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  3. Capítulo 3

História A Senadora (Entre o Amor e o Poder Livro 2) Adaptação Carmen g!p - Capítulo 3


Escrita por: Mau11

Capítulo 3 - Capítulo 3


Camila mais uma vez não estava em casa quando cheguei. Há alguns dias estava sendo assim, andava com minha mãe para cima e para baixo, organizando a festa de aniversário de casamento dela e do Governador Jauregui.


Na verdade, estava muito orgulhoso e feliz da cumplicidade que as duas adquiriram, porém, ficava praticamente todos os dias sem Camila ao meu lado e isso me deixava muito irritada.


Já havia ligado para seu celular três vezes desde que coloquei os pés no tríplex e Marta só ria do meu desespero, mas não poderia reclamar.


Nossa vida depois que Camila saiu do jornal não poderia estar melhor.


Egoisticamente ou não, mantinha Camila praticamente inteira para mim, mas o principal era que minha princesa estava muito feliz com o rumo que sua vida profissional havia tomado.


Conversamos muito sobre o que ela poderia fazer a partir do momento que deu adeus definitivamente aquele jornalzinho. Esse, que fiz questão de acompanhá-la pessoalmente no dia da sua demissão, fazendo assim, com que seu ex-editor chefe engolisse todos seus pré-conceitos sobre nosso relacionamento. Exigindo também do diretor daquela espelunca, soluções drásticas para com seu funcionário, alegando que haviam perdido uma das suas jornalistas mais promissoras por pura incompetência, mesmo que isso não afetasse mais a vida de Karla Camila.


Ela estava radiante nessa sua nova fase, com um brilho diferente no olhar. Animada por experiências e conquistas inovadoras, por conta das pesquisas intermináveis sobre minha família e principalmente por seu protejo secreto, que me fazia revirar os olhos em todas as nossas conversas, mas mesmo assim não deixava de reverenciá-la ao ver seu sorriso de realização quando participava ao lado de Emma da sua vida de Primeira-dama. Eu não poderia estar mais feliz, porém, ela estava atrasada mais uma vez.


— Filha, daqui a pouco ela vai entrar por aquela porta toda saltitante e você vai esquecer esse mau humor.


E foi logo após Marta fechar a boca me fazendo bufar, que a porta do elevador privativo se abriu e Camila entrou iluminando a casa com seu sorriso.


— Prontinho, já estou aqui, amor de minha vida — apontou para si mesma.


— Você deveria ter me avisado que iria demorar, Karla Camila. Assim, eu poderia ter ido para o barzinho que o Ally me convidou — provoquei vendo minha princesa fechar a cara. Porém, Camila conseguia ser mais perversa que eu. A safada se aproximou e sentou no meu colo com uma perna de cada lado do meu quadril.


— Jura que você iria sem mim para um bar, Lauren Michelle? — Olhei de soslaio e Marta saiu rindo da sala, nos deixando sozinhos depois que Camila cumprimentou-a, sorridente.


— Iria. Você não se preocupou em me deixar sozinha nesse tríplex para bater perna até uma hora dessas — passei minhas mãos automaticamente por cima da calça jeans justa que usava, fazendo-a gemer.


— Mas, eu estava com sua mãe, amor. Estávamos organizando os últimos detalhes e ela quase enfartou quando disse que só iríamos amanhã — revirou os olhos enquanto fazia um coque no cabelo.


— Eu tenho alguns papéis ainda para revisar, achei melhor assim. Embarcaremos amanhã bem cedo.


— Sim, eu disse isso a ela, mas Clara precisava da nossa presença em Washington hoje — Camila sorriu, fazendo uma péssima imitação da Senhora Jauregui. — Mas como toda Primeira-dama que se preze e conhecedora dos homens da sua família, ela entendeu. Como sempre — respirou fundo.


