História A República - Ecstasy

Baekhyun ouviu algumas vozes no apartamento de Daehyun, e logo este e mais dois amigos entraram no quarto. O garoto que dividia apartamento com o Jung e uma garota magra, ela tinha o rosto com uma aparência cansada e doente e as roupas eram extremamente vulgares.

—Quer relaxar querido?

Ela veio para o seu lado e lhe entregou um cigarro. Baekhyun não tinha qualquer conhecimento sobre drogas então não sabia o que a mulher tinha o forçado a fumar.

Tirou o cigarro de sua boca e o entregou para o Jung. Sabia que Daehyun tinha hábitos de fumar e beber então não se surpreendeu com toda aquela situação.

Daehyun sentou-se ao lado do Byun e o puxou mais para si, logo depois a mulher também sentou na cama e se aproximou dos dois.

— Vamos gozar chapados, diz que é o melhor orgasmo que se tem.

Ela disse enquanto dividia o que quer que fosse com o Jung e o amigo deste. E Baekhyun só queria sair do meio deles e ir pra casa.

Queria sair dali para nunca mais voltar, queria voltar para a sua vida normal: faculdade, trabalho casa... Queria ver Chanyeol.

Em algum momento Baekhyun vacilou e aceitou tomar algo que parecia uma pílula em forma de coração, parecia algo inofensivo e a mulher não parava de tentar socar-lhe outras coisas.

—O que você deu pra ele?

Daehyun perguntou depois de ver o ruivo tomar a pílula com facilidade.

—A droga do amor.

A mulher respondeu fazendo com que um silêncio se instalasse no quarto e Baekhyun juntou todos os seus conhecimentos para saber que o que havia acabado de passar por sua garganta era ecstasy.

Menos de vinte minutos e ele perderia completamente o controle. Sabia que os efeitos que essa droga podem ter em alguém não são nada bons: efeitos psicodélicos, aumento da temperatura corporal...

O tempo pareceu passar mais rápido, Baekhyun nem mesmo tinha se levantado da cama quando começou a sentir tremores em todo o corpo, ele se sentia ardendo em febre mas tinha muito frio. Agradeceu quando Daehyun o abraçou.

Não sabia se era o efeito da droga ou alguma paranoia sua, mas ao olhar em volta percebeu o quarto se transformar em um set de filmagem de algum filme de terror, era como se pudesse ver até mesmo os monstros que se escondiam nas sombras.

Batidas fortes foram ouvidas na porta do quarto e Daehyun foi até lá, Baekhyun o seguiu com o olhar e se surpreendeu ao ver quem entrava.

—Pai?

A voz saiu falha. Agora era só ele e o velho homem. Baekhyun fechou os olhos com força, não queria olhar. Queria acreditar que era somente mais um truque de sua mente.

Estava drogado. Nada do que pudesse ver ali seria real.

Baekhyun sentia o seu corpo congelado de medo, mas só tinha duas opções: ficar ali e morrer ou pelo menos correr e tentar se esconder em algum lugar.

Então escolheu a última opção: levantou-se e empurrou o homem para que pudesse passar pela porta.

Não parou nem mesmo para calçar o tênis, saiu do apartamento e correu para qualquer lugar que tivesse muitas pessoas assim poderia se esconder entre elas.

Os pés tocavam o chão com dificuldade e se cortavam a cada passo, mas não podia parar...

—Ai!

Gritou assim que bateu forte contra alguém, teria caído no chão se a pessoa não tivesse o segurado.

—Baek?

A voz grossa fez um arrepio percorrer a sua espinha e o toque quente em seu braço fez os seus músculos se tencionarem. Baekhyun amaldiçoou a droga em seu organismo.

Conhecia aquela voz, aquele toque e a maneira como a pessoa continuou o chamando. Preocupado.

Era Chanyeol.

Ele o segurava firme e tinha uma expressão confusa e um misto de dor pela batida recente.

