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História A Sereia- CAMREN - Capítulo 1


Escrita por: alukmbunw

Notas do Autor


~Olá, antes de começar agradeço pelo seu interesse na minha fanfic, essa é uma das minhas favoritas e eu amei escrever, espero que você também goste de ler. Ah! E se sentir vontade expor sua opinião ou conversar comigo, sinta-se livre para fazer isso, sempre respondo as mensagens ou comentários quando vejo.

Boa leitura! ❤️

Capítulo 1 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction A Sereia- CAMREN - Capítulo 1


Regras do navio


1. Desertoras durante combates são punidas com abandono em uma costa deserta ou morte.

2. Só são permitidos homens ao navio se forem esses prisioneiros, ou mantidos por ordem da Capitã.

3. Em caso de tempestade todos devem estar à postos para as ordens da Imediata.

4. A desobediência das ordens serão punidas com prisão na solitária, acompanhada pela Capitã, três dias sem comida ou água e no quarto o cumprimento do perdão.

5. Caso o perdão seja negado pela Capitã a prisioneira deverá ser retirada do navio através do andar na prancha.

6. Os prisioneiros devem cumprir ordem especificas ditadas pela Imediata.

7. A Imediata deve repartir as refeições fornecidas pela cozinha para cada tripulante.

8. A Imediata deve repartir o tesouro, sendo a maior parte para a Capitã e em partes iguais para a tripulação.

9. Vigiar as velas e o cordame e deixar o convés limpo é função da Mestre de Navio, que ordenará e comandará todos os prisioneiros que cumprem com a função de limpeza no convés.

10. A Carpinteira trata única e especificamente das peças de madeira do navio danificadas e velas rasgadas com apoio de prisioneiros ao dispor da Imediata.

11. A Assistente tem a função de prender todos os prisioneiros a noite e cuidar das armas pelo dia.

12. Uma equipe médica de cinco mulheres deve estar sempre à postos quando uma batalha é iniciada.

13. Toda a batalha deve ter ordem específicas da Capitã e todos devem lutar.

14. Toda negociação deve ser feita exclusivamente pela Capitã.

15. Toda a novata tem a função de cuidar da cozinha e trabalhar com os prisioneiros até ter a confiança da Assistente.

16. A assistente deve controlar todos e providenciar que todos dentro do navio estejam cumprindo suas funções.

17. Caso alguém não cumpra as funções impostas a Assistente levará a pessoa imediatamente a Imediata ou por falta dessa, para a Entendente que decidirá uma punição por ordem da Capitã.

18. Qualquer mudança na rota deverá ser ordenada pela Capitã.

19. Qualquer regra deve ser imposta pela Capitã.

20. O acesso a cabine da Capitã só será permitido para a Imediata, A assistente e a Entendente. Qualquer outro deve ter ordens específicas da Capitã.

21. O Cesto da Gávea serve para monitoramento no navio que deve ser feito o dia inteiro e com turnos revezados.

22. O toque de recolher deve ser feito após a última refeição e ao por do sol, qualquer um que estiver no convés após esse horário e que não esteja cumprindo alguma função será levado imediatamente para a cela com os prisioneiros.

23. Só será permitida a viagem de náufragos com a permissão da Capitã.

Capítulo 1


- Mulheres?!- ouvi o patife gritar e soltar uma risada asquerosa.

- Ele pediu parola Capitã.- minha imediata jogou o desprezível algemado a minha frente, ele cambaleou e caiu de joelhos gemendo de dor. O grosseiro cheirava a tabaco e rum, além do odor de passar meses sem tomar banho. Usei o tecido de minha camisa para tapar meu nariz e diminuir o odor horrível.

- De onde é?- perguntei a Jane, minha imediata que sorriu com escárnio.

- Dali Capitã.- e apontou a bombordo para o pequeno navio de velas rasgadas e bandeira preta com uma caveira branca estampada, tão deplorável quanto nos chamar de piratas.

Minha gargalhada ecoou pelo mar e fez o homem se erguer de joelho para me encarar assustado.

- Não sabia que eram mulheres, senão não haveria rendição.- ele cuspiu as palavras como um machista desprezível.

- Informe-me sobre o ocorrido imediata.- disse ignorando completamente o ogro aos meus pés, ergui meu queixo e a encarei esperando por sua resposta.

- O navio passou por nós senhora e levantaram a bandeira branca.- ela respondeu e se encolheu, algo ali estava errado.

- Bandeira branca sem nenhuma ameaça vinda de nós?- perguntei com desdém enquanto encarava o pequeno navio ao lado, homens ali estavam ajoelhados e com armas ao chão em sinal de rendição.

- Pode ter havido um engano capitã...- ouvi o receio e nervosismo em sua voz.

- Um engano?- esbravejei e encarei a imediata que deu um passo para trás, mas se manteve firme.

- Foi a novata senhora, ela não é boa com os canhões.- ela respondeu com a voz fraca e o olhar baixo.

