História A República - New feelings

Kai estava deitado na sua cama. Teria que levantar a qualquer momento. Mas ia esperar até o último. Não estava com muita vontade de sair da cama. Apesar da barriga pedir comida. Não conseguia parar de pensar em D.o. Quando o encontrou na noite anterior estava tão frustrado. Precisava tanto de alguém. Jongin tinha certeza que não tinha ajudado muito. Principalmente quanto a pergunta que ele fez. “Tirar a roupa porque alguém pediu”. Quem pediria uma coisa dessa? E porque? Ele não tinha vergonha de trocar de roupa, ou mesmo tomar banho com alguém. Mas se alguém lhe pedisse isso, seria realmente estranho. O menor lhe pediria algo assim? Não, ele parecia confuso com aquilo. Deveriam ter pedido isso a ele. Ah isso sim. Mas qual será que foi a sua resposta? Tentou lembrar da expressão nos olhos dele. Porque lhe perturbava isso? Porque não conseguia parar de pensar dele? Porque sempre que fechava os olhos lembrava daquele cheiro? Ah! Chega disso! Se levantou por fim.

…

A semana que seguiu a queda, teve algumas surpresas para o loiro. O corpo todo doía e em algum momento durante a tombo ele torceu o tornozelo o que o impediu de usar a bicicleta.

Caminhou desajeitado até a sala a mochila no ombro alguns livros na mão.

— Bom dia loirinho.

—oi…

Sehun o aguardava sentado na sala as pernas cruzadas e um sorriso aberto iluminando a face, Jimin piscou confuso.

— Porque está aqui? — por fim articulou.

— Vou levar você pra aula. — disse de maneira  tão natural enquanto pegava os livros do loiro.

— Estou...bem, foi só um susto.

O moreno o ignorou seguindo para a porta.

— Vem? Quer ajuda?

— Não precisa, já estou indo.

Aquele tinha sido o primeiro dia, em todas as manhãs seguintes Sehun estava na sala aguardando o menor.

— Vou dar uma chave para você. — Do reclamou ao abrir a porta.  

— Vou considerar essa sugestão. — foi a resposta divertida do Oh.

— Que seja — Soo foi para a cozinha deixando o visitante sozinho na sala.

Jeon desceu a escada mau humorado.

— Vai vir todos os dias?

Sehun pareceu não perceber expressão insatisfeita do garoto.

— Vou pegar o Jimin todos os dias, até ele melhorar.

Jungkook sai batendo a porta atrás de si.

— Bom dia Sehun.

— Oi loirinho, está pronto? Podemos ir?

— Estou sim — olhou para si mesmo — esqueci as anotações, já volto.

Fez o movimento rápido para subir a escada, sentiu o pé doer e acabou por quase cair.

— Jimin cuidado.

Sehun correu para ajudar o loiro, passando a mão na cintura e o puxando para junto ao corpo.

— Obrigado… — a própria voz soou estranha, estava preso nos braços do maior, seu coração acelerado pelo susto o rosto corado.

— Eu pego pra você. Onde está?

— O quê? — Jimin ficou completamente confuso.

— As anotações, era isso que ia pegar?

— Sim, ao lado da cama.

Sehun subiu e Jimin sentou no sofá.

—Que idiota Park Jimin, você realmente é um idiota. — falando para si mesmo enquanto mexia o pé vendo se estava doendo ainda.

— Não diria que é idiota, mas foi engraçado.

E ali estava o Park completamente constrangido acreditou que estava sozinho tinha esquecido que o Soo estava na cozinha e agora o encarava sem muito interesse.

— Soo… eu…

— loirinho encontrei.

Jimin respirou aliviado ao retorno do maior.

— Soo até depois. Vamos Sehun.

Arrastou o outro até o carro.

…

Jeon saiu batendo a porta, o chefe do Park o incomodava, chegou a tempo da primeira aula encontrando Tae na porta da sala.

— Oi! O que aconteceu você? nunca se atrasa.

— Nada não. Só um idiota que acabou com minha manhã.

O loiro sorriu, achava que o amigo de infância ficava lindo zangado.

— Posso melhorar seu humor? — um sorriso preencheu a face delicado do loiro.

—Tae, vamos entrar.

— Jungkook chato — fez um biquinho e foi para o próprio lugar.

