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História A Redenção - Nian - Não quero te conhecer....


Escrita por: MaryElena

Notas do Autor


Desculpe a demora...
Pra compensar um capítulo em dobro pra vcs...

Capítulo 2 - Não quero te conhecer....


Fanfic / Fanfiction A Redenção - Nian - Não quero te conhecer....

Nina Dobrev

     Eu abri caminho em meio à multidão de gente e tudo que eu conseguia ver eram bocas... falando, rindo, comendo, bebendo, dando beijos no ar.  A atmosfera barulhenta era atordoante. 

     Em cerca de meia hora, eu devia me encontrar com Liberty em um dos quartos no andar de cima para ajudá-la a se trocar e vestir a roupa de despedida. Eu mal podeia esperar para acabar logo com aquilo.  Havia um limite de alegria alheia que eu podia aguentar por uma noite. 

     O champanhe tinha me deixado com sede.  Fui até a cozinha enchi um copo com água da torneira da pia e o esvaziei em grandes goles. Logo vi uma silhueta familiar da cabeça e dos ombros de Chris  perto da porta que levava à grande adega. Chris tinha passado pela porta de ferrro forjado e a deixado entreaberta. Ele parecia estar se dirigindo à adega, que era revestida de barris de carvalho deixava o ar adocicado. Imaginei que Chris tinha se cansado da multidão e ido me proocurar mais cedo. Eu queria que ele me abraçasse. Eu  precisava de um momento de paz em meio àquela cacofonia. 

     Passei ao redor da mesa de jantar e fui até a adega de vinhos. Fechei a porta atrás de mim com um clique suave. Eu estiquei a mão e apaguei a luz para um suspense. 

     - Ei.... ouvi Chris murmurar. 

     - Sou eu. Eu o encontrei com facilidade no escuro, e soltei uma risada baixa quando dezlizei minhas mãos por seu ombro. - Humm, você fica gostoso de smoking. 

     Ele começou a dizer algo, mas eu puxei a cabeça dele para baixo até a minha boca encontrar a ponta do queixo dele. 

      - Senti sua falta, sussurrei. Você não dançou comigo. 

      Ele prendeu a respiração e colocou as mãos em meus quadris enquanto eu oscilava um pouco sobre os saltos altos. O ar doce de vinho preencheu minhas narinas e algo mais... o cheiro de pele masculina, estimulante como noz-moscada ou gengibre.... um tempero aquecido pelo sol. Pressionei os dedos em sua nuca e puxei sua boca para a minha, encontrando suavidade e calor, o gosto do champanhe se misturando ao sabor íntimo dele. 

Uma das mãos dele subiu pela minha coluna, prococando um arrepio, um doce choque, à medida a palma da mão dele encostava em minha pele nua. Eu senti a força de sua mão, e também a delicadeza, enquanto ela se fechava em volta da minha nuca e inclinava minha cabeça para trás. Sua boca mal tocou a minha, era mais a promessa de um beijo que um de verdade. Eu soltei um gemido abafado ao toque dos lábios dele e mantive o rosto virado para cima, querendo mais. Outro toque delicioso, uma pressão estonteante enquanto ele abria minha boca com seus lábios. Ele foi mais fundo, e sua língua encontrou lugares sensíveis que arrancaram um riso trêmulo da minha garganta.

Eu tentei me moldar a ele, colocando meu corpo junto ao dele. Sua boca era lenta e curiosa, os beijos duros a princípio, mas se soltando como se relaxassem com seu próprio calor. O prazer foi crescendo, descargas fortes me percorriam inteira, fazendo a excitação vir por completo. Eu nao percebi que estava indo pra trás até sentir o tampo da mesa de encontro ao meu traseiro, em contato com a minha pele.

