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História A Quinta geração de Harry Potter (Interativa) - O manto da escuridão


Escrita por: Laura-Higurashi e Suspenso

Capítulo 57 - O manto da escuridão


Os jogadores da Noble foram levados para a sala comunal, onde uma festa havia sido preparada para comemorar a classificação para a final do Campeonato. Ficou decidido que Perséverer e Noble disputariam a Taça no domingo, dali a duas semanas. Assim, as equipes teriam tempo suficiente para se prepararem e realizarem um bom jogo. Sage e Justé se enfrentariam um dia antes, para decidir quem ficaria com o terceiro lugar.

A sala comunal da Noble foi preenchida com o barulho dos alunos que cantavam e dançavam, mas a agitação cessou quando Tiago Severo subiu em uma das mesinhas e pediu a palavra.

– Eu gostaria de dizer algumas coisas – ele disse.

Todos olhavam para ele.

– Desde que cheguei aqui – o garoto começou – a Noble vem ganhando a Taça de quadribol.

Muitos aplaudiram, outros gritaram, fazendo alarde. Ele esperou que a barulheira cessasse novamente para poder recomeçar.

– Quando tive a honra de me tornar o capitão desse time vitorioso, há três anos, procurei escolher sempre os melhores. Embora um apanhador tenha em suas mãos a capacidade de decidir uma partida, ele não é nada, se não houver companheiros excelentes ao seu lado – ele olhou para os colegas de equipe.

Mais uma vez, os jogadores foram ovacionados.

– Devo muito a eles. Me dão o suporte e a segurança necessários para que eu possa desempenhar bem minha função.

"Todos vocês sabem que tenho orgulho do meu recorde de invencibilidade; a Noble nunca perdeu um jogo em que eu permanecesse até o final. Infelizmente, como já aconteceu em outras poucas vezes, fui tirado de uma partida por um balaço e isso complicou a nossa situação no Campeonato. Mas conseguimos nos recuperar e chegamos à final!"

Novamente gritos de alegria e aplausos encheram o ambiente.

– Quero dizer – Tiago retomou a palavra – que vou me esforçar ao máximo para ajudar a Noble a ser campeã pela sétima vez consecutiva e não vai ter balaço que nos tire essa Taça!

Contagiados com a confiança que o capitão da equipe passava, os alunos deram início à festa. Tiago desceu da mesinha e se juntou aos amigos.

– Acham que eu me saí bem? – o garoto perguntou, observando a festa.

– Cara, acho que nem o lendário Olívio Wood teria feito melhor! – Tiago Sirius comentou, empolgado.

O garoto de óculos sorriu, contente.

– Vou indo nessa – ele avisou. – Vejo vocês mais tarde.

Mas já vai, colega?! – Tiago Sirius indagou, confuso – Não vai aproveitar a festa, as garotas?!

 Hum, eu tenho umas coisas para resolver – o outro Tiago respondeu. – Aproveitem a festa por mim.

– Pode deixar, que eu vou aproveitar e muito! – Tiago Sirius exclamou, animado, indo na direção de duas alunas do sexto ano.

– Esse aí não tem jeito mesmo... – Lilian comentou, vendo o irmão mais velho flertando com as duas garotas.

– Vamos ver se achamos o Teddy e a Victoire, para eles aproveitarem a festa também – Hugo sugeriu. – Acho que eles devem estar na sala comunal da Justé.

– Eu vou com vocês – Liliana falou.

– Bom, então vamos – Tiago Severo disse.

Os quatro saíram da sala comunal. Do lado de fora estava muito silencioso.

– Gente, podem ir na frente, que eu alcanço vocês daqui a pouco – Liliana comunicou.

– Ah, chamem o Michael, o Snow e o John para a festa também, por favor – Tiago pediu.

– Ok – Lilian concordou e saiu com Hugo.

– Está indo atrás da raposa, não é? – a morena falou, os olhos verdes dela encarando os castanhos dele.

– E você está indo atrás do Luke, que eu sei – o irmão replicou, displicente.

– Mas o Luke é nosso amigo... – a garota rebateu, mas foi interrompida.

– E ela é minha amiga também. Além disso, Luke e você não são só amigos – ele disparou, sorrindo. – Eu gosto da ideia de ver vocês juntos. Ele gosta muito de você. Vocês dão certo.