A festa seria no Palácio de Washington e minha mãe estava, como sempre, ansiosa demais por mais uma festança. Camila, por sua vez, com toda sua calma e prestatividade soube lidar muito bem com a situação, xingando-me sempre, dizendo que eu não tinha paciência com minha mãe.


— Me desculpe, eu sei que às vezes sou meio turrão — ela fez uma careta engraçada.


— Às vezes? Tudo bem — sorri, a puxando para um abraço e já desafivelando seu cinto sobre o casaco.


— Tudo bem. Sempre! — a danada confirmou agarrando meus cabelos e começou a beijar vagarosamente meu pescoço, orelha, bochecha, até chegar aos meus lábios, invadindo-os sem pedir permissão. Sua língua acariciava a minha enquanto segurava seus cabelos, inclinando a cabeça para que minha boca se encaixasse na dela. Camila gemia e se mexia no meu colo quando nossas línguas se tocavam. Ela subia e descia, se esfregando em mim como se estivéssemos encaixados.


— Acho que poderíamos subir. O que acha? Estou precisando de um banho, Senadora, quer dizer, estamos — a devassa piscou e mordeu os lábios.


— Banho, nós duas?


— Sim, amor — Camila sabia me persuadir como ninguém.


— Ok! Pediremos o jantar na cobertura depois — ela pulou no meu colo batendo palmas como uma criança.


— Ótima ideia! Quero ir no seu colo, amor — gargalhei da minha menina manhosa.


— Então vamos, princesa, eu a levo — subi para nosso quarto, levando-a até o banheiro, já nos despindo no caminho. E como eu sempre dizia, nenhum banho seria apenas um banho com Karla Camila.


Depois de pedir para Marta servir nosso jantar na cobertura, como quase em todas as noites, permanecemos na biblioteca, enquanto eu revisava alguns papéis para levar para Washington, já que ficaríamos lá a semana inteira para as sessões no Capitólio.


— Sua mãe está tão animada, que fico imaginando se um dia ela tiver que organizar seu casamento — Camila dizia e endureceu no meu colo enquanto líamos um dos processos, sentindo-se incomodada. — Na verdade, disse isso por você ser sua única filha, quer dizer… — virei-a no meu colo, deixando seu corpo de frente para o meu e vi que estava corando.


— Ela vai se sentir a mulher mais feliz quando for organizar o nosso casamento, Karla Camila — enfatizei, beijando a ponta de seu nariz, fazendo-a corar ainda mais, antes de abrir seu mais lindo sorriso.


— Ela vai enlouquecer nesse dia — tentou disfarçar escondendo sua cabeça no vão do meu pescoço.


— Só ela? — provoquei.


— Você sabe que não — Camila levantou o rosto e seus olhos chocolates brilharam como nunca havia visto antes. — Eu te amo — nessa hora eu tive a certeza que estava fazendo a coisa certa, faria de tudo para que sua surpresa saísse perfeitamente como planejei.


— Eu também amo você, princesa. Vamos para cama?


— Vamos, amanhã temos que estar cedo em Washington.


— Sim, senhora! — bati continência levando-a novamente no colo entre beijos e gargalhadas. A felicidade de estar com Camila era algo incompreensível dentro do meu peito. Seu sorriso iluminava todo o meu ser, fazendo-me rir apenas por ela estar feliz. Imaginava isso, como sendo o mais puro e verdadeiro amor, aquele visto em romances e filmes.


No dia seguinte, acordamos cedo e partimos para Washington, mas mesmo assim a Senhora Jauregui já andava de um lado para o outro quando adentramos os jardins do palácio.


— Bom dia, Clara! — Linda abraçou minha mãe.


— Minha querida, se não fosse por você tenho certeza que essa ingrata, que se diz minha filha única, chegaria aqui apenas na hora da festa — beijei carinhosamente seus cabelos, rindo do seu drama.


— Bom dia, mamãe. Já estamos aqui. Resolvido? — ergui as mãos em rendimento.