Chris me ergueu com uma facilidade espantosa, me colocou sentada na mesa fria. Ele tomou minha boca outra vez, por mais tempo, mais fundo, enquanto eu tentava capturar a língua dele. Eu queria deitar naquela mesa, oferecer a carne quente sobre o mármore frio, e deixá-lo fazer o que quisesse. Alguma coisa tinha se soltado dentro de mim. Eu estava saturada de excitação, bêbada de desejo, em parte porque Chris, que sempre era tão controlado, estava lutando para se segurar. Suas mãos agarravam todo meu corpo. 

Ele beijou meu pescoço, saboreou meu queixo, a pele sensível, seus lábios explorando meu pulso latejante. Deslizei meus dedos pelo cabelo dele, tão macio e espesso, camadas de seda. Totalmente diferente do cabelo de Chris. 

Uma dose de fria de horror se revirou em meu estômago. "Oh, Deus" Eu toquei o rosto dele no escuro e encontrei feições rígidas e desconhecidas, barba rescente. Os meus olhos arderam, as lágrimas iminentes vinham de vergonha, raiva, medo, decepção ou de uma combinação horrível de tudo isso.

- Chris?

Meu pulso foi agarrado por uma mão poderosa. Um beijo queimou a palma da minha mão, e então eu ouvi uma voz sombria e grave que eu podia jurar que pertencia ao diabo.

- Quem é Chris?

- O estranho não me soltou naquela escuridão, apenas massageou minhas costas numa tentativa de me fazer relaxar.

- Meu Deus, eu sinto muito, eu disse por entre os dentes trêmulos. - Eu pe-pensei que você fosse meu namorado.

- Neste momento, eu queria muito ser. Ele soou pesaroso. Sua mão subiu até minha nuca desnuda e apertou com delicadeza, liberando a tensão dos pequenos músculos. 

- Quer que eu acenda a luz?”

- Não!, eu o segurei. Ele obedeceu e ficou parado.

- Você poderia me dizer seu nome?, um sorriso coloriu a voz dele ao fazer apergunta.

- Claro que não, de jeito nenhum! Nada de nomes.

- Tudo bem, chefe.

Ele me ajudou a descer da mesa, segurando-me enquanto eu me equilibrava. Meu coração martelava com violência.

- Eu nunca fiz nada assim antes. E-eu me sinto como se fosse desmaiar ougritar ou algo...

- Eu gostaria que você não fizesse nada disso.

- E eu gostaria mesmo que ninguém ficasse sabendo disso. Eu não queria ficar sabendo. Eu queria...

- Você fala rápido quando está nervosa, ele observou.

- Eu falo rápido o tempo todo. E não estou nervosa. Estou em choque. Eu queria poder desfazer isso. Eu me sinto como uma daquelas páginas de erro que aparecem na internet...

- Uma 404?

- Isso mesmo. Isto aqui foi um grande 404. Ele soltou um grunhido de divertimento.

- Está tudo bem, ele falou, puxando-me para mais perto. A proximidade docorpo dele era tão reconfortante que eu não consegui me obrigar a afastá-lo. E a voz dele era tão tranquilizadora que poderia ter detido um estouro de boiada.

- Está tudo bem. Não aconteceu nada de errado.

- Você não vai contar para ninguém?

- Claro que não. Se o Chris souber, ele vai me dar uma surra.

Embora a ideia de Chris dando uma surra naquele cara fosse horrível. Mesmo por cima das camadas de roupa, dava para sentir os contornos de um corpo tão rígido e poderoso que parecia invulnerável. No mesmo segundo, eu me lembrei do sujeito na tenda da recepção e arregalei os olhos na escuridão.

- Oh.

- O que foi?, ele baixou a cabeça e sua respiração quente agitou o cabelo na minha testa.

- Eu te vi na tenda, de pé nos fundos. Você é o cara dos olhos azuis, não é?

Ele ficou absolutamente imóvel.

- Você é a madrinha de vestido verde.

Uma risada baixa e irônica escapou por entre seus lábios, um som tão delicioso que fez todos os pelos do meu corpo ficarem eriçados.

- Cacete! Você é uma Dobrev, não é?

- Não vou admitir nada.

