História A school from another world - EXO - Eu quero ir pra casa

— Aliás, pra onde você está me levando? — Perguntei-o.

— Para a minha casa. 

— O que nós vamos fazer lá? 

— Você vai... passar a noite lá. — Fitei os olhos. 

— Hum?

Ele suspira.

— Já está tarde, é perigoso. O melhor é ir dormir lá. — Falou, não tirando os olhos da estrada. 

— Ok... mas, uma aluna indo dormir na casa do professor, não é meio errado? Vão pensar besteiras. — Falei.

— Eu não ligo. 

— Tá bom então... — Ri e dei de ombros.

Me acomodei no banco. Nós passamos alguns minutos em silencio, até que um celular toca. 

Eu não estava com o meu, então com certeza era do Chanyeol. Olhei para o gear shift e próximo dele estava o celular.

— Veja quem é, por favor. — Pediu, assim eu fiz.

— Hum... é um tal de Jinki. 

— Desligue. — Ordenou.

— Ok. — Desliguei, alguns segundos depois ele liga novamente. — Ele ligou de novo. — Chanyeol bufou.

— Bloqueia-o. 

— Não é mais fácil desligar o celular?

— Não, alguém importante pode ligar. 

— Essa pessoa não é importante? Talvez ela tenha algo importante pra falar. — Disse, não queria parecer intrometida, mas esse Jinki poderia dar notícias sobre a escola. 

— Não, ele não.

Não insisti, bloqueie o número e deixei o celular no mesmo lugar que antes. 

— Posso ligar o rádio? — Perguntei. 

— Sim. — Ele não tirava o olhar da estrada por um segundo. 

Liguei o rádio, mudei de estação algumas vezes e parei numa que tocava uma música melancólica e suave. Apoiei minha testa no vidro da janela.

Os flashes do que aconteceu minutos atrás invadiram minha mente. Parecia tão surreal. Afinal, aquele Lay tinha razão, eu deveria tê-los avisado. Mas creio eu, que já suspeitavam, ao contrario, não guardariam a escola com tantos guardas aquela maneira.

Minutos se passaram.

— Sua casa é muito longe? — Perguntei.

— Sim, é melhor que você durma.

— Ok...

Alguns minutos depois, cai no sono. 

*Quebra de tempo/Manhã seguinte*

Abri meus olhos preguiçosamente, olhei para o relógio que estava em cima de um criado-mudo próximo a cama, era 7:00. E que cama, grande e fofa. Observando o quarto melhor, ele era amadeirado do teto ao chão, tirando as paredes, elas eram brancas acinzentadas. 

Sai do quarto a procura de Chanyeol, ele me deixaria em casa, bom, é o que eu esperava. 

A casa era bem iluminada, desci as escadas, não sabia muito bem para onde estava indo, segui o cheiro de café.

Quando terminei de descer todos os degraus, avistei o professor sentado à uma mesa de madeira clara digitando algo em um notebook, ele tomava café em uma caneca branca com bordas amarelas. 

— Já acordou? — Tomou um gole de café.

— Não, ainda estou dormindo. — Me aproximei dele. Ele parou de digitar e me olhou com uma expressão mortal. 

— Que atrevimento.

— É o que você falaria se fosse eu perguntando. — Disse me sentando ao seu lado direito. Ele pode ser grosso comigo, mas eu não com ele? 

— Hum... — Encostou-se na cadeira. 

Sorri e o encarei, esperando ele receber a mensagem.

Alguns segundos depois, ele finalmente perguntou o que eu queria ouvir. 

— Está com fome? — Assenti. — Na geladeira tem bolo e suco, pode pegar. 

— Ok... — Me levantei e fui até a geladeira, era bem recheada, mas... — Pensei que você se alimentasse melhor. 

— Como eu me alimento não tem absolutamente nada a ver com você, pegue o que quiser e coma logo. — Falou grosso.

— Nossa, eu não falaria assim com você. — Peguei o bolo e o suco e os coloquei sob a mesa, ele não rebateu o que eu disse.

Por conta própria achei os utensílios que eu precisava, peguei uma faca, um garfo, um copo e um prato.

Cortei uma fatia de bolo o colocando no prato, e coloquei o suco de laranja no copo. 

Sentei agora do seu lado esquerdo. 

— Quando você vai me deixar em casa? — Perguntei.

— Bom... daqui uns dias. 

...

— O QUÊ? — Me engasgei com o pedaço de bolo que colocara na boca. 

— Calma. 

— Calma nada, eu quero ir pra casa, eu pensei que você me levaria hoje de manhã, mas estou vendo que vou ter que voltar por conta própria. 

— Roseanne, deixa eu te explicar. 

— Eu não quero explicação nenhuma. Eu quero ir pra casa. — Cruzei os braços.

— Você é difícil de se lidar, hein. — Bufou. — O que você vai fazer lá, sozinha?

— Como assim, sozinha? 

— Sua mãe e seus irmãos foram viajar, não tem ninguém em casa.

— Como você sabe disso? — O perguntei desconfiada.

— Porque eu fui até lá, oras.

— O que você foi fazer na minha casa? 

— Eu queria conversar com sua mãe sobre você, o que mais eu faria lá? 

— Mas como você sabe que eles foram viajar? 

— Eu perguntei a vizinha, aliás, ela me deu as chaves da casa, sua mãe pediu que te entregasse. — Ela tirou as chaves do bolso. Eu as peguei rapidamente.

— Por que a vizinha daria as chaves de casa pra um estanho? — Arqueei uma das sobrancelhas.

— Estranho, eu? — Dessa vez quem arqueou a sobrancelha foi ele.

— Sim... ou vocês se conhecem de algum lugar? — Ele riu.

