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História A Residente - Capítulo 7


Escrita por: fanyunnie7

Notas do Autor


Mais um cap saindo para começar o ano AUHSUASHA a propósito, feliz ano novo à todos vocês, agradeço por acompanharem mais uma estória minha e pelo constante apoio através dos comentários. Vocês são ótiimos baby's.
Sem mais delongas e boa leituuura x33

Capítulo 7 - Capítulo 7


[P.O.V Tiffany]

Nossos olhares se sustentaram por mais tempo que pude contar e ela começou a caminhar em minha direção, a passos curtos. Não tinha pressa, se divertia deliciosamente com a vulnerabilidade que eu me encontrava e eu já estava me sentindo toda mole e com as pernas fraquejando, só com aquele olhar que nada dizia, mas que muito significava. Um prazer avassalador apoderou-se do meu corpo novamente e não tardou para que Taeyeon imobilizasse meus pulsos atrás das costas e afastasse minhas pernas com a sua coxa. Sua mão desocupada, fez um caminho das minhas costas até a minha bunda onde desferiu um tapa forte e logo fez uma leve massagem local, comprimindo os seus dedos na região avermelhada. Forçou o seu corpo contra o meu para que eu me inclinasse para frente e empinasse a minha bunda, para o seu melhor deleite.

- Meu Deus, você me dá muito tesão menina. – Murmurou, deslizando os dedos entre as minhas nádegas até chegar em minha buceta e me acariciou por trás.

Senti uma onda de calor se espalhar pelo meu corpo quando ela começou a massagear, esfregando meu clitóris delicado com a sua habilidade costumeira em que eu havia ficado obcecada. Seus dedos friccionavam em meu pontinho inflado, o prendendo, mas logo escorregaram lentamente pela minha entrada, deslizando por toda a minha lubrificação. Gemi com esse encaixe gostoso. Eu não fazia ideia do quão preparada já estava, para receber as suas estocadas lentas e torturantes.  Alcancei o seu olhar através do espelho e a vi passear com suas orbes escuras pelo meu corpo, como se quisesse decorar cada centímetro da minha pele como um mapa.

- Nossa ... Como eu quero você. Eu quero você o tempo todo. – Disse em um tom áspero, entrando e saindo com mais urgência em suas estocadas.

Meus gemidos incessantes ecoavam por todo o ambiente e eu já sentia os respingos de suor brotarem em meus poros e escorrerem pela minha pele. Taeyeon estocava com veemência, fazendo toda minha buceta vibrar em resposta aos estímulos atordoantes que seus dedos me causavam. Ela se inclinou em meu corpo e alcançou meu pescoço, arrastando sua língua levemente pela extensão do mesmo até o meu ombro e deu uma mordida forte, fazendo-me soltar um grunhido de dor.

À medida em que o sol nascia lá fora, o quarto iluminava e clareava fazendo um pequeno rastro até a porta do banheiro, mas tudo lá fora parecia tão distante quanto os meus pensamentos, eu estava totalmente entregue e rendida à essa nova paixão que se assemelhara-se mais a uma obsessão. A intimidade que dividíamos aqui dentro era ao mesmo tempo erótica e romântica, o que me fazia sentir cada vez mais à vontade em sua presença, mesmo conhecendo os seus gostos peculiares. Suas estocadas profundas foram ganhando cada vez mais velocidade e ela grudou o seu corpo ao meu, movendo-se juntamente, coabitando. Não tardou para que as ondas orgásticas atingissem o meu ser e ao perceber os primeiros sinais dos espasmos, Taeyeon retirou os dedos e fincou suas mãos em minha cintura, me puxando bruscamente para trás para que eu empinasse ainda mais a minha bunda. Ela cravou suas unhas em minhas nádegas e as abriu sem pudor, enfiando sua língua quente e ágil, percorrendo com a mesma por toda a extensão do meu ânus até a minha buceta fremente, intensificando o meu orgasmo.