— Graças à Deus! Não aguentaria mais meia hora sozinho, em companhia de Clara — Michael veio de dentro da casa com seu inseparável copo de uísque.


— Bom dia, Karla Camila — ele a cumprimentou, sorrindo.


— Bom dia, Governador.


— Vamos, Lauren, deixe as mulheres. Venha para a biblioteca comigo, temos muito para conversar.


— E nós também — Clara já estava puxando Camila, porém, fui mais rápido dando-lhe um selinho.


— Nos vemos por aí, amor — ela fez graça.


— Com certeza — nos despedimos e fui para a biblioteca conversar com meu mentor sobre nosso único assunto predileto – palavras de dona Clara – deixando Camila se divertir com mamãe, organizando os últimos preparativos para o evento daquela noite. — Clara, está tudo perfeito — disse assim que chegamos ao jardim já decorado para a festa. — A decoração ficou esplêndida.


— Sua ajuda foi fundamental, minha querida — disse ela. Estávamos com os braços entrelaçados, enquanto andávamos entre as mesas. — Camila, você foi mais que um desejo para que minha filha fosse feliz. Você foi um presente para a nossa família — Clara sempre me emocionava com suas palavras.


— Ai, Clara, assim você me faz chorar — abanei os olhos a fazendo sorrir e me abraçar maternalmente.


— Meu amor, eu sempre desejei uma mulher forte que soubesse domar Lauren, pois sei como é difícil a convivência com um Jauregui— rimos e continuamos andando.


— Mas, eles são muito amorosos quando querem também — estaquei quando me deparei com o nome que estava escrito em uma das mesas.


Os Ferrer estariam na festa.


— Não há motivos para se preocupar, minha querida.


— Não… Eu…


— Camila — Emma riu. — Venha, eu vou te contar uma história.


Andamos mais algumas mesas, deixando para trás o jardim decorado e nos sentamos perto da piscina.


— Clara, me desculpe — estava envergonhada do ciúme que sentia da ex-namorada de Artur, Alexa Ferrer.


— Camila, Alexa nunca foi a mulher ideal para Lauren — ela pausou —, eu nunca vi nos olhos da minha filha, esse brilho que vejo hoje quando olho para vocês, entende? — confirmei tímida.


— Clara, você não precisa…


— Mas, eu quero te contar, meu amor — sorriu carinhosamente. — Alexa não era a mulher ideal para Lauren.


— Mas, suas famílias não são amigas há décadas?


— Sim. Os Ferrer são nossos aliados políticos e a maior força partidária no Norte do país. Porém, o namoro de Lauren e Alexa, até por terem as famílias aliadas, não passou de um ato convencional, sem amor. E fui eu — ela disse se vangloriando — a abrir os olhos da minha filha para isso, antes que fosse tarde demais. Camila — ela me chamou olhando diretamente nos meus olhos —, nunca sonhei para minha filha um casamento por conveniência. Sempre o quis apaixonado e entregue. E me orgulho de hoje ela ser a mulher mais feliz do mundo — sorrimos juntas.


— Obrigada, Clara… Por me aceitar e gostar de mim — ela sorriu ainda mais.


— Meu amor, nós que agradecemos o presente que Deus nos deu, enviando você para nossa família — nos abraçamos com os olhos marejados, até que ela se levantou. — Mas, vamos parar com esse chororô que hoje é dia de festa. Deixaremos as emoções aflorarem mais tarde.


— Você tem razão — disse limpando algumas lágrimas que teimavam em cair. — Alex está a nossa espera, já impaciente — ela sorriu, apontando para janela onde nosso cabeleireiro nos esperava batendo os pezinhos. — Vamos? — entrelaçamos nossos braços novamente e entramos no palácio, para começarmos a sessão de beleza para a festa de logo mais à noite.


Emma havia me apresentado Alex e foi amor à primeira vista, como ele dizia. Nos demos super bem e não o largava mais por nada desse mundo, causando até certo ciúme no meu amor lindo, mas muito possessivo.


