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História A Serpente entre os Leões - O Sol e A Lua- Parte 1


Escrita por: Liliansnow

Notas do Autor


“Tão importante quanto a escolha do caminho é a decisão sobre quem será a companhia” - Thiago Grulha

Capítulo 40 - O Sol e A Lua- Parte 1


Fanfic / Fanfiction A Serpente entre os Leões - O Sol e A Lua- Parte 1

6 de outubro de 2019, domingo, 22h,  dormitório feminino quinto ano Sonserina

Agatha olhava para a foto dos seus pais, desde que acordou preocupada com o James, pois estava com a sensação de que ele precisava de ajuda. Ela sentia que ele estava triste e isso a deixava agoniada. Então, ela se lembrou das vezes em que sua mãe contou a história da criação das veelas. 

Foi durante a lua cheia que Odin criou a mais bela das criaturas, mais belas inclusive que os próprios deuses, chamando-as de veelas. A sua beleza era hipnotizante, sendo capaz de fazer os próprios deuses caírem em tentação. Friga receosa que seu marido a traísse lançou uma maldição fazendo com que as veelas se transformassem em criaturas com cabeça de águia e asas de morcego, perdendo assim a sua beleza. Odin se assustou quando se deparou com sua criação que perdera de repente o seu esplendor, então ele as abençoou com o dom do fogo, permitiu que elas se transformassem nos seres humanos mais belos e os baniu para a Terra. Friga assim que soube que seu marido conseguiu tornar as veelas belas novamente, foi atrás delas e as amaldiçoou novamente, sentenciando-as a buscar o amor verdadeiro e caso elas se rendessem a luxúria seriam incapazes de se relacionar novamente até conquistarem a pessoa cuja alma estaria conectada para sempre. 

- Mãe, eu o encontrei, ele parece ser um bom rapaz. Você e o papai iam gostar dele- falou Agatha com um pequeno sorriso. Então, ela beijou a foto com ternura.

 

6 de outubro de 2019, domingo, 22h, casa da Andrômeda Tonks e Teddy Lupin

Teddy e Andrômeda estavam jogando xadrez quando de repente Thor pousou na beirada da janela, fazendo com que Orion miasse e chamasse a atenção do seu dono.

- Obrigado- agradeceu Teddy enquanto acariciava a cabeça do seu gato- Chegou uma carta do James, vó. Irei ler e já volto.

- Tudo bem, sem pressa- falou Andrômeda.

Teddy aparatou em seu quarto e se assustou primeiro com o tamanho da carta e depois com o seu conteúdo. Estava claro que James precisava da sua ajuda para executar o dolohov, contudo Teddy sabia que devia ajudá-lo não apenas com aquela maldição.

James,

Não se preocupe. Irei ensiná-lo o dolohov e depois faço questão de te ajudar e ao Albus com as maldições imperdoáveis. Vocês não estão sozinhos nessa jornada. Me encontra amanhã às 6 horas na casa dos gritos.

Abraços do seu irmão, 

Teddy

 

7 de outubro de 2019, segunda-feira, 6h,  casa dos gritos

Teddy aguardava ansioso o seu irmão, ele andava de um lado para o outro quando escutou o alçapão se abrindo. Assim que viu James, ele se deu conta que seu irmão não tinha dormido. Ele estava com o cabelo bagunçado, olheiras e seus olhos indicavam que ele tinha chorado.

- Bom dia, Jay- disse Teddy animado. James murmurou um bom dia. Ele estava visivelmente chateado, então Teddy o puxou para um abraço apertado- Vai dar tudo certo, Jay, eu estou aqui e você irá aprender.

- Nosso pai irá morrer por minha culpa- falou James com lágrimas nos olhos.

- Ele não irá morrer por sua culpa. Você é capaz de aprender qualquer coisa. Acredite em mim, está bem?- pediu Teddy com firmeza.

- Ok- murmurou James.

Teddy conjurou um porco. Algo que fez James suspirar. Ele estava cansado de falhar.

- Eu quero que você feche os olhos e imagine bruxos das trevas invadindo a sua casa- pediu Teddy sério.

James assentiu e obedeceu ao seu irmão mais velho. 

- Os bruxos das trevas torturaram e mataram os nossos pais e agora, eles estão atrás dos nossos irmãos- disse Teddy com firmeza.

Teddy viu James cerrar seus punhos. Ele conhecia o seu irmão o suficiente para saber o quanto ele amava e se preocupava com sua família. Teddy não tinha dúvida, James faria qualquer coisa para proteger a sua família. 

- O bruxo das trevas está diante da Lily, a sua irmãzinha que você jurou proteger. Ela está no chão, inconsciente e ensanguentada após horas de tortura. Você deseja se vingar, fazer aquele monstro pagar pelo que fez com ela, então você escolhe um feitiço que causará uma morte lenta e dolorosa, você decide executá-lo com o dolohov. Abra os olhos James e faça esse monstro pagar caro por ter atacado nossa família.

Enquanto Teddy falava, ele sentia o chão tremer e um estranho vento dominou aos poucos a sala e ficava rodeando o seu irmão e ao mesmo tempo atrapalhando a sua visão logo, na medida em que se intensificava, Teddy acabou fechando os próprios olhos. Assim que terminou de falar, Teddy escutou um grunhido e o vento cessou, para sua satisfação, o porco estava caído a metros de distância. James tinha conseguido executar o dolohov.

-   Parabéns, James! - exclamou Teddy orgulhoso do irmão. Contudo, James não estava feliz.

James passou a mão esquerda nervosamente na cabeça, os seus olhos estavam marejados diante das cenas que ele visualizou. Ele tinha medo daquela atrocidade acontecer, raiva diante da sua impotência naquele cenário (em que ele chegava após a invasão da sua casa) e ao mesmo tempo culpa diante da realidade de ter ferido intencionalmente aquela pobre criatura. Ansioso, James correu para acudir o porco. O pobre animal estava se asfixiando com o próprio sangue. 

Teddy observava o irmão sem compreender a sua angústia, enfim ele conseguiu executar o feitiço, mas ele não celebrava. Então, Teddy se aproximou e pode testemunhar de perto o esforço do irmão para salvar a vida do porco.

Enquanto assistia a cena, ele se deu conta que James nem percebia a sua presença por mais que ele estivesse ao seu lado. Uma luz branca saia da sua mão direita e os seus olhos azuis estavam mais brilhantes como se fossem duas pedras águas-marinhas, enquanto ele executava algum feitiço com sua varinha que estava na mão esquerda. Teddy se sentou e experienciou uma sensação de paz enquanto a luz se intensificava. De repente a luz se apagou e James acariciou a cabeça do porco que abriu os olhos logo em seguida e se levantou.

- Me perdoa- pediu James então o porco grunhiu e lambeu sua mão esquerda- Agradeço a sua ajuda- falou James fazendo o porco desaparecer logo em seguida.

-  Posso escrever para o nosso pai que ele não precisa mais pagar o plano funerário? - questionou Teddy debochado- Não que me importe, mas você agradeceu a um porco e não a mim, o seu professor.

- Muito obrigado Teddy, não teria conseguido sem você- agradeceu James sinceramente, fazendo Teddy sorrir, então James puxou seu irmão para um abraço. Um abraço repleto de gratidão.

- De nada, amanhã nesse mesmo horário, teremos uma reunião com o Albus- disse Teddy com firmeza.

- Combinado, irei avisá-lo- disse James enquanto suspirava- Não sei se ele irá querer me ver.

- Não se preocupe, eu já o intimei- informou Teddy- Vocês não estão sozinhos. E Jay, o Albus ficará feliz por você ter conseguido executar o feitiço. Tem mais alguma coisa te incomodando? 

- Sim- respondeu James ansioso, enquanto coçava a sua cabeça com sua mão esquerda- Eu me apaixonei por uma veela.

- A Dominique?!- questionou Teddy assustado- Ela é sua prima James! E tem namorado e pelo que sei, ela teve o impriting com o Cedric.

- Não! Merlin! Não- disse James enojado, afinal Dominique é sua prima- Tem outra veela no castelo, se eu contar você promete guardar segredo.

- Sim, claro- disse Teddy confuso, tentando adivinhar quem era.

- Agatha Greengrass, ela é a prima do Malfoy, ficou órfã por causa da Rainha das Trevas- informou James- Ela é sueca, então sempre estudou na Durmstrang, por isso só nos conhecemos agora. Desde que a vi pela primeira vez, eu senti uma conexão, sabe?

- Entendi, meu irmãozinho está apaixonado, que fofo- disse Teddy enquanto bagunçava o cabelo do James que corou diante da brincadeira- Também entendi o segredo. Aposto que você está com medo de ser deserdado. Por favor, me convide para o jantar quando você decidir contar que está namorando a sobrinha do Draco Malfoy. 

- A gente ainda não está namorando- disse James injuriado- Deixa as brincadeiras para depois. Eu quero a sua ajuda. 

- Desculpa é que será hilário- riu Teddy imaginando as caras do Harry e da Gina- Calei. Qual é o problema?

- A Agatha é diferente, sabe? Nós ficamos um mês provocando um ao outro, aí quando eu resolvo chamá-la para sair, ela nem me deixa fazer o convite- desabafou James- Depois quando eu a convido para o baile de Halloween, ela me convida para um duelo na floresta proibida durante a lua cheia. Será que isso é normal na Suécia?

- Você aceitou?- questionou Teddy sério. Algo que assustou James.

- Sim, por que?- questionou James preocupado.

- As veelas são mais fortes durante a lua cheia- informou Teddy- James, se essa garota te ama, ela está te testando, pois teve o impriting com você. Logo, ela não quer finalizar a conexão sem ter certeza de que você é um bruxo forte, pois as veelas apenas se conectam com bruxos que elas consideram fortes. Ou nós temos a segunda opção em que você está ferrado, pois ela quer te matar.

James engoliu em seco diante daquela fala.

- Nós somos amigos, então acho que ela não quer me matar- disse James enquanto afrouxava a sua gravata- Foi assim com a Victoire, você teve que provar que era forte?

- Sim, a Victoire me mostrou o seu lado veela em uma noite de lua cheia após um duelo pesado- respondeu Teddy- Não se preocupe, Jay, entenda que as veelas entregam o seu coração para quem amam. É uma conexão eterna. Você já estudou sobre as veelas certo? Sabe como são.

- Sim, elas têm cabeça de águia, asas de morcego e o corpo é humano- respondeu James- Sempre achei fascinante, pois elas dominam o fogo e podem voar.

- Se você a ama, você irá amá-la por completo- disse Teddy sério- Ela deve ser como a Vic, deve estar com medo de você a achá-la feia como veela.

- Eu a amo e irei amá-la por completo- disse James com firmeza- E espero que ela faça o mesmo, pois se ela me mostrar o seu lado veela, tenho o dever de me revelar como mago. 

- Sim- concordou Teddy- Ela precisa saber quem você é. E quem sabe ela entrará para o seu time? 

- Isso é o que eu mais quero. Não sei se é por causa das minhas amigas que estão sempre andando com ela. Só sei que em toda reunião, eu sinto falta da Agatha- falou James pesaroso. 

- Dará tudo certo, Jay- falou Teddy confiante- Você tem uma foto dela?

- Tenho um desenho- respondeu James abrindo a sua mochila e pegando o seu caderno de desenho.

- Ela é bonita, juízo hein? Não quero ser tio cedo- falou Teddy enquanto bagunçava o cabelo do James, fazendo-o rir- Quanto aos seus pais, não se preocupe, estava apenas brincando com você. Eles irão te apoiar.

- Um problema de cada vez- suspirou James- Se as veelas só se conectam com bruxos fortes, como a minha tia Gabrielle se casou com o tio Duda? - questionou James a fim de mudar de assunto.

- Gabrielle não é veela e sempre foi encantada pelos trouxas. Tia Fleur não ficou surpresa quando Gabrielle se apaixonou por um trouxa- respondeu Teddy simplesmente- Enfim, o amor é capaz de fazer milagres, tenha fé Jay, pois não tenho dúvida que os nossos pais irão te apoiar.

- Obrigado, Teddy- agradeceu James com um pequeno sorriso, então Teddy o puxou para um abraço.

 

7 de outubro de 2019, segunda-feira, 7h30, salão principal

James entrou animado no salão principal e procurou pelo seu irmão Albus, encontrando-o na mesa da Corvinal. Ele estava com Rose, Scorpius, Brutus, Dominique e Cedric.

- Bom dia- disse James sorridente se sentando do lado do Albus- Severus, nós precisamos conversar.

- Não estou a fim, me chame quando parar de ser um gatinho amedrontado- falou Albus emburrado.

- Severus, nós iremos conversar, assim que eu terminar o café da manhã- disse James de um jeito que Albus sentiu um frio na espinha e engoliu em seco- Com licença.

Albus mirou o seu irmão ir até a mesa da Grifinoria, então suspirou.

- Credo, por um segundo eu vi o meu pai- falou Albus fazendo o seu irmão e amigos rirem.

- Quem mandou provocar um leão- debochou Rose.

- Rosita, provocar as pessoas é a minha especialidade e um certo leão ruivo é a minha vítima favorita- falou Albus enquanto sorria.

- Alvito, saiba que por isso, os seus irmãos, principalmente o James, irão direto para o céu, pois aturá-lo não é para qualquer pessoa- falou Dominique com firmeza.

- Albus, o nome da minha namorada é Rose. O senhor sabe muito bem que ela não gosta de ser chamada de Rosita- disse Scorpious enquanto fuzilava Albus com o olhar.

Albus revirou os olhos, murmurou um pedido de desculpas, pois não estava a fim de brigar sem motivo. Minutos depois, Albus e James estavam juntos na torre do relógio. 

- Hoje, eu me reuni com o Teddy, eu consegui lançar o dolohov e curei o porco que ele conjurou- informou James para a surpresa do Albus.

- Só acredito vendo- falou Albus desconfiado- E como o Teddy te ajudou?

- Eu escrevi para ele ontem após nosso treino- explicou James- Ele disse que irá nos ajudar com as maldições imperdoáveis a partir de amanhã.

- Isso explica a intimação estranha dele ontem- riu Albus- Olha, me mostra o que sabe- pediu Albus conjurando um coelho, então no minuto seguinte, James atacou o coelho com o dolohov.

Albus se assustou com a força do ataque que estraçalhou o coelho, matando-o e partindo-o em três pedaços. Então, Albus fez o coelho desaparecer e limpou a poça de sangue. 

- Me desculpa, fui um professor de merda- pediu Albus envergonhado.

- Você não é professor, Al, não se cobre tanto- pediu James gentilmente.

- Falou o cara que surtou nas férias por se cobrar demais- lembrou Albus fazendo James rir- Me faça um favor e para a próxima geração.

- Qual?- se assustou com o pedido James.

- Não permita que eu me torne professor, pois a minha paciência tem limite- respondeu Albus sério, fazendo James gargalhar- Estou falando sério.

- Ok, desculpa- riu James- Eu prometo.

- Obrigado- riu Albus- Será que o Teddy irá nos ensinar o que aprendeu na Academia de Aurores? - questionou Albus empolgado.

- Acredito que sim- falou James animado- E Al, obrigado, você me ajudou muito também.

- Só você para falar isso- riu Albus- Eu não fiz nada além de virar as costas para você ontem- falou Albus ganhando um cascudo logo em seguida- Ei! Doeu!

- Não gosto quando você fica se desfazendo desse jeito- disse James sério- Você se esforçou muito e até criou um feitiço que nos permite conjurar acromântulas! Infelizmente, deu errado e você se frustrou. Ponto. Você só tem 13 anos, Al, não é professor nem auror. Então, se dê mais valor.

- Irei me esforçar, mas você também precisa fazer o mesmo- disse Albus sério- Pois, ninguém merece ficar escutando um mago, herdeiro da varinha de Merlin falando que é fraco, que não merecia ter sido escolhido, que é incompetente…

- Combinado- concordou James envergonhado. 

 

7 de outubro de 2019, segunda-feira, 13 horas, pátio

Roxanne estava achando Hugo calado desde o sábado em que ele foi pego por seus primos.

