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História A República - Provação


Escrita por: Byanca96 e Edylove

Notas do Autor


Oie amores!!!!!

Advinha quem voltaram com um lemon lindo e cheiroso pra vocês? >.<
Isso, nós mesminhas!!! Demorou mas saiu!

Espero que gostem e boa leitura ^^

Capítulo 94 - Provação


No capítulo anterior:  

Milo conversa com Geisty e desperta ciúmes em Defteros e June conta toda a verdade à amiga;  

Geisty tem grave discussão com Defteros e Shina ao saber da traição dos dois;  

Asmita passa por cirurgia para remoção do aneurisma e passa bem;  

Bian tem seu primeiro encontro com Alejandro e se entende com ele.  

~~~~~xx~~~~~ 

Sem muita espera, o jantar de Bian chegou. Alejandro fora bastate generoso, pensava. Tudo aquilo custava uma fortuna e ele pagava sem qualquer indício de arrependimento.  

_Não vai comer? - apontou para a mesa vasta, recebendo um discreto aceno negativo como resposta. Ele lhe mirava com desejo e isto, por alguma razão, parecia lhe causar mais fome ainda.  

Terminou seu jantar em poucos minutos, pensando em passar pela carrocinha da esquina para comprar um cachorro-quente mais tarde. Aquela comida de rico não era para ele.  

_Ainda está nervoso, Bian?  

_Um pouco – respirou fundo, sentando-se afastado dele – Eu... Eu nunca fiz essas coisas, então... - deu ombros com displicência - Eu nem sei por onde começar.  

_Sendo assim, eu posso começar - levantou-se e caminhou lentamente até ele, desfazendo o nó de sua gravata enquanto se aproximava - Você é lindo – dizia quase num sussurro, apertando os olhos ao mirá-lo.  

Saíra com mil michês antes, mas nenhum se parecia com ele. Talvez seu jeito modesto. Sua aparente falta de interesse no que poderia ganhar com aquela noite.  

_Valeu – sentiu suas mãos serem tomadas pelas dele e as pontas dos dedos beijadas com delicadeza, sem que ele tirasse os olhos de si por um segundo sequer. Seus olhos eram penetrantes. Misteriosos – Eu... Eu nunca fiquei com caras antes, então talvez eu não consiga...- seus dedos foram chupados com volúpia. Sentiu seu coração disparar e seus olhos se fecharem involuntariamente pela sensação de prazer que aquilo lhe causou.  

_Qual o seu signo, Bian? - beijou-lhe a palma da mão desta vez. Não encontrara nenhum assunto mais desinteressante que este para fazê-lo esquecer das palavras.  

_T... Touro – sorriu com a inesperada pergunta, sentindo algumas cócegas nas mãos - E o seu?  

_Escorpión - ergueu-se e desabotoou sua camisa escura, botão por botão. Tocou-lhe o queixo e o fez mirá-lo enquanto se despia - Não quer se dar ao trabalho? - levou a mão ao cós de sua calça com um meio sorriso nos lábios.  

_Claro – concluiu com incerteza e massageou o membro por cima do tecido grosso, sentindo todo o seu volume entre as mãos. Abriu o fecho da calça e o colocou para fora. Era grande. A glande avermelhada. Em sua extensão, veias que saltavam pulsantes. Apertou os olhos e lambeu a cabeça com cuidado, ouvindo um gemido abafado partir dele. Por um instante, aquilo não lhe pareceu tão ruim quanto poderia.  

Talvez fosse mais fácil para ele. Também era homem. Sabia exatamente o que lhe agradava na hora do sexo. Não seria tão difícil decifrar o que agradava ao outro.   

_Chupa – enredou os dedos entre os fios curtos e guiou a boca macia ao seu ritmo – Olhe para mim – ele lhe obedeceu, abriu os olhos e o encarou enquanto engolia seu mastro por inteiro, arrancando de si um gemido incontido – AH isso – mordeu os lábios pelo tesão, se afundando por completo na boca pequena – Deixa eu foder a sua boca, deixa – passou a se movimentar para dentro em um ritmo lento, que foi se acelerando a cada segundo em que sentia mais prazer. Ele recebia seu membro com tanta fome que mal parecia o garoto tímido de cinco minutos atrás. Ótimo!  

_Hm – engolia o mastro com certo gosto. Não tirava os olhos dele, vendo-o completamente extasiado. Decidiu não seguir tão passivo quanto estava. Levou as mãos às nádegas firmes, acompanhando o ritmo em que ele estocava sua boca. Massageou as bolas com uma mão, enquanto a outra envolvia o mastro numa gostosa masturbação. Tirou-o da boca por completo para o engolir novamente, ouvindo um novo gemido. Seu gemido era sensual. Instigante.  