Foi a sensação mais estranha e prazerosa que senti ao meu tempo. Se me dissessem que algum dia eu seria fodida tão gostoso desse jeito, no mínimo eu teria duvidado. Taeyeon possuía uma destreza e uma força descomunal desconhecida para uma mulher e nem poupava esforço para usá-las em mim. Apertei com firmeza a borda da pia no momento em que ela tocou meu clitóris vibro com a ponta da sua língua e me desfiz em um orgasmo violento sentindo minha buceta pulsar em resposta à sua tortura matinal. Meu dia começou leve, como o ressoar da harpa de um anjo. Agora eu entendi o verdadeiro significado de "bom" dia.

***

Após um delicioso banho de ducha quente com Taeyeon ensaboando e esfregando cada milímetro do meu corpo, relaxando-o, fomos nos deliciar com um apetitoso desjejum que a sua housekeeper havia preparado, na mesa da área da piscina. O sol estava fraquinho, visto que o dia acabara de nascer, mas ainda assim aquecia a minha pele dolorida por de baixo do roupão vermelho aveludado que Taeyeon me presenteou.

- Quantas horas você dormiu? - Indaguei curiosa, ainda sentindo o meu corpo reclamando do cansaço e me servindo com duas fatias de pão integral de banana caseiro, salpicando um pouco de canela em cima.

Taeyeon estava sentada casualmente na cadeira à minha frente, trajando o mesmo roupão só que na cor preta - Umas três horas mais ou menos, mas normalmente durmo quatro e é o suficiente para mim. Você está cansada? - Sorriu irônica, penetrando o seu olhar no meu, e sem desviar sua atenção, pegou o jornal que a mulher entregava. – Obrigada Esmeralda.

- O que você acha? - Semicerrei os olhos para ela e sorvi um gole do café quente, antes de cortar algumas tiras de queijo branco e colocar alguns mirtilos em meu prato.

- Acho que você pode descansar esta noite, mas nas demais será minha. – Decretou enfática, como quem alerta alguém de um perigo. Pegou a sua xícara de café como a leveza de uma pena voando e abriu o jornal.

- Não podemos intercalar as noites? Tenho a Yuri, praticamente ela vai morar sozinha se for desse jeito.

- Estou aberta à discussões. – Levantou a sobrancelha para mim, mas sem desviar o olhar da sua leitura. – Porém, irá me recompensar sempre.

- Será só assim mesmo? Eu nunca vou poder tocar em você e te dar prazer, assim como você me dá? - Minha voz soou mais aflita do que eu desejei, mas era algo que eu precisava ter absoluta certeza, queria que ela continuasse a falar mais para que as coisas ficassem definidas entre a gente. Não havíamos estabelecido um trato, quiçá assinado um contrato de duas vias com folhas carbonadas, e isso de alguma forma me fez imaginar que eu arcaria com as consequências subsequentes, se eu viesse a me apaixonar por ela.

- Quando você admitir para si mesma que o que me dá prazer é te fazer gozar, sendo em situações inimagináveis e das mais diversas maneiras, melhor será a nossa relação. – Mais clara do que isso impossível. Sua voz firme e ao mesmo tempo calma, transpareceu a sua convicção resoluta e então ela sorriu sorrateira para mim, recostando sua postura ereta no assento. – Sem expectativas.

Claro, porque era a coisa mais fácil do mundo “não” criar expectativas por uma mulher que você sentiu atração desde a primeira vez em que se encontraram. A energia sexual que emanava entre a gente, era palpável e seria um desperdício de vida se caso isso viesse a se dissipar um dia. Assenti brevemente com a cabeça e terminei o meu desjejum calada, porém com os pensamentos a todo vapor. Era apenas o que ela queria, por que era tão difícil de compreender? Não queria aceitar o fato de que eu fosse apenas uma diversão para tirar-lhes do tédio e ser somente um prazer momentâneo. Eu queria significar muito mais para Taeyeon, queria que ela me enxergasse da mesma forma como eu enxergava ela, como um futuro não tão distante. Mas era notório, e até óbvio que os seus padrões de preferência e de exigência, divergiam dos meus. Esse lance de que os opostos se atraem, não passava de papo furado agora.