- Hugo, Terra chamando Hugo- falou Roxanne dando uma leve ombrada em seu primo- O senhor estranhamente não aprontou ontem nem hoje. Sabe qual é a boa notícia?

- Qual?- questionou Hugo rindo.

- O dia não acabou, meu rei do caos- respondeu Roxanne fazendo Hugo rir.

- O que acha de procurarmos o Pirraça?- questionou Roxanne animada.

- Eu só quero encontrar um jeito do James confiar em mim de novo, ainda não sei como- desabafou Hugo chateado- Pisei feio na goles com ele.

- Sim e com o Albus- lembrou Roxanne.

- E com a Lily, ela está chateada comigo também- suspirou Hugo.

- Ela ficou estranha comigo também, às vezes ela me olha com uma cara esquisita- falou Roxanne pensativa- Parece que está me julgado, é estranho.

- Só você Roxy- riu Hugo- Não viaja.

Roxanne ia protestar, mas suas duplas de DCAT, que são da Sonserina, foram até eles no pátio. Landry Slughorn chegou acompanhado do seu melhor amigo, Sean Bulstrode.  

- Weasley- disse Landry enquanto estendia sua mão para o Hugo.

- Slughorn- riu Hugo enquanto segurava a mão do seu amigo sonserino.

- Animados para a aula?- questionou Landry, pois ele como Hugo e Sean considerava DCAT sua matéria favorita.

- Sim!- disse Hugo animado. 

- Não vejo a hora de chutar o seu traseiro, Weasley- disse Landry com um pequeno sorriso.

- Só nos seus sonhos, Slughorn- riu Hugo.

- Aonde estão a Lilian e o Frank?- questionou Sean curioso.

- Devem estar se pegando em algum lugar- respondeu Roxanne debochada, fazendo Sean gargalhar.

- Você não presta, Weasley- demarcou Sean.

- Esse é o meu charme- retrucou Roxanne.

- Espero que você contenha o seu charme durante a aula, na última peguei detenção por sua culpa- rebateu Sean.

- Quem mandou não saber conter o riso e nem foi tão ruim assim- lembrou Roxanne que tinha achado um tédio a detenção de DCAT.

- Como está nas masmorras? Já estão ficando mofados?- questionou Hugo, fazendo Sean e Landry revirarem os olhos.

- Estamos bem, tirando os puristas e as malas sem alça que implicam com a gente por causa das nossas irmãs- respondeu Landry francamente.

- Nem me fale. A minha irmã surtou- suspirou Sean- Por culpa do Potter.

- O Potter não é obrigado a ficar com sua irmã- retrucou Landry.

- Eu sei, meu pai conversou comigo ontem- suspirou Sean- Enfim, a gente sabe se cuidar. Então, estamos bem na medida do possível.

- Puristas, é isso!- exclamou Hugo- Os puristas devem estar tramando alguma coisa. Eles certamente apoiam a Rainha das Trevas, às vezes fazem reuniões sobre isso.

- Claro que sim- disse Landry indiferente- E o que você tem com isso?

- Precisamos investigar- respondeu Hugo com firmeza- Vocês não querem ser aurores como eu? Imagina se a gente conseguir ajudar o meu tio.

- O Harry Potter?!- questionou Sean empolgado.

- Sim, o Harry Potter- respondeu Hugo com firmeza.

- Estou dentro- disse Sean com firmeza.

- Eu também- concordou Landry.

- Acho isso uma estupidez- disse Roxanne séria- Vocês mal sabem DCAT para se defenderem.

- Não estaríamos aqui se não soubéssemos os feitiços básicos de DCAT- retrucou Landry- A Sonserina não é uma colônia de férias como as outras Casas em que todos são amiguinhos. 

- E as nossas irmãs fuderam a gente- disse Sean sério- Por culpa delas, o nosso placar zerou e com isso perdemos nossa paz, pois seríamos o elo mais fraco. 

- Tivemos que mostrar que não somos fracos. Na Sonserina ou você é a caça ou o predador- explicou Landry- Sonserina não é para amadores, meus caros leõezinhos. Só mofa quem é fraco, nós não somos fracos.

- Merlin- disse Roxanne que se arrepiou diante da fala dos amigos sonserinos.

- Então, Roxy, você está dentro?- questionou Hugo sério.

- Sim, acredito que o Frank também irá se interessar- decidiu Roxanne pensativa.

- E a Lilian?- questionou Sean.

- O que tem eu?- questionou Lilian assustando o grupo que até então conversava tranquilamente.

Hugo explicou o seu plano para Frank e Lilian.

- Estou dentro- decidiu Frank determinado. 

- Eu também- concordou Lilian.

- Lily, não acho prudente você fazer parte disso, nem você Roxy- disse Frank sério.

- Por que? Porque nós usamos saias, Longbottom?- questionou Roxanne- Não sou nenhuma donzela em perigo.

- Nem eu- falou Lilian com firmeza. 

- Os seus irmãos não irão gostar nada disso- lembrou Frank- Converse com eles primeiro.

- Eles não falam nada comigo antes de decidirem qualquer coisa, por que eu preciso pedir autorização para eles?- questionou Lilian indignada- Eu também não sou uma donzela em perigo. Eu sou uma leoa.

- Isso mesmo!- disse Roxanne dando um high five com a Lilian.

- Está bem- suspirou Frank preocupado- Qual é o plano?

- Nós temos uma lista dos nossos inimigos- disse Landry para a surpresa dos Grifinórios.

- Que foi? Vocês acham que ficamos apanhando sem revidar- riu Sean enquanto pegava um caderno preto- Precisamos filtrar. Os leõezinhos se interessam apenas pelos puristas. Só um momento. 

Os grifinórios ficaram observando os sonserinos que discutiam entre si.

- Só de curiosidade, quantas pessoas tem nessa lista?- questionou Hugo intrigado.

- É mais fácil perguntar quem não está- riu Landry que diante do olhar dos seus amigos- Atualmente, só tem sonserinos mesmo.

- Sabe como é: quando a sua irmã causa a ruína da sua Casa, você se fode- explicou Sean- Então, respondendo a sua pergunta, só não estão na lista a Greengrass, o Nott, o Malfoy e o Potter.

- Enfim, dessas pessoas, nós temos o quarto ano que tem três puristas; o quinto ano em que apenas a Greengrass não é purista; o sexto ano tem quatro puristas; no sétimo tem dois puristas- informou Sean sério. 

- São ao todo 18 pessoas e nós somos seis alunos do primeiro ano. Isso pode ser uma vantagem, pois ninguém se importa com primeiranistas e desvantagem, eles podem acabar com a gente se quiserem- disse Landry pensativo- Bem, é óbvio que no salão comunal estamos sozinhos, mas fora dele vocês podem ajudar. 

- A primeira fase seria de observação. Nós precisamos nos familiarizar com a rotina deles- disse Hugo sério- Quais são os seus horários? Quando e onde eles se reúnem? 

- Ok e depois o que faremos? - questionou Frank.

- Se eles se reúnem, precisamos participar de alguma forma da reunião- disse Hugo sério.

- Como? A gente não consegue ficar invisível- disse Sean.

- Há uma forma sim. Nesse momento, precisaríamos da ajuda dos meus irmãos e primos. Eles são mais velhos e conseguiriam participar sem serem vistos- respondeu Lilian séria, enquanto pensava na capa de invisibilidade e no feitiço desilusório. 

 

7 de outubro de 2019, segunda-feira, 22 horas,  Academia de Aurores

Victoire estava fazendo a ronda na Academia de Aurores quando sentiu que Teddy se aproximava. Ela não podia vê-lo, mas sabia que ele estava por perto, então assim que ela virou para trás com sua varinha em mãos, Teddy se revelou e começou a rir.

- Nunca consigo te assustar- reclamou Teddy- Isso não é justo.

- Quem mandou se apaixonar por uma veela, eu sempre sei quando o senhor está por perto- demarcou Victoire sorridente e orgulhosa de si. 

- Entregar o meu coração para você foi a melhor decisão  que tomei na minha vida- disse Teddy de um jeito que fez Victoire se emocionar- Minha bela veela que sempre zela por mim.

- Meu lobinho que sempre me deixa maluca quando resolve aprontar- brincou Victoire fazendo Teddy rir.

- Que foi? Fui muito bem adestrado- lembrou Teddy pegando Victoire pela cintura- Por você- acrescentou Teddy beijando a sua namorada logo em seguida. Um beijo longo e apaixonado que foi interrompido por um auror supervisor que passou pelo corredor.

- Sem demonstrações de afeto pelos corredores. Os senhores estão trabalhando- repreendeu o auror supervisor, deixando Victoire constrangida e Teddy desejando amaldiçoá-lo. 

- Teddy, eu ainda estou estudando- lembrou Victoire assim que o auror supervisor se afastou- Eu não quero manchar a minha ficha impecável por besteira. 

- Desculpe, por isso- pediu Teddy envergonhado- Eu só queria te ver antes da missão. Você sempre me dá sorte.

Victoire olhou para os lados e beijou Teddy nos lábios pegando-o de surpresa, foi um beijo suave.

- Achei que não era permitido demonstrações de afeto- disse Teddy com um sorriso maroto.

- Mudei de ideia sobre minha ficha impecável- respondeu Victoire enquanto sorria.

- Mudou rápido- demarcou Teddy.

- Pois é, um certo lobo causa esse efeito em mim- explicou Victoire, fazendo Teddy rir.

- Te amo, Vic até amanhã- falou Teddy assim que viu o relógio que estava na parede.

- Te amo, Teddy, se cuida, por favor- pediu Victoire com seus olhos aflitos.

- Eu sempre me cuido, não se preocupe- assegurou Teddy aparatando logo em seguida. 

Assim que Teddy aparatou, Victoire fez uma breve oração e retornou ao trabalho. Ela ficou andando pelos corredores do terceiro andar, onde tinha auditórios e uma sala de treinamento. A ronda estava tranquila até que ela escutou um barulho vindo da sala de treinamento. Ao olhar para o relógio que indicava meia-noite, ela não tinha dúvida de que ninguém estava autorizado a usá-la. Com o seu coração acelerado e respiração ofegante, Victoire abriu a porta com cuidado, então se assustou ao ver uma elfa treinando no circuito.

- Eu posso explicar- falou a elfa apavorada.

- Qual é o seu nome? - questionou Victoire séria.

- Estel, por favor, Srta. Weasley não reporta isso- implorou Estel- Eu quero provar para o Sr. Potter que os elfos podem ser muito mais do que ajudantes da cozinha ou da limpeza e assistentes da recepção.

- Você estava no nível cinco- disse Victoire atônita- Não se preocupe, eu não irei reportar isso. Muito pelo contrário, irei ajudá-la a realizar o seu sonho e quem sabe salvaremos muitas vidas com isso.

- Ok, o que você está pensando? - questionou Estel intrigada. 

- Criaremos o projeto Dobby- disse Victoire animada- Defenderemos que os elfos podem ser auxiliares das missões, ajudar os Aurores em combate. Seria uma parceria. O Dobby, por exemplo, ajudou muito sem ser treinado. Imagina o que um elfo seria capaz de fazer se fosse treinado como a gente.

- Isso! É isso que eu quero! - exclamou Estel empolgada- Minha família ri de mim, falam que eu sou maluca.

- Você não é maluca, você é visionária- disse Victoire sorridente- Eu preciso ver o que você é capaz de fazer. Infelizmente, hoje não posso, pois estou fazendo a ronda. Amanhã à meia-noite podíamos nos encontrar aqui e treinamos juntas. 

 

8 de outubro de 2019, terça-feira, 10 h às 11h30, aula de Trato com as Criaturas Mágicas, turma terceiro ano Sonserina e Lufa-Lufa

Nathalie sentia um estranho sentimento de culpa desde que começou a desenhar as caricaturas contra a Alice, pois a lufana era uma pessoa doce e gentil que tinha a estranha capacidade de ver o melhor nas pessoas e nas circunstâncias. O seu otimismo e sua forma de ver a vida era algo muito leve e estranhamente admirável.

A capacidade da Alice continuar sorrindo mesmo diante do bullying constante dos alunos era algo que deixava Nathalie intrigada. Alice não revidava, seguia sempre em frente e permanecia otimista. O pior, Alice era sempre gentil com ela. Nathalie se questionava se Alice sabia que era ela a responsável pelas charges, pois não fazia sentido: por que Alice continuava sendo gentil?

- Bom dia, Nathalie- falou Alice animada enquanto se aproximava da sonserina que era a sua dupla na aula do Hagrid- Hoje o dia está lindo.

- O dia está sempre lindo para você- retrucou Nathalie revirando os olhos.

- Sim, eu amo todas as estações. Todas as quatro estações são essenciais para o ciclo da vida- falou Alice com um pequeno sorriso- E todas têm a sua beleza, infelizmente, nem todas as pessoas conseguem percebê-la.

Nathalie bufou diante daquela fala lufana. A gentileza da Alice a incomodava profundamente. Às vezes era a culpa? Nathalie queria que Alice gritasse e brigasse com ela e com as outras pessoas.

- Estou animada, iremos conhecer os hipogrifos. Eles são criaturas fascinantes- disse Alice empolgada.

- Toda criatura é fascinante para você- retrucou Nathalie revirando os olhos- Eu acho essa aula uma perda de tempo! Só um bando de louco e fracassado que se sujeita a trabalhar com as criaturas mágicas! - resmungou Nathalie estressada.

- Com licença, Srta. Slughorn- falou Hagrid fazendo com que Nathalie ficasse pálida e congelasse.

Nathalie engoliu em seco, então se afastou e deixou o professor passar, enquanto olhava para o chão sob o riso contido dos seus colegas.

- Retiro 30 pontos da Sonserina graças ao comentário desrespeitoso da Srta. Slughorn- disse Hagrid com firmeza- Srta. Slughorn, a senhorita e a sua dupla farão um trabalho sobre o grande magizoologista Newt Scamander para a próxima aula. O trabalho deve ter pelo menos 25 páginas.

Nathalie arregalou os olhos e engoliu em seco. Ela nunca se sentiu tão envergonhada na sua vida, logo ela mal prestou atenção na aula. Como assim o Hagrid a escutou?! Agora, ela teria que se virar para entregar um trabalho na quinta-feira. Ao final da aula, Alice acordou Nathalie dos seus pensamentos.

- Nos vemos na biblioteca às 13 horas para iniciarmos o trabalho? - questionou Alice.

- Sim- assentiu Nathalie.

- Relaxa, eu sei muita coisa sobre o Newt Scamander. Eu o conheço inclusive- falou Alice animada- Ele é o avô dos meus amigos, Lorcan e Lysander.

- E eu com isso?- retrucou Nathalie mal humorada.

Nathalie andou resmungando até a sua amiga Violet.

- Você está bem?- questionou Violet- Não é bem o seu estilo desrespeitar um professor.

- Eu não sabia que ele estava perto- rebateu Nathalie- Ah! A Alice me estressa! Como alguém pode ser tão feliz?!

- Ela é maluca como os avós- disse Violet dando de ombros- Enfim, vamos continuar com nossos planos. Você podia aproveitar que irá encontrá-la e fazer o que estamos planejando. 

- Está bem- suspirou Nathalie.

Horas depois, Nathalie encontrou Alice na biblioteca para elas fazerem o trabalho juntas. 

- Esses cinco livros são os melhores- falou Alice enquanto explicava o porquê e grifava os livros de modo que eles fossem ao seu encontro e da Nathalie.

Nathalie pegou habilmente três livros e Alice dois. Enquanto estudavam, Nathalie ficou impressionada com a desenvoltura da Alice para falar sobre o Newt Scamander. Então, Nathalie teve que se esforçar para focar no estojo de unicórnio da lufana que ela devia roubar.

- Você é mais inteligente do que aparenta- disse Nathalie de repente- Quem olha para você, te acha retardada, pois você tem 13 anos e usa um estojo de unicórnio, canetas coloridas e tem uma boneca ridícula na sua mochila.

- Quem olha para você acha que você é fria e sem coração- retrucou Alice- As pessoas são assim, julgam o que são capazes de ver. Mas, nós duas sabemos que você tem coração. Você só está me atacando, pois se preocupa com a Violet. Você só quer ser uma boa amiga. Isso é algo admirável.