— Alex conseguiu a proeza de te deixar ainda mais exuberante, se é que isso possa ser possível — sorri também gostando de ver minha produção pronta no espelho da nossa suíte, enquanto terminávamos de nos arrumar. Usando um Channel creme, tomara que caia de renda, que delineava todas as curvas do meu corpo, estava me sentindo muito bem. Lauren,  por sua vez, também estava impecável em um smoking que me faria babar durante toda a festa.


— Vou dizer que você o elogiou — virei ajudando-a a fechar as abotoadoras da camisa. — Não faça isso — ela disse séria. — Depois vou ter que aguentar aquela bicha se vangloriando para o resto da vida. Isso seria muito cruel, Karla Camila— gargalhei sendo acompanhada por ela me dando um selinho.


— Estou pronta, vamos?


— Ainda não — ela foi até um dos aparadores que ficavam no quarto e trouxe uma caixinha azul da Tiffany’s.


— Ah, não! Não vai me dizer que…


— Para completar seu visual, princesa. Nada como um bracelete exclusivo — escancarei minha boca assim que ela abriu a caixa. — Combinará perfeitamente com seu vestido.


— Jesus Cristo, amor! Ele é inteiro cravejado de brilhantes — disse ao mesmo tempo em que Lauren pegou delicadamente meu braço direito, colocando-o.


— Perfeito para você — sorriu torto e lindamente.


— Amor, isso deve ter custado…


— Não vamos falar em valores, Karla Camila — ela estava se divertindo do meu espanto. Mas, eu estava mesmo assustada, já que aquele bracelete devia ter custado por baixo um milhão de dólares.


— Eu não quero nem pensar que meu braço nesse momento está pesando alguns milhões — Lauren gargalhou.


— Melhor assim, pois você tem que se acostumar.


— Mas…


— Não tem mas, Karla Camila — vi que não adiantaria discutir, então resolvi me render.


— Ok, Senhora Jauregui! Vamos então? — ela sorriu mais uma vez, me fazendo revirar os olhos quando me deu seu braço. — Vamos, princesa. Você será a mais linda da festa.


— Esse trocadilho está se tornando engraçado — sorrimos apaixonados, enquanto descíamos as escadarias do palácio. Entretanto, a primeira pessoa que vi foi uma loira exuberantemente, linda com um vestido vermelho e com os olhos cravados no meu homem.


É claro! Naquele momento, eu estava conhecendo Alexa Ferrer.


— Algum problema, princesa? — percebi que havia parado no meio da escada com Lauren me olhando dois degraus abaixo.


— Claro que não — falei acariciando seu rosto. — Vamos?


— Sim.


Descemos os degraus que nos restavam, com os braços dados e sorrindo para todos que encontrávamos no caminho.


— Minha querida, você está magnífica — fui abraçada por minha futura sogra que também estava esplêndida.


— Você que está linda, Clara.


— Nossas mulheres estão perfeitas — Michael veio sorrindo, com uma taça de champanhe na mão e beijou carinhosamente meu rosto, colocando sua mão livre no ombro da filha.


— Tenho que concordar, pai — Lauren beijou os cabelos da mãe.


— Graças a mim! — Alex apareceu, abraçando a mim e a Emma, não se importando com as caretas de pai e filha, nos fazendo gargalhar.


— Nossos homens também não ficaram atrás — os encaramos juntas.


— Com certeza, Clara! — sorri cúmplice para minha sogra.


— Meus queridos, fiquem à vontade, precisamos recepcionar os convidados. Vamos, querido? — ela puxou Michael pelo braço.


— E isso você faz como ninguém, Clara — nosso cabeleireiro disse batendo palminhas. — Obrigada, Alex — continuei rindo e Lauren me puxou.


— Vamos também, princesa, temos muitas pessoas para ver.


— Até mais, Alex.


— Até mais, Camilinha, Senadora — ele bateu continência, fazendo-me gargalhar ainda mais.


