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História A Sua Vida - Dramione - Capítulo Três


Escrita por: j2x

Notas do Autor


Foi difícil escrever este capítulo kkkk
Espero que agrade <3

Capítulo 3 - Capítulo Três


Enquanto andava de volta até a casa dela, Draco pensava sobre várias coisas, exceto sobre ela.

Ele pensava em seu café da manhã, pensava em como o dia estava frio, mesmo que não estivesse nevando.

Ali, o clima era bem melhor do que na Georgia, pelo menos.

Na primeira semana de volta a Londres, tudo o que Draco pôde pensar foi em como era bom estar de volta.

Ele se lembrava de como havia sido a sensação quando se mudou para Londres a primeira vez, logo após se formar em Hogwarts, planejando esquecer de tudo o que passara e o que fizera outras pessoas passarem. Naquela cidade, tudo seria diferente.

A começar pelo clima.

Não que Londres fosse um lugar quente, longe disso. Mas ali tinha muito menos neve, e muito mais dias de sol do que em Wiltshire, seu antigo lar. E isso era divino.

Embora tivesse tentado convencer sua mãe a ir com ele, ela preferiu continuar em sua antiga mansão.

Ele sempre preferiu que ela fosse visitá-lo, ao invés de ir até lá.

Respiração mais pesada.

Ele tentou não perceber quando se aproximava cada vez mais da porta, mas foi inevitável quando não haviam mais passos à frente.

Lentamente, sua mão subiu e... desceu.

Por que era tão difícil? Que covarde, Draco! Anda, bate.

Ele bateu. E esperou.

...

Hermione estava olhando no espelho, escovando os cabelos recém-lavados.

Luna havia chegado no meio do banho, e foi um saco precisar terminar apressadamente para poder ir atender, principalmente porque pretendia tomar um banho longo, a fim de se esquecer completamente do episódio com Malfoy. 

Luna já deveria estar se encontrando com Gina e Delilah agora. Hermione gostaria de ir também, suas amigas eram tão divertidas.

Mas estava cansada.

Fisicamente, mentalmente, e estava começando a ficar cansada emocionalmente também.

Seus pés doiam um pouco menos agora, depois do banho, mas ainda era ruim de pisar no chão.

Ela havia escovado os dentes bem rápido, vestido o primeiro roupão que encontrou, calçado os pés com pantufas fofas, retirado os brincos, e agora terminava de pentear os cabelos longos e cheios.

Mal podia esperar para se deitar, e...

Hermione franziu a testa.

Alguém batia em sua porta, e o primeiro pensamento que veio em sua mente foi Malfoy.

Se fosse ser sincera consigo mesma, ela não havia parado de pensar nele desde que ele saíra.

Mais uma vez, ela havia lhe dado uma escolha. E mais uma vez, ele escolheu se afastar.

Apertando o roupão contra si, bem diferente e menos refinado do roupão rosa que levara para a Geórgia, e arrastando as pantufas, ela caminhou até a porta, e abriu.

Nenhum dos dois disse nada, mas o coração de Hermione estava acelerado.

Sim, ela havia pensado nele, mas não acreditava mesmo que ele fosse voltar. Isso era dar mais importância do que ela achou que ele dava.

À luz da lua, seu rosto parecia lindo. Mais lindo do que o normal.

Sem dizer uma palavra, ela se afastou para que ele entrasse, e assim que ambos estavam do lado de dentro, a porta foi fechada.

Hermione precisou de coragem para se virar e encará-lo.

Se fosse pensar bem, mal conhecia aquele homem. Havia passado um mês com ele, e isso foi tudo.

"Faz a pergunta de novo" ela o encarou quando ele pediu.

Precisou pensar por um segundo, antes de se lembrar da pergunta que havia feito logo antes de mandá-lo embora.

"Por que me evitou por tanto tempo?" sua voz saiu mais fraca do que ela pretendia.

Draco respirou fundo.