Nathalie se sentiu sem palavras e mirou o seu caderno.

- Eu preciso ir- disse Nathalie envergonhada, então ela saiu às pressas da biblioteca com lágrimas em seus olhos.

Nathalie correu até o banheiro onde se olhou no espelho. Há algum tempo ela não se reconhecia. Ao se olhar no espelho, ela viu o seu cabelo verde e prata que era uma lembrança constante de tudo que ela vinha fazendo de errado. Ela se tornou uma vilã das séries e filmes trouxas para adolescentes. Ela tinha escolhido uma vítima de coração bom para atacar e por quê? 

- Você está bem?- questionou Rose preocupada, então ela se assustou quando Nathalie pegou a sua varinha e a mirou com fúria.

- Cuida da sua vida patética, Weasley!- pediu Nathalie nervosa.

Rose levantou as mãos, indicando que não queria brigar.

- Olha, eu acabei de entrar aqui e te vi chorando. Eu só queria te ajudar- falou Rose gentilmente.

- Me ajudar?!- riu Nathalie- Ninguém pode me ajudar! 

Ao terminar de falar, Nathalie empurrou Rose e saiu do banheiro nervosa. Após o jantar, ela e Violet se reuniram para conversar sobre a próxima ação contra a Alice.

- Como assim você não pegou o estojo?- questionou Violet nervosa.

- Olha, não consegui. Eu tenho um trabalho para fazer ou irei me ferrar- lembrou Nathalie séria- Você pode roubá-lo amanhã na aula de Transfiguração ou eu roubo na aula do Hagrid na quinta.

- Você irá roubar- determinou Violet- Assim o devolvemos na hora do almoço.

 

10 de outubro de 2019, quinta-feira, 12 horas, salão principal

Alice não tinha paz, pois as charges pejorativas continuavam a atormentá-la. Além disso, as pessoas viviam cochichando e fazendo piadas sobre ela. Alice acabou se tornando a vítima favorita dos alunos que ansiavam usar os produtos Weasley ou praticar azarações. Pacientemente, Alice respirava fundo e não revidava. Ela sempre escolhia a paz, dar a outra face. Algo que incomodava profundamente Albus que não entendia o porquê disso.

- Alice, você precisa revidar- disse Albus nervoso- Os seus ideais fazem sentido fora da escola, mas aqui neste espaço, você está bancando o capacho. Hogwarts é uma selva e para sobreviver, você precisa demonstrar poder e não fraqueza. 

- Relaxa, Al, eu estou bem- disse Alice com um pequeno sorriso. Albus revirou os olhos e bufou.

Assim que entraram no salão comunal, Albus se despediu e foi até a mesa da Sonserina onde encontrou Brutus e Scorpious. Alice foi até a mesa da Lufa-Lufa, no meio do caminho teve um insight para um vestido, então como de costume pegou a sua agenda, contudo para a sua surpresa, ela não encontrou o seu estojo.

- Algum problema, Alice?- questionou Molly preocupada.

- O meu estojo de unicórnio, eu o perdi- respondeu Alice com seus olhos repletos de lágrimas.

- Relaxa, é só usar accio que ele irá sair do fundo da sua mochila- disse Molly calmamente, ciente do quanto aquele estojo era importante para a sua melhor amiga.

Alice assentiu, então usou o feitiço, contudo, o estojo não apareceu.

- A gente irá voltar para a sala de Trato com as Criaturas Mágicas e buscá-lo- disse Nathan confiante.

- Sim- assentiu Alice.

Durante o almoço, todos os alunos receberam cartas, naquele dia eles tinham recebido mais uma charge pejorativa da Alice, menos ela que recebeu no lugar da charge a cabeça decepada do seu estojo de unicórnio e cinzas.  Assim que se deu conta que o seu estojo tinha sido destruído, Alice sentiu que seu mundo desabou, pois aquele não era qualquer estojo.

Molly ficou pálida assim que viu a cabeça de unicórnio e as cinzas, logo quando Alice saiu correndo do salão principal, ela foi atrás da sua amiga. Alice apenas parou de correr quando chegou no banheiro da Murta.

- Alice, eu sinto muito- disse Molly chateada e com raiva. Alice se limitou a abraçar sua amiga e chorar em seus braços. 

Molly não viu o tempo passar enquanto Alice chorava. Molly apenas se assustou quando seus primos, Scorpius, Cedric, Nathan e Frank apareceram.

- O que aconteceu? - questionou James sério. Afinal, ele tinha percebido que naquele dia, Alice tinha ganhado um envelope diferente dos demais.

- Destruíram o estojo da Alice- respondeu Molly chateada- Por que a escola não faz nada para parar com os ataques contra a Alice?!- questionou Molly indignada.

- Não é simples, a escola tem 280 alunos. Nós somos apenas  24 monitores- explicou Lucy- O James sugeriu deixarmos sempre um monitor no corujal, mas os monitores-chefes não aceitaram, pois precisamos monitorar o castelo.

- A gente sabe quem são as responsáveis. Eu falei para o Neville e para vocês- retrucou Albus indignado.

- Há mais monitores nas masmorras agora- rebateu James sério- Eu tenho até as monitorado pelo mapa, mas ainda não consegui flagrá-las fazendo nada suspeito. 

- Elas devem sair de madrugada ou durante as aulas, por isso que você não as flagrou ainda- inferiu Albus pensativo- A gente podia revezar no corujal. Assim conseguiríamos pegá-las.

- Você quer mesmo fazer isso? As duas são suas amigas- falou Frank desconfiado- O que você faria se as visse?

- Ex-amigas- corrigiu Albus sem graça. A verdade era que ele não queria as encontrar, mas ele não precisava admitir.

- Acredito que devemos deixar o Al, Scorp e Brutus de fora disso- sugeriu James com firmeza.- Vocês são orgulhosos para admitir, mas a verdade é que os três ainda se importam com a Violet e a Nathalie. 

- Eu não me importo- disse Scorpius com firmeza e com seus braços cruzados- Eu as mandaria para a enfermaria sem piedade e sem culpa.

- Scorpius!- disse Rose em um tom severo- O Jay está certo, os três não saberiam lidar com a Violet e a Nathalie. Ou seriam lenientes ou severos demais. Não quero saber de ninguém mandando qualquer pessoa para a enfermaria. 

- Sem violência, vocês poderiam se machucar e as corujas também- disse Alice preocupada- E eu estou bem, parem com isso. A escola irá resolver ou as meninas irão parar.

- Cala a boca! - gritou Albus nervoso- Você não está bem! A escola cagou para você e o seu pai é o vice-diretor! Nós nos importamos com você! Mas é muito irritante ficar te escutando falando merda! - desabafou Albus fazendo com que Alice começasse a chorar- Já passou da hora de você se impor! Cansei de te pedir!

- Severus! Não fale assim com a Alice- repreendeu James.

- Prefiro ser franco do que ficar passando a mão na cabeça dela- retrucou Albus- Elas não irão parar até você as enfrentar! Alice pega essa cabeça de unicórnio e as convida para um duelo. Lute! Senão por você, lute pela Lea. Você ganhou esse estojo dela, não? Você realmente acha que ela está gostando de te ver sofrendo? 

Ao escutar o nome da sua amiga Lea Thomas-Finnigan (filha adotiva do Dino Thomas e Simas Finnigan) que faleceu aos 9 anos de leucemia, os olhos da Alice se encheram de lágrimas. Então, ela se esforçou para sair do banheiro e saiu correndo sem rumo. 

- Muito bem, Albus- falou Molly ironicamente- Você não tem jeito mesmo!

- Prefiro falar a verdade por mais dura que seja do que ficar sentindo pena dela! - retrucou Albus- Quem gosta de pena é galinha! Ela está sendo fraca! Se ela não se impor, ela ficará até o final do sétimo ano assim! Pois, não sejam tolos, as meninas fazem as charges e, hoje, queimaram o estojo dela, mas e os outros alunos que debocham, azaram e usam os produtos Weasley? Quem é fraco será sempre subjugado! Acordem! O mundo real é cruel! Ou esqueceram que estamos nos preparando para uma guerra? Desse jeito a Alice será a primeira a morrer! Eu não sei vocês, mas não quero vê-la morta.

Ao terminar de falar, Albus saiu do banheiro e decidiu procurar a Alice no jardim da vitória, como não a encontrou, ele a procurou na floresta proibida, encontrando-a no meio dos unicórnios.

- Eu também amava a Lea. Eu nunca a esqueci nem esquecerei- disse Albus assim que se aproximou da Alice- Quando me contaram que ela tinha morrido, eu fiquei arrasado. 

- Nós éramos seis desde que entramos na escola trouxa e nos tornamos cinco de repente- suspirou Alice pesarosa diante das suas lembranças da escola trouxa. 

- Era para a Lea estar conosco, sempre fico imaginando qual Casa ela estaria- disse Albus com um pequeno sorriso- Aposto que seria Grifinória, ela era lutadora.

- Sim, muito- concordou Alice.

- Me desculpa- pediu Albus envergonhado- Eu fui duro com você no banheiro. Acontece que eu me importo com você e me dói muito vê-la sofrendo. Infelizmente, a gentileza não é o meu forte. 

- Eu entendo, você sente raiva por eu não estar reagindo. Eu sei que você quer o meu bem, Al- demarcou Alice- Você está certo, a Lea escolheria lutar. 

- Lutar não é sempre ruim. Nossos pais escolheram lutar contra Voldemort e nós estamos escolhendo lutar contra a Delphini- disse Albus sério- Nunca é errado lutar para nos defender, nunca é errado lutar para defender quem amamos. Por favor, lute por você.

Alice olhou nos olhos azuis do Albus e sorriu, então ela segurou a mão dele. Gesto que o assustou.

- Está bem, eu posso tentar- decidiu Alice para surpresa do Albus que aproveitou a proximidade e puxou Alice para um abraço.

- Finalmente! - exclamou Albus animado, enquanto erguia Alice no ar e a fazia rir- Você é forte Alice, mais forte do que você pensa!

- E você é mais gentil do que pensa- disse Alice assim que Albus a deixou novamente no chão. 

Albus riu diante da fala da Alice.  Então, os dois se olharam nos olhos e sorriram um para o outro. Por um segundo, Albus sentiu um estranho desejo de beijá-la, seja pela proximidade ou pela constatação do quanto Alice era atraente. Algo que o assustou, pois ele amava Alice como uma irmã, não? 

- Acho melhor a gente voltar para o castelo, no caminho quem sabe te convenço a duelar com as minhas amigas- disse Albus sem perceber a forma que se referiu a Nathalie e a Violet.

- Um dia de cada vez, Al- falou Alice com um pequeno sorriso, pois ela percebeu que Albus se referiu as sonserinas como “minhas amigas.”

 

11 de outubro de 2019, sexta-feira, 7 horas da manhã, casa da família Malfoy

Draco tinha acabado de ler o jornal, as notícias da Suécia causavam sempre uma grande apreensão. Ele não tinha dúvida de que uma guerra era iminente e que pela Rainha das Trevas ser filha da Bellatriz Lestrange, era muito provável que ela resolveria entrar no Reino Unido. Logo, a sua família estava ameaçada e a sua rede de hospitais precisava estar preparada para a guerra. Nesse momento, Draco resolveu ampliar a emergência dos seus hospitais e reforçar a segurança dos mesmos, da mansão Malfoy (que era um museu da segunda guerra bruxa, bem como a sede dos seus projetos sociais) e da sua casa.

Assim que Draco terminou de escrever para os membros da diretoria, convocando-os para uma reunião a fim de apresentar a sua proposta de ampliação da emergência (algo simbólico, pois ele é o sócio majoritário), ele aparatou no quarto da sua filha que brincava alegremente com seus bichos de pelúcia. 

- Papai- falou Haley animada assim que viu o seu pai- Leão.

Draco pegou o leão de pelúcia que sua filha o entregou e imitou um rugido, fazendo Haley rir.

- Vou te pegar- disse Draco, fazendo Haley gargalhar e começar a correr pelo quarto- Te peguei!- exclamou Draco enquanto soltava o leão de pelúcia no chão e pegava a sua filha. Assim que ele segurou Haley nos braços, ele beijou a barriga da sua filha, fazendo-a rir. Então, ele a colocou no chão.

Draco fez com que a serpente de pelúcia fosse até a sua mão esquerda.

- Nessa casa, não gostamos de leões. Eles são orgulhosos, se acham o rei da selva e são impulsivos- explicou Draco sério- Aqui, nós gostamos das serpentes, elas são astutas, cuidam de si e protegem a sua família- falou Draco enquanto entregava a serpente de pelúcia para sua filha- Então, serpente bonita e amiga. Leão feio e mal.

Haley se sentou no chão e ficou olhando para a serpente que estava nas suas mãos e a abraçou.

- Bonita- falou Haley enquanto abraçava a serpente, então ela engatinhou até o leão e sorriu- Bonito. Vemeo.

- Não, o leão é feio e mal- disse Draco sério, sem entender o porquê que a Haley discordava dele.

- Vemeo, amigo- disse Haley séria, de um jeito que Draco se lembrou da sua esposa quando ela o repreendia com o olhar. Haley pegou o leão de pelúcia e o abraçou.

Draco olhou para o leão de pelúcia que representava um leão real cuja cor era marrom. Logo, ele não compreendeu o porquê que a sua filha falava vermelho, até que ele se lembrou do primogênito do Harry Potter que ficou com sua filha e sobrinha durante o velório da sua esposa. Haley o chamou de “Vemeo” assim que o viu. Draco recordou que graças ao James, ele viu a sua sobrinha rir, então ele sorriu diante da lembrança.

- Está bem, você está certa- disse Draco gentilmente- Esse leão, se chama James e ele foi sim um bom amigo para você e a Agatha.

Haley deu um grande sorriso, então abraçou o leão e a serpente de pelúcia ao mesmo tempo.

- Amigos- falou Haley sorridente. Então, ela andou até o corvo e o texugo de pelúcia- Amigos- disse Haley enquanto colocava os quatro ursos juntos em uma roda.

- Muito bem, Haley- disse Draco enquanto sorria- Você herdou o coração da sua mãe, minha princesa, tão pequenina e já está me ensinando- disse Draco enquanto pegava sua filha no colo e a envolvia em seus braços- Eu prometo que irei cuidar de você e garantir que você estude em Hogwarts.

 

12 de outubro de 2019, sábado, 10 horas, campo de quadribol

Albus não ficou surpreso quando se viu rodeado de alunos do primeiro e segundo ano tentando a seleção para o time. Naquele dia, ele selecionaria dois atacantes e dois goleiros. Por ironia do destino, ele acabou escolhendo Sean Bulstrode e Landry Slughorn como atacantes. Assim que iniciou a seleção para goleiro, ele se surpreendeu quando Nathalie se apresentou para o teste.

- Então, decidiu ter o desprazer da minha companhia?- questionou Albus irônico.

- Não, decidi defender a Sonserina após ter zerado o seu placar, estou em débito com a minha Casa- respondeu Nathalie com firmeza- Te tolerar é parte do castigo.

- Ok- riu Albus- Como chegou atrasada, pode ir para o fim da fila.

Minutos depois, Albus se surpreendeu com o reflexo da Nathalie que defendeu todas as goles que o Scorpius lançou contra ela. Logo, ele a selecionou como goleira titular e um aluno do segundo ano como goleiro reserva.

Durante a tarde, Albus se encontrou com o seu irmão na sala precisa. James estava levitando no ar enquanto meditava. Então, após um minuto de admiração, Albus decidiu atacar o seu irmão com a maldição que ele tinha criado que conjurava um enxame de abelhas. Para sua surpresa, James sem abrir os olhos fez um escudo de ar a sua volta que destruiu o enxame rapidamente.

- Boa tarde, Albus- disse James enquanto levitava calmamente até o chão- Você me atacou com um enxame de abelhas, boa sorte na próxima vez.

- Como você sabia? Não me diga que lê a mente das pessoas- disse Albus intrigado.

- Não- riu James- Deus me livre.