— Eu ainda pego esse…


— Shiu — lhe dei um selinho e fomos também recepcionar os convidados. Conversamos com alguns políticos que estavam ali e suas respectivas famílias, como meus pais, que estavam radiantes em ver minha felicidade. Dinah também estava lá, acompanhada do sua namorida, como costumava chamar Normani.


— Amiga, que festa maravilhosa. Você está de parabéns! — sorri para minha melhor amiga.


— Eu apenas ajudei. Camila tem todo o mérito.


— Sempre tão humilde, não é, bebê?


— Mãe! — sorrimos as três juntas. Estávamos em uma rodinha feminina, enquanto Lauren, papai, Normani e Ally, que tinha acabado de chegar, conversavam ao nosso lado. — Você está tão linda, filha, não digo fisicamente, você está radiante espiritualmente.


— Mãe, eu estou feliz — abracei-a, sentindo o carinho que recebia mais vezes por mês por conta das viagens para a capital, acompanhando Lauren durante as sessões do Capitólio.


— Com licença. Camila, quero te apresentar alguns amigos da família — Lauren aproximou-se tocando minha cintura e com aquele simples toque, estremeci.


— Tudo bem! Mãe, Dinah, nos falamos depois — as duas assentiram e sai abraçada com meu amor, muito feliz. — Eu amo você — ela sorriu abertamente para mim.


— Eu também amo você, princesa.


Quando estávamos nos aproximando, percebi que os amigos ao qual Artur se referia, eram os Ferrer. Gelei tentando me controlar para não demonstrar o receio de conhecer essa família, em especial, sua ex-namorada.


Seja superior, Karla Camila… É de você que ela gosta! Quer dizer, ama. Pensei comigo, respirando fundo e criando coragem para chegar àquela mesa.


— Jordan — Artur chamou o senhor, mais ou menos da idade dos nossos pais, e foi recepcionado por um sorriso sincero junto com um abraço.


— Lauren! Que prazer, há quanto tempo.


— O prazer é nosso em recebê-los aqui, Madeleine — ele virou gentilmente para a mulher ao seu lado, que também sorria.


— Você está ótimo, meu querido — ela a abraçou, enquanto eu apenas observava a cena do encontro dos ex-sogros com o nora perfeita de longe. Sim, eu estava morta de ciúmes.


— Essa é Karla Camila — Lauren puxou-me sutilmente para ela, me deixando orgulhosa por seu sorriso ao me apresentar.


— Então hoje vamos ter o prazer de conhecer a famosa Camila Cabello — a tal Madeleine sorriu, estendendo-me a mão. — É um prazer conhecer a famosa jornalista e agora dona do coração dessa menina.


— Obrigada, Senhora Ferrer, o prazer é todo meu — sorri de volta, educadamente.


— É um prazer, Karla Camila — estendi a mão para o Senhor Ferrer, porém a voz que ouvi enquanto sorria, olhando fixamente nos olhos da minha mulher, fez-me ferver.


— Laur! Meu Deus, há quanto tempo, meu amor! — virei ao mesmo tempo em que Alexa, a biscate de vermelho, se pendurava no pescoço de Lauren. Mas, tinha que estar de vermelho? A cor predileta do meu namorado? Será que isso não era só comigo? Resolvi por hora me concentrar melhor nos dois.


— Boa noite, Alexa. como está? — Lauren sorriu, tentando ser educado, mas nossas mãos não estavam mais juntas.


— Lembrei tanto de você no mês passado, sabe onde estava? — eu havia ficado invisível por acaso?


— Não — ela respondeu, mais uma vez sorrindo educadamente, deixando-me ainda mais irritada, pois a talzinha ainda se encontrava no seu pescoço e eu cada vez mais distante.


— Alpes suíços. Lembra daquela nossa viagem? Nossa, Laur, recordei de cada lugarzinho especial que estivemos.