…

Quando Jongin tinha sete anos, a mãe o levou numa apresentação de balet, ele ficou tão fascinado. Que passou semanas falando sobre. Até que foi matriculado nas aulas. E depois decidiu o que faria. Estava ali agora cursando a faculdade que escolhera. E nunca iria imaginar que teria que usar livros. Teoria da arte, era a matéria, basicamente era a “chatice da arte”. O professor andava de uma lado para o outro, falava, falava e falava, mas nenhuma de suas palavras eram ouvidas pelo moreno. Que estava debruçado sobre a carteira, de repente algo estalou ao seu lado o fazendo levantar a cabeça. Acho que o professor tivesse batido em sua carteira, mas na verdade, a intenção era acordar Hope.

— a noite foi feita para dormir, sr. Jung. — o ruivo ficou reto na cadeira apenas concordando com o professor. O homem baixo falou mais coisas e reclamou por um bom tempo, pela falta de respeito, e por fim passou um trabalho para todos. O que fez com que ao fim da aula, kai seguisse para a biblioteca emprestar um livro.

Tinha alguém no balcão, caminhou preguiçosamente até lá, e a pouca motivação que tinha acabou quando viu o Jungkook ali.

— você trabalha aqui? — a voz do moreno era entediada. Mas o outro não pareceu se importar.

— sim. Posso ajudar? — agiu como se nem o conhecesse, kai ainda olhava confuso, quando Hope parou ao lado

— pode sim, nós precisamos do livro da teoria geral do pensamento, tenho o nome do escritor … — tirou o papel do caderno entregando ao castanho — … esse aqui.

— hum, a sim. Só um momento.  — o castanho se levantou e foi em direção às estantes. Hope encostou ao lado de kai no balcão.

— eita kai, tem que ser mais educado com as pessoas.

— o que eu fiz? — o moreno deu de ombros, não ia perder tempo explicando por que não gostava do outro.

— ah você em… — o moreno olhou para o ruivo que tinha parado de falar de repente. Ele olhava fixamente para um garoto no outro lado da sala. Que recolocava os livros nas prateleiras

— o que foi Hope? — quando olhou de novo, o ruivo saía correndo dali.

— o que deu no seu amigo? — JungKook estava ali de novo já com os dois exemplares.

— não sei. — olhou de novo para o garoto loiro no corredor. Não havia nada demais, Hope devia ter esquecido algo. Assinou a ficha de empréstimo da biblioteca e saiu.

…

Jeon não gostavam muito do colega que morava na república mais naquele momento odiava mesmo era o irritante chefe do Jimin, e quando viu kai sair com os livros apenas retornou ao lado Taehyung devolvendo os livros nas prateleiras.

— Vamos sair? — o loiro disse calmo.

— O que? — a pergunta surpreendeu o moreno.

— Pra comemorar.

— Comemorar?

— Quer parar de repetir o que digo — soou divertido fazendo Jungkook lhe olhar curioso — Hoje é meu aniversário. Lembrar?

— Oh, Taetae. Desculpe..

— Hum vou pensar no seu caso — Passou os braços no pescoço do outro, com um sorriso suave nos lábios encostou o nariz no do moreno — Depende de onde vai me levar.

— Vou levar ...deixe me pensar.

— Certo decidimos no caminho.

O kim estava muito empolgado e em alguns instantes estavam saindo pelo portão.

— Acho que quero ir no cinema.

— Vamos comer...

— Hei Jeon! — a voz fez os dois olharem e ali parado ao lado de um carro que  Jungkook conhecia estava Oh Sehun sorrindo.

— Oi. O que faz aqui?

Tae estranhou a grosseria do amigo mais preferiu não falar nada.

— Vim buscar o Jimin. — a resposta era óbvia para o mais alto. — Você viu ele?

— Não. — começou a caminhar — Vamos Tae.

— Eu vi o Park, ele estava indo para o segundo andar com alguns livros.

— Pela escada? — a voz do moreno tinha um tom de preocupação.

—Claro Jungkook, por onde mais? — o loiro respondeu e viu os dois garotos saírem correndo pra dentro do prédio.

…

Sehun não conhecia bem aquela ala da faculdade e contra sua vontade acompanhou o Jeon.

— Jimin!!! — quase gritou quando viu o loiro sentado na escada correu a seu encontro. — Hei loirinho o que aconteceu?!