- Então, explique-se- pediu Albus sério e curioso.

- Você irá entender hoje- disse James enquanto pedia para o seu irmão se sentar no chão com ele- Eu sinto a magia, Albus. Tudo que há vida possui magia, da pequena formiga ao dragão mais feroz. Da grama aos raios. A natureza é repleta de magia, a vida em si é repleta de magia.

- Que lindo chorei, agora responde logo a minha pergunta- pediu Albus revirando os olhos diante da fala poética e lufana do seu irmão.

- Eu estou te respondendo- demarcou James com um sorriso contido diante do deboche do irmão- A magia é forte em você, logo eu senti a sua presença. Quando você conjurou o enxame de abelhas para me atacar, eu senti a presença delas, por isso me defendi sem precisar abrir meus olhos. Eu sabia muito bem onde o Severus e as suas abelhas estavam.

- Fala sério- riu Albus- Então, nesse raciocínio nós temos níveis de magia que nos diferenciam dos demais bruxos.

- Sim. A magia que tenho te ensinado, apenas bruxos com níveis elevados de magia podem aprender- explicou James sério- Depois de te ensinar o que sei, desejo ensinar a Dominique, Louis e a Agatha, pois por eles serem veelas a magia é forte neles. E eles já dominam naturalmente o fogo.

- Agatha?! Como assim, Agatha?! Você contou para ela sobre as nossas reuniões, a Lily e você? - questionou Albus assustado e revoltado.

- Não, mas irei contar- respondeu James com firmeza- Eu amo a Agatha, ela é uma mulher forte e inteligente.

- Prima do meu melhor amigo- demarcou Albus injuriado.

- Nosso amigo- corrigiu James- Aceita, Albus, o Scorp me ama também- provocou James- A gente sempre se vê nos debates e no clube de xadrez. Costumamos desabafar bastante sobre você. É quase que uma terapia de como lidar com o Severus.

Albus se limitou a bufar e ficar com a cara emburrada. 

- Jogar xadrez e debate tem que ser muito otário para participar disso, ops, falei alto? - se fingiu surpreso Albus- Depois não entende por que está na seca, enquanto o meu gramado está bem regado.

- A diferença é que só me interesso por um regador- se defendeu James- O que adianta eu estar cercado de mulheres, se na verdade estou sozinho? - rebateu James com firmeza.

- Não se faz de santo, aposto que a Agatha participa desses eventos chatos da Corvinal- disse Albus enquanto revirava os olhos.

- Sim- disse James com um grande sorriso e os seus olhos brilhando. 

Nesse momento, Albus se deu conta que o seu irmão estava mesmo apaixonado.

- Ela deve ser mesmo diferente. Eu nunca te vi assim- disse Albus com um pequeno sorriso- O triste é que a Agatha me fez ver o quanto é bom não ter um irmão mais velho nas masmorras. A garota mal me conhecia e me deu o maior esporro na primeira semana de aula. Ela me lembrou você. 

James não pensou três vezes e empurrou o seu irmão, fazendo-o cair no chão. Albus começou a gargalhar.

- Viu, ela é perfeita- disse James rindo- E vai se acostumando, pois se Deus permitir, Al, um dia eu irei me casar com ela. 

- Claro que vai- disse Albus com firmeza- Nós estamos trabalhando juntos, Jay, para termos um futuro melhor. Nós dois, nossa família e amigos ficaremos bem.

James se limitou a sorrir.

- Agora, vamos meditar. Dessa vez ficaremos uma hora- disse James sério.

- Você tá de palhaçada com a minha cara?!- questionou Albus indignado.

- Albus para você dominar o ar, você precisa se conectar com o mundo, você precisa ser capaz de sentir a magia, a mais pura magia, então ela será sua aliada- explicou James calmamente. 

- Está bem- suspirou Albus- Se eu fizer isso, irei levitar como você?

- Sim- assentiu James- Depois iremos avançando aos poucos- disse James conjurando um pequeno tornado na palma da sua mão.

- Você sabe mesmo como me seduzir- brincou Albus sorrindo.

- Claro, te conheço há 13 anos- riu James.

Após o treino com o seu irmão, Albus decidiu que precisava desabafar sobre algo que o incomodava. 

- James, você acha possível alguém se apaixonar por duas pessoas?- questionou Albus ansioso.

- Bom, quando eu tinha a sua idade, eu era apaixonado pela Sakura- respondeu James pensativo- Sim, às vezes sim, até encontrarmos a pessoa certa podemos ter diferentes amores pelo caminho.

- Eu quase beijei a Alice outro dia, a gente estava bem perto e desejei beijá-la- desabafou Albus- Nunca estive tão confuso na minha vida. A Alice, por Salazar, ela é encantadora. James ela está criando uma blusa que salvará muitas vidas na guerra. 

- Você a admira- se deu conta James.

- Sim, muito- falou Albus francamente- Mas a Violet, ela é uma sonserina incrível, a minha sonserina incrível que eu odeio toda vez que a vejo aos beijos com outro cara. A Violet é durona, cabeça dura, orgulhosa, uma garota brilhante que infelizmente não sai da minha cabeça por mais que eu me esforce. 

- Albus, por Merlin, por que você não conversa com a Violet e resolve essa situação? - questionou James sério- A Violet fica beijando outros caras, pois você não quer ficar com ela. Enquanto você fica beijando outras garotas para esquecê-la. 

- Eu não faço isso- gaguejou Albus, então diante do olhar do seu irmão- É impossível esquecê-la. Às vezes fico com outras garotas imaginando que é ela, sabe.

- Por Merlin!- exclamou James- Albus Severus Potter! Eu juro pelos quatro fundadores de Hogwarts e por Merlin que se o senhor tocar nos lábios da Alice eu te mato. Ela não é qualquer pessoa! Ela é a filha dos seus padrinhos! Nós crescemos com ela! Você devia respeitá-la como respeita as nossas primas e a nossa irmã! 

- Calma, Sirius não é para tanto- riu Albus.

- Cala a boca e me escuta!- disse James com firmeza- A Alice como as outras garotas que você tem ficado têm sentimentos e elas devem ser respeitadas! Ninguém deve ser usado da forma que você tem usado as suas colegas! Como assim beijar alguém imaginando que é outra pessoa?! Como assim ficar com alguém para esquecer outra pessoa?!

- Está bem, mas isso não é algo consciente, ok?- disse Albus enquanto suspirava- E eu não fiquei com a Alice. Eu apenas a desejei e ponto. Não a beijei. Eu sei que a Alice é uma garota para namorar etc. Algo que não quero agora senão estaria com a Violet há muito tempo.

- Então, se controle, pois o senhor não é um animal no cio!- retrucou James com firmeza.

- Credo, James você me olhando assim até parece com o nosso pai- falou Albus alarmado- Relaxa, eu juro que não irei beijá-la. 

James bufou então Albus riu.

- Às vezes eu a beijo só para ver se você seria capaz de me matar mesmo- provocou Albus sendo empurrado logo em seguida.

Albus empurrou James de volta, então os dois se olharam e começaram a rir. 

- Não me testa Severus- riu James.

- Que foi Sirius, ainda não percebeu? Desde que eu nasci, o meu hobby principal é irritá-lo- falou Albus enquanto sorria- Você não sabe o prazer que eu sinto quando faço esse palito de fósforo pegar fogo.

Diante daquelas palavras, James empurrou o seu irmão com brutalidade, fazendo Albus cair no chão. 

- Eu sabia! Você é mesmo uma peste! - exclamou James, enquanto Albus gargalhava no chão. 

- Obrigado- agradeceu Albus enquanto se levantava e fazia uma pequena reverência que foi contida por James o pegando pelo colarinho da sua camisa.

- Não me chama de palito de fósforo! - pediu James nervoso.

Albus começou a soletrar “palito de fósforo”, logo no segundo seguinte os dois irmãos começaram a brigar no chão. Assim que James conseguiu conter Albus e se preparou para socá-lo na cara, ele se deu conta do quanto aquilo era sem sentido e começou a rir.

- Me desculpa, Al, eu não devia ter te empurrado. Acontece que esse termo me faz lembrar do inferno que vivi na escola trouxa- falou James enquanto se deitava no chão ao lado do seu irmão. 

- Inferno é um termo bem pesado- se deu conta Albus- Eu não me lembro de você se queixando em casa sobre a escola.

- Sim, da mesma forma não me lembro de você se queixando sobre as masmorras em casa- rebateu James- Cada pessoa carrega as suas feridas, Severus, ninguém gosta de abri-las. Eu imagino que foi infernal a vida de um Potter na Sonserina, mas se serve de consolo, não foi fácil para mim na Grifinória. As pessoas esperam diariamente que eu honre o nome que carrego. Harry Potter era excelente em DCAT, ele conseguiu ser apanhador com apenas 11 anos. O seu primogênito não pode ser diferente, ele deve ser tão bom quanto o seu pai. Então, eu tinha que seguir um roteiro: entrar no time com 11 anos, me tornar apanhador, ser excelente em DCAT. Eu sempre me cobrei muito por causa disso e, claro, da varinha que carrego. 

- Você ainda se cobra- demarcou Albus.

- Claro, a última coisa que eu quero é decepcionar os nossos pais. Eu tenho orgulho de ser um Potter e eu quero honrá-los- disse James com firmeza.

- Te compreendo perfeitamente- suspirou Albus- Mas digamos que é mais difícil honrá-los na Sonserina. 

- Al, nossos pais têm muito orgulho de você. Eles nunca viram problema nenhum em você ter ido para a Sonserina- disse James com firmeza- E o que você fez por nossas primas no jogo da Corvinal, os encheu de orgulho.

- Obrigado e Jay, nossos pais têm muito orgulho de você. Você é praticamente o filho perfeito- disse Albus com firmeza- Você não sabe a raiva que tenho do seu boletim- brincou Albus, fazendo James rir- Você deixou um padrão bem elevado para os seus irmãos e primos, sabia? Notas perfeitas, capitão do time, monitor… 

- Desculpa- falou James envergonhado e ganhando um soco forte no seu ombro esquerdo.

- Estou te elogiando, imbecil- retrucou Albus, fazendo James rir.

Os dois riram, então se olharam nos olhos.

- O que aconteceu com você nas masmorras?- questionou James preocupado.

- Os puristas transformaram a minha vida e a dos meus amigos em um inferno. A minha sorte é que um conhecido meu me ensinou feitiços importantes para eu saber me defender- falou Albus com um pequeno sorriso.

- Ouvi dizer que ele ensinou ao Scorp também- disse James enquanto sorria diante da lembrança das aulas de DCAT que ele deu para o seu irmão e o Scorpius.

- É Malfoy para você- demarcou Albus emburrado.

- Aceita logo que o Scorp tem dois Potters em seu coração- provocou James- Pensando bem, três contando com o Brutus.

- Ah vai se fuder- retrucou Albus, fazendo James rir.

- Talvez, antes de dormir- rebateu James.

- Isso que dá ficar com o gramado seco- provocou Albus.

- Falou o cara que está aprendendo o que é amasso agora- retrucou James.

- Eu pelo menos aprendi e continuo praticando- rebateu Albus.

- Para esquecer a Violet- provocou James, ganhando um soco em seu ombro esquerdo novamente. 

- Peste- resmungou Albus.

- Viu como é bom?!- riu James. Os dois começaram a rir.

- Agora é a minha vez- disse Albus, fazendo o seu irmão arregalar os olhos- Por que você falou que a escola trouxa foi um inferno? 

- Os meus colegas gostavam de ficar me irritando até eu estourar e quando eu estourava, eu partia para a briga. Eu não tinha paz naquela maldita escola, todo santo dia alguém me irritava, eu reagia e eu que era responsabilizado- falou James envergonhado- Eles ficavam zombando de mim e da Lucy por causa do nosso cabelo e do nosso jeito, pois éramos alunos dedicados. Teve um infeliz que cortou o cabelo da Lucy, então eu quebrei o nariz dele.  

- Você era o JP na escola trouxa- se deu conta Albus. 

- Algo que não gosto de lembrar- suspirou James- Eu jurei para mim mesmo que aqui eu seria diferente, eu consegui de certa forma.

Os dois irmãos se olharam nos olhos, naquele momento eles se deram conta que ninguém entraria em detalhes sobre o que passou. 

- Chega de conversa, o que acha de duelarmos?- questionou James determinado.

- Só se for agora- respondeu Albus animado.

 

14 de outubro de 2019, segunda-feira, 6 horas, corujal

Nathalie e Violet entraram no corujal para entregar a nova charge vexatória contra a Alice. Assim que elas começaram a distribuir, às Sonserina foram surpreendidas por duas corvinas, Rose e Dominique que estavam fazendo a ronda no corujal, ambas não foram vistas, pois estavam sob efeito do feitiço desilusorio. Nathalie diante do susto deixou as charges caírem no chão.

- Esse jogo perverso acabou- falou Rose com firmeza. Enquanto Dominique fez com que a pilha de charges que estavam no chão fosse para a sua mochila.

- Nathalie!- exclamou Violet diante do descuido da sua amiga. Ela ao contrário da Nathalie queimou rapidamente os papéis- Se você está achando que irei me entregar sem lutar, está muito enganada!

- Ótimo! Tenho me preparado diariamente para lutar- disse Rose determinada, atacando Violet no segundo seguinte com incarcerous de modo não verbal. Enquanto Dominique se limitou a petrificar Nathalie que, de certa forma, já estava petrificada diante do susto.

Violet se defendeu habilmente do feitiço com um protego e atacou Rose com estupefaça. Ela também era uma exímia duelista e realizava feitiços não verbais. As corujas voaram assustadas assim que Rose se defendeu do estupefaça. 

- Ficará assistindo? Eu posso acabar com as duas- disse Violet assim que mirou Dominique.

- Está bem já que insiste- falou Dominque. Os seus olhos e da Rose se encontraram, então uma sorriu para a outra.

Violet se arrependeu no segundo seguinte, pois as suas adversárias eram duelistas habilidosas que começaram a duelar em sintonia. Então, quando Dominique a atacou com um depulso derrubando-a, Rose usou expelliarmus, desarmando-a, permitindo com que Dominique usasse accio para pegar a varinha da Sonserina. Logo, Rose se limitou a petrificar Violet no final.

- Derrotada por sua arrogância, meus parabéns e para constar estava pegando leve com você, porque eu sei o quanto o Albus te ama- falou Rose sorridente.

- Eu também - admitiu Dominique que costumava controlar o seu poder para não machucar os seus colegas- E agora?

- Chamei o Jay com a nossa moeda- informou Rose.

James apareceu pouco tempo depois, então ele acompanhou as alunas até a Minerva. Rose e Dominique explicaram o que testemunharam. 

- Não aprovamos duelos sem supervisão nessa escola- disse Minerva em um tom severo.

- A Srta. Bulstrode ofereceu resistência, diretora McGonagall, por isso elas tiveram que duelar. Foi legítima defesa- interviu James em defesa das suas primas.

- O caralho. Nem sei por que fui atacada do nada. Só queria enviar uma coruja para os meus pais. Minha avó adoeceu coitada e o meu crime foi querer saber como ela estava- falou Violet para surpresa de todos- O pior é que elas queimaram a minha carta que levei a noite inteira para escrever- acrescentou Violet começando a chorar. Logo, Nathalie conteve o riso e abraçou a sua amiga. 

- Guarde as suas lágrimas para o clube de teatro. Eu peguei essas charges das mãos da Slughorn!- retrucou Dominique indignada.

Minerva pegou as charges, então o seu semblante fechou.

- Concedo 100 pontos à Corvinal pela iniciativa em investigar e conter as pessoas responsáveis pelo bullying contra a Srta. Longbottom- decidiu Minerva com firmeza- As Srtas. Weasley e o Sr. Potter podem se retirar.

Um silêncio constrangedor dominou a diretoria. Nathalie estava pálida diante da intensa apreensão que sentia. Violet estava séria e olhava a diretora nos olhos.

- Por quê?- quis saber Minerva.

- Não te devo satisfação- retrucou Violet para a surpresa da sua amiga e choque da diretora- Quantos pontos você deseja retirar da Sonserina? Fique à vontade, estou me fudendo para essa pontuação. Esse sistema de pontos só serve para domar os alunos para um pretexto esdrúxulo de ganhar uma merda de troféu. Saiba que eu sou indomável. 