“Deveria ter ficado por lá, transformando-se em um iglu loiro!”. Vi que minha namorada engoliu uma gargalhada, olhando para mim. É claro que eu havia pensado alto, para deleite dela.


— Que bom, Alexa — ela tentou se desvencilhar dos seus braços. — Essa é Karla Camila — falou Lauren. Eu já estava pensando que nunca seria apresentada.


— Então essa é a nova namorada de Lauren Jauregui? — a vadia loira disse com desdém.


— Não diria a nova namorada, Alexa, e sim a única — não mexa com Karla Camila Cabello, querida. Meu olhar dizia exatamente aquilo. — É um prazer — lhe estendi minha mão, ao mesmo tempo em que Lauren se apossava da minha cintura.


— Lauren sua eleição foi uma das mais espetaculares que já tínhamos visto.


— Obrigado, Jordan, mas parte dessa vitória eu devo a essa mulher — ela beijou meu pescoço, fazendo-me sorrir sem tirar os olhos da loira aguada.


— Karla Camila, você está de parabéns. Aquela exclusiva penetrou a alma política de Lauren.


— Só ela poderia me enxergar e interpretar daquela maneira, Jordan — sorrimos apaixonados e quando voltei meu olhar para Alexa percebi que estava sendo segurada pela mãe, que lhe dizia alguma coisa. Lauren, sempre perspicaz, também percebeu começando a se despedir. — Fiquem à vontade, temos alguns convidados para ver.


— Obrigada, minha querida. A festa está maravilhosa, sua mãe, como sempre foi perfeita. — Agradeça também a minha mulher — ele me abraçou ainda mais. — A Senhora Jauregui tirou-a de mim por um mês inteiro.


— O mérito é todo dela — acariciei seu rosto, sorrindo.


— Esses homens são uns bebês chorões. Não vivem sem a nossa presença.


— Concordo plenamente, Madeleine — rimos juntas, enquanto a filha nos observava, afastada. A bronca da mãe devia ter surtido efeito. — Vocês nos deem licença, nos falamos depois.


— Vão, meus queridos. E mais uma vez, foi um prazer, Karla Camila.


— O prazer foi todo meu — fui sincera. Eles não tinham culpa da filha mimada.


— Um iglu? — Lauren gargalhou assim que nos afastamos. — Até que seria engraçado. — Não vi graça nenhuma na sua ex-namorada, pendurada no seu pescoço, relembrando uma viagem a dois que fizeram — fiz bico.


— Amo quando está irritada — revirei os olhos parando na sua frente.


— Não queira me ver irritada.


— Não quero, princesa — ela me abraçou. — E para seu governo, prefiro a França. Sempre achei Paris mais romântico — tentei segurar o riso, mas fui pega de surpresa por seu beijo. — Eu amo você — disse com nossas testas coladas.


— Também amo você, Laur— enfatizei, fazendo-o gargalhar novamente.


— Sempre odiei esse apelido. 


— Bom saber — começávamos uma discussão saudável, mas fomos interrompidos quando encontramos Susanne e Newton, os advogados da empresa logo à frente.


— Olá, meus queridos, que festa maravilhosa. Clara mais uma vez nos surpreendeu — a senhora disse simpática, fazendo com que Lauren e eu sorríssemos juntos. Ele gostava daquele casal, era nítido.


— Que bom que estão gostando da recepção. Fizeram uma boa viagem?


— Fizemos sim, Senadora. E mais uma vez obrigado pelo avião e a estadia na casa de hóspedes do palácio.


Olhei para Lauren maravilhado enquanto ouvia Newton agradecer a hospitalidade dos Jauregui.


— Não tem o que agradecer, Weber, vocês sempre fizeram por merecer. Agora se nos der licença. Aproveitem a festa! — minha namorada estendeu sua mão para seus funcionários e depois que repeti seu gesto, sorrindo também, saímos em direção ao jardim.


— Estou surpresa — brinquei enlaçando sua cintura.