Passava um pouco das 7:30 quando adentramos o estacionamento do hospital e Taeyeon ocupou a sua vaga reservada. Havíamos tido uma pequena discussão sobre eu passar no apartamento antes e vestir uma roupa para trabalhar, já que eu não havia levado alguma, mas acabei vestindo um jeans dela, uma de suas blusas sociais abotoadas e uma sapatilha. Me senti um pouco estranha usando as suas roupas, mas tudo coube com perfeição em meu corpo que era mais esguio do que o dela. Caminhamos lado a lado para o elevador e não demorou muito para o mesmo parar ali e abrir a porta, revelando outros dois chefes de departamentos que prontamente nos cumprimentaram com um leve aceno de cabeça.

Segui para o final do elevador e recostei minha cabeça no grande espelho do local, fechando os olhos. Flashes da noite anterior apareceram como relâmpagos em minha mente. Não sabia se ficava feliz por estar com ela, mesmo que sendo um tipo de relação superficial, sem envolvimento emocional de sua parte, ou se ficava triste por saber que seria estritamente desse jeito e eu jamais a teria para mim, como eu desejava. O medo começou a me tomar num súbito com todos esses pensamentos nebulosos e então abri os olhos, tentando prestar atenção na conversa que se desdobrava à minha frente, mas era quase impossível. A voz rouca e firme da Taeyeon, preenchia os meus ouvidos e conseguia me fazer flutuar para outros níveis, reacendo o meu corpo como uma combustão. Eu estava obcecada por ela e só agora tive certeza absoluta sobre isso.

Quando o elevador chegou em nosso andar, Taeyeon saiu na frente juntamente com o outro chefe, me deixando sozinha para trás, fazendo com que eu me sentisse estranhamente abandonada. Em menos de 24 horas me tornei inteiramente sua, me viciei em seu toque e me obcequei pela sua foda tão prazerosa, que agora eu me sentia uma criança perdida em um supermercado.

- 10 Min Hwang. – Disse bruscamente olhando para trás, mas logo voltou a sua atenção para o seu parceiro de conversa.

Nada respondi, apenas caminhei para o vestuário assim que passei pelo mesmo, tentando bloquear esse vazio repentino que Taeyeon me causou. Assim que adentrei o ambiente, haviam algumas enfermeiras do meu andar se trocando por ali, juntamente com outros residentes e então os cumprimentei com um singelo bom dia e sem emoção na voz. Segui diretamente para o meu armário afim de começar a trocar de roupa para encarar o dia que seria torturante, já que dormir o mínimo de horas que estava acostumada. Não demorei muito a me encontrar com Peter na recepção e a loira carinha de anjo, perfeitamente arrumada em seu guarda-pó azul bebê e seus longos fios lisos e loiros presos em um rabo de cavalo, com uma leve maquiagem em sua face. Maldita. Estava sempre tão impecável que pela primeira vez a invejei, encarando a sua cútis descansada.

- Bom dia. – Apertei rapidamente o braço de Peter que estava debruçado na recepção, conversando com ela e segui para a maquininha de café.

- Bom dia gata. Que carinha é essa? - Ele se aproximou de mim bebericando o seu café.

- Ah, não dormi nada esta noite. – Posicionei o copo na máquina e apertei o botão.

- Você com essa cara de personagem do The Walking Dead e a chefinha sorridente e cumprimentando até as paredes, acho que os papéis foram invertidos. – Aproximou por trás de mim e emaranhou meus cabelos, fazendo um coque no alto da minha cabeça.

Não pude conter um riso baixo. Tinha uma vontade imensa de falar sobre tudo o que aconteceu, desabafar e quem sabe pedir um conselho, mas não sabia o quanto podia confiar em Peter, então teria que guardar essa necessidade gritante para logo mais à noite e poder conversar em paz com a Yu. Ali sim saberia me ouvir e me aconselhar da melhor forma, fazia de tudo para me ver sempre bem.

- Ela está feliz? Eu ainda não a vi. – Menti. Virei preguiçosamente para ele e me encostei na quina da mesinha do café, sorvendo um gole da bebida. - Mas isso deve ser bom. - Olhei sorrateiramente para ele.