Nathalie estremeceu diante das palavras da sua amiga que não demonstrava o mínimo de respeito para com a diretora que tinha idade para ser a sua avó. 

- Srta. Bulstrode, esse palavreado, esse desrespeito para comigo e seus colegas é inaceitável. Logo, a pontuação da Sonserina que no momento tem apenas 300 pontos por causa das duas, inclusive, que zeraram o placar na última conversa que tivemos em Agosto, irá ficar com zero novamente, pois retiro 250 pontos pelo bullying praticado contra a Srta. Longbottom e 50 pontos pelo seu desrespeito comigo- disse Minerva com firmeza- Nunca fui tão desrespeitada por um aluno na minha vida e leciono há muito tempo.

- Claro, você conheceu os fundadores- retrucou Violet, fazendo com que Minerva desse um tapa na mesa, assustando as suas alunas

- Sugiro que as duas fiquem caladas. Escreverei para os seus pais- disse Minerva secamente. 

Minerva conjurou duas cadeiras, de modo que cada uma ficasse de um lado da sala. Nathalie ficou sentada à direita da diretora que estava há um metro de distância. Ao olhar para a sua amiga que estava bem a sua frente, ela viu que Violet estava emburrada e com seus braços cruzados. 

Slughorn chegou pouco tempo depois. Minerva explicou o que tinha acontecido.

- Elas serão suspensas por uma semana, peça para uma monitora acompanhá-las no dormitório para elas fazerem as malas e depois as deixe na sala de detenção até os seus pais as buscarem- explicou Minerva com firmeza.

- Suspensas? De novo? Por uma semana?- se assustou Nathalie sentindo os seus olhos se encherem de lágrimas. Afinal, aquela era a segunda vez naquele ano que ela estava sendo suspensa.

- Você sabe falar? Jurava que os corvos tinham comido a sua língua- disse Violet indignada. 

- Cala boca! Você não sabe o que isso significa?! Não há terceira suspensão no mesmo ano! Há expulsão!- falou Nathalie desesperada.

- Sim, minha sobrinha- suspirou Slughorn- E a suspensão de uma semana quer dizer que as duas cometeram uma infração gravíssima. 

- Eu não me importo!- retrucou Violet dando de ombros.

- Deveria se importar, pois estudar em Hogwarts  é um privilégio- rebateu Slughorn- Me acompanhem e caladas!

Nathalie nem percebia como estava fazendo as coisas, era como se ela estivesse no piloto automático. O tempo passou sem ela percebê-lo, então o seu pesadelo começou. Ela nunca tinha visto os seus pais tão decepcionados na sua vida. A sua mãe estava aos prantos e o seu pai deu o maior sermão da sua vida. Nathalie escutou tudo calada, pois ela se sentia incapaz de se defender. 

- Violet é uma péssima influência para você. Isso irá acabar. Humilhar uma colega daquele jeito, você não é assim! Isso é inadmissível! Bullying machuca as pessoas, dependendo do que você faz, você cria uma ferida profunda na alma de alguém- falou Benjamin- Você irá se desculpar com a Alice e no próximo semestre você irá ser transferida para a Ilvermorny. Estou participando de um processo seletivo para trabalhar como inominável no EUA, independente do resultado, nossa família irá se mudar, pois não sou tolo e não tenho dúvida que corremos um grande risco se permanecermos no Reino Unido. Precisamos partir antes da lunática da Delphine aparecer na nossa casa.

- Pai, não, por favor, os meus amigos são todos daqui- implorou Nathalie desesperada.

- Tudo tem limite. O nosso esgotou- retrucou Benjamin- E não se esqueça, você não tem mais amigos. As suas atitudes te afastaram deles e a Violet, questione se ela é sua amiga, pois até onde eu consigo avaliar, ela está te levando para o buraco e isso eu não irei permitir! E mais uma carta, a mínima que seja, você irá para a Ilvermorny no dia seguinte. Pois, nós conversamos muito no ano passado e nesse ano também, as suas tias conversaram com você, então chega! Para mim já deu. Olho para você e vejo o quanto falhei como pai, não consegui passar nenhum princípio, nenhum valor. Eu nunca fiquei tão envergonhado na minha vida quando vi aquela charge que a minha filha desenhou, pois a Violet não desenha.  Estou profundamente decepcionado com você. Como você teve coragem? Como você se sentiria se alguém te desenhasse daquele jeito? Como você foi incapaz de não se importar com os sentimentos da sua colega? Pela primeira vez em 13 anos eu tive vergonha de ser seu pai.

Diante das palavras severas do pai, Nathalie começou a chorar. O seu mundo caiu, ela se sentiu sem chão.

- Pai, mãe me desculpem- pediu Nathalie com a voz embargada- Eu irei para a Ilvermorny, não irei reclamar e irei mudar na escola, mas, por favor, me perdoem. Me bate, me azara, lança cruciatus em mim, mas me perdoa. Eu não aguentarei viver sabendo que decepcionei vocês e que vocês têm vergonha de mim.

A mãe da Nathalie correu para abraçar a sua filha e assegurar o quanto ela a amava e que a perdoava. 

- O seu pai te ama muito também e te perdoa, certo Benjamin?- falou Camille.

- Sim, eu amo a minha filha desde que eu soube que você estava grávida da minha menina- falou Benjamin emocionado- Infelizmente, não foi a minha filha que eu busquei na escola hoje. A minha menina sempre respeitou as pessoas, sempre foi tolerante, foi a primeira a abraçar a minha irmã quando ela contou para a família que estava apaixonada pela sua tia Eleanor. Esse é justamente o problema, eu não reconheço quem está na minha frente. Me desculpe, mas sou incapaz de abraçá-la agora.

No segundo seguinte, Benjamin aparatou, deixando sua filha desolada para trás e sua esposa indignada. Nathalie ficou em seu quarto durante o resto do dia, ela chorou a maior parte do tempo, enquanto aguardava ansiosa pelo retorno do seu pai e refletia sobre as suas atitudes. Horas depois, Benjamin aparatou no quarto da filha, encontrando-a com os olhos inchados de tanto chorar. Isso partiu o seu coração, pois ele se culpava por ter sido tão duro com ela.

- Pai, por favor, me perdoa- implorou Nathalie- Eu prometo que irei mudar.

- Eu  te perdoei o ano passado inteiro e te perdoei em agosto. Para o que? Para chegarmos nesse ponto em que você está prestes a ser expulsa da escola, pois você teve a coragem de desenhar charges pejorativas contra a sua colega da Lufa-Lufa, não uma, nem duas vezes, dezenas de vezes, uma pior que a outra- desabafou Benjamin- E não foi apenas isso, vocês perseguiram a menina, destruíram um estojo dela e por quê? Porque ela é da Lufa-Lufa? Você sabia que puristas e outros alunos passaram a atormentá-la? Alice Longbottom não tem paz.

- Eu sinto muito- tentou se desculpar Nathalie.

- Sente mesmo? Se sentisse, as suas atitudes teriam mudado há muito tempo- retrucou Benjamin- Se não há mudança, não há arrependimento, então não há perdão. Pois, da minha parte, eu não irei mais perdoá-la para depois você fazer algo pior. Cansei.

- Você não me ama mais? - questionou Nathalie angustiada.

- Eu te amo muito, por isso que estou me matando por dentro para me manter firme na minha decisão- falou Benjamin com dificuldade- Eu só irei perdoá-la quando você se desculpar com a Alice e passar a tratar os lufanos com respeito.

- Isso é difícil, não é porque eu não quero- tentou explicar Nathalie enquanto chorava- Nunca me senti tão perdida. Eu sei que estou errada. Tenho pedido ajuda a Deus, mas Ele não me ajuda.

- Para Deus te ajudar você precisa tentar- disse Benjamin com firmeza.

Após conversar com sua filha, Benjamin escutou um sermão da esposa. Ele escutou calmamente, então se permitiu falar no final.

- Quando colocamos nossos filhos no mundo, nós assumimos um dever com a sociedade que deixaríamos dois seres humanos decentes quando morrêssemos- falou Benjamin com firmeza- Hoje, saiba, que eu não morreria em paz, pois temo o caminho que a Nathalie está andando. Se eu a perdoar, ela achará que está tudo bem e ela continuará nesse ciclo vicioso de intolerância. Ela precisa saber que não está nada bem, então irá mudar.

Enquanto isso, Nathalie olhava para a lua e se lembrava do juramento que tinha feito com a Violet quando elas tinham 11 anos...

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Nathalie e Violet subiram juntas a escada de acesso à torre do relógio. Aquela seria a última noite delas na escola e Nathalie tinha um presente especial para a Violet.

- Uau, a lua está linda- disse Violet animada.

- Sim- concordou Nathalie.

- O que você quer Slughorn? Me sequestrar?- questionou Violet debochada.

- Não. Apenas te matar e esconder o seu corpo- respondeu Nathalie fazendo Violet gargalhar. As duas riram juntas por um tempo.

- Por Salazar o que farei sem você?- disse Violet pesarosa.

- Eu tenho um presente para você- anunciou Nathalie animada, então ela pegou uma caixa verde e entregou para a Violet.

Violet sorriu assim que viu o colar com o pingente da lua.

- Eu tenho um colar com o pingente do sol- disse Nathalie- Eu te trouxe aqui para fazermos um juramento.

Violet assentiu emocionada, ciente de qual juramento seria. Então, ela colocou o seu colar no pescoço.

- Eu Nathalie Slughorn juro solenemente a ser fiel a minha melhor amiga Violet Bulstrode enquanto o sol e a lua existirem- disse Nathalie com firmeza.

- Eu Violet Bulstrode juro solenemente a ser fiel a minha melhor amiga Nathalie Slughorn enquanto o sol e a lua existirem- falou Violet com firmeza. 

Assim que Violet terminou de falar, Nathalie a abraçou. Um abraço apertado.

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Nathalie sabia que estava errada, Alice não merecia passar por tudo aquilo. A lufana tinha uma bondade genuína e nada manchava o seu coração puro. Como alguém podia ser tão bom? Contudo, Nathalie tinha feito um juramento, logo se ela o rompesse, ela trairia a sua melhor amiga.

- Deus, o que faço? Por que Você não me ajuda? - questionou Nathalie chateada.

 

14 de outubro de 2019, segunda-feira, 8 horas, diretoria de Hogwarts 

Brutus estava apreensivo sem compreender o que tinha feito de errado para ser chamado para a diretoria. Ele subiu as escadas pensativo, tentando lembrar alguma situação que tinha quebrado alguma regra, mas nada vinha a sua mente. Brutus abriu a porta da diretoria assim que foi autorizado, então para seu espanto ele reconheceu Harry e Gina, eles estavam acompanhados de um homem que aparentava ter a mesma idade que o seu pai. Eles sorriram para ele, logo Brutus relaxou.

- Bom dia, meu filho- disse Gina sorrindo- Venha aqui e me dê um abraço.

Brutus cumprimentou os seus pais, o senhor e a diretora, então obedeceu a sua mãe, abraçando-a com ternura. Depois, ele abraçou o seu pai.

- Por que fui chamado? Algum problema?- questionou Brutus ansioso. 

- Esse é o Sr. Simas Finnigan, ele está aqui, pois, enfim, poderemos te registrar como nosso filho- explicou Harry- Como você tem 13 anos, achamos prudente você decidir como deseja ser o seu nome.

- O senhor poderá ser um Potter, se assim desejar- explicou Simas. 

- Eu? Um Potter?- disse Brutus atônito.

- Sim, como nosso filho, você poderá ter o sobrenome da nossa família- explicou Gina emocionada- Se você quiser, é claro.

- Seria uma honra muito grande- disse Brutus emocionado. Então, ele se lembrou da visão que a Lilian teve da sua lápide em que estava escrita Brutus Potter. 

Brutus respirou fundo e sorriu ao olhar para os seus pais. Ele precisava garantir que eles continuariam vivos. Nott ou Potter, eis a questão? Brutus sorriu ao se dar conta que não precisava escolher.

- Já sei como será o meu nome- falou Brutus com firmeza, então ele pegou a pena das mãos do Simas e escreveu: Brutus Nott Potter- Eu não posso apagar o meu passado, apenas posso aprender com ele e seguir em frente. Ao assinar o meu nome lembrarei sempre daquilo que não quero me tornar e do homem que desejo ser. 

Diante das palavras do seu filho, Harry sentiu seus olhos se encherem de lágrimas. Então, ele foi até Brutus e o abraçou, um abraço apertado repleto de amor. Gesto repetido por Gina.

- Nós te amamos muito, Brutus. Você é um presente que Deus nos deu- falou Gina enquanto enxugava suas lágrimas com seu lenço.

- Obrigado- disse Brutus envergonhado.

 

14 de outubro de 2019, segunda-feira, sala do chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia, 10 horas

Harry recebeu Dino Thomas (auror-chefe do Departamento de Bruxos e Criaturas Mágicas Desaparecidos) na sua sala antes da reunião com a Hermione.

- Obrigado por me receber, Sr. Potter- agradeceu Dino- Eu apenas gostaria de informá-lo que estou participando da seleção para corpo docente da Ilvermorny e que em Janeiro independente do resultado eu irei para o EUA com a minha família. Me desculpe. Eu entendo que uma guerra se aproxima, mas a minha família já perdeu a minha menina (Lea Thomas-Finnigan faleceu aos 9 anos devido a leucemia), não podemos mais perder qualquer pessoa. Eu e meu marido, Simas, custamos a nos reerguer após a partida da Lea. Tenho os meninos para criar, eles têm 10 e 8 anos.

- Eu entendo, Sr. Thomas e respeito a sua decisão- assentiu Harry- Obrigado por avisar com antecedência, assim poderei ver alguém para ficar no seu lugar. Irei realocá-lo para a Academia de Aurores, assim o senhor ficará em segurança até se mudar. Até o final do dia terei um novo nome para ocupar o seu lugar, pode informar a sua equipe que amanhã você não estará mais os liderando.

- Está bem- disse Dino surpreso com a rapidez da sua substituição. 

- Estamos em guerra, Sr. Thomas, nesse momento eu preciso de líderes nos cargos de auror-chefe- explicou Harry.

- Poderei participar da reunião geral hoje?- questionou Dino se sentindo estranhamente ofendido.

- Não- respondeu Harry com firmeza- Eu li o seu relatório, não há nada para ser dito na reunião e não vejo sentido que alguém que se desligou participe de uma reunião em que discutimos questões de segurança nacional e sigilo máximo. Eu agradeço de verdade todos os anos que você serviu a Divisão de Aurores e desejo que você e sua família sejam felizes no EUA.

Assim que Dino saiu da sua sala, Harry convocou todos os aurores-chefes e os surpreendeu com uma pergunta direta e franca.

- Uma guerra é iminente, isso não é segredo para ninguém. Eu preciso saber se posso contar com vocês ou se alguém planeja deixar a Divisão de Aurores?- questionou Harry com firmeza.

- Mas que pergunta, Harry- riu Rony- Onde está o Dino?

- Não é óbvio?- questionou Cygnus impaciente (auror-chefe do Esquadrão de Execução das Leis da Magia) - Dino abandonou o navio justamente quando mais precisamos de todos os aurores. Eu tinha todos os motivos do mundo para abandoná-los, pois sou um traidor de sangue, logo não há dúvida que Delphini irá atrás da minha família. A minha esposa e meus sogros se mudarão para o Canadá; os meus filhos, creio que estão seguros em Hogwarts; infelizmente, os meus pais e irmãos querem lutar cada um do seu jeito, pois tenho dois irmãos que são médicos e uma irmã que é enfermeira. Quanto a mim, eu não irei descansar até vencer a guerra.

Harry agradeceu Cygnus, então Rony (auror-chefe do Departamento de Investigação) e Katie Bell (auror-chefe do Departamento de Substâncias Intoxicantes) confirmaram que lutariam durante a guerra.  Ao final da reunião, eles aparataram juntos na sala da Hermione que estranhou a ausência do Dino. Harry explicou brevemente, então após atualizarem Hermione sobre o que cada departamento estava trabalhando, eles discutiram o que poderiam fazer para tentar interceptar Delphini antes dela pisar no Reino Unido.