Liliana corou, porém ficou contente por ter o apoio do irmão.

– Bom, ainda estamos vendo se dá certo ou não – ela confessou – mas até agora, tudo está indo muito bem.

De repente, a garota assumiu uma expressão zangada.

– Não mude de assunto, Sr. Potter! – ela disse, num tom autoritário, que em seguida se tornou suplicante – Tenho medo de que você se machuque!

– Já disse que não vou me machucar – ele tentou tranquilizá-la.

– Você já está se machucando – ela afirmou, incisiva. – Você acha que eu não sei que tudo o que o Dragoni fez foi por causa dela?!

– Não se preocupa com isso, mana – ele a abraçou e beijou sua testa. – Vai encontrar com Luke e dê um jeito de se divertir. Te vejo mais tarde. Tchau.

Liliana assistiu o irmão descer as escadas e depois saiu também, para alcançar Hugo e Lilian.


– Por um momento, achei que você não estaria mais aqui – Tiago falou, sorridente, após retornar à forma humana.

– Por que achou isso? – Sorcha questionou, de costas para o garoto.

– Você vem aqui e passa a tarde inteira, mas só fica até tarde da noite quando a Perséverer joga – ele respondeu, se colocando ao lado dela. – Creio que seja para evitar as festas na sala comunal.

A garota olhou de esguelha para o garoto ao lado, que por sua vez, olhava para o céu nublado.

– Tenho que reconhecer que você é uma caixinha de surpresas, Potter – ela disse, esboçando um sorrisinho. – Não imaginei que você fosse tão observador...

– Gosto de observar – ele disse, pensativo. – Dessa forma, eu consigo notar o que os outros não vêem.

– E o que é que você vê – a garota perguntou, cética, porém aparentava curiosidade ao mesmo tempo.

– Sei que você não é assim – ele se virou de frente para ela.

– Assim? – ela olhou-o, tentando entender – O que quer dizer com "assim"?

– Fria, distante, insensível – o moreno explicou. – Sei que você realmente não liga para certas coisas, mas não é assim com tudo. Nem sempre. É uma armadura que você usa para se proteger.

– Do quê, por exemplo?

– Da vida. E do sofrimento que há.

– De onde você tira essas ideias? – aparentemente, ela não levara as palavras dele à sério.

– Sou um Legilimens e estou vasculhando sua mente nesse exato momento – o garoto disse com firmeza.

– Ha! – a jovem exclamou, com deboche – Acredito...

– Ok, admito que estava brincando – ele falou e os dois começaram a rir. – Eu não estava xeretando a sua mente.

Eles pararam de rir e ficaram em silêncio por quase um minuto.

– Mas eu realmente sou um Legilimens – Tiago contou, muito sério.

Sorcha olhou para ele, desconfiada.

– Você?! Um Legilimens?! – Vindo de Tiago, não podia ser sério.

– Sim – ele confirmou, com segurança.

– Então vamos ver o que consegue descobrir! – ela o desafiou.

– Olha, eu não fico muito à vontade em sair por aí, revirando a mente das pessoas... – tentou se esquivar.

– Falou, vai ter que provar. Anda logo!

– Tudo bem, se você insiste... – o rapaz cedeu, sem jeito.

Ele pareceu se preparar, se concentrou e...

– Está bloqueando! – o garoto exclamou, admirado – Você é uma Oclumente!

– Você não achou que eu fosse entregar tudo de mão beijada, achou? – Sorcha caçoou, com uma expressão de triunfo no rosto.

– Isso só reforça o que eu disse antes – o moreno de óculos replicou, convicto. – Sobre a armadura.

– Ora, você não sabe nada, Potter! – ela retrucou, desdenhosa – Para você, é fácil falar. Sua vida é fácil, sempre teve tudo.

Tiago não pareceu se incomodar com o comentário. No entanto, tinha uma expressão pensativa.

– Eu realmente não sei tantas coisas sobre você – ele falou calmamente. – Não tanto quanto eu gostaria, mas como você mesma disse, eu sou muito observador e eu vejo que essa postura é uma fachada.

"É sua armadura. Do que você quer se proteger, eu também não sei. Da vida, talvez, mas é só um palpite. Eu consigo ver o que há dentro dessa armadura e isso é o que eu considero importante. Vou esperar pelo dia em que tenha confiança suficiente para tirá-la".