Conversamos um pouco ali e mudei totalmente o foco da conversa que parecia querer pairar sobre o meu lamentável estado matinal. No fim teria conseguido fazer ele falar sobre a sua saída com o residente de enfermagem, o Charlie, nos mínimos detalhes, mas assim que Taeyeon apareceu de supetão na recepção, nos olhando com cara de poucos amigos, encerramos a nossa conversa abruptamente e seguimos para dar início as admissões na emergência.

A manhã se passou mais arrastada do que o de costume, provavelmente por essa letargia em que eu me encontrava, esse cansaço físico e mental que me foi designado durante horas torturantes de sexo. Mas apesar de ser algo totalmente novo para mim, não hesitei em experimentar e até que eu estava precisando de uma reviravolta em minha vida tão sem graça, só não esperava que fosse algo tão “incomum” a princípio, mas culpada confesso, o novo sempre me apeteceu, afinal. Sempre fui muito curiosa e aberta à novas experiências e  Taeyeon caiu como uma luva em minha vida.

Foi chegada a hora do almoço e eu Peter nos encontramos com Yu, juntamente com os colegas residentes dela que conhecemos na reunião em nosso apartamento e seguimos em 7 para o refeitório. Todos estavam conversando animadamente quando me sentei na cadeira ao lado da Yu, equilibrando a minha refeição na bandeja. O refeitório estava cheio e barulhento, mal dava para escutar as conversas e o barulho dos talheres tilintando nos pratos.

- E então, como foi a sua noite? Conte tudo e não me poupe dos detalhes sórdidos - Yu indagou com uma expressão divertida, me fazendo sorrir do seu entusiasmo.

- Ahhh foi diferente – Dei de ombros. – Tudo novo, sei lá, nada que já havia feito antes na vida. – Dei uma garfada em minha salada e a vi revirar os olhos.

- Tá, mas como assim diferente? Ao menos foi um diferente bom? - Yu quando queria saber das coisas, não descansava até espremer a última sílaba da minha boca. Mas ali não era ambiente para uma conversa do tipo, ainda mais em se tratando da minha chefa. 

Segurei em seu antebraço e a puxei, fazendo-a chegar mais próximo a mim para que eu sussurrasse em seu ouvido. – Foi maravilhoso, mas te conto os detalhes mais tarde quando chegarmos em casa, é muita coisa. – Sorri abertamente para ela e pisquei um dos olhos.

- Hmmmmmm, já estou ansiosa desde agora. Vou querer saber de cada gemido, de cada posição e ... você gozou? Ela é boa de cama? - Ela se aproximou mais de mim e sussurrou baixo, me bombardeando com suas perguntas inoportunas.

- Shhhh – Estapeei levemente o seu ombro e a mesma o encolheu, fazendo biquinho. -  Já disse que conto tudo depois, nos detalhes mais sórdidos possíveis – Respondi começando a ficar empolgada com a conversa, mas Yu teria de esperar mais um pouco para saber da minha noitada “diferente”. – Mas agora não dá. 

Voltei a dar algumas garfadas na minha comida um tanto sem graça, prestando atenção na conversa que rodava na mesa. Estavam combinando uma rodada de cerveja e hambúrgueres no Irish Pub, assim que terminassem o plantão. O povo estava visivelmente animado, mas aquilo se passou abatido por mim, só desejava minha cama para poder dormir que nem um recém-nascido que acabara de mamar. Me recolhi ao cansaço e afastei um pouco a bandeja com a metade da comida em meu prato, debruçando meus braços sobre a mesa e apoiando meu rosto ali. Recebi uns afagos da Yu em meus cabelos e me permitir fechar os olhos e relaxar por um instante, escutando as vozes mais longe agora.

Iniciamos o período da tarde fazendo as visitas rotineiras aos novos e antigos pacientes. Evoluímos as dietas de quem precisava ser evoluída e atualizamos os prontuários. Dei graças a Deus que, assim que voltamos para a sala da Taeyeon, o sofá estava disponível para a gente e enfim eu descansaria um pouco, enquanto calculava os novos cardápios. Desde que cheguei no hospital, o único momento em que sentei foi na hora do almoço, e poder sentar agora havia sido melhor do que ganhar na loteria.