_Continua – tomou seu membro com a mão esquerda e o ergueu alguns centímetros, deixando que ele, agora, chupasse as bolas. Aquilo era divino! - Gostoso – enredou os dedos entre os cabelos dele e ditou seu ritmo. Ele lhe sugava com avidez. As engolia, uma a uma, enquanto não tirava os olhos de si - Você está me saindo um belo putinho – deu um tapa prazeroso em sua face direita, arrancando dele um sorriso – Vai fazer jus ao que vai receber – deu outro, desta vez na face esquerda.  

_Eu mereço? - sorriu de canto, pensando na hipótese de finalmente conseguir uma grana sem que dependa da má vontade dos pais. Ergueu-se e se ajoelhou sobre a poltrona, de modo a encará-lo de perto. Seus olhares se cruzaram. Se enfrentavam num jogo de sedução. Meios sorrisos. Lábios úmidos. Um beijo. Um beijo que se aprofundava a cada segundo. Seus corpos se colaram e suas línguas travavam uma deliciosa batalha pela vitória. Sentiu as unhas lhe arranharem a nuca com propriedade, arrancando-lhe um gemido nada sutil – Ah – sorriu entre o beijo - Então é assim?  

_É - mordeu seu lábio inferior com carinho - É assim – segurou o rosto alvo entre as mãos e voltou a beijá-lo, fazendo com que circundasse as pernas em sua cintura e o levou à cama, atirando-o contra ela ferozmente - Você vai ficar marcado – se inclinou sobre ele e lhe disse ao pé do ouvido, causando nele uma sessão de arrepios. Desceu seus beijos ao pescoço. Aos mamilos. Abdômen. Retirou as peças de roupa do outro com a pressa que demandava a fúria daquele momento.  

_Eu...- apoiou seu corpo nos cotovelos para ver melhor o que ele fazia. Um sorriso maldoso nos lábios enquanto mordia seu membro por cima da calça - Não faz isso – arfou, sentindo os dentes lhe morderem com cuidado e desejo – Me chupa - não precisou pedir duas vezes. Sentiu seu mastro inteiro deslizar para dentro da boca macia. Os olhos dele eram selvagens enquanto encaravam os seus durante a felação. Não se recordava de ter sido engolido com tanta fome antes. Nem mesmo por Agathia. Soltou um longo gemido ao sentir a língua do mais velho seguir novos rumos e alcançar sua entrada. Aquilo era mesmo maravilhoso. Seus dedos se enredaram entre os cabelos densos do espanhol – Isso! - seu corpo pendeu contra o colchão macio quanto o ritmo da língua dele aumentou. Lhe penetrava devagar e voltava a lamber seus arredores.  

_Você é delicioso – forçou ainda mais a abertura das pernas do loiro. Queria vê-lo piscando para si. Sorriu e inclinou seu corpo sobre o dele, penetrando seu mastro com pouco cuidado. Roçou o nariz contra o dele enquanto ouvia gemidos sutis - Não quero que se controle – enterrou-se por inteiro de uma única vez, ouvindo um novo e alto grito, que a princípio lhe pareceu doloroso, mas logo um sorriso sacana moldou os lábios rosados – Gosta disso, não é? - aumentou o ritmo das estocadas com frenesi. Era difícil se controlar diante daquele rosto faceiro.  

Sentia seu membro apertado naquela cavidade macia e aquilo era enlouquecedor. Sua nuca foi pressionada para baixo e um beijo lascivo se iniciou. Aquele gesto lhe fazia ter uma única certeza: ele não era um garoto de programa. Ele parecia lhe beijar por que queria. Por que sentia vontade. E também sentia vontade dele.  

_Alejandro – sorriu e sentiu novas e profundas estocadas em seu interior. Ele não estava ali para brincadeira. Era um legítimo escorpião. Faminto. Sedento. Rebolou contra o mastro da forma que pôde, ajudando-o a lhe foder. Apertou os olhos com força ao senti-lo envolver seu membro com a mão direita e iniciar uma gostosa e envolvente masturbação. Jamais em sua vida imaginou que pudesse sentir tanto prazer com um homem. Ou talvez o ditado fosse mesmo verdade. A ocasião faz o ladrão. Quando abriu os olhos, ele tinha os seus fixos em seu rosto. Parecia lhe devorar com eles. O ritmo das estocadas se tornou ainda mais frenético e logo uma onda de prazer invadiu seu corpo. Com um gemido alto e incontido, se desfez entre os dedos do outro, sentindo-o gozar em peso dentro de si. Aquela sensação era diferente. Era nova.  

Os peitos arfavam descompensado e uma estranha tensão tomou o ambiente. Não sabiam o que dizer um ao outro. Não sabiam se deveriam dizer algo. Talvez ele devesse somente abrir sua carteira, entregar o dinheiro para o garoto e abrir a porta para que ele saia. Ou talvez não.  