— Roseanne, todos nesse reino me conhecem. 

— Como assim? 

— Você acha que eu sou só um mero professor respeitado? — Inclinei a cabeça em dúvida. — Eu, sou o chefe dos guardiões das sombras, do reino. — Tá explicado, eu estava começando a estranhar o fato da casa de Chanyeol ser tão grande, quase uma mansão, não menosprezando o trabalho dele, mas pensando bem, eles devem pagar muito na escola. 

— Hum... tá, mas de qualquer forma, eu não trouxe roupas, melhor eu ir buscar lá em casa.

— Você acha que eu sou idiota? Se eu deixar você ir, sei que não voltará. 

— Claro que não, você não confia em mim? 

— Não, nenhum pouco.

— Nossa. — Bebi um gole de suco. — Afinal, por que você quer tanto que eu fique aqui? 

— Bom, você é importante. 

— Hã? Eu, importante?

— Sim... eu não posso entrar em detalhes.

— Mais um. — Bufei irritada. 

— Calma, eu sei que muitas pessoas estão deixando sua cabecinha confusa, mas eu juro que vou te contar toda a verdade, só precisa me dar um tempo.

— Que verdade, e pra quê esse tempo? 

— Já disse, você vai descobrir logo, só me deixei apurar mais sobre essa história, eu soube dela a pouco tempo, e confesso que está sendo difícil acreditar. 

Bufei novamente. Mas que coisa chata, por quê ninguém me conta o que está acontecendo? Se tem a ver comigo, eu tenho o direito de saber. Quem eles pensam que são? Ahh eu odeio todos eles.

— Chanyeol... 

— Oi...

— Você tem notícias da escola?

— Hum... sim, está tudo bem, alguns alunos e guardas foram feridos, mas ninguém morreu. 

— Que bom... — Suspirei.

— Ei, não fica triste. Ha! Já tinha me esquecido, sobre suas roupas; eu peguei uma mochila no seu quarto, espero que tenha o suficiente para os dias aqui. 

— E onde tá? — Perguntei.

— No seu quarto, em cima da poltrona. 

— Ok. vou tomar um banho — Digo me levantando. 

— Espera. — Ele me acompanha, agarrando meu braço. — Preciso ditar algumas regras. — Revirei os olhos.

— Manda. 

— Primeiro, não entre no meu quarto, segundo, não entre no escritório, terceiro, em hipótese alguma atenda a porta ou telefonemas, quarto, não diga para ninguém que você está aqui. quinto, não mexa nas minhas coisas pessoais, sexto e último, enquanto eu estiver trabalhando, não dê um piu. 

— Ah, que legal, me livrei de uma prisão pra entrar em outra. — Falo, me largando dele, e subindo as escadas. — Aliás, onde é o banheiro? 

— No seu quarto tem um. — Ddisse voltando a se sentar. 

— Obrigada. — Subi as escadas de volta ao quarto.

Por quê será que ele me proibiu de entrar no quarto dele? Hum... agora fiquei curiosa.

Peguei minha mochila na tal poltrona, tinha algumas roupas, escova de dentes, prendedores de cabelo... e meu celular. Não posso viver aqui só com isso. Chanyeol que arque com o que eu preciso. 

Espero que no banheiro tenha toalha.

Entrei, tinha uma toalha, suspirei de alivio. Depois que tomei banho, vesti um vestido preto de mangas longas e ombro caído. 

— Chanyeol!! — Gritei. — Chanyeol!!

Alguns segundos depois, a porta se abre.

— O que foi? — Perguntou, demonstrando nenhum interesse. 

— Eu preciso de algo para calçar. — Falei.

— Hum... era isso?

— Sim. — Ele revirou os olhos.

— Espere aqui, eu vou buscar algo. — Falou saindo pela a porta.

Sentei na cama esperando o mesmo voltar, a paisagem lá fora me chamou atenção, fui até a janela.

Além dos muros, não tinha mais alguma casa por perto. Pelo menos vizinhos não viriam nos incomodar... isso é bom?

— Aqui. — Chanyeol entrou no quarto com uma caixa de sapato na mão.

Eu me afastei da janela e fui até ele, pegando a caixa.

Abri, tinha um tênis branco com listras pretas, era do meu tamanho. 

— Espero que sirva. — Falou colocando aos mãos no bolso. 

— Serve sim. — Sentei na cama e calcei o tênis, coube direitinho. 

Me inclinei para trás, apoiando meus braços na cama, nessa hora reparei melhor na roupa do professor.

Ele vestia uma blusa listrada e uma calça jeans preta.

— O que foi? — Perguntou, vendo que eu o encarava. 

— Nada, é só que... é estranho ver você com essas roupas, sempre te vejo com ternos, essas são mais joviais, os ternos te fazem parecer mais velho do que você realmente é, e esse cabelo também, combinou bastante com você. — Sorri brincalhona. 

Ele abriu a boca para falar algo, mas logo a fechou. Chanyeol se aproximou, ele se agachou apoiando suas mãos cada uma de um lado das minhas pernas, eu corrigi minha postura, nossos rostos estavam bem proximos.

— Sabe, — Começou. — estou prestes a quebrar a promessa que fiz a mim mesmo. 

— Q-que promessa? — Gaguejei de nervoso.

— A de não deixar meus sentimentos controlarem meu corpo, e acabar fazendo o que não devo.

— Hum... e o que você não deve saber? 

Ele me encarou uma ultima vez, se levantou e limpou a poeira inexistente dos joelhos cobertos pela a calça.

— Nada, esqueça. 

— Hã?

Ele me ignorou e saiu do quarto.

Que porcaria foi essa?