Severus
Ah, como é doce o sabor da derrota de seus inimigos...
Quando avistou Simon Crow saindo da sala do diretor, tudo o que o moreno de 1,82 de altura fez foi rir, uma risada baixa e cruel para alguém de fora, pois ele sabia que o mais velho fizera realmente o que lhe disse que faria. Ah, Dumbledore deveria ter sido um Sonserino.
Ele se aproximou da gárgula, sussurrando "Gotas de Morango" para o estranho objeto de decoração, vendo-o seu mover até que as escadas que subiam para a sala de Dumbledore estivessem visíveis. Ele rapidamente subiu, pulando de dois em dois degraus até que chegasse ao seu destino, entrando sem bater, avistando o bruxo que derrotara Grindelwald no passado.
— Albus? — chamou. — Tem um minuto?
— Para você até dois, Severus. — riu Albus Dumbledore, indicando a cadeira à sua frente para que o adolescente pudesse se acomodar. — Balinhas de limão? — ofereceu o pote com o doce meio amarelo, meio verde, em formato oval.
— Aceito, obrigado. — o de cabelos negros pegou uma das balas, retirando um bonito envelope do bolso e o entregando ao amigo de longa data.
— Meu convite de casamento. — murmurou enquanto colocava a bala na boca. Albus sorriu e o pegou, muito surpreso.
— Mas já chegaram? Achei que demoraria mais. — murmurou admirando o envelope preto com bonitas letras desenhadas em prata.
S. S.
&
J. P.
— Eles deveriam ter chegado ontem, mas houve uma bagunça com os ternos, alianças, vestidos e tudo o mais. — contou o moreno. — Vim aqui pessoalmente lhe entregar antes de ter que voltar para aquela loucura.
— Me sinto honrado. — riu Dumbledore, abrindo o envelope e encontrando um papel grosso na cor prata, as letras negras cintilavam e havia uma espécie de "chuva" de bolinhas pretas e cinzas no início do papel.
Com a benção da Deusa Lua
JAMES FLEAMONT POTTER & SEVERUS TOBIAS SNAPE
Tem a honra de convidar-lhe para esta importante etapa na vida dos dois, seu casamento.
No dia 30 de novembro de 1976, na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, nos uniremos diante da Deusa e de nossos amigos para iniciarmos nossas vidas juntos.
Aguardamos ansiosamente sua presença.
— Parece um pouco... Nada parecido com vocês. — riu o mais velho.
— Ah, isso foi coisa da minha mãe. — Severus fingiu o cenho, irritado. — Ela disse que minhas palavras tiveram muito de "contrato", "obrigação" e "contra nossa vontade" pra ser um convite real, então ela mudou completamente. — sua careta de desagrado se intensificou. — O auge disso tudo é que eu e Potter só soubemos o que ela fez quando os convites oficialmente chegaram.
Dumbledore explodiu em uma gargalhada gostosa, se divertindo mais do que em anos, sempre começando a rir outra vez ao ver a cara do seu aluno.
— Esse convite, na verdade, é só a parte formal. Eu vim te chamar para que me acompanhe até o altar. — murmurou o Sonserino, desviando o olhar, sem jeito.
No casamento bruxo, os noivos eram acompanhados pelos dois pais, o pai ou mãe Alfa do lado esquerdo e a mãe ou pai Ômega do lado direito. E, como o pai de Severus era um bastardo, quem melhor do que a pessoa que Severus considerava seu verdadeiro pai?
— Ah, meu filho... — Dumbledore sussurrou, sorrindo emocionado. — É claro que vou. Não poderia dizer não para você.
— Obrigado, Albus. — Severus sorriu, um de seus raros sorrisos abertos que mostrava sua fileira de dentes superior muito brancos e retos. E que exibia, também, as presas letais e um pouco maiores que os dentes comuns. Mas esse não era um sorriso de ameaça, apenas felicidade.
Dumbledore se ergueu de sua cadeira e puxou o vampiro Alfa pelos ombros, os dois ficando da mesma altura, olhando um nos olhos do outro, azul no preto, um olhar intenso que ninguém se atreveria a quebrar.