~~~~~~xx~~~~~~~ 

Após a longa discussão de minutos atrás, Shina decidiu abrir o jogo com os amigos. Se todos ali foram prejudicados por ela, todos tinham o direito de saber. Deixara as amigas em dúvida ao plantar o nome de Isadora naquela conversa. Mas agora diria aos quatro cantos quem ela era de verdade.  

_Que história é essa de meter a Isa nisso? - Marin retrucou as palavras de Shina com dúvida.  

_Vocês já vão saber – sem qualquer aviso prévio, deixou a ala feminina a passos apressados e se dirigiu até a cantina, onde boa parte dos amigos estavam reunidos sem muito ânimo - Que bom que todos estão aqui – encarou Isa com ferocidade – Principalmente você! - apontou para a loira, que permanecia carregando um semblante exausto.  

_Shina, por favor - não tinha forças sequer para retrucar as palavras da outra. Sentia ganas de se enterrar a dez palmos da terra. Se bem conhecia a ariana, todos saberiam de suas verdades naquele exato momento. Num gesto desesperado de pedir que ela não dissesse nada, mirou-a com olhos suplicantes.  

_O que é que está acontecendo? - quase num coro, todos se perguntavam o que –mais – poderia ter acontecido.  

_A culpa de toda essa desgraça que aconteceu aqui é dela! - apontou de forma contundente para Isa – Ela foi namorada daquele demônio chamado Minos e atraiu ele de volta!  

Por puro instinto, todos a encararam com um quê de dúvida no olhar.  

_Isso... Isso é verdade, Isa?  

_Não! - tapou os ouvidos e apertou os olhos, sentindo seu peito explodir por dentro.  

_É mentira! Como você tem coragem de mentir, Isadora! Conta pra eles o que você e seu amiguinho estavam cochichando naquela noite! Conta pra eles que a culpa disso é SUA!  

_ELE ME ESTUPROU! - bradou a plenos pulmões. Não suportava mais tanta pressão. Tanta culpa – ELE ME ESTUPROU QUANDO EU ERA UMA MENINA DE QUINZE ANOS! ELE ACABOU COM A MINHA VIDA E COM TUDO QUE EU TENTEI RECONSTRUIR! ERA ISSO QUE VOCÊ QUERIA OUVIR? PRONTO! - sem sequer ouvir a resposta, abandonou o refeitório a passos apressados e perdidos.  

Recostou-se contra a parede e abraçou o próprio corpo, chorando de forma copiosa. Seu corpo pendeu lentamente até alcançar o chão. Não sabia sequer onde estava. Sua visão era turva pelas lágrimas que inundaram seus olhos.  

Não queria ouvir nada. Não queria ouvir ninguém. Ou talvez quisesse. Tateou os bolsos e alcançou seu celular, enxergando tão somente o telefone de Mel. Enviou uma mensagem rápida, pedindo que ela lhe encontrasse na República.  

Não sabia dizer exatamente quanto tempo se passou, mas seu coração se acalmou ao ouvir os passos dela em sua direção. Sabia que era ela, sem sequer ouvir sua voz.  

_Isa?! - correu até a amiga o mais rápido que pôde, ajoelhando-se ao lado dela. Não perguntaria nada por hora. Apenas a abraçou e deixou que chorasse em seus ombros. As ganas de chorar eram grandes. E de trucidar com as próprias mãos quem quer que fosse que tivesse feito aquilo com ela.  

_Mel – se agarrou na amiga como quem segura uma tábua de salvação. Não media a força que empregava contra os braços alvos. Sentiu a mão dela pousar em seus cabelos e um último soluço lhe reconfortou. Respirou profundamente e tentou organizar seus pensamentos.  