Eu lutei para catalogar a vergonha e a agitação que ardiam dentro das minhas  veias. A boca dele estava tão perto. Eu queria mais daqueles beijos sufocantes. E me senti péssima por isso. Mas a fragrância quente e ensolarada dele... ele tinha um cheiro mais gostoso do que qualquer ser humano que eu já tinha conhecido.

- Tudo bem, eu disse, - Esqueça o que eu disse sobre não falarmosnossos nomes. Quem é você?

- Para você, querida... eu sou problema.

Nós dois ficamos imóveis e em silêncio, presos em um meio abraço como se cada um daqueles segundos proibidos tivesse formado um elo em uma corrente à nossa volta. A parte do meu cérebro que ainda funcionava me pedia para eu me afastar dele sem demora. Mas, ainda assim, eu não conseguia me mexer, paralisada pela sensação de que algo extraordinário estava acontecendo. Mesmo com todo barulho fora da adega, com as centenas de pessoas tão próximas, eu sentia como se estivesse em algum lugar distante.

Ele levou uma das mãos até o meu rosto, e seus dedos exploraram cada curva da minha face. Sem pensar, eu ergui a mão e senti o dorso dos dedos dele, procurando pelo metal frio de um anel.

- Não, ele murmurou. - Não sou casado.

A ponta de seu dedo mínimo encontrou a borda da minha orelha e a delineou com delicadeza. Eu me vi caindo em um estado estranho e agradável de passividade. Eu não posso fazer isto, pensei, enquanto deixava que ele me puxasse para mais perto, e que sua mão colasse meu quadril no dele. Senti minha cabeça pesar, e ela caiu para trás quando ele aninhou o nariz no espaço macio debaixo do maxilar. Eu sempre pensei que era muito boa em resistir às tentações. Mas essa era a primeira vez que eu sentia a atração de um desejo real, e não estava apta a lidar com isso.

- Você é amigo do noivo, eu consegui perguntar, - Ou da noiva?

Eu senti que ele sorria na minha pele.

- Eu não diria que sou popular com nenhum dos dois lados.

- Meu Deus. Você é um penetra, não é?

- Querida, metade das pessoas aqui é penetra, ele argumentou percorrendo com o dedo uma das alças que segurava meu vestido, e senti um frio na barriga de excitação.

- Você está no ramo do petróleo? Ou no agropecuário?

- Petróleo, ele respondeu. - Por que a pergunta?

- Você tem corpo de peão.

Uma risada ecoou dentro do peito dele.

- Eu já carreguei minha cota de tubos de perfuração, ele admitiu. Sua respiração era suave e quente no meu cabelo. 

- Então... você costuma sair com operários? Aposto que não. Uma garota rica como você... só deve andar com gente do seu clubinho, não é mesmo?

- Você está usando um belo smoking, para um operário, eu respondi.

- Armani?

- Até os petroleiros precisam se vestir bem de vez em quando, ele apoiou as mãos dos lados do meu corpo, segurando de leve a borda da mesa. - Para que serve isto aqui?

Eu recuei para preservar a pequena mas crucial distância entre nossos corpos.

 - Amesa de degustação?, perguntei.

- Isso.

- É para abrir as garrafas e decantar. Nós guardamos os acessórios de vinho nas gavetas. Também guardanapos brancos para envolver a garrafa, para que se possa avaliar a cor do vinho.

- Eu nunca estive em uma degustação de vinho antes. - Como se faz isso?

Eu olhei para o contorno da cabeça dele, agora um pouco visível em meio às sombras pesadas.

- Você segura a taça pela haste e enfia o nariz no bojo, para inspirar o aroma.

- No meu caso é uma quantidade considerável de nariz.

Eu não consegui resistir e o toquei. Meus dedos subiram até o rosto dele para investigar a linha assertiva de seu nariz. Eu toquei a curva perto dos olhos.

- Como você quebrou?, perguntei com a voz abafada. Os lábios quentes dele deslizaram pela palma da minha mão.