- Acredito que se tivermos ajuda internacional poderíamos ajudar a Suécia e assim, quem sabe, prendemos ou matamos Delphini antes dela causar morte e destruição na nossa terra- disse Hermione pensativa- Irei escrever para os ministros de magia do mundo, solicitando uma reunião para avaliarmos a possibilidade de uma ação em conjunto na Suécia.

          Após a reunião com a Hermione, Harry chamou Martin Fitzgerald, um rapaz de 25 anos, ex-aluno da Sonserina, filho de um grande empresário que fabricava a vassoura Nimbus.

- Sr. Potter em que posso ajudá-lo? - questionou Martin apreensivo.

- Sr. Fitzgerald, o senhor já deve saber da deserção do Sr. Thomas- falou Harry sério.

- Sim, as notícias voam mais rápido que as vassouras que a minha família produz- falou Martin com um riso contido.

- Eu preciso de alguém da minha confiança ocupando o cargo do Sr. Thomas, alguém que não excite em fazer de tudo para encontrar bruxos e criaturas mágicas desaparecidos- falou Harry sério- Martin Fitzgerald, eu estou te promovendo a auror-chefe do Departamento de Bruxos e Criaturas Mágicas desaparecidos. O senhor irá assumir o seu posto amanhã.

- Sr. Potter, para mim sempre foi uma honra trabalhar com o senhor e saiba que darei o meu melhor no departamento que o senhor está confiando a mim- assegurou Martin surpreso e contente com a promoção, afinal ele tinha se tornado auror-chefe com apenas 25 anos. A mesma idade que o seu mentor e índolo, Harry Potter, tinha sido promovido.

 

15 de outubro de 2019, terça-feira, 7 horas, salão principal 

Roxanne percebeu que Hugo estava estranhamente empolgado e planejando aprontar durante a aula de Transfiguração. 

- Hugo, nós não podemos, temos aula às 8h de Transfiguração- disse Roxanne assim que ela e seu primo entraram no salão principal.

- Veremos- disse Hugo com um ar de mistério.

Durante o café da manhã, todos caíram na gargalhada quando Ernest Macmillan entrou no salão principal totalmente careca. Ele estava transtornado e vermelho de raiva. O professor Macmillan foi direto para o púlpito e começou a falar para todos os alunos.

- Quem foi o responsável por isso?!- questionou Ernest nervoso- Diretora McGonagall, eu nunca fui tão desrespeitado na minha vida! Olhe para mim!

- Está difícil, pois o sol está refletindo na sua careca- debochou Fred fazendo todos os alunos gargalharem. 

- Sr. Weasley, isso é uma confissão?- questionou Neville fazendo Fred ficar branco e engolir em seco.

- Não professor, eu não fiz isso- falou Fred rapidamente. 

- Você irá acreditar?!- questionou Ernest estressado- Todos aqui sabem que ele e seus primos criaram um grupo de vândalos! 

Nesse momento, James e Louis se entreolharam. Eles não ficaram surpresos quando Neville pediu para eles e Fred o acompanharem. Hugo assistiu tudo e sentiu um frio na barriga ao se dar conta que seus primos eram os principais suspeitos. 

Ao final do café da manhã, Roxanne pegou Hugo com firmeza pelo braço e o fez entrar com ela em um armário de vassouras.

- Você irá confessar!- exclamou Roxanne nervosa- O meu irmão não irá pagar por um crime que não cometeu! 

- Eu não sei do que você está falando- disse Hugo se fazendo de desentendido.

- Você acha justo o meu irmão, o Jay e o Louis serem responsabilizados por algo que não fizeram?!- questionou Roxanne- Se você não resolver isso, me faça um favor: nunca mais olhe na minha cara!

 

15 de outubro de 2019, terça-feira, 7 h30, sala do vice-diretor 

James, Fred e Louis tentaram explicar em vão que eram inocentes. Contudo, o passado da Armada do Pirraça estava pesando contra eles.

- Professor Longbottom, eu juro que somos inocentes- falou James com firmeza- Por Merlin, estamos em ano de NOMS, estamos focados nos nossos estudos. Eu sou monitor, tenho me esforçado diariamente para seguir as regras. Te asseguro que Fred e Louis também mudaram.

- Eu passo a maior parte do tempo lendo e escrevendo poemas quando não estou estudando ou pedindo desculpas para as garotas que desrespeitei no passado- falou Louis sério.

- Eu estou correndo atrás dos meus deveres que estão atrasados- confessou Fred envergonhado- Olha, nós três bebemos a poção da verdade se o senhor quiser. Assim todos aqui ficam felizes, não?

- Boa ideia, Fred- elogiou James.

De repente, Neville escutou alguém batendo na porta para a sua surpresa, ele viu Hugo.

- Professor Longbottom, eu só quero que o senhor saiba que fui eu- disse Hugo tranquilamente- Eu criei um shampoo que deixa a sua vítima careca e decidi presentear o professor Macmillan. Quis recompensá-lo por ele ser o maior babaca que já conheci na minha vida. 

Minutos depois, Hugo estava na diretoria diante da diretora McGonagall e dos professores Macmillan e Longbottom. 

- O que a senhora tanto escreve?- questionou Hugo entediado.

- Estou escrevendo para os seus pais. O que o senhor fez é gravíssimo- informou Minerva, fazendo Hugo rir, para a sua surpresa.

- Boa sorte com isso- riu Hugo. Afinal a sua mãe nunca tinha tempo para ir à sua escola trouxa. Hugo não se recordava dela ter ido a qualquer apresentação da sua turma. O seu pai que nunca faltava e ele quem ia nas reuniões de pais, pois sua mãe estava sempre ocupada. 

- Moleque atrevido- resmungou Ernest.

Hugo deu de ombros, ele não se importava, pelo menos seus primos não tinham levado a culpa e Roxanne continuaria sendo sua melhor amiga. Será que o seu pai ficaria bravo com ele? Pois, seu pai, certamente, apareceria. 

Hugo cruzou seus braços enquanto se recordava da escola trouxa. Ele sempre foi observador, logo acabou escolhendo esconder a sua inteligência para não sofrer bullying por ser CDF ou nerd. Então, ao contrário da irmã, ele nunca se destacou na escola. Característica da sua irmã que sua mãe sempre elogiava, pois Rose sempre se destacava na escola, ganhando, inclusive, medalhas. 

Hugo usava a sua inteligência para se divertir quebrando as regras, pelo simples prazer de ser capaz de quebrá-las e o grande desafio de não ser pego (era como se fosse um livro em que ele era um bom fora da lei que cometia o crime perfeito). 

- Bom dia, diretora McGonagall- falou Hermione cordialmente- Me desculpe a demora e pela situação em que nos encontramos. 

Hugo olhou chocado para sua mãe. Incrédulo de que ela estava diante dele. Então, durante o diálogo dos quatro adultos, ele se limitou a observar a sua mãe.

- Sr. Weasley, o senhor tem algo a dizer em sua defesa?- questionou Minerva.

- Não- respondeu Hugo dando de ombros.

- O professor Macmillan aguarda as suas desculpas- demarcou Minerva. 

- Pode esperar sentado- retrucou Hugo para desespero de Hermione.

- Peça desculpas imediatamente- mandou Hermione com firmeza e um olhar severo.

- Foi mal, careca- pediu Hugo debochado.

- Diante do profundo desrespeito ao professor Macmillan, irei retirar 150 pontos da Grifinória- sentenciou Minerva- O Sr. Weasley cumprirá detenções com o professor Macmillan ao longo dessa semana e nos finais de semana, por um mês, irá ajudar o zelador. Iremos deixá-los a sós.

- Hugo, por que? Por que você fez isso?- questionou Hermione assim que ela ficou sozinha com o seu filho.

- Como se você se importasse com o que faço ou deixo de fazer- riu Hugo- Mas eu posso te responder. Eu sou assim mãe, eu amo quebrar as regras. Você acha que essa foi a primeira vez?! Tenho um histórico longo na escola trouxa. As poucas vezes que fui pego, posso contar na minha mão e você com toda a sua genialidade nem faz ideia. 

Hermione observou seu filho, ela estava atônita com as suas palavras. 

- Hugo, eu me importo- falou Hermione enquanto olhava seu filho nos olhos.

- Sim, você se importa com o mundo bruxo, mas nós dois sabemos que eu não estou nele- retrucou Hugo chateado- Se eu soubesse que você apareceria se eu fosse pego pelos meus crimes- riu Hugo- Às vezes, eu não ia me esforçar tanto para cometer o crime perfeito. 

- Hugo, não fale assim, você, a sua irmã e seu pai são o meu mundo- rebateu Hermione com firmeza- Tudo que eu faço é pensando em vocês. Em dar um mundo melhor para vocês.

- Eu nunca quis um mundo melhor, mãe- retrucou Hugo- Eu queria você do meu lado na praia, lendo “As crônicas de Nárnia” para mim ou na plateia me assistindo na apresentação de final de ano. 

Hermione sentiu como se tivesse ganhado um soco no meio da sua barriga. Pela primeira vez na sua vida, ela não sabia o que falar ou fazer.

- Hugo, me desculpa- pediu Hermione com lágrimas nos olhos- Eu te amo muito, meu filho. Você é o menino que desejei tanto ter. Infelizmente, a minha carreira me fez me ausentar de momentos importantes com você, me perdoa.

Hugo respirou fundo, então sorriu para a sua mãe e a abraçou. Para alívio da Hermione. 

- Eu te amo- falou Hermione enquanto beijava a testa do seu filho.

- Eu também te amo, mãe- disse Hugo timidamente.

- Faremos um pacto: eu irei me esforçar para estar presente em todos os seus jogos e o senhor irá se esforçar para não fugir das suas responsabilidades- falou Hermione com firmeza- Se o senhor teve a coragem para quebrar as regras, para desrespeitar um professor, você precisa ter coragem para assumir o que fez e lidar com as consequências.

Hugo mirou o chão, ele estava apreensivo, ciente que seria repreendido.

- Combinado?- questionou Hermione séria.

Hugo engoliu em seco e ficou observando os seus sapatos pretos.

- Hugo- chamou Hermione ganhando a atenção do seu filho.

- Combinado - murmurou Hugo- Será difícil.

- Sim, não é fácil assumir um erro, por isso que o senhor não se desculpou com o professor Macmillan- disse Hermione com firmeza- Esse será o seu primeiro desafio.

- O que?- se assustou Hugo compreendo o não dito.

- O senhor irá se desculpar com o professor Macmillan, se não fizer isso, ficará sem a sua vassoura por um mês- sentenciou Hermione.

- Um mês?!- se assustou Hugo- Merlin.

- Por causa da sua travessura, o senhor está sem mesada e terá todos os seus produtos Weasley e ingredientes para poções confiscados- disse Hermione com firmeza- Irei chamar a diretora McGonagall e pedir para eu ir ao seu dormitório.

Hugo suspirou, então se limitou a abaixar a sua cabeça. Pouco tempo depois, ele viu a sua mãe e a diretora conversando, então ficou combinado que os monitores da Grifinória iam confiscar os produtos do Hugo e eles seriam enviados para a sua família.

- Hugo, eu preciso ir, meu filho- disse Hermione enquanto se ajoelhava e ficava na altura dos olhos do seu filho- Eu sei que é chato ficar de castigo, mas eu estou fazendo isso porque eu te amo e me importo muito com você. 

Hermione puxou o seu filho para um abraço, contudo dessa vez ele não retribuiu. Ele estava emburrado por estar de castigo. Assina que a sua mãe foi embora, Hugo foi dispensado. 

- Huguito!- chamou Roxanne assim que viu o seu primo. Ela estava acompanhada do Frank e da Lilian.

- Nossa que cara de velório- demarcou Frank.

- Estou de castigo, odeio ficar de castigo- falou Hugo francamente- Minha mãe confiscou todos os meus produtos Weasley, os meus ingredientes para poções e estou sem mesada por um mês, Frank, um mês!

- O que você esperava?- riu Frank- Um troféu ou uma medalha?- questionou Frank sarcasticamente.

- Não é tão ruim assim, passa rápido- falou Roxanne tentando animar o seu primo.

- O pior é que terei que pedir desculpas para o professor Macmillan ou ficarei sem a minha vassoura- falou Hugo apreensivo.

- Nossa, aí fudeu mesmo- disse Frank com seus olhos arregalados- Boa sorte, pois você deve ser a última pessoa que o professor Macmillan deseja ver.

- Nem me fale- suspirou Hugo.

Pouco tempo depois, enquanto andavam pelo corredor. Hugo puxou Roxanne de modo que eles ficassem para trás.

- Posso te falar uma coisa? - questionou Hugo ansioso.

- Fala- assentiu Roxanne.

- Eu posso estar encrencado, mas não foi tão ruim, pois eu vi a minha mãe e ela me prometeu que iria assistir todos os meus jogos- disse Hugo animado- Às vezes até irei aprontar de novo só para vê-la.

- Ah Hugo, só você- riu Roxanne- Essa é a ideia mais estúpida que eu já ouvi na minha vida. 

- Estou falando sério- assegurou Hugo- Na verdade, até prometi que assumiria todos os meus crimes de agora em diante. De criminoso perfeito evolui para réu confesso. 

- Você é maluco- riu Roxanne.

- Esse é o meu charme, não?- questionou Hugo enquanto ria- Agora, como pedirei desculpas para o tio Voldy?

- Tio Voldy- riu Roxanne- Não faço ideia, boa sorte.

Roxanne observou que Hugo abaixou a cabeça, ele estava chateado.

- Eu posso te acompanhar para te dar apoio moral. Alguém precisa carregar o seu corpo  quando o tio Voldy te matar- disse Roxanne fazendo Hugo rir.

- Valeu, Roxy- agradeceu timidamente Hugo.

 

15 de outubro de 2019, terça-feira, 9h30, pátio

A notícia de que Brutus foi adotado pela família Potter saiu na primeira página dos jornais bruxos no dia seguinte. Logo, Brutus se assustou com a estranha visibilidade que ele passou a ter da noite para o dia. Algo que, ao contrário do Albus, ele não gostou.

- Bom dia, Brutus- cumprimentaram alunas do terceiro ano da Corvinal.

- Bom dia- respondeu Brutus timidamente- Como você aguenta?

- Eu aproveito- respondeu Albus sorrindo- Me procurem no intervalo! Estarei por aqui- exclamou Albus fazendo as garotas rirem e uma delas enviou um beijo para ele- Viu? Fisguei uma.

- Desde quando mulheres são peixes para serem fisgadas?- questionou Rose séria- Não tenho dúvida que os meus padrinhos te educaram apropriadamente!

- Bom dia para você também- retrucou Albus indiferente às palavras da Rose- Quanto a você, dormimos juntos, certo, Malfoy?

- Nem nos meus piores pesadelos- retrucou Scorpius.

- Claro que não estou nos seus pesadelos- riu Albus- Estou nos seus sonhos. Os seus melhores sonhos. Aqueles mais atrevidos e calientes.

- Potter, comporte-se uma vez na vida- pediu Scorpius sério.

- Serpentes não podem ser domesticadas, eu sou indomável, selvagem por natureza- retrucou Albus debochado- Acredito que respondi a sua pergunta, Rosita.

- Você é impossível!- exclamou Rose vermelha de raiva.

- Melhor ser impossível do que previsível- retrucou Albus, então no segundo seguinte Rose empurrou seu primo, fazendo-o cair na fonte- Obrigado, estava com calor!- agradeceu Albus ironicamente, enquanto Rose saia correndo do pátio.

- Precisava?- questionou Brutus sério- Você desrespeitou a nossa prima do nada e ela não é apenas a nossa prima, ela é namorada do nosso amigo.

- Você precisa marcar uma consulta com o oftalmologista, esses óculos estão velhos- retrucou Albus- Ela que me empurrou na fonte! 

- Porque você a desrespeitou até ela estourar- disse Brutus com firmeza- Você deve desculpas para a Rose.