Respirei fundo tentando me concentrar no que fazer, olhei o homem aos meus pés, o troglodita nojento não vai se render quando eu soltá-lo, não depois de ouvir o que está ouvindo, vai querer lutar. Ele almeja vingança por se render para mulheres.

Mordi os lábios e suspirei - Chame a novata!- ordenei.

A imediata assentiu com a cabeça e deu meia volta para começar a gritar.

- Serena! - e seguiu em direção a tripulação, ela ainda mancava e andava com dificuldade segurando nos pilares e nas laterais do navio, seu cabelo loiro esvoaçava com o vento forte, não deveríamos estar paradas em um momento como esse.

O homem murmurava alguma coisa, eu chutei-lhe o estômago e mandei que se calasse.

Passados alguns instantes uma mulher mais baixa e vestida de trapos sujos se aproximou, ela não levantava o olhar e tinha ombros encolhidos.

- Imediata! - Jane prontamente se ergueu enquanto segurava a mais baixa pelos ombros- Diga o ocorrido.

- Serena vigiava os prisioneiros limparem os canhões, eles obedeciam ordens, mas um dos homens decidiu disparar...e Serena não estava atenta.

- Por que não cumpriu com o que deveria novata?- perguntei encarando os olhos da que tremia de medo. 

- E-eu - gaguejou- é...

- Imediata!- gritei fazendo Serena cambalear, mas foi segurada por Jane que ainda estava atrás dela.

- Se beijavam Capitã.- a imediata disse sem perdão, eu revirei os olhos instantaneamente.

- Tragam-no aqui, amarrado.- ordenei e a imediata largou a mais nova que caiu no chão. Eu a segurei pelo colarinho a levantando.- Eu tenho uma coisa para você novata - encarei seus olhos castanhos arregalados, ela mordeu os lábios nervosa.

Respirei fundo antes de tomar a decisão e retirei minha espada do cinto, apontei-a para o homem ajoelhado, posicionei-a em seu queixo fazendo ele se levantar lentamente sem desprender os olhos da lâmina que por qualquer movimento errado o cortaria.

- Pela parola eu lhe entrego a moça como sua prisioneira.- disse como uma ordem para que ele aceitasse. O homem a encarou horrorizado, e a mim também.

- Não!- seu tom era amedrontado, eu arregalei os olhos e encarei sua alma podre.

- Não?

- É sinal de azar carregar uma mulher ao navio!- ele respondeu e eu o encarei por mais um instante, ao mesmo tempo minha imediata voltou com mais duas mulheres segurando o prisioneiro algemado. Eu olhei a situação, Serena que tremia, o prisioneiro com cortes e sangue fresco, provavelmente lutara para ser trazido até mim, minha imediata que esperava uma ordem, percebi que ao lado estava minha entendente Kordei, e fiz um gesto com a cabeça que só elas entendiam.

Sem hesitar empurrei o homem para fora do navio que me encarou com surpresa por um relance de seu rosto horrendo, ouvindo seu grito exasperado eu gritei a minha declaração.

- Negociação encerrada, destruam o navio!- o grito da minha tripulação foi em uníssono e tudo começou no mesmo instante.

Encarei Kordei e Jane e dei minha ordem.

- Preciso de novos prisioneiros. - elas assentiram com a cabeça e agarraram o homem que seguravam.

- Não!- a novata gritou implorando por misericórdia pelo homem.

Imediata e entendente me encararam esperando minha ordem.

- Essa vai ficar comigo.- respondi e logo a segurei pelo punhos, ela choramingava baixo até o caminho da minha cabine, por trás eu ouvia o som de espadas e das minhas companheiras destruindo o navio de trogloditas barato.

A minha cabine tinha acesso a cela solitária, onde ficavam todas que desobedeciam as minhas ordens, elas deveriam ficar sem comida e bebida por três dias e no quarto pedir perdão e fim da punição, se por acaso não cumprissem com a lei seriam jogadas para fora do navio, se o perdão for concedido elas podem voltar a tripulação com o cargo mais baixo.

Depois de prende-la eu voltei a minha cabine e sentei-me na mesa apoiando as minhas costas tensas no encosto macio. Era difícil ser capitã por tanto tempo, mas pelo mapa eu podia ver que logo chegaríamos ao meu destino, o tesouro de meu pai...

Meu pai foi um ingrato imundo, ele estava doente e sabia que não teria muito tempo de vida, tinha muitas jóias e tesouros e para que ninguém ficasse com eles ele os trancafiou em algum lugar ao norte que só ele conhecia, depois retornou apenas com o navio e alguns prisioneiros que fez questão de matá-los logo em seguida para que nunca contassem a localização de seu tesouro. E antes que pudesse guardar o mapa o troglodita morreu pela doença.

E eu fiz essa promessa, fiz essa promessa para a minha mãe, prometi que retornaria com todas as jóias e dinheiro que pudesse encontrar, tudo isso por ela, para que tenhamos uma vida digna, e mudar o nome do imundo do meu pai. Ele era só um pirata nojento, eu sou quem vai ganhar esse jogo.

- Capitã!- ouvi a voz e os toques na porta de madeira depois do que supôs ser uma hora.