— Sehun! Jungkook!

— Jimin você está bem? — jungkook parou ao lado ignorando a presença do outro — Vem eu te ajudo.

— Jeon pode deixar eu cuido do Jimin. — Oh ergueu o loiro no colo — Acho que seu amigo está te esperando.

O que era verdade, Tae estava parado ao lado da porta ele tinha corrido atrás dos dois garotos e os viu competindo pra chegar primeiro ao garoto sentado, Sehun passou por ele com o Jimin nos braços.

— Até depois Tae. — O Park disse sorrindo ao passar pelo outro loiro.

— Até Jimin.

***

— Nossa, o namorado do Jimin é bonito.

— Quem? — Jeon distraído olhando o próprio prato.

— Hum o namorado alto e sexy, que carregou o Park nos braços para o carro. — O sorriso brilhava no rosto fino do Kim enquanto gesticulava imitando a cena.

— Ele não é O Namorado — A palavra saiu arranhando a garganta do moreno.

— Sério? Eu acho que é sim... Ou está para ser.

— Já terminou? Vamos.

—Ok, vamos mudar de assunto. Quero meu presente de aniversário.—Kim esticou as mãos finas aguardando receber algo, mantendo um sorriso amplo nos lábios bem feitos.

— Taetae desculpe esqueci completamente.

— Vai ter que me recompensar senhor Jeon Jungkook. — inclinou o corpo sobre a mesa deixando um beijo no rosto do moreno — Vamos pra minha casa.

Os garotos caminharam para a estação.

***

D.o estava sentado em sua escrivaninha, fazia algumas contas. Precisa comprar alguns livros. Queria realmente se concentrar naquilo, mas era insignificante demais. A conversa do outro dia com Chany tinha o deixado irritado por algum tempo. E precisa tirar aquilo da cabeça. Deixou as coisas onde estavam e saiu.

Precisava de um emprego de qualquer forma, tinha coisas pra pagar. Comprou um jornal de classificados, não havia muitas vagas para região. A única ali perto era em um locadora de DVDs, mas o horário é intermediário, e isso era ruim. Mas quem alugava DVDs hoje em dia? Pensou e  decidiu ir até o lugar pra ver. Em frente a locadora tinha uma sorveteria. Kyung entrou, pegou uma mesa perto da janela e ficou observando a loja do outro lado da rua, não imaginava que tivesse movimento na locadora, ainda mais durante a tarde. Mas na primeira meia hora que ficou ali, várias pessoas tinham entrado e saído. O pensamento o fez sorrir. Estava espionando o lugar, que coisa mais absurda. Terminou o sorvete, e saiu atravessando a rua. Ao entrar na loja, o pequeno sino sobre a porta tocou. Uma moça se desdobrava entre os clientes e o caixa, lhe fez sinal para aguardar ele concordou e ficou olhando alguns títulos. Algum tempo depois, os cliente se foram. E a garota veio em sua direção.

— desculpe a demora, em que posso ajudar?

— tudo bem, é sempre agitado assim?

— é sim. — olhou o jornal sob o braço de D.o — veio pela vaga?

— é… Estou procurando…

— ah que bom. Meu nome é Sully! — estendeu a mão.

— Kyungsoo —  apertou.

— como você pode ver estamos precisando.

— você trabalha aqui sozinha?

— não, tinha um garoto mas ele concluiu a faculdade então — deu de ombros.

— ah sim, bem na verdade o horário é bem complicado. Eu estudo sabe — passou a mão na nuca, estava sem graça de dizer aquilo. Mas só tinha vindo ver se realmente tinha movimento ali. O sorriso no rosto da garota murchou.

— ah sim. É o horário que mais tem movimento.

— eu vou continuar olhando.

— se conhecer alguém que puder fazer indique por favor — sorriu novamente. Algumas pessoas entraram e ela se virou correndo para atendê-los. D.o aproveitou pra sair dali.

Olhou vários lugares, a maioria era do outro lado da cidade. Voltou pra casa e foi preparar o jantar. Realmente gostava de cozinhar, e preferia a sua comida a de qualquer lugar. Nos restaurantes sempre adicionam ingredientes suspeitos, e a comida pronta era pior. Cortava alguns vegetais, bem distraído, alguém passou por trás dele. Apenas ignorou. Logo a pessoa sentou a sua frente.

***