— Não entendi — Lauren riu, beijando o topo da minha cabeça.


— Essa hospitalidade com seus funcionários é algo novo para mim — o fiz gargalhar.


— Os Weber estão conosco há muitos anos, princesa. Já fazem praticamente parte da família.


— Eu gosto deles.


— São ótimos profissionais e confiáveis... — Lauren parou quando nossos nomes foram chamados.


— Lauren, Camila— nos viramos juntos, porém, dessa vez não tive uma surpresa muito agradável.


— Boa noite, Megan, Ian — Artur cumprimentou formalmente o casal que me deixava arrepiada apenas por estar no mesmo ambiente que nós.


— Linda recepção, como sempre.


— Obrigado — ela disse sério, muito diferente do primeiro casal de funcionários.


— Camila, você está magnífica, querida.


— Obrigada, Megan— fui educada.


— Seus pais estão nos chamando, querida. Com licença.


— Fiquem à vontade — quando Lauren nos puxou, saindo em direção a meus pais, percebi que ela estava incomodada.


— Amor, posso te fazer uma pergunta?


— Claro, princesa — seu semblante mudou completamente, tanto que voltou a sorrir me apertando mais a ela.


— Foi discrepante a forma com que tratou Susanne e Newton para Iane Megan — tentei ser sutil. — Você não gosta muito desse casal, não é?


— Camila, fique longe deles! — mais uma vez voltou a ficar sério, apertando meu pulso, deixando-o vermelho. — Você me escutou?


— Eu só te fiz uma pergunta, você não precisa ser rude, Lauren Michelle — comecei a andar na sua frente, mas ela foi mais rápido, pegando-me pela cintura novamente.


— Me desculpe, meu amor, por favor.


— Você me machucou — ela beijou meu pulso, carinhosamente.


— Me perdoa.


— Vamos, Dinah está me chamando — saí chateada com ela, que veio logo atrás mim. Lauren estava me escondendo algo e eu iria descobrir. Era uma questão de honra saber o que tanto o incomodava e, a partir daquele momento, iria com minha pesquisa sobre Megan e Ian Hardin até o fim.


— Que carinha é essa, vocês brigaram? — Dinah perguntou, enquanto conversávamos, com minha namorada cumprimentando alguns convidados.


— Não.


— Camila... — ela me repreendeu. — Eu te conheço.


— Normani— chamei a atenção da namorada da minha melhor amiga, que estava ao seu lado. — Eu vou precisar da sua ajuda.


— Camila, eu não quero que você se indisponha com Lauren— ela já sabia do que eu falava.


— Nós conversamos depois.


— Posso saber do que vocês estão falando? — escutei Mary perguntar, ao mesmo tempo em que olhei para o lado e vi Lauren conversando animadamente com… Alexa. Isso já era demais para mim.


— Vocês me dão licença?


— Camila! — saí sem olhar para trás, com raiva por Lauren não confiar em mim, mas principalmente por ele ter ido relaxar com a conversinha fiada da sua patética ex-namorada.


Subi as escadarias do palácio segurando para não me debulhar em lágrimas na frente dos convidados. Estava carente, queria meu amor ao meu lado, conversando comigo, confiando em mim. E não sorrindo animadamente com aquela loira que, com certeza, se sentiria depois daquilo.


Cheguei até a sacada do último andar e desabei, debruçada em uma daquelas muretas.


Eu queria sentir seus braços em minha volta, estava morrendo de ciúmes de ver seu sorriso para ela.


— Esse sorriso que era para ser apenas meu! Mas, que um dia também foi dela. — Suspirei cansada.


— Nunca com o brilho de hoje! — olhei para trás e a vi, linda, passando as mãos naquele cabelo bagunçado, sinônimo de que estava nervoso. — Me perdoe, meu amor — solucei. — Achou que eu demoraria quanto tempo para sentir sua falta ao meu lado, Karla Camila?



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