- Estou indo para uma reunião na diretoria e devo voltar em duas horas. – Taeyeon que segurava seu laptop e um caderninho na mão, alcançou a porta da sala e parou na mesma, nos dirigindo um olhar impassível. Parece ter se tornado rotina ela vir trabalhar com essas saias lápis que adornavam perfeitamente seu corpo. Mas confesso que esse vermelho paixão, e a sua blusa de seda ¾ em um tom clarinho de bege, se sobrepuseram melhor em sua pele alva.  – Qual o seu problema hoje Hwang? Está com uma cara péssima – Indagou no modo em que girava a maçaneta da porta, sem transparecer qualquer tipo de emoção em sua voz.

- Ahhn não é nada Dra Kim, é só cansaço mesmo, não dormi direito esta noite. – Encolhi os ombros no encosto do sofá e puxei os prontuários mais para o meu colo, tentando desviar o meu olhar do dela e disfarçar minhas bochechas levemente coradas por causa do seu cinismo.

- Talvez se passar a perder menos noites e dormir mais cedo, não teria esse problema huh? - Disse ela se divertindo. Fez um arco maravilhoso com as sobrancelhas, ironizando a minha expressão facial de incrédula. – Tome um café. – Aconselhou antes de girar nos calcanhares e sair porta à fora.

- Sim Dra. – Resmunguei baixo. Desgraçada. Queria xingá-la de tudo quanto era nome, a culpa era inteiramente dela por eu estar protagonizando em The Walking Dead.

Passei as pontas dos meus dedos pela minha testa e apertei levemente, quando Peter puxou todos os prontuários do meu colo. – Dá aqui que eu começo e você descansa um pouco, vai pegar um café para a gente e despertar antes que a Dra te coma viva.

Me comer, se bem que ela não faria esforço algum para isso. Semicerrei os olhos para ele, mas logo sorri fazendo uma careta quando ele apertou a ponta do meu nariz. – Você tem razão, obrigada Pets. Já volto.

Minutos depois voltei para a sala com dois cafés. Entreguei o de Peter e me sentei ao seu lado, observando todos os cálculos que ele fazia, antes de montar o plano alimentar.

- Os novos estagiários chegam amanhã. – Ele quebrou o silêncio. – Ficar de babá.

Revirei os olhos para o seu comentário que havia me esquecido completamente e sorvi um gole da minha bebida. – Espero que não sejam indisciplinados e que tenham vontade de aprender. Não tenho paciência alguma para ensinar e muito menos para ficar chamando atenção de ninguém. – Repousei a cabeça no encosto do sofá e encarei a tela do notebook, me sentindo sonolenta por causa daquele ar gélido que se fazia na sala, tão convidativo para um cochilo que só faltou a minha cama ali.

- Muito menos eu, gata. Por falar nisso, você já começou a fazer o seu estudo de caso? – Peter parecia estar muito afim de conversa, enquanto que eu só queria que o mundo explodisse e se tornasse inabitado, sendo eu a única existente desta catástrofe para descansar em paz.

- Hmm, ainda não, mas começarei nesta semana já. – Suspirei pesadamente e cruzei uma perna na outra, mantendo o copo quente de café repousado em meu colo, segurando em minhas mãos.

A tarde foi caindo em revezamentos. Eu e Peter nos alternamos entre os cálculos das dietas e os que já estavam prontos, arrumamos em cima da mesa da Dra para ela verificar antes de passarmos para a copa do hospital. Quando ela voltou para a sala, já passava das 5 da tarde. Não tinha a sua melhor feição, seu semblante estava meramente fechado, denotando uma certa impaciência e até irritação. Ela caminhou diretamente para a sua mesa e tomou a cadeira para si, abrindo seu laptop bruscamente sem ao menos olhar para a gente.