- Nem fudendo- rebateu Albus emburrado.

- Ótimo, então continue afastando as pessoas de você, assim você fará jus ao seu segundo nome- disse Brutus com firmeza- Quer saber, vá se divertir com as suas admiradoras, pois eu irei atrás da Molly.

Brutus saiu do castelo enraivecido, pois às vezes Albus o tirava do sério. Brutus percorreu sozinho o caminho para a aula de Trato com as Criaturas Mágicas que é com a Lufa-Lufa. No meio do caminho, ele começou a escutar uma bela música que chamou a sua atenção. Então, ele viu Molly, Alice e Nathan Scott em uma roda com os demais alunos do terceiro ano da Lufa-Lufa. O grupo estava reunido no intervalo da manhã para aproveitar os raios de sol, enaltecendo o sol através da música celta.  Quem não sabia cantar estava tocando flauta, violino, harpa, concertina ou bodhran. Nathan estava tocando violino. Logo, ao escutar a música, Brutus se sentiu melhor, pois dava uma estranha sensação de paz.

- Brutus!- exclamou Molly assim que viu o sonserino- Senta com a gente.

Brutus coçou a cabeça envergonhado, então decidiu se sentar com eles.

- Nós estamos saudando o sol- explicou Alice.

- Agora irei cantar a minha música favorita “A donzela do salgueiro” (The Willow Maid- Erutan)- anunciou Molly começando a cantar logo em seguida.

Um jovem caminhava pela floresta

Com sua aljava e arco de caça

Ele ouviu uma jovem garota cantando

E seguiu o som abaixo

Lá ele encontrou a donzela

Que vivia no salgueiro

Ele a chamou enquanto ela escutava

A partir de um anel de cogumelos vermelhos

Venha comigo minha donzela

Vem da tua cama de salgueiro

Ela olhou para ele serenamente

E apenas balançou a cabeça

Veja-me agora, um raio de luz em harmonia

Veja-me agora, eu não posso deixar este lugar

Ouça-me agora, uma parte da música na floresta

Não me peça para seguir aonde você for

Um jovem caminhava pela floresta

Com uma flor e um casaco verde

Seu amor tinha os cabelos como fogo

Seus olhos um brilho de esmeralda

Ela envolveu-se em beleza

Tão jovem e tão serena

Ele ficou lá sob o salgueiro

E ele deu-lhe uma flor de um resplandecente amarelo

Donzela meu coração você capturou

Oh, eu seria o seu noivo

Ela disse que nunca se casaria com ele

Nem hoje, nem amanhã, nem nunca

Veja-me agora, um raio de luz em harmonia

Veja-me agora, eu não posso deixar este lugar

Ouça-me agora, uma parte da música na floresta

Não me peça para seguir aonde você for

Um jovem caminhava pela floresta

Com um machado afiado como uma faca

Vou levar a fada de olhos verdes

E ela será minha esposa

Com ela eu vou criar meus filhos

Com ela eu vou viver a minha vida

A jovem chorou quando ela o ouviu

Quando ele disse que iria libertá-la

Ele pegou o machado e usou-o

Para derrubar sua árvore ancestral

'Agora o seu salgueiro caiu

Agora você pertence a mim'

Veja-me agora, um raio de luz em harmonia

Veja-me agora, eu não posso deixar este lugar

Ouça-me agora, uma parte da música na floresta

Não me peça para seguir aonde você for

Ela o seguiu para fora da floresta e desabou sobre a terra

Seus pés tinham andado, mas à uma distância

Da terra verde de seu nascimento ela desvaneceu-se

Em uma flor, que iria florescer para uma véspera brilhante

Ele não poderia tirar da floresta, o que nunca foi feito para sair

 

Brutus se sentia hipnotizado por Molly, ele sentia que ele era o jovem e ela a donzela da canção.  Diante daquela música que tinha de alguma forma o envolvido, Brutus se deu conta que de alguma forma Molly tinha capturado o seu coração. Ao final da canção, Brutus acordou com os aplausos, então Alice anunciou que eles deviam ir para a aula. Brutus permaneceu sentado na grama, então Molly estendeu a sua mão.

- Vamos?- chamou Molly. Contudo, Brutus não se moveu e para a sua surpresa ele conjurou uma rosa amarela.

- Molly- falou Brutus enquanto se levantava- Você aceita ir ao baile de Halloween comigo?- questionou Brutus enquanto entregava a rosa amarela para a sua donzela.

Molly sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, então pegou a rosa com suas mãos trêmulas.

- Sim, sim, eu aceito- respondeu Molly emocionada, então ela foi até Brutus e o abraçou. 

Os dois ficaram abraçados por um tempo. Ao final do abraço, os seus olhos se encontraram,  ele admirou os olhos azuis dela e ela admirou os olhos castanhos dele. Diante da proximidade das faces, Brutus acariciou o rosto dela que estava levemente corado e beijou os seus lábios com ternura. Foi um beijo suave, breve, o suficiente para Brutus não ter dúvida do quanto a amava. Com Molly, ele tinha aprendido que o amor verdadeiro existe e que você sabe que está apaixonado quando tudo que quer fazer é ficar junto da outra pessoa, e tem a impressão de que é o que a outra pessoa quer também. 

- Agora, nós podemos ir, minha bela donzela que capturou o meu coração- disse Brutus com um pequeno sorriso.

- Obrigada pela rosa, eu amo amarelo- falou Molly timidamente.

- Imaginei- disse Brutus enquanto segurava a mão da Molly e a beijava, então os dois caminharam de mãos dadas.

- Brutus, você capturou o meu coração também- falou Molly, fazendo Brutus corar.

 

15 de outubro de 2019, terça-feira, 10 horas, câmara secreta

          James, Fred e Louis estavam revoltados, logo eles decidiram matar aula de Herbologia, bem como Poções para se acalmarem. Eles estavam terminando os últimos detalhes da obra da câmara secreta e, enquanto eles faziam isso, eles bebiam cerveja. Logo, eles sabiam que chamariam atenção caso frequentassem as aulas daquela manhã.

- Eu não acredito que após meses sem travessura fomos os principais suspeitos daquela merda!- disse James puto enquanto explodia uma rocha, então Louis usou um feitiço para lapidar as pedras de modo que elas se transformassem em um hexágono- Por que eles me deram a porra desse broche de monitor, se não confiam em mim?!

- Boa pergunta- disse Fred enquanto usava um feitiço para colocar o hexágono no chão- Ainda acho que devíamos nos vingar.

- Por isso que estamos aqui Fred, eu não quero fazer besteira- lembrou James indignado com aquela situação- O meu lado JP quer mandar o Neville enfiar a porra desse broche no cu. Se eu fizer isso, Merlin, os meus pais vão me esfolar vivo e darão meu corpo para os porcos comerem.

- Você também está pegando pesado- riu Louis- Às vezes uma pequena travessura, sei lá, conjurar bolas de neve e fazê-las atacar os professores.

- Se eu fizer isso, irei perder a Agatha. Ela teve pai professor, deve estar me amaldiçoando nesse momento- disse James preocupado- E prometi para a Lucy que não aprontaria mais. Eu cumpro as minhas promessas.

          De repente, os três se assustaram com o som de alguém entrando na câmara secreta. Para a surpresa deles, eles viram Rose entrar acompanhada do seu namorado. 

- E aí, Romeu e Julieta, aceitam?- questionou Louis enquanto mostrava uma longneck de Heineken.

- Não, obrigado- disse Scorpius com firmeza.

Rose estava chocada, ela não conseguia acreditar que os seus três primos, incluindo o James que até então estava responsável, estavam matando aula para se embriagar na câmara secreta.

- O que significa isso?!- questionou Rose nervosa com os seus braços cruzados.

- Faço a mesma pergunta- retrucou James.

- JP, JP, o que você acha que eles queriam fazer aqui?- riu Fred fazendo um gesto com as mãos que indicava sexo.

James engoliu em seco e acabou deixando a sua cerveja cair no chão. Louis cuspiu a cerveja que ele estava bebendo. 

- Não!- falaram juntos Rose e Scorpius.

- A gente só tem 13 anos!- disse Scorpius com firmeza- Tem pessoas, ao contrário de você Fred, que sabem que a vida é muito mais do que sexo.

- O que você veio fazer aqui?- questionou James sério, assim que se recuperou do susto. 

- Eu vim explodir essas rochas para não matar o seu irmão- explicou Rose revoltada- Vim aqui para me desestressar, pois o Albus sabe me tirar do sério! Ele é um irresponsável! Que ultimamente não está respeitando as garotas! Achando que nós mulheres somos peixes para serem fisgadas!- desabafou Rose explodindo uma rocha com tamanha força que assustou os seus primos que tiveram que proteger os seus rostos- Se acha o dono da verdade! Pois apenas ele está certo, né? Eu sei como viver! O amor é uma perda de tempo! E todos nós sabemos como ele está por não ter assumido o que sente pela Violet!- continuou Rose explodindo outra rocha.

Nesse momento, James, Fred e Louis estavam lado a lado. James acabou conjurando um protego para se proteger e os seus primos.

- Se não bastasse, o meu irmão resolveu bancar o fora da lei e desrespeitar um professor!- disse Rose enraivecida explodindo outra rocha- Imagina a minha surpresa ao entrar aqui e me deparar com os três matando aulas importantes em pleno ano de NOMS!- falou Rose apontando a sua varinha para os seus primos.

Scorpius se limitava a ficar calado e se proteger, então ao ver Rose voltando a sua atenção para os seus primos, ele teve que conter um riso, pois Fred e Louis ficaram atrás do James.

- Rose, abaixa a sua varinha- pediu James com firmeza, Rose atendeu ao pedido dele- A gente ficou puto por termos sido acusados por um crime que não cometemos. Se coloca no meu lugar. Você ganha a porra de um broche de monitor, se esforça para se comportar, seguir as regras, fazer rondas pelo castelo e dar monitorias nos sábados à tarde. Para depois, na primeira grande travessura do ano, você ser considerado um dos principais suspeitos. Que merda! Por que me intimaram a usar essa porra desse broche se não confiam em mim? Quero mandar todo mundo a merda, Rose, por isso estou aqui, pois não posso fazer isso. Não posso azarar os professores, não posso mandar o Neville enfiar esse broche no cu, nem mandar o professor Macmillan para a puta que o pariu.

- Traduzindo: estamos aqui para nos acalmar- disse Louis enquanto usava accio para pegar uma cerveja e entregar para o seu primo que estava vermelho de raiva- Respira, inspira compaixão e expira perdão.

James riu, um riso sarcástico, e começou a beber a cerveja até esvaziar a garrafa. Enquanto, Rose e Scorpius se entreolharam chocados.

- Vocês estão com raiva e com razão- falou Rose calmamente- Mas, essas cervejas não irão ajudar, apenas causarão mais problemas. Vocês pararam para pensar que sair daqui embriagados não os fará bem? Que se vocês forem pegos embriagados pelos corredores terão sérios problemas com a escola e os seus pais? James, você está lidando com muita coisa. A sua família está lidando com muita coisa, você quer mesmo que os seus pais sejam chamados, pois o senhor foi pego embriagado?

James suspirou, então ficou pálido ao imaginar o que poderia acontecer naquele cenário. Envergonhado, James olhou para o chão, enquanto uma angústia invadia o seu peito.

- Não- respondeu James enquanto se esforçava para olhar Rose nos olhos- Eu só queria esquecer os meus problemas e não agir diante da intensa raiva que estou sentindo. Estou me sentindo traído, Rose. Eu me esforcei, eu me dediquei e para quê? Eles cuspiram em mim quando tiveram a primeira chance.

Rose não aguentou ver James com os seus olhos marejados e correu até ele para abraçá-lo. Um abraço apertado no qual ela buscou transmitir todo o seu apoio.

- Você não está sozinho, Jay. Muita gente está do seu lado, nós percebemos e reconhecemos o seu esforço. Eu sou muito grata por tudo que tenho aprendido com você- falou Rose gentilmente- Agora, não podemos fugir dos nossos problemas, adversidades continuarão aparecendo e só cabe a nós ter fé e coragem para enfrentar e sabedoria para buscar soluções. 

James ficou em silêncio enquanto escutava a sua prima. Para alívio da Rose, ele concordou com ela. 

- Agora, os três me escutem com atenção- falou Rose em um tom severo- Que essa seja a última vez que os senhores resolvem beber para esquecer os seus problemas! Pois, primeiro, isso não é possível e segundo, a bebida só causa mais problemas! Estamos entendidos?

- Sim- responderam James, Fred e Louis juntos.

- Me prometam que vocês nunca mais farão isso- pediu Rose com firmeza, sendo atendida prontamente pelos seus primos- Obrigada. agora, Scorp, vamos já estou melhor.

Assim que Rose e Scorpius saíram, fez-se um silêncio constrangedor.

- Irei guardar as cervejas para a festa- falou Louis quebrando o silêncio.

- Faça isso, irei pegar comida para gente com os elfos- disse Fred sério. 

James riu ao se dar conta que não foi o único que ficou preocupado com as palavras da Rose. Logo, ele não sabia se agradecia ou matava o Albus por ter tirado Rose do sério. Pouco tempo depois, James, Fred e Louis estavam sentados no chão tomando café e comendo sanduíches.

- Então, nós vamos às aulas da tarde?- questionou Louis.

- Sim, assim evitamos dor de cabeça- respondeu James sério. 

 

15 de outubro de 2019, terça-feira, 13 horas, pátio 

Albus estava conversando com um grupo de garotas do terceiro ano, quando James o chamou.

- Nós precisamos conversar- falou James sério. Logo, Albus acompanhou o seu irmão até a torre do relógio.

- Qual é o problema?- questionou Albus curioso.

- Rose- respondeu James- O que aconteceu entre vocês? 

- Por quê?- questionou Albus cruzando os seus braços.

- Porque ela me encontrou na câmara secreta nesta manhã e ficou claro o quanto ela está chateada com você- explicou James.

- Rose adora bancar a nossa mãe e eu não gosto- disse Albus enquanto dava de ombros.

- O que aconteceu?- questionou James sério. Então, Albus relatou o que tinha acontecido- Albus, eu entendo que você não gostou dela aparecer e ficar chamando a sua atenção. Contudo, entenda que a mãe dela é feminista que  lutou pela igualdade salarial das bruxas. Então, o termo “fisgar”, ao se referir a uma garota, soa como um soco.

- Tá, mas ela costuma ser chata a maior parte do tempo comigo. Cansei- desabafou Albus- Ela vive chamando a minha atenção, ninguém merece.

- Você quer amigos ou bajuladores?- questionou James- Lucy é como a Rose, ela vive chamando a minha atenção. A diferença é que eu prefiro amigos que são sinceros e verdadeiros comigo, falam quando eu estou errado do que os bajuladores. É muito chato sim, quando alguém chama nossa atenção, mas isso Albus apenas quer dizer que essa pessoa quer o melhor caminho para você. 

Albus suspirou, enquanto escutava o seu irmão.

- Por sua culpa, a Rose apareceu lá na câmara secreta e me flagrou bebendo com Fred e Louis. Ela nos deu o maior sermão e a escutamos- disse James sério- Se eu não tivesse a escutado, eu não tenho dúvida que teria grandes problemas aqui na escola e em casa. Pensa bem, eu tenho 15 anos e escutei calado a minha prima de 13 anos. Por que você não pode escutá-la também? Apenas escuta, não custa nada. Agora, se você irá seguir o conselho ou não, cabe a você decidir.

- Entendi, irei me desculpar com a Rose- decidiu Albus.

- Ótimo- sorriu James. 

- Como você está?- questionou Albus- No seu lugar estaria puto com a escola.

- Nem me fala- suspirou James- Estou melhor agora. Explodir rochas é bem terapêutico. A boa notícia é que adiantamos bem o piso.

- Jay, se você quiser se vingar, estou à disposição- falou Albus com um pequeno sorriso, fazendo James rir.

- Valeu, Al- agradeceu James- Acredito que é melhor eu continuar tentando ficar fora do radar dos professores. 

- Meu irmão prudente, por Salazar Slytherin, será que estou alucinando?- debochou Albus sendo pego pelo pescoço e recebendo um cafuné logo em seguida.