"Porque eu não sei se..." uma pausa "estou pronto para aceitar o que..." outra pausa "não sei se eu estou pronto..." mais uma "para aceitar o que estou sentindo".

Hermione inclinou a cabeça de lado, tentando não soar muito condescendente quando perguntou:

"O que você sente?".

Draco fechou os olhos.

Ele provavelmente estaria pensando que ela deveria simplesmente não perguntar tanto, mas ela fazia questão.

"Eu já te falei o que sinto" ele respondeu, abrindo os olhos e encarando-a "na sua cama, na Geórgia. Eu disse que gosto de você".

Hermione deu uma risadinha nervosa.

"Desse jeito, parece que nunca gostou de nenhuma pessoa".

"Não desse jeito" ele declarou "não tão rápido, e... não de você".

Ela se sentiu ofendida, mas manteve o mesmo tom de voz calmo, ao falar:

"Como assim, 'não de você'?".

Ele expirou o ar.

"Não entenda errado. Você sabe os motivos. Por acaso algum dia achou que-".

"Não, não achei. Mas não me importo".

Ele ficou em silêncio por um momento, provavelmente pensando em outro argumento.

"E quanto a seus amigos? E se eles souberem?".

Ela deu de ombros.

"Não ligo".

"Seu trabalho? Você sabe muito bem o que o pessoal pensa de mim por lá".

Então, seus pensamentos viajaram para um cenário no qual Draco entra no Ministério, e eles de alguma forma veem a Marca que ele com certeza ainda tem, embora tenha escondido por algum tipo de magia quando tirou a camisa em sua frente.

Não iria esconder do Ministério, contudo. E eles ainda eram tão rigorosos com relação a isso...

Ela mordeu o lábio, e disse em seguida:

"Não poderia me importar menos".

Estava sendo sincera. Sem medo, sem fingimento.

Não iria perder o emprego por causa disso, essa situação poderia ser contornada de algum jeito.

Ele a olhava nos olhos, e aquele olhar, naquele momento, não era tão confiante, ou sarcástico, ou despreocupado quanto geralmente era.

Aquele era um olhar pesado. Um olhar triste.

Com tristeza agora nos próprios olhos, Hermione se aproximou um passo, sentindo o calcanhar latejar em resposta ao movimento, e tocou levemente em seu antebraço.

"Por que, Draco, é tão difícil pra você?".

Ele desviou o olhar. Ela acariciou lentamente com o polegar, por cima da manga comprida da camisa, e esperou.

"Eu sempre fui uma pessoa diferente de você, Granger. Com um passado diferente. É difícil... encarar o que estou sentindo agora, o que sinto por você desde a Geórgia, e o que não consegui parar de sentir desde que voltamos pra cá".

"Difícil por quê?".

"Porque eu nunca senti algo tão forte, em um tempo tão curto. E também porque eu não sei ao certo como seguir daqui pra frente. Não sei ao certo o que sinto, e por que sinto, e a intensidade..." ele balançou a cabeça, deixando a frase em aberto "o fato de que você tem tomado minha mente na maior parte do tempo, algo que era pra ser só... um caso, como todos os outros... isso me deixa sem saída".

"E você precisa de uma saída? Por que não podemos só continuar conversando normalmente? Eu gosto de conversar com você, e você comigo. Podemos continuar como antes. Você vem aqui de vez em quando, a gente pode sair pra outros lugares, também. Podemos jantar juntos, eu sempre estou livre às noites. E aí, quando a gente sentir vontade..." Hermione não terminou a frase, mas lhe lançou um sorrisinho malicioso.

Ele retribuiu o sorriso, mas não com a mesma malícia. E então, ele falou as palavras que ela já havia pensado, em algum lugar no fundo obscuro de sua mente, mas que não havia ousado pensar muito sobre, e muito menos falar em voz alta.

Ele disse:

"Isso é literalmente o que as pessoas fazem quando estão em um relacionamento".

Os olhos dela se arregalaram. Ele tinha uma sobrancelha erguida, esperando uma resposta.

Hermione não sabia o que dizer.

