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História A raposa (releitura da obra de W. L. Sintenaro) - A raposa


Escrita por: Eduardo8Barbosa

Capítulo 1 - A raposa


Levantem o portal!! -disse o príncipe guerreiro, um segundo antes de uma flecha élfica atravessar sua cabeça.Aquela construção abarrotada de tesouros construída pela eterna nação humana entre dois vales foi calada com aquele último grito.Em meio às lágrimas, e ao sangue do seu primogênito, o poderoso rei humano, teve a certeza de que uma guerra terrível havia começado, e que, ele a enfrentaria de cabeça erguida para vingar seu filho. Ele não sabia a causa desse ataque, mas sabia que os elfos que ousaram pisar na colina ancestral norte, deviam morrer, e ele os faria com as próprias mãos...E do outro lado, nas colinas que compunham o reino humano, o rei elfo subia comandando o seu exército, quando uma flecha imperial humana veio em direção à sua cabeça, porém, este usou sua nama (espécie de energia vital élfica) para desviá-la. Apesar de sua maestria com flechas ele havia ganhado um profundo corte na palma da mão, o que só poderia ter feito por um exímio arqueiro. E isso inflou o seu ódio, pois era a confirmação que precisava para atacar.O ódio de ambos se deu por causa de flechas embebidas em ódio e vingança, mas a história não havia começado aí...            ...Era um dia quente, mas o calor que pairava sobre os lindos jardins humanos, era menor que o calor que habitava no coração daqueles jovens.-Nos amamos meu querido -disse a princesa humana, com as faces rosadas com o sol- mas, nossos corpos devem manter-se separados.-Você tem medo do que? -o príncipe elfo perguntou- Tyria, vamos ficar juntos para sempre...Sua face zombeteira era típica de um ego maior que todo seu reino. -Landus, você não conhece meu pai, se ele nos pegar estamos condenados -disse a princesa, com os olhos mareados- Se eu te perder, eu nem sei o que faço!Cobiçada por todos do reino, Tyria era considerada por muitos, um presente dos céus para o rei, pois desde o seu nascimento, a paz reinava entre todos, como se um anjo estivesse entre nós, o que era verdade. E aquele elfo ousou fazê-la chorar...-Calma Tyria -acalentou-a o elfo, seus brincos brilhando como orvalhos em sua longa orelha- o meu pai contratou alguém pra nos vigiar...Aquele anjo de cabelos dourados pôs-se a chorar ainda mais.-Um espião? -ela soluçou nervosa- vivemos em paz armada à séculos, e um espião elfo aqui dentro causaria uma guerra sem precedentes!-Tyria, o nosso amor é mais forte que qualquer guerra, e esse tal não é elfo, é um bárbaro.-M-mas... -a princesa foi interrompida com um beijo.-Apenas confie, ele veio do leste, de um clã "amaldiçoado" -o principe elfo gesticulou em tom de falsete, rindo- ele é forte e sorrateiro como um...-Gato?-Não, -riu-se o principe- como uma raposa...O fim daquela tarde regada pelo amor teve um estranho tom de despedida, e o principe provou dessa estranha sensação em meio à trilha que levava para fora dos domínios humanos.-Quem está ai?  -disse, ao escutar um farfalhar de folhas ao seu lado.O príncipe continuou caminhando acreditando que o barulho fosse obra de algum animal. -É melhor que seja você, "raposa" -disse o elfo, farejando um cheiro marítimo- pois minha nama está pedindo por uma briga.Mas o jovem príncipe elfo não teve tempo nem de arregaçar as mangas. Duas setas seguidas quase imediatamente rasgaram sua alva carne, e puseram fim à parte daquele amor proibido. O principe que saira sorrindo daquele castelo de raízes, voltara sem vida, sob os ombros de seu falho protetor.Este sofreu a irá do centenário rei elfo, mas usou as flechas manchadas de sangue como perdão, pois se tratara de um ataque covarde à longa distância. Ele alegou ter matado muitos guardas humanos, mas analisando os ferimentos, percebera que não poderiam ter sido feitos por um guerreiro comum.A fúria do rei elfo era imensurável, porém, ele sabia que se houvesse guerra entre os dois reinos, ambos os povos sofreriam como jamais sofreram. Por isso ele decidiu subir as colinas que delimitavam as terras do rei humano, e perguntar pessoalmente a sua opinião sobre o que seria feito em relação à guerra. O rei elfo esperava compaixão do outro, porém, uma flecha atirada na sua direção foi a resposta que obteve....Após 10 anos de guerra, muitas coisas foram destruídas, elfos, homens, castelos e Tyria, que apesar de ter tido a cabeça arrancada pelo povo, que a culpava pela destruição, ja tinha morrido muito tempo antes, de tristeza e sofrimento. Aquela cabeça, antes reverenciada e cobiçada, como uma pedra preciosa, se encontra agora, em meio a milhares de outras cabeças quaisquer, sejam de homens ou de elfos ceifadas pela guerra.Os reis prometeram só param com a guerra quando o último ser do reino inimigo caisse, e agora, depois de tantos anos, os dois sentiam que o dia havia chegado.Sem chances de repovoamento, sem famílias, e entre seus próprios reinos em chamas estavam os reis, como únicos e últimos de sua espécie. Agora, cansados e debilitados, eles montaram em seus cavalos, vestiram seus elmos e se encararam. Entre as proteções do rosto era possível ver, uma barba que carregava os anos intermináveis que passaram no campo de batalha, e os seus olhos, agora menos, mas ainda sim brilhantes de ódio. Empunhando uma espada que se iluminava na presença de humanos estava o rei elfo, tossindo muito ppr causa da fumaça. E o rei humano,  beirando a velhice que lhe era esperada, agora sem herdeiro algum, carregava um martelo de guerra, e ambos gritaram com toda a força que lhe restavam, fazendo um dueto de ódio: -O último!!! Levantaram suas armas e partiram um contra o outro, mas o rei elfo, se sacrificando, usou a única nama que o mantinha vivo para desviar o martelo inimigo e cravar sua espada no ombro do mesmo.O rei humano, que agora sem reino, e caido no chão, era só um homem, e como homem, chorou um choro de alívio e tristeza, e estendeu a mão para o outro, que ja desmontado de sua besta, e também em prantos atacou. Quando a cabeça do rei humano rolou, o outro só fez o que lhe cabia no momento, ajoelhou, tirou a coroa, e chorando sentiu a nama se esvaindo como se ele mesmo se esvaisse de seu corpo. Ele fez uma prece e foi agraciado com um conhecido cheiro de mar, que veio junto com um abrupto e profundo furo em seu peito. Ele arrancou a flecha e me encarou com lágrimas nos olhos:-Porque? -disse o rei quase caindo sobre seu próprio sangue. Eu o encarei e sorri como nunca havia sorrido antes e disse:-Porque? Por que não deve se confiar em raposas.



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