_Vem – segurou-a num meio abraço e a ajudou a se levantar. Pediu um táxi às portas da República e informou o caminho de sua casa. Tantas turbulências a fizeram vazia e silenciosa nestes últimos dias. Ao adentrar com ela pela casa, no mais absoluto silêncio, ofereceu um copo d’água, que foi segurado com mãos trêmulas - O que houve? - sentou-se de frente para ela, encarando-a com suavidade.  

_A Shina...- enxugou o rosto com impaciência e respirou profundo – Ela descobriu sobre o Minos na noite... Na noite em que tudo aconteceu – fechou os olhos, sentindo uma nova lágrima escorrer – Ela ouviu a minha conversa com o Milo e entendeu tudo errado! Ela colocou o dedo na minha cara e me fez admitir tudo o que aconteceu! - voltou a esconder o rosto entre as mãos. 

_Tudo... Tudo? - se compadeceu da amiga, mais uma vez. De todas as pessoas desse mundo, ela era a que menos merecia passar por tantas provações. Voltou a abraçá-la, tentando, no mínimo, reconfortá-la de tantas lembranças assombrosas.  

_Uhum - respondeu, ainda colada ao seu peito – Eu quero ver o Milo – sussurrou, sem forças.  

_T... Tudo bem, eu vou ligar pra ele – respirou profundamente e decidiu ligar para ele. Suas diferenças não vinham ao caso nesse momento – Ele já vem, disse que está saindo da clínica - voltou a segurar as mãos da amiga, vendo sua respiração se normalizar aos poucos.  

Quase meia hora se passou até que ele chegasse. Ainda que não fosse tão fácil encará-lo, devia isso à Isa.  

_Entra, ela está no meu quarto – foi seguida sem muitas palavras. Abriu a porta e o viu seguir para ela como fizera mais cedo. Por mais que não quisesse admitir, talvez ele fosse mesmo outro cara.  

_Isa – ajoelhou-se em frente à loira e segurou o rosto dela entre as mãos - Eu estou aqui – deitou a cabeça dela em seu ombro e acarinhou os cabelos macios. Olhava para Mel em busca de uma resposta, mas ela se ateve em somente sinalizar para que acalmasse a amiga. Com algum custo, conseguiu que ela pegasse no sono – Onde eu posso colocar ela?  

_No quarto do Shion – conduziu o moreno até o quarto do sobrinho e o viu depositá-la com carinho sobre a cama, apagar a luz e fechar a porta – E então? O que foi que fizeram?  

_Eu não entendi muito bem, mas parece que a Shina escutou ela conversar com você sobre aquele demônio do Minos e fez ela contar pra todo mundo o que ele fez – massageou as têmporas - Eu juro que se não estivesse de resguardo eu arrebentava a cara dela! Ela... Ela nunca me desceu!  

_Eu sei bem que arrebentaria mesmo – sorriu com uma carga de ironia – Mas talvez não seja uma boa ideia. 

_Como... Como não, Milo?! Por muito menos você já... 

_Eu não sou mais aquele cara, Melissa – retrucou com mansidão - Eu sei que você vai custar a acreditar, mas eu mudei. E a maior responsável por isso foi a Isa – sorriu fraco, lembrando vagamente de tudo o que passou – No entanto, a Shina está fora de si por muitas razões - interrompeu-a quando ela fez menção de falar – Uma delas é por que está grávida.  

_G... Grávida? A Shina? Grávida? - franziu o cenho em questionamento – Mas como? Ela e a June não... 

_Ela teve um caso com o Defteros – viu os olhos castanhos se arregalarem – E pelo que eu sei, ele ofereceu dinheiro para ela procurar uma clínica e tirar o bebê. 

_Mas... Meu Deus – tapou os lábios, incrédula. Havia mesmo passado muito tempo afastada de todos.  

_Eu suponho que os hormônios dela estejam explodindo, o que somado a tudo o que aconteceu, só podia dar nisso – passou as mãos pelos cabelos, pensando no que fazer – A minha única preocupação nesse momento é a Isa – esfregou as mãos uma contra a outra em frenesi – Eu tenho certeza que ela não vai suportar conviver com todos os olhares de pena e tristeza que vão lançar pra ela.  

_Como se ela fosse uma vítima, uma coitada – respirou profundamente, tentando chegar a uma conclusão, mas era difícil. Era difícil vê-la passando por tudo aquilo novamente. Cada pílula. Cada dia de terapia. Tudo parecia ter sido um esforço inútil - Acho que o melhor que podemos fazer agora é ficarmos com ela.  

