e quero agradecer por terem me ajudado...

– Não precisa agradecer – Elizabeth replicou, concentrada no seu Foie gras.

– Só não tenha ideias como essa novamente – Oliver sugeriu, cordialmente.

– Eu não me importaria em repetir a dose... – os irmãos Potter disseram juntos.

Todos olharam para os dois com incredulidade.

– Vocês dois têm um problema sério... – Stars comentou, enquanto acabava com uma tigela de Fondue.

As portas do Salão se abriram e os alunos de Hogwarts entraram, conversando distraidamente.

– Ah, boa noite, pessoal – Teddy cumprimentou, sorridente, sempre abraçado à Victoire.

– Boa noite – os alunos de Beauxbatons responderam.

– Onde vocês estavam? – Alvo perguntou – Procuramos pelo palácio inteiro e não achamos vocês!

– Oras, não precisa exagerar, Alvo – Scorpius falou, dando palmadinhas nas costas do amigo, que sacudiu os ombros.

– É que a gente teve umas coisas importantes para resolver... – Snow respondeu vagamente.

– Olha, alguém pode me explicar por qual motivo somos tão famosos nesta época? – Tiago Sirius indagou, confuso.

– É verdade – Alvo comentou, intrigado. – Já faz um certo tempo que estamos aqui e, mesmo assim, o pessoal da escola ainda cochicha ou fica olhando estranho quando nos vê...

– Tirando o fato de vocês terem vindo do passado? – Sorcha perguntou, rolando os olhos.

– Talvez isso explique um pouquinho – Stars tirou duas embalagens de Sapos de chocolate da sua bolsa e atirou para eles.

Alvo apanhou uma e olhou para a figurinha, incrédulo.

– Mas... Esse sou eu! – exclamou, vendo a figurinha do seu eu mais velho.

– Ganhamos figurinhas nos Sapos de chocolate! – Scorpius também exclamou, surpreso.

– Vocês todos ganharam uma figurinha – avisou Lian.

Os alunos de Hogwarts olhavam para as figurinhas com interesse.

– Aqui diz que vocês são famosos por derrotar a Delphi – Lilian disse, apontando para as figuras.

– Eu achei que só a gente sabia dessa história! – Scorpius encarou os demais, ainda mais surpreso.

– Todo mundo conhece essa história – Melanie falou, sorridente.

Alvo e Scorpius se entreolharam, confusos.

– Se vocês quiserem as figurinhas, podem ficar, eu tenho umas vinte – Stars se manifestou outra vez. – Mas eu ainda quero os Sapos!

Todos deram risadas. Por mais que estivessem exaustos, o grupo permaneceu no Salão, conversando até tarde.


O cansaço não diminuiu nem um pouco nos dias seguintes, já que as aulas do sexto e sétimo ano haviam retomado seu curso normal. As aulas estavam muito intensas, pois era ano de N.I.E.Ms e tinha muita matéria acumulada. Quando o sol apareceu na quinta-feira, Sofia acordou bastante ansiosa.

– É hoje! O último dia para o feitiço de imortalidade!




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