— Tenho muito orgulho do homem que está se tornando, Severus. Não só nas notas, nada disso, a sua personalidade é realmente algo a se ter orgulho. Mesmo essa barreira de gelo que você criou ao seu redor nos dá um pequeno vislumbre do que você realmente é. E eu estou muito satisfeito em dizer que eu posso ver e conviver com esse seu lado escondido. — os dois sorriram, ambos os sorrisos contendo segredos que só aqueles dois conheciam. — Estou orgulhoso em te chamar de filho.
Albus abraçou Severus, seu sorriso contente e emocionado como nenhum antes dado, não desde o nascimento de seus irmãos, mas agora, era dirigido ao seu aluno, seu melhor amigo, seu filho. E ele sabia, ah, como sabia, que Severus o considerava da mesma maneira. O sentimento era mútuo, belo, poderoso e, os dois nunca saberiam, fortemente protegido e abençoado pela Lua.
Quando se soltaram, os olhos de Albus estavam levemente avermelhados, enquanto, aparentemente, Severus tentava não se emocionar tanto quanto o diretor. Mas Albus e ele tinham um vínculo, dificilmente Severus conseguiria esconder algo dele.
— Agora vá, acho que a Deusa vai fazer seu vínculo começar hoje.
Os olhos negros se arregalaram em choque enquanto ele corria porta afora. Dumbledore riu, se sentando e pegando outra balinha de limão, a colocando na boca enquanto ainda ria divertido de seu filho, jovem e irritantemente inteligente.
Ah, como o amava.
Severus ainda descia as escadas rapidamente, querendo chegar o mais rápido possível ao seu dormitório na Sonserina e se trancar lá antes da maldita necessidade de estar com Potter começasse, mas o Destino só podia estar brincando com ele, era isso, pois ele caiu sob seus joelhos, uma mão apertando suas vestes no lugar do peito, um vazio insuportável e uma insana vontade de ter o fazendo disparar na direção oposta a que antes corria, apenas querendo se livrar daquele peso que começava a se tornar uma dor de cabeça infernal.
Lily
— Você acha que aquele sapato prata meu combina com o vestido? — Emmelline perguntou à Lily, que fazia suas unhas, os olhos verde-esmeralda muito concentrados em seu trabalho. A ruiva olhou para a morena, inclinando a cabeça para o lado, avaliando.
— Acho que ficaria bonito, afinal, vai ter muita coisa prata nesse maldito casamento. — Evans despejou seu ódio na palavra casamento, ácida, voltando a fazer as unhas.
— Ui, alguém aqui está irritada. — Dorcas provocou, um sorriso de lado, se divertindo ao olhar para a amiga ruiva irritada.
— E o que você espera?!? — gritou ela. — Não é o seu companheiro que vai se casar amanhã!
— Bom, um dia elas vão, e aí, boom. Você não precisa se preocupar. — Dorcas deu de ombros, voltando ao feitiço que fazia para alisar seus cabelos, apertando os lábios finos em concentração.
— Ahñ... É verdade Lils. — Marlene murmurou, recebendo o olhar furiosamente verde da Evans. — Não me olha com essa cara, as companheiras da Dorcas sequer sabem que ela existe e são Sangue-Puros, um dia elas vão se casar, e não vai ser com uma Mestiça.
— "He said: one day you'll leve this world behind / So live a life you will remember..."— Dorcas cantou alto, desafinada, tentando não ouvir suas amigas, causando risos delas.
— "My father gols me when I was just a child / These are the Nights that never die" — Alice cantou, a voz doce, sorrindo e se balançando, lembrando-se da música bruxa.
— MY FATHER TOLD ME. — Emmelline gritou com seu jeito escandaloso e alegre, causando risos entre as meninas.
Todas elas começaram a cantar animadamente o "hey, hey" presente na música The Nights, do DJ bruxo Avicii. Todas eram fans e amavam a música, que era um sucesso mundial, tanto no mundo bruxo quanto no trouxa.
— Esse casamento vai ser incrível. — Dorcas murmurou para si mesma, vendo suas amigas felizes e implicando umas com as outras. A castanha sorriu e voltou ao trabalho de alisar seus cabelos, olhando fixamente para o reflexo de seus olhos no espelho, em segredo, muito animada.
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