_Ficarmos?  

_Sim. Eu e você - estava decidida a passar por cima de todo o seu rancor por Isa. Voltou ao quarto de Shion e se deitou vagarosamente ao lado da irmã, vendo Milo se deitar pelo lado oposto. Seguraram as mãos frágeis e as afagaram. Ainda que estivesse em um sono profundo agora, ela saberia que o que os unia era o amor por ela.  

~~~~~~xx~~~~~~ 

A sexta-feira do encontro de lei com os amigos havia chego. Mas isso não mais significava uma noite de alegria. Não depois que Mani se foi. Não depois de descobrir toda aquela tenebrosa verdade sobre o filho que sempre imaginou ter perdido logo depois de nascer.  

Mas iria. Em respeito ao seu velho amigo, iria. Aos seus velhos amigos, por assim dizer. A mesa do poker estava posta. Whiskys envelhecidos adornavam as belas cantoneiras.  

_Eu costumava estar jogando strip poker com aquelas vadias gostosas nas noites de sexta – Kido ria com gosto – Agora estou aqui com dois velhos feios e rabugentos.  

_Eu não sou velho, nem feio e muito menos rabugento – Rugonis entrou na brincadeira do amigo – Sage? É a sua vez.  

_Ahn?  

_Sua vez – riu – Quer tomar o meu lugar de distraído do jogo é só falar – voltou a rir junto de Kido. 

_Não é distração não, Rugonis, isso aí é falta de sexo – comentou com acidez – Desse problema eu não sofro.  

_Claro que não, você tem uma garota de programa para cada dia da semana – Sage fez sua jogada e respondeu ao amigo – Eu não sou assim.  

_Se sente falta do garoto, porque não compra ele de volta? - comentou na mais absoluta naturalidade, mirando suas cartas com atenção.  

_Por que ele não é assim – frisou – Ele jamais aceitaria uma coisa dessas e eu jamais faria uma coisa dessas – revirou lentamente os olhos. 

_Então nosso velho amigo acha que o garoto com a idade do filho dele estava apaixonado de verdade – riu com sarcasmo – Ah, Sage, me desculpe, mas essa é difícil de engolir – gargalhou com gosto.  

_Por que não? - mirou-o, sério - Existem coisas que o dinheiro não compra. Felicidade, amor – mal sabia que tocara na ferida do amigo – Eu daria tudo para que ele me ouvisse – suspirou, mirando suas cartas com desinteresse – Para que ele me perdoasse. 

_Eu já lhe dei o caminho das pedras – analisou a trinca em sua mão. 

_Mas eu concordo com Sage – Rugonis o advertiu – Existem muitas coisas que não valem dinheiro.  

_Vocês já perceberam que todo mundo que diz isso é por que tem dinheiro? - ressalvou com arrogância - Ou seja, não existe nada nesse mundo que o dinheiro não compre. Nós compramos carros. Compramos joias. Compramos gente – sorriu de canto - É só saber como.  

_Saber como? - o canceriano franziu o cenho pela primeira vez. 

_Sim. A arte de comprar vai muito além de jogar dinheiro na mão de alguém - ergueu uma sobrancelha – Eu vou te provar isso.  

_Provar? Como assim provar?  

_Aquela sua estagiária do administrativo que eu outro dia – ele permaneceu com o cenho franzido – Aquela loirinha de cabelo curto. 

_A Milena?  

_Isso, Milena! - estalou os dedos com a lembrança - Eu vou comprar a Milena. Me dê um prazo.  

_Mas o quê? - suas faces se fizeram incrédulas - Kido?! Qual o sentido disso? Você nem conhece a menina! E digo mais, ela acabou de começar uma relação, pelo que me consta. Deixa a menina em paz.  

_Quando foi que eu deixei de cumprir uma aposta? - sorriu ladino.  

_Eu não estou apostando absolutamente nada com você - seu tom se fez sério - Quer saber? Chega de jogo – entregou suas cartas de volta à mesa e se retirou da casa do amigo a passos largos.  

Não estava gostando nada do rumo daquela conversa. E gostava menos ainda das propostas indecentes de Kido. No entanto, conseguiria se aproximar novamente de Mani sem pretexto algum?  

~~~~~~xx~~~~~~ 

A briga de ontem entre Shina e Isa causou um enorme fuzuê entre a macacada durante quase toda a noite. Após o contato de Mel, descobriram que ela estava bem e segura em sua casa.  