- Essa é uma das histórias que eu só conto quando estou bebendo algo bem mais forte do que vinho.

- Oh, puxei minha mão. “Desculpe.”

- Não se desculpe. Eu não me importo de te contar algum dia.

Obstinada, eu recoloquei a conversa no rumo.

- Quando você toma um gole do vinho, deve segurá-lo na boca. Existe um lugar no fundo da boca que leva a pequenos receptores na cavidade nasal. Isso se chama retro-olfato.

- Interessante. Ele fez uma pausa. - Então, depois que prova e cheira o vinho, você cospe em um balde, certo?

- Eu prefiro engolir a cuspir.

Quando eu percebi o duplo sentido daquelas palavras, fiquei tão vermelha que tive certeza de que ele percebeu, mesmo no escuro. Felizmente, ele não comentou, embora eu tenha notado um toque de diversão em sua voz.

- Obrigado pela aula. 

- De nada. É melhor nós irmos, agora. Você sai primeiro.

- Tudo bem.

Mas nenhum de nós se moveu. E então as mãos dele encontraram meu quadril, subiram e um calo em seu dedo raspou no tecido delicado do meu vestido. Eu estava atenta a cada gesto dele, aos movimentos sutis dos ossos e dos músculos poderosos. O som de sua respiração era eletrizante.

As mãos grandes e calejadas não pararam até aninharem meu rosto com um carinho que fez minha garganta estreitar. Sua boca procurou a minha, quente e suave como seda. Mas apesar de toda delicadeza do beijo, havia algo de tão primitivo naquela carícia que, quando ele se afastou, meus nervos ardiam de prazer e pulsavam, insuportavelmente vivos. Um ganido emergiu da minha garganta, um som que me envergonhou, mas eu não tinha controle. Sobre nada.

Eu ergui as mãos para segurar aqueles pulsos grossos, principalmente para não cair. Meus joelhos estavam bambos. Eu nunca tinha sentido nada tão explosivo ou insidioso. O mundo tinha diminuído para aquela saleta com aroma de vinho, dois corpos no escuro, o meu doendo de desejo por alguém que nunca poderia ter. Ele moveu a boca até minha orelha, e eu senti o calor úmido de sua respiração e me encostei nele em um tipo de torpor.

- Escute, querida, ele sussurrou. - Foram poucas as vezes na minha vida em  que alguma coisa estava tão boa que não dei a mínima para as consequências.

Ele passeou os lábios pela minha testa, pelo meu nariz, pelas minhas pálpebras trêmulas. 

- Vá dizer ao Chris que você não está se sentindo bem e venha embora comigo. Agora. A lua cheia está linda esta noite. Vamos achar algum lugar, algum gramado macio, dividir uma garrafa de champanhe. E então eu te levo até Galveston para ver o sol nascer na baía.

Eu fiquei atônita. Os homens nunca me propunham coisas assim. E eu nunca teria pensado que ficaria assim, tão tentada.

- Não posso. É loucura.

Os lábios dele pegaram os meus em um beijo que terminou com uma mordida delicada.

- Talvez seja loucura não irmos, ele sussurrou.

Eu me contorci e me afastei até conseguir estabelecer alguma distância entre nós.

- Eu tenho namorado, eu disse, trêmula. - Eu não sei por que eu não... eu não sei por que deixei isso acontecer. Sinto muito. 

- Não sinta. Pelo menos, não por isso, ele se aproximou e eu fiquei tensa.

- Você deveria sentir muito, ele continuou, - Porque, pelo resto da minha vida, vou ter que evitar adegas de vinho para não pensar em você.

- Por quê?, eu perguntei, aflita e envergonhada. 

- Me beijar foi assim tão ruim?

- Não, meu amor. Foi muito bom, ele respondeu num sussurro diabólico de tão delicado.

E ele saiu primeiro, enquanto eu me encostava na mesa de degustação com o  equilíbrio seriamente comprometido.

...✴✴✴

Continua....



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