- O que posso fazer? Tenho andado com serpentes ultimamente- respondeu James rindo- Tenho que ir, Severus anda na sombra, pois o sol está quente hoje.

- Hilário, gatinho, ri muito- retrucou Albus- E Sirius, vê se não gasta as suas sete vidas agindo sem pensar.

- Relaxa, Severus- riu James, então ele se despediu.

Albus riu e decidiu ir atrás da Rose. Ele a encontrou com o seu namorado em um corredor próximo da estufa onde eles teriam aula de Herbologia juntos.

- Rose, podemos conversar?- questionou Albus envergonhado.

- Não- respondeu Rose secamente- Viu? Não sou previsível.

Albus engoliu em seco, então se sentou ao lado da sua prima que cruzou os seus braços indignada.

- Me desculpa, eu fui grosso com você mais cedo- pediu Albus receoso- Eu reconheço que posso ser babaca às vezes.

- Às vezes?- riu Rose- Você vive me dando patada. O meu erro é querer que os meus amigos e familiares sejam sempre melhores, pois eu sei que podem ser. Eu vejo o quanto o seu coração é grande Al, por isso que não entendo como você age. Eu queria entender onde está o meu primo que sempre me respeitou e era o meu melhor amigo.

Albus abaixou a cabeça diante do “era” da Rose. 

- A Sonserina te mudou e não foi para melhor- disse Rose chateada. 

- Eu te respeito, Rose- tentou se defender Albus.

- Quem respeita, escuta, você não me escuta- retrucou Rose- Eu não sei se é o seu ego ou orgulho ou sua cabeça dura que te deixam surdo. Toma cuidado, ninguém é perfeito, ninguém está 100% certo. 

- Me desculpa- pediu novamente Albus- O que posso fazer para me redimir?- questionou Albus fazendo a sua melhor cara de cachorro arrependido.

- Está bem- sorriu Rose não resistindo a fisionomia do seu primo- Para de implicar comigo e com o Scorp. Se você quer ser o Don Severus, boa sorte, mas nos deixa em paz e às outras pessoas que escolhem amar também.

- Combinado- concordou Albus.

 

15 de outubro de 2019, terça-feira, 12 horas, salão principal 

Marianne estava sorridente que naquela tarde, as duas amigas Sakura, Diana e Serena (Corvinal), Lucy (Grifinoria) e Agatha (Sonserina) estavam almoçando na mesa da sua Casa (Lufa-Lufa).  Todas estavam conversando, menos Agatha que estava chateada e olhando para a mesa da Grifinoria a procura de um certo ruivo. Marianne observou quando Agatha suspirou assim que viu James entrar no salão principal acompanhado dos seus primos, Fred e Louis. Por um segundo, ela achou que os olhares de James e Agatha se encontraram.

- Está tudo bem, Agatha? - questionou Marianne preocupada.

- Sim- mentiu Agatha. Naquele dia ela tinha sentido raiva por achar que o James tinha sido capaz de desrespeitar um professor, depois ela se sentiu culpada quando descobriu que ele era inocente. No momento, ela estava preocupada, pois James tinha matado aula de duas disciplinas importantes.

- Se está tudo bem, por que não está comendo?- questionou Marianne.

- Me desculpa, estou preocupada com as tarefas da escola- mentiu Agatha- Pronto, estou comendo- disse Agatha com um pequeno sorriso enquanto se esforçava para comer.

Diana, Serena, Lucy e Marianne se entreolharam cientes de que Agatha estava preocupada com certo grifinório que não saía do seu campo de visão. Contudo, ninguém falou nada, pois respeitavam a Sakura.

- Sério isso?- riu Sakura- Quando estamos na mesa da Corvinal, você sempre senta onde possa observar o Potter, quando estamos aqui na Lufa-Lufa, você faz o mesmo e quando estamos na Grifinória, você resolve ficar na Sonserina olhando para o Potter. Para mim, você está preocupada com ele. Se eu fosse você, conversaria com ele. Agora, ficar sem comer não irá te ajudar em nada.

Diana, Serena, Lucy e Marianne sorriram uma para a outra. Elas estavam aliviadas e felizes pela Sakura ter virado a página e se permitido se aproximar da Agatha ao longo do tempo.

- Obrigada- falou Agatha com um pequeno sorriso- Eu jurava que era discreta- riu Agatha, fazendo suas amigas gargalharem- É tão na cara assim?

- Sim- Diana, Serena, Lucy, Marianne e Sakura falaram juntas e riram da cara da Agatha que ficou vermelha de vergonha.

- Sabia que vocês sabiam- riu Sakura enquanto olhava para as suas amigas- Agradeço por vocês evitarem falar do Potter, mas eu estou bem melhor e só quero que ele seja feliz, da mesma forma que eu desejo ser feliz. Estou focada em mim, nos meus sonhos e na minha saúde mental. Então, Agatha o convide para o baile de Halloween, aposto que ele irá aceitar. Ele também não tira os olhos de você.

- Irei, se ele merecer- respondeu Ágatha fazendo suas amigas rirem.

- Merlin, você é uma figura- riu Sakura. 

Lucy ficou com seus olhos ficarem marejados, algo que chamou atenção da Marianne.

- Algum problema Lucy?- questionou Marianne.

- Eu sonhei tanto com esse momento- falou Lucy emocionada- Nós somos seis.

- Lucy, por Merlin, larga de ser boba- riu Diana- Nós somos seis há dias, desde que a Sakura voltou a ser nossa amiga.

- Enfim, estou muito orgulhosa de você, Sakura- disse Lucy enquanto abraçava a sua amiga que riu da reação dela.

- Agradeça a minha terapeuta- riu Sakura.

Agatha se limitou a rir daquela cena, às vezes ela se chocava o quanto as suas amigas eram emotivas. Após o almoço, ela decidiu seguir o conselho da Sakura e procurar pelo grifinório. Infelizmente, ele estava ocupado com o seu irmão, logo ela decidiu procurá-lo após o jantar.

- Boa noite, Potter- disse Agatha abordando o James assim que ele saiu do salão principal.

- Greengrass, vejo que sentiu a minha falta- brincou James, fazendo Agatha rir.

- Claro, o senhor desapareceu nesta manhã- disse Ágatha seria- Por quê?

- Porque não queria fazer besteira- respondeu James francamente- Fiquei puto com a acusação de ter deixado o professor Macmillan careca. Eu me esforço diariamente para controlar o meu lado maroto, desde que aceitei que sou monitor, sabe? 

- Entendo, eu também ficaria chateada e indignada, quem não ficaria?- disse Agatha enquanto segurava a mão esquerda do James que ficou com as bochechas rosadas diante do seu gesto.

James e Agatha se entreolharam e sorriram um para o outro.

- Eu só quero que você saiba que me preocupo com a minha dupla e que você pode contar comigo- assegurou Agatha.

- Obrigado- agradeceu timidamente James- Então, quais são os seus planos agora?

- Fazer os meus deveres antes da nossa aula de Runas- respondeu Agatha que como James tinha escolhido Runas como disciplina optativa- Vamos a biblioteca?

- Sim, claro- concordou James prontamente.

 

15 de outubro de 2019, terça-feira, 22 horas, sala do diretor da Grifinória 

James foi o último a entrar na sala do diretor da Grifinória, pois não estava nenhum pouco disposto a qualquer conversa. Logo, ele relutou em atender ao chamado do diretor da Grifinória.

- Boa noite, James, obrigado por comparecer- agradeceu Neville que aguardou pacientemente pela chegada do seu aluno por 30 minutos, conduta bastante incomum do mesmo.

Fred e Louis que chegaram juntos há 15 minutos suspiraram aliviados pela chegada do seu primo.

- Eu convoquei os três, pois devo um pedido de desculpas a vocês- falou Neville envergonhado- Infelizmente, eu fui injusto e os acusei injustamente nesta manhã. Me perdoem.

Os três alunos se entreolharam surpresos, então Louis foi o primeiro a se manifestar favorável ao perdão.

- Eu compreendo a sua situação, professor, e nós três temos um passado- disse Louis pensativo- Por mim, tudo bem. Sem ressentimentos.

- Por mim também- decidiu Fred enquanto sorria para o Louis.

Fez-se um silêncio constrangedor, no qual todos olharam para o James que suspirou e riu.

- Sim, nós temos um passado, mas mudamos e eu mudei antes deles por culpa do senhor e da Minerva- disse James revoltado- No último ano, depois da nossa conversa no final do ano passado, eu mudei. Apenas estudava e não quebrei a mínima regra. Tanto que sou monitor não? Ou essa merda de broche não significa nada na porra dessa escola?! Olha se for para eu ser julgado pelo que fiz quando tinha 11 e 12 anos pode pegar esse broche, pois eu não quero- falou James com firmeza retirando o broche do seu suéter cinza e o deixando em cima da mesa- Boa noite.

Ao terminar de falar, James saiu da sala do Neville e foi para o seu dormitório. Pouco tempo depois, Fred e Louis encontraram James sentado na sua cama, ele estava visivelmente chateado.

- O curioso caso do primeiro aluno a negar ser monitor- disse Fred enquanto se sentava ao lado do primo- Pelo menos você não especificou o local que o Neville deveria guardar o broche- brincou Fred fazendo James e Louis rirem.

- Meus pais me matariam, pois Neville é professor e padrinho do meu irmão- disse James com um pequeno sorriso.

- Eu sei que você está super ofendido com o que ocorreu hoje, mas o Neville pediu desculpas. Convenhamos, isso é algo super raro dentre os professores- falou Louis calmamente.

- O Neville é único mesmo- concordou Fred- Qualquer outro professor, tinha me entregado para os meus pais por causa das minhas faltas. Ele conversou comigo e me deu deveres extras de cada disciplina para abonar as minhas faltas.

- Agora entendi a sua estadia na biblioteca- riu Louis.

- Sim, mas a questão é que eu me senti traído. Porra, se eu sou monitor, eu não posso ser considerado suspeito de uma infração grave- disse James revoltado- Não faz sentido, qual é a vantagem disso, puxa, faço ronda, tenho que dar monitoria nos sábados à tarde, tenho que estar atento aos alunos, chamar atenção etc, mas quando um trasgo invade o castelo, ah não, eu estou envolvido. Ah! Vá a merda. Se só tem ônus, quero mais que o Neville e a escola se fodam.

- Relaxa, JP, respira fundo, toma um bom banho e amanhã é outro dia- disse Fred calmamente- Hoje, você ainda está com a cabeça quente para decidir qualquer coisa.

- Sim, Fred está certo. A raiva está te fazendo focar apenas no lado negativo e ofuscando a sua compaixão- demarcou Louis.

- Obrigado- agradeceu James.

No dia seguinte, James fugiu do Neville a cada oportunidade. Logo, no almoço ele não ficou surpreso quando recebeu um recado de que o diretor da Grifinória queria conversar com ele.

- Eu não vou- decidiu James para surpresa da Lucy que tinha acabado de dar o recado.

- James, você não pode fazer isso, quando um professor chama, nós temos que ir- disse Lucy séria.

- Não, eu tenho o direito de não comparecer, eu falo com quem eu quiser, quando eu quiser- retrucou James emburrado.

- Você está parecendo com o seu irmão, o Albus- disse Lucy injuriada.

- Obrigado- agradeceu James dando de ombros- E para constar, não está nas normas da escola.

- Você memorizou as regras da escola?!- se deu conta Fred enojado.

- Tirar pontos das Casas e mandar alunos para a detenção é algo sério, Fred- disse James sério- Não queria ser injusto.

- Isso vai dar merda, JP- falou Louis enquanto balançava negativamente a cabeça- Eu achando que você era sensato.

- O Jay é e ele saberia que o Neville irá encontrá-lo de qualquer jeito, pois é o diretor da nossa Casa- disse Lucy com firmeza.

- Ele não quer pedir desculpas? Então, que me encontre- falou James dando de ombros.

Ao longo da tarde, James continuou evitando o Neville. Durante o jantar, James decidiu ir para a cozinha para não receber nenhum recado indesejado. Para a sua surpresa, os seus irmãos o encontraram.

- O que vocês estão fazendo aqui?- questionou James.

- Eu tenho amigos especiais aqui na cozinha e eles me avisaram que o meu irmão precisava de um ombro amigo, então trouxe reforços- informou Lilian gentilmente.

- Eu tenho informantes que me avisaram que você já cavou sua cova e que só falta nossos pais te matar e enterrar- falou Albus fazendo Brutus rir, James revirar os olhos e Lilian balançar a cabeça negativamente- Sério que você devolveu o broche de monitor e que está fugindo do meu padrinho como o diabo foge da cruz?

- Eu não estou fugindo, eu estou evitando, é diferente- retrucou James.

- E estamos na cozinha, por que mesmo?- questionou Brutus rindo- Você está fugindo e muito mal por sinal.

- James quando você pensar em desistir de ser monitor, eu só quero que você visualize a nossa mãe e tente imaginar como você falaria isso para ela- disse Albus sério- É isso que você quer?

James engoliu em seco e mirou o chão.

- Foi o que pensei, então chega de birra e encara o meu padrinho, por favor- pediu Albus sério.

- Eu não estou fazendo birra- falou James fazendo os seus três irmãos rirem- Estou protestando.

- Belo protesto- falou Brutus irônico- Então, como não gostamos de finais trágicos, nos faça o favor de encontrar o professor Longbottom na estufa número 3. 

- O tio Neville só quer conversar, Jay- falou Lilian calmamente- Eu entendo que você ficou triste pelo que aconteceu ontem, mas foi uma situação difícil para ele também. Ele reconheceu que errou e se desculpou, o que você ganha agindo desse jeito?

- A tranquilidade e sensatez de quem irá prestar os NIEMS neste ano, uau Lily que exemplo. Ops, esqueci, você só tem 11 anos- debochou Albus- Qual é a sua idade mesmo James?

- Acho que ele tem 3 anos, é estranho ele estar aqui em Hogwarts- respondeu Brutus ironicamente, fazendo Albus gargalhar- Ou seria dois anos? Caramba, você é mesmo um prodígio, só estou na dúvida se é menino prodígio ou bebê?

James se limitou a bufar e cerrar os punhos diante da raiva que sentiu por causa das provocações dos seus irmãos. Contudo, ele buscou controlar a sua raiva e assim, ele conseguiu compreender o que os seus irmãos diziam: ele estava sendo imaturo.

- Está bem, vocês ganharam. Eu irei conversar com o Neville- decidiu James. 

- Amém, odeio quando me fazem de coruja- disse Albus aliviado- Que? Por sua culpa, nós dois aqui escutamos um desabafo de quase uma hora durante o nosso intervalo.

- O Neville queria conversar comigo no intervalo- falou James confuso.

- Pois é, o gatinho fugiu e a gente se fudeu no processo- disse Brutus injuriado- Obrigado.

- De nada- agradeceu James ironicamente.

- Pensem no lado positivo, nós quatro estamos aqui juntos e poderemos jantar em família- falou Lilian animada.

Após o jantar, James andou lentamente até a estufa número 3 onde encontrou o Neville. 

- Boa noite, Professor Longbottom- falou James enquanto entrava na estufa.

- Sr. Potter, o senhor é um aluno difícil de ser encontrado- falou Neville sério- Sem formalidades, não desejo chamar a sua atenção.

- O que o senhor deseja?- questionou James.

- Me desculpar- respondeu Neville- Você está certo, você mudou muito desde que conversamos no último ano. E sim, por isso te convidei para ser monitor. Me desculpa por não ter confiado em você e eu prometo que isso não acontecerá novamente.

James olhou para a mão do Neville e reconheceu o seu o broche de monitor.

- Está bem- suspirou James enquanto pegava o broche e o colocava no seu suéter cinza- Me desculpa por ter fugido de você hoje, eu só não estava a fim de encontrá-lo.

- Percebi- falou Neville. 

Professor e aluno riram enquanto se olharam nos olhos.

- Então, você precisa de ajuda?- questionou James fazendo Neville sorrir. 

- Ajuda é sempre bem-vinda-falou Neville com um pequeno sorriso. 



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