Eu e Peter nos entreolhamos, quando ela resolveu quebrar o silêncio. – Aproximem-se, por favor. – Ordenou ríspida. Sem demoras, eu e Peter nos levantamos do sofá e cada um tomou uma cadeira de frente para ela em sua mesa. - Até o final do mês, estarei substituindo uma das professoras na universidade que o hospital faz parceria, e estarei lecionando para 5 turmas no período da noite. – Ela fez uma pausa e seu óculos caiu adoravelmente na ponta do seu nariz, mas seus olhos mantinham-se presos à tela do laptop. – Iremos adiar a data de apresentação deste primeiro estudo de caso. Assim que eu estiver com a agenda mais organizada, com todos os meus horários encaixados, passarei a nova data aos dois.

- Sim Dra, mas continuaremos com esses pacientes mesmo não é? - Peter indagou curioso. – Porque eu já comecei a fazer o meu estudo com ele.

- Certamente sim, não vejo o porquê mudar, a não ser que um caso mais crítico chegue em nossas enfermarias e eu poderei presenteá-lo com este desafio Sr Parker. – Seu tom foi irônico. Ela retirou seu óculos e alcançou a mão até a pilha de prontuários que colocamos ali. Pegou o primeiro e recostou seu corpo ereto em sua cadeira. - Terminaram tudo? Evoluíram dieta, calcularam a dos novos pacientes e atualizaram os prontuários? - Seu olhar percorria por toda a extensão da papelada.

- Sim Dra. Zerei a dieta de duas pacientes que entraram em trabalho de parto e do paciente do 504 que teve dois episódios de êmese, mas até descobrir o que houve, eu decidi zerar a dieta dele. – Respondi convicta de tudo o que havia aprendido na faculdade.

- Muito bem Hwang. – Fez uma pausa, analisando o conteúdo da outra folha e arqueou uma sobrancelha. – 1,0g/kg de proteína para um paciente que tem doença renal crônica. Quem aqui quer matar o paciente com falência renal? - Ela nos olhou duramente e jogou o prontuário de volta em cima dos outros. – Nem irei verificar o restante, façam isso e consertem o que tem para consertar, e aí poderão ir embora. Tenho que adiantar aqui pois darei a minha primeira aula hoje. – Revelou sem um resquício de paciência na voz e voltou a se concentrar no laptop.

Respirei profundamente e peguei os prontuários de volta dali. Eu e Peter perdemos quase a tarde inteira fazendo aquilo, pelo menos só era corrigir o que estava errado e não refazer tudo novamente. Voltamos a nos sentar no sofá e não perdemos tempo a verificar os erros quando senti meu celular começar a vibrar no bolso do meu guarda-pó. Era uma mensagem da Yu. Verifiquei rapidamente o conteúdo da mesma, onde ela queria saber que horas iríamos sair, e respondi de imediato, avisando que no mais tardar sairia em 1 hora.

Adiantamos tudo o que tinha para fazer e volta e meia, me pegava admirando o seu perfil. Do meu campo de visão, Taeyeon me parecia serena, seu olhar compenetrado e inerte na tela do laptop, só me fazia ter cada vez mais a certeza da profissional competente e responsável que ela era, porém sabia que a sua cabeça estava em um turbilhão. Não fazia ideia de que ela também lecionada, aliás, não fazia ideia de nada que era relacionado à ela, mas era algo que eu estava disposta e até fadada a conhecer. Queria saber mais sobre ela, como passou a sua infância, queria conhecer os seus medos mais profundos assim como os seus anseios mais urgentes.

As batidas do meu coração praticamente saltaram pela boca quando a peguei me encarando. Seu rosto impassivo, livre de qualquer emoção, me fez suspirar em tristeza só de me dá conta de que tudo isso que eu ansiava, poderia não acontecer. Ou pelo menos estava bem longe de acontecer. Contemplei seu olhar por mais um tempo antes de sorri fraco e voltar a ajudar Peter com o último prontuário. Não demoramos a revisar o mesmo e então ele se levantou, equilibrando todos os prontuários revisados e os deixando em cima da mesa dela.

- Conferiram tudo direitinho? - Ela nem se deu ao trabalho de pegar novamente.

- Sim Dra. – Peter respondeu sucinto.