—O que você tem?

O Park perguntou e por mais que cada parte do corpo do ruivo quisesse ficar ali, ele não podia.

— Desculpe Chanyeol. Falamos depois.

Puxou se a correr outra vez, mas Chanyeol o segurava.

—Baek...

O mais alto parecia procurar as palavras.

— Droga Chanyeol! Eu não tenho tempo agora!

Gritou com o mais novo que pareceu não ter reação. Ele olhou em volta e então outra vez para o menor.

— Vamos logo então.

Chanyeol o surpreendeu quando deslizou a mão de seu braço até que estivesse pegando fortemente a sua mão. Ele o segurava apertado, como se nunca fosse o soltar.

— Não me solte.

O pedido escapou de seus lábios antes que pudesse se dar conta.

— Não vou.

E então ambos começaram a correr, não no mesmo desespero que Baekhyun estava antes. Agora era diferente, era como se tivesse um lugar para ir, um lugar para se esconder e alguém para o proteger.

Era um idiota por pensar essas coisas apenas por ter Chanyeol segurando a sua mão fortemente, apenas por o ter fugindo consigo. Mas ele estava drogado demais para impedir os pensamentos.

***

O dia tinha passado muito rápido. Chanyeol estava indo pra casa quando passou em frente a uma loja, ali tinham vários presentes especiais para o dia dos namorados.

— Caramba!

Chanyeol exclamou. Ele tinha se esquecido completamente. Fazia dias que não falava direito com Kyungsoo e agora quase esquecera o dia dos namorados.

Compraria algo um outro dia. Talvez levaria o Soo para um passeio e então o deixaria escolher o presente.

Isso. Era uma ótima ideia.

Quando se virou para a frente e voltou a caminhar viu um garoto vindo em sua direção, ele tinha as roupas desgrenhadas e os pés descalços, o rosto vermelho combinando com a cor do cabelo e a boca entreaberta para poder manter a respiração enquanto tentava uma desastrosa corrida.

—Baek?

Chamou quando o menino se bateu contra si. Doeu mas não era o suficiente para fazê-lo cair, porém se não tivesse segurado o Byun rapidamente este teria caído como um morto.

Baekhyun estava estranho, parecia bêbado, tanto pela maneira como seus movimentos eram desajeitados quanto pelo modo como falava. E o Park não podia o deixar continuar a sua corrida louca neste estado.

Correu com o Byun, ainda o segurava para que ele não caísse quando chegaram à porta de casa.

— Não Chanyeol...

Ele protestou enquanto o Park o levava para dentro de casa.

—Eu realmente preciso ir...

Olhou uma última vez para trás e Chanyeol pode ver o medo em seus olhos.

—Baek, eu não vou te deixar.

Com isso soltou o garoto apenas para poder pegá-lo em seu colo. Sentiu como Baekhyun ficou tenso e quando Chanyeol finalmente o soltou, apenas em sua cama. Ele pareceu relaxar.

— Deixa eu te ver.

O ruivo se aninhou na cama enquanto Chanyeol estava sentado aos pés desta. Baekhyun se encolheu um pouco ao seu toque e escondeu o rosto nas mãos.

—Por favor...

Chanyeol pediu mais uma vez.

Estava preocupado com o estado do menor, queria saber o que o deixou assim.

Baekhyun suava muito e tinha a pele quente, seu rosto estava completamente vermelho e seus olhos estavam um tanto marejados.

— Vamos pro chuveiro. Você tá' com febre.

Não tinha outra opção, ele não sabia o que fazer com o ruivo.

— Não... Chanyeol não...

Baekhyun segurou em seus ombros e o puxou para mais perto.

Chanyeol podia ver todas as imperfeições da pele do menor e a maneira como o suor descia por seu rosto contornando os seus traços. Os fios vermelhos da franja do Byun espalharam-se por sua testa e os olhos deste brilhavam de maneira intensa enquanto encarava o Park.