- Entre- respondi e me ergui na cadeira, a imediata entrou e se curvou lentamente.- Diga.

- Tudo pronto Capitã, podemos seguir viagem.

- Ótimo.- respondi.- Dessa vez não quero mais interrupções. - Ela assentiu com a cabeça e fez menção de se retirar.

Antes de deixar que a imediata partisse eu levantei a mão.

- Sim Capitã.- ela disse cordial ao meu ato.

- Preciso que chame a Assistente.

- Algo importante senhora?- ela tinha receio em sua voz.

- Caso você não se lembre das ordem Imediata eu sugiro que retome a leitura. A assistente devia vigiar os prisioneiros, ainda mais na ala de canhões.

- Mas Capitã...- Jane era a única capaz de me contrariar, mas logo se calou ao ver meu olhar.

- Chame-a aqui.- ordenei por fim deixando que ela seguisse seu caminho.

A porta foi fechada atrás dela, observei o mapa na minha mesa por alguns instantes, eu conhecia o caminho de cór, e logo chegaríamos em terra firme, saqueariamos algum reino pobre e iríamos embora para o meu trajeto.

Alguns instantes depois já estava envolvida nos meus devaneios e ouvi batidas na porta, ordenei que entrassem e encarei minha Assistente e Imediata.

- Sente-se.- apontei para a cadeira na frente da minha mesa, a Assistente com receio não ousou descumprir a minha ordem. A Imediata manteve-se em pé ao lado da porta, como sempre acontecia quando eu ordenava uma punição.

A Assistente era uma amiga antiga, Ally Brooke, assim como minha Entendente e Imediata, todas são minhas irmãs, estão sempre ao meu lado e estão nessa jornada junto comigo, mas nesse navio eu sou a Capitã e preciso demonstrar a minha autoridade.

- A senhora me chamou...- Ally sempre foi direta- Do que se trata?- ela disse de forma cordial, demonstrou total respeito a mim.

- Preciso de um relatório do ocorrido de hoje.- disse ao encarar seus olhos pensativos, ela demorou um tempo para dizer qualquer coisa e ao observá-la percebi que aparentava um certo cansaço, talvez eu não deva ser tão dura com ela, afinal estamos a um mês sem pisar em terra firme.

- A Novata havia me surpreendido com seu empenho Capitã, foi um erro meu em confiar tal trabalho a ela, mas como humana eu me engano e acabei dando uma tarefa maior do que deveria a ela, prometo que não acontecerá novamente e aceito qualquer punição porque sei que estou errada.- ela disse tudo de uma vez em um tom moderado fazendo meu coração de rocha amolecer, senti como se as palavras fosse retiradas da minha boca, não tinha o que dizer depois desse relato, ela agiu como eu esperava que todos aqui agissem.

- Entendo.- foi o que consegui dizer.- Devido as circunstâncias e as dificuldades que temos passado é compreensível, se me jurar que não acontecerá novamente esse pode passar batido.

- Eu juro Capitã.- eu sei que no fundo ela queria sorrir, talvez pular de alegria. E pela primeira vez em muito tempo me dei a liberdade de chamá-la pelo primeiro nome.

- Pode ir Ally, e tenha uma boa noite.- ela sorriu e fez um gesto em agradecimento se retirando logo em seguida.

Olhei a menor passar pela porta e me deparei com o sorriso enorme no rosto da minha imediata.

- Olha só quem tem um coração.

- Sem comentários Dinah.- revirei os olhos sem conter o sorriso.

- E a bondade ataca novamente.- não consigo deixar de rir dessa vez e posso dizer que estava precisando disso.

- Não exagere com sua piadas.- a repreendi.

- Se não conhecesse todas nesse navio diria que alguém te mudou, ou melhor, algum bicho te mordeu.- minha amiga se aproximou sentando-se na cadeira que Ally estava a poucos instantes.

- É só que estamos chegando perto...-olho para o mapa novamente- depois de tanto tempo...

Dinah sorri.

- Estamos, graças a você Mila e todo o seu esforço.

Eu sorri ao ouvir esse apelido, todo esse escudo de Capitã tem me distanciado do carinho das minhas amigas, que nesse momento é tudo o que eu preciso.

- Espero que tudo dê certo.- disse pedindo aos céus, uma súplica na minha mente, porque eu quero que isso acabe.

Eu quero que isso acabe para que eu possa voltar para casa.

Para que eu possa voltar para a minha família.

Ver a minha pequena irmã novamente, ver a minha mãe novamente e poder abraça-las.

Mas como se o destino me provocasse eu ouço um certo tumulto vindo do convés, Dinah automaticamente olha para trás percebendo o mesmo que eu. Um arrepio percorre o meu corpo junto com uma sensação estranha dentro de mim.

No mesmo instante alguém abre a porta de supetão, é Normani, minha Entendente, sua expressão é de euforia e surpresa, ela está de olhos arregalados e procura por mim na sala, quando me encontra suas palavras saem de uma vez.


- Encontramos uma naúfraga.




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