- Então estão dispensados, não tenho tempo para conferi-los agora. – Respondeu sem desviar o olhar do aparelho.

 Nos despedimos dela e assim que alcançamos a porta, ela nos chamou atenção novamente. - E Hwang, vê se vai para casa descansar, não a quero cansada amanhã para receber os estagiários. – Desviou o olhar para mim e me encarou por cima da sua armação de haste preta. – É uma ordem. – Um sorriso lascivo brotou no canto dos seus lábios. Por sorte Peter não ouviu, já havia tomado o rumo para o vestuário masculino. 

- Sim Dra Kim. – Sorri sorrateira, sentindo uma leve pontada de desejo brotar em meu ventre e respirei fundo, fechando a porta atrás de mim.

A desejava esta noite. Desejava dormir em seus braços depois de uma noite de amor carregada de carinho, não de uma foda desprendida de sentimentos. Eu queria sentir Taeyeon, queria sentir seu corpo e provar do seu gosto, queria que ela se entregasse da mesma maneira que eu me entregava para ela, como quando eu atingia o clímax em resposta do seu desejo, e queria que ... ela não pensasse somente em fazer sexo sádico comigo. Eu precisava mais do que isso e ansiava demasiadamente que tivéssemos um relacionamento consideravelmente normal.

Não demorei a trocar de roupa e a me encontrar com Yu no estacionamento. Notei as outras pessoas que almoçaram conosco por ali, e me lembrei que iriam fazer uma pausa no Irish. De fato, eu deveria ir para casa, mas 1 horinha para esvair a mente e dar um pouco de risada, não iria piorar o meu cansaço. Vi ali uma ótima oportunidade para me distrair dessas últimas 24 horas ... Aconteceu tudo tão rápido. Alguns minutos depois com Yu dirigindo, eu no banco do carona, Peter e o Charlie que já estavam saindo, no banco de trás, paramos no estacionamento do local. Passava um pouco das 7 e o ambiente estava vazio, somente algumas pessoas avulsas que estavam por ali. Seguimos até o fim do bar e subimos as escadas. O som baixo preenchia o local habitado apenas por sofás, uma mesa de sinuca e uma pequena pista de dança. Nos acomodamos por ali.

- Uma rodada de tequila para começar gata. – Sugeriu Peter começando a ficar animado quando Charlie se encaixou por de trás dele, abraçando sua cintura e repousando o queixo em seu ombro.

- Não, tequila não. - Fiz uma careta em desaprovação. -  Para mim no máximo uma caneca de chopp e olhe lá, estou absurdamente exausta e só um banho quente e minha cama, cairiam bem agora. – Fui sincera. Retirei o meu celular da bolsa e joguei a mesma em cima do sofá. – Vou lá em baixo pedir logo um hambúrguer, quer que eu peça o seu também?

- Ah não, agora não estou com fome, primeiro uma bebidinha. – Piscou sorridente para mim, virando para ficar de frente para Charlie e entralacando seus braços possessivos em volta do pescoço dele.

- Ok, mas vão para um quarto. – Revirei os olhos quando os vi se beijando.

Todos estavam acomodados e conversavam demasiadamente alto. Yu seguiu para a mesa de sinuca com outras duas residentes e eu aproveitei para descer e fazer o meu pedido, já que eu não tinha planos de demorar ali. Parei em frente ao balcão e fiz o mesmo pedido da outra vez. Enquanto o garçom ia verificar o meu pedido, puxei a cadeira alta dali e me sentei, retirando o celular do bolso. Chequei algumas coisas como de costume e o guardei novamente, rolando o olhar pelo ambiente quando avistei na entrada no bar, a figura baixa, loira, dona dos meus pensamentos e das marcas roxas esverdeadas que mais assemelhavam-se à um mapa desenhado em meu corpo .... Taeyeon vinha entrando a passos longos, com uma expressão raivosa. 


Notas Finais


Obg se chegou até aqui e acho q a minha próxima atualização vai ser de Lost in Love, sinto -me como se estivesse abandonado ela :c
Enfim, mas n irei demorar com o próximo cap daqui.
Bjiiinhos x3


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