_Então quer dizer que o Minos namorou a Isa? - Sísifo, que não estava presente na hora da briga, questionava os amigos com preocupação - E ele veio atrás dela?  

_Pelo que ela disse, a coisa foi bem pior que isso – Dohko respondeu, ainda um tanto absorto por aquela história louca – A Shina veio até aqui feito uma louca e começou a gritar com a Isa.  

_Mas a Shina...- encarou Defteros, que parecia um ladrão fugindo da polícia. Negou levemente com um aceno de cabeça e refletiu a respeito de contar ou não sobre o caso entre ele e ela. Era injusto! Era injusto permitirem que ela levasse a culpa por tudo o que aconteceu, sendo que boa parte do ocorrido se deve a eles - Você não tem nada a dizer, Def?  

_Eu?! - levou a mão ao peito, como quem quisesse provar sua inocência - Por que eu teria?  

_Você é meu amigo, e por isso sabe muito bem o quanto eu odeio injustiças - encarou o outro com uma seriedade que não lhe era típica - Fala, Defteros!  

_Falar o quê? - os meninos se voltaram para o gêmeo com olhos questionadores. 

_Ai, Sísifo, aquilo foi só um surto da Geisty, ok? Não aconteceu nada, eu hein!  

_Se você não quer contar – deu ombros – A gente é uma família aqui e ninguém tem segredos um com o outro. Ou pelo menos não devia ter – censurou-o – O Deftros e a Shina tiveram um rolo. 

_O quê? Como assim? - o burburinho se formou de imediato.  

_É isso mesmo. Eles tiveram um rolo e a June flagrou os dois na noite em que tudo aconteceu. 

_Sísifo!  

_Eu não vou te acobertar mais, Defteros! Eu passei a noite inteira digerindo essa história nojenta que o Aspros me contou depois que a Ge saiu daquele quarto e tenho todo o direito de dizer na sua cara o quão nojento e babaca você foi com ela! Com as duas!  

_Olha só, agora o senhor integridade resolveu virar juiz da vida alheia!  

_Eu não sou senhor integridade porcaria nenhuma, eu só tenho o mínimo de bom senso!  

_Ah, Sísifo, não vem bancar o santo que você NÃO É! - apontou o indicador na altura do nariz do loiro - Já fez coisa muito pior na vida e agora sobe aí nesse pedestal pra vir colocar o dedo na minha cara! Aqui pra você - ergueu o dedo médio e sinalizou. 

_Me diz quando foi que eu traí alguém, diz! Fala aí! Fala quando foi que eu fui desonesto com algum de vocês?!  

_Não ter feito a mesma coisa que eu não te torna menos imbecil!  

_Ei ei ei! - Dohko interveio ao notar que os ânimos se exaltavam a cada minuto. Se colocou entre os dois e os afastou com a ajuda de Kardia e Dégel. 

_Se existe algum culpado nessa história toda, essa pessoa é o Minos – o aquariano ponderou – O Defteros e a Shina erraram sim em se envolver, mas ainda assim, quem fez aquela monstruosidade foi o Minos! Ainda assim, eles não vão ser os primeiros e nem os últimos - notou alguns olhares desconcertados em sua direção - Por favor, sejamos francos – apertou os olhos – A traição não foi inventada e muito menos encerrada aqui – respirou fundo e retomou suas palavras – Gente, por favor! A gente precisa estar junto, principalmente nesse momento – encarava os amigos com serenidade – Como nós podemos dar força para as meninas se ficarmos nos atacando desse jeito?  

_É muito fácil falar quando não é o seu que está na reta! - o geminiano voltou a retrucar – Quando todos viram puros e castos pra criticar os seus atos!  

_Então a gente pode fazer uma reflexão - cruzou os braços - Por que não procuramos fazer menos besteira possível e não julgar os outros? Não pode ser tão difícil assim - não ouviu resposta alguma por parte dos demais – Quem cala consente – deu ombros – Eu espero sinceramente que ninguém volte a tocar nesse assunto nojento com a Isa e com mais ninguém. Estamos conversados? - novamente, não ouviu resposta.  

Por vezes, desejava que todos tivessem a sua percepção de mundo. Que todos pudessem, ao menos uma vez, não subirem em um pedestal ao avaliar os outros. O teto de todos os homens é de vidro.  

Continua  


Notas Finais


E entonces, amores? Espero que tenham gostado!

Mel e Milo se juntando pela Isa, meu coração está quentinho <3


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