Pareceu que Sorcha perdera a voz. Ela abriu a boca para falar, mas tornou a fechá-la.

– Já sobre ter tudo – Tiago continuou – realmente não tenho do que reclamar. Mas todos têm dificuldades na vida. Uns com mais intensidade, outros com menos, mas elas sempre aparecem. Porém, essa é uma história que vai ficar para outra oportunidade.

Um minuto de silêncio.

O que significava aquilo? Aquele não era o Tiago Potter que ela conhecia. Esse parecia mais sério, conversava sobre questões mais profundas, era mais contemplativo, maduro... Muito diferente do exibicionista, mimado e pretensioso garoto da Noble.

– Seu time perdeu o jogo de hoje? – ela perguntou, tentando parecer indiferente.

– Não – ele respondeu. – Vencemos.

– E você não deveria estar na festa, comemorando a vitória? – ela ficou intrigada.

– Hum, preferi vir aqui, conversar com você – ele disse, displicente.

– Ah...

A barriga do garoto roncou.

– Acho que está na hora de ir ao Salão Principal – ele informou. – Estou morto de fome! Você vem?

– É, parece uma boa ideia – ela assentiu.

Cada um assumiu a sua forma Animago, para poder passar pelos densos arbustos e entrar na escola sem serem notados.


Naquela mesma noite, Sofia foi surpreendida com o retorno da coruja-buraqueira, que trazia um pedaço de pergaminho no bico. A garota apanhou o bilhete e a ave saiu voando pela janela do dormitório, exausta com a longa viagem que fizera. Então começou a ler:


So,


Fiquei muito feliz em saber que você vai vir, assim vai poder ver o quanto é legal aqui. Vou te mostrar tudo o que eu te falei. Que assunto importante é esse? Não tem como dizer por carta? Fiquei curiosa. Mas é melhor que você diga pessoalmente mesmo, pra gente poder se encontrar. Vou aguardar sua visita ansiosamente. Te amo, prima.


Mel


P.S.: O Yuki é um garoto super legal e muito lindo, não se preocupa.


Sofia terminou de ler o bilhete e o guardou no malão. Deitou-se na cama e ficou pensando no que a prima lhe escrevera. Quando adormeceu, sonhou com viagens e doces esquisitos.


No dia seguinte, Oliver e Elizabeth foram até a biblioteca. A garota tinha um trabalho de Astronomia para ser entregue na segunda e o rapaz se ofereceu para ajudá-la a terminar. Na saída, ela falou para o namorado:

– Já que não vai ter jogo nessa semana, eu estava pensando em ir ao vilarejo vizinho, no sábado. O que você acha?

O garoto analisou a proposta.

– Tudo bem – ele concordou. – Será que a Lili nos empresta aquela capa outra vez?

– Eu vou falar com ela – Elizabeth disse.


Aquela semana pareceu passar com a lentidão de uma lesma. Divididos entre as aulas, trabalhos escolares e treinos, os alunos ficaram felizes com a chegada de mais um sábado.

Às quatro da tarde, Elizabeth foi ao encontro de Oliver, que a esperava atrás das estufas de Herbologia. Trazia consigo a Capa de invisibilidade da amiga.

– Ótimo – Oliver falou, satisfeito. – Isso vai nos ajudar a voltar sem problemas. Vamos?

Os dois entraram na passagem (não tão secreta agora) e chegaram ao vilarejo. Jantaram outra vez no restaurante chique, o Balayeuses Lumineux, passearam um pouco, compraram sorvetes e sentaram na mureta de uma pequena ponte.

– Me conta um pouco sobre você – o garoto pediu, de repente.

– Ah, não tem muito que contar – Elizabeth disse, pensando.

– Qualquer coisa – ele insistiu, animado.

– Sou mestiça – ela começou. – Mãe bruxa, pai trouxa. Fui criada no mundo trouxa, mas sempre soube que tinha poderes.

"Eu estudava numa escola trouxa, antes de vir para cá. Os outros me achavam estranha, porque eu ficava mudando a cor do meu cabelo. Na verdade, eu só tinha uma amiga".

– Acho os trouxas engraçados – Oliver comentou, pensativo.

Elizabeth sorriu.

– Meus pais ficaram muito felizes quando eu recebi a carta de Beauxbatons – a garota continuou. – Principalmente minha mãe. Me lembro também da primeira vez em que vi o palácio, fiquei encantada. E é isso aí.