"Bem, mas... não precisa necessariamente ser um".

"Então o que seria? Você quer agir como se estivesse em um relacionamento, mas não quer dar esse nome? Ou você quer ficar livre pra pegar outras pessoas?".

"Não exatam-".

"Aliás, esse é um ponto a se conversar" ele ergueu um dedo "Eu não sei o que você espera, mas eu não tenho planos de me conter quando encontrar alguém que me interesse".

Hermione ficou boquiaberta.

"Espera aí" disse ela "vai com calma! Você está falando muitas coisas, muito rápido. Então estamos acertando como vai ser a partir de agora? Finalmente decidiu ser alguma coisa?".

Ele deu de ombros.

"Não tem como ser diferente".

Ela sorriu.

"Então, vamos nos sentar e comer alguma coisa, porque estou faminta, e os meus pés estão me matando".

...

Hermione liderou o caminho até o sofá, e usou a varinha para fazê-lo crescer e se transformar em quase uma cama.

Draco usava o mesmo feitiço, às vezes.

A sala dela era grande, mas parecia pequena em decorrência de tantos móveis. O espaço chegava a ficar quase apertado.

Os dois se sentaram, e ela soltou um suspiro quando colocou seus pés para cima, tirando as pantufas.

Os pés dela eram lindos. Ele já havia percebido isso antes, mas aproveitou para olhar novamente.

Hermione usava um roupão cinza, que por algum motivo a deixava mais sexy do que aquele roupão rosa que ela utilizara na Geórgia, quando se sentou no chão para impedir que ele a visse.

"Accio tortinhas" ela disse ao seu lado, apontando a varinha para a cozinha.

No mesmo momento, uma bandeja com pequenas tortinhas se aproximou flutuando, e parou no sofá, bem entre os dois.

"São de rins" explicou, e em seguida levou a mão à testa "merda, esqueci de preparar o chá".

Draco começou a se levantar no mesmo instante.

"Eu preparo. Se você não se incomodar".

Ela abriu um sorriso, e então o olhou com desconfiança.

"Sério?".

Ele confirmou com um breve aceno de cabeça, e quando ela disse:

"Vai lá" ele foi.

A cozinha ficava perto da sala, o que possibilitava que continuassem se comunicando.

Draco percebeu que sua própria casa era bem mais organizada do que a dela. Ali não era exatamente bagunçado, mas também não era o que se pode chamar de arrumado.

Hermione tinha tudo sob controle naquela casa. Os móveis estavam limpos, assim como toda a louça. Entretanto, muita coisa fora do lugar em que deveria estar.

Ela não tinha nenhum elfo doméstico?

Enquanto ainda colocava o bule de chá no fogão, ele ouviu a voz vindo do sofá:

"Então, vamos por partes" ela soava como se tivesse acabado de engolir um pedaço daquelas tortinhas "Você aceita a minha proposta de mantermos contato, e o sexo também?".

Ele não virou para encará-la.

"Sob os termos previamente acertados".

Hemrione riu.

"Parece que estamos discutindo negócios. Esta poderia facilmente ser uma conversa que tenho no meu trabalho, trocando apenas algumas palavras".

Draco se virou, apoiando as mãos na bancada atrás de si.

"Não são negócios, Granger, mas é tão importante quanto".

"Dá pra parar de me chamar assim?".

Ele sorriu. Só havia feito isso para ouvi-la reclamar. Ela continuou antes que ele pudesse falar qualquer coisa:

"Quais são esses termos, então? Vai continuar transando com quem quiser, e comigo também, mas vai manter contato durante outros momentos apenas comigo?".

Hermione soltou outra risada curta. Ela parecia estar de bom humor.

"Do jeito que você fala..." Draco começou, mas desistiu "sim, é basicamente isso".

Ela riu novamente.

"Achei que você não fizesse sexo com amigas".

"Você está muito engraçadinha" ele continuava sério. Era um assunto estranho, na verdade.

Nunca em sua vida, ele havia parado para conversar sobre algo assim, dessa forma, com alguém. Geralmente, as coisas simplesmente aconteciam.

"Ok" ela voltou ao senso "eu não sou ciumenta".

O tom de voz que ela usou pra dizer isso... Draco levantou uma sobrancelha, desconfiado.

"Não?".

"Não, é claro que não" ela estava sendo irônica, ou tentando parecer irônica.

Ele não disse nada. Ela continuou:

"Uma vez, em Hogwarts" risadas começaram antes mesmo que ela dissesse alguma coisa "quando o Ronald beijou a Brown... eu conjurei uns pássaros, e mandei atacarem ele".

Drsco franziu a testa.

"Weasley e Brown? Eu me lembro dos dois juntos. Mas ele já estava namorando voc-".

"Não" ela riu de novo "não estava!" e então, o sorriso desapareceu lentamente "mas enfim, eu estava apenas brincando com você. Não foi inteiramente ciúmes, sabe? Quero dizer, é claro que eu estava com ciúmes, mas a história com Rony foi muito longa, e ele estava errado. Eu não deveria ter feito aquilo, de qualquer forma".

Ele também se permitiu sorrir, ao dizer:

"Por um momento, pensei que essa história dos pássaros fosse uma ameaça".

"Ah, não!" ela repetiu "Eu não sou ciumenta mesmo, não se preocupe".

Draco se perguntava se ela estava falando sério, ou não, enquanto colocava o chá e o leite, que já estava pronto, nas xícaras, com o auxílio da varinha para ser mais prático. 

"Ótimo" ele comentou, talvez tempo demais depois "porque eu também não sou".

...

Hermione duvidava fortemente dessa afirmação.

Draco sempre foi uma criança mimada, sempre recebeu o que queria do pai, ou assim ela imaginava, e tratava seus amigos como lixo na época da escola.

Seria possível que ele tivesse se desenvolvido para um adulto que não é ciumento?

Ela não disse nada sobre isso, contudo.

Ele se sentou no sofá, a bandeja com tortinhas de rins e o chá entre os dois, e começaram a comer.

Ela havia comido apenas metade de uma tortinha, e então decidiu esperar por ele. O chá estava delicioso, e a ajudou demais a relaxar.

Hermione sabia que ainda tinham assuntos a debater, e começou a falar enquanto encarava a bebida em sua xícara.

"Nós não precisamos necessariamente contar aos meus amigos, se você não quiser" disse ela "até porque, contar a eles dá a ideia de que seja algo oficial, o que você não quer que seja".

"Então vai esconder de todo mundo? Por quanto tempo acha que seria possível?".

"Não vou esconder" ela revirou os olhos "apenas não vou contar. Não vou fazer disso um evento. Se alguém perceber, tudo bem".

Draco deu uma mordida em uma tortinha, e engoliu antes de responder:

"Parece bom".

Hermione sorriu, contente.

"Mesmo? Então você topa?".

Ele confirmou com um gesto de cabeça.

"Por que não?".

"Então se eu te pedir para que fique comigo esta noite, você fica?".

Ele deu um sorriso contido, de lado, mas disse:

"Depende do filme que você escolher. Se for parecido com aquele do cinema, nem pensar".

Hermione ficou surpresa.

"Não gostou do filme?".

"Eu consegui imaginar o que iria acontecer no fim, desde a metade. Não é um filme ruim, apenas... sem graça".

...

Draco escolheu o filme, naquela noite.

Logo no início, Hermione removeu a bandeja e o bule do sofá, e os colocou na mesinha de centro, se aproximando dele um pouco mais.

Surpreendentemente, ela encostou sua cabeça em seu ombro, o que o levou a passar um de seus braços por sobre os ombros dela.

Os dois ficaram nessa posição por muito tempo, até que Draco percebeu que ela estava quase dormindo. O filme ainda não tinha chegado na metade.

Aquele filme era incrível, como ela podia dormir?

Decidindo que teriam oportunidades para assistir aquilo depois