– Legal – Oliver falou, sorrindo.

– E você? – ela inquiriu – Me fala sobre você também.

O garoto pareceu pensar muito antes de começar.

– Meu pai e minha mãe se conheceram na escola – ele contou. – Eles viviam felizes e ficaram mais ainda quando eu nasci. Eu gostava muito de escutar as estórias que minha mãe contava. Sempre foi uma mulher alegre, ativa. Mas quando eu tinha quatro anos de idade, ela morreu.

Havia uma expressão de sofrimento no rosto do garoto.

– Nossa, eu sinto muito... – Elizabeth disse, desconcertada.

– Ela ficou gravemente doente e acabou falecendo – ele prosseguiu. – Meu pai e eu ficamos muito mal com a partida dela. Foram tempos difíceis.

"O trabalho do meu pai o obrigava a fazer muitas viagens, então eu ficava sob os cuidados dos empregados. Um dia, numa dessas viagens, ele conheceu outra mulher e decidiu se casar de novo. Ela era uma viúva e tinha uma filha. Ele achou que seria o melhor para todos".

Elizabeth ouvia cada palavra com bastante atenção.

– Os dois se casaram e elas vieram morar com a gente – ele disse.

"A princípio, eu não gostava da minha madrasta. Mas com o tempo, ficamos amigos. A filha dela e eu sempre nos demos bem. Acho que por compartilhar o gosto pelos livros".

– Como ela se chama? – Elizabeth olhava com curiosidade para Oliver.

– Se chama Gabrielle – ele respondeu. – Um dia eu te apresento. Você vai gostar dela, é uma pessoa muito legal.

– Ok – Elizabeth assentiu.

– Olha só, já escureceu e a gente nem percebeu – Oliver comentou, voltando a sorrir.

– E ficou tão frio, de repente – Elizabeth acrescentou.

– Verdade. É melhor a gente voltar – ele sugeriu.

O casal começou a voltar para a escola.

"Que estranho, não acenderam as luzes hoje..." Oliver pensou.

De fato, o vilarejo estava muito escuro e silencioso. E frio, muito frio. Um frio que, na opinião do garoto não era tão normal.

– Oliver, tá tão escuro que eu quase não consigo ver o caminho! – Elizabeth guinchou, agarrada à cintura do rapaz.

– Liz, é melhor pegar a varinha! – ele aconselhou.

A garota obedeceu prontamente e sacou a varinha.

Oliver olhou para o alto. "Não dá nem para ver as estrelas..."

Lumos! – ele sussurrou e Elizabeth o imitou.

Então eles os viram. Com uma respiração arquejante, centenas de vultos altos e encapuzados se aproximavam, em todas as direções, cercando-os.

– Dementadores! – o garoto sibilou, tentando manter a calma.

– São muitos! – Elizabeth exclamou, nervosa – Estamos cercados!

Estavam cada vez mais próximos, deslizando na direção deles. As lembranças ruins começaram a se apoderar de Oliver. O garoto lutava para se manter firme, para não ser dominado pelo desespero. Os dementadores pareceram ter percebido e avançaram para ele com mais velocidade.

– Temos que fazer alguma coisa – Elizabeth sussurrou, segurando a mão dele.

– Certo! – o rapaz tentou se concentrar na lembrança mais feliz que possuía e o rosto de sua mãe apareceu com clareza em sua mente – Expecto Patronum!

Um lobo prateado irrompeu da ponta de sua varinha e começou a circular em torno deles. Os dementadores congelaram.

– Agora é a minha vez! Expecto Patronum! – Elizabeth berrou, apontando a varinha para os dementadores.

Um enorme leão prateado saiu da varinha dela e investiu contra os dementadores, que recuaram apressados.

A escuridão se dissipou. As estrelas apareceram e os postes se acenderam. A temperatura voltara ao normal. Mas as ruas estavam desertas e as casas e lojas trancadas.

– Temos que voltar para a escola agora! – Oliver falou, puxando a mão da namorada, quando os dementadores se foram.

– Mas e os moradores do vilarejo? – ela indagou, olhando para as casas.

– Não podemos fazer muita coisa agora, infelizmente – ele lamentou. – Temos que avisar lá na escola.

A moça assentiu. Os dois regressaram à escola, acompanhados pelo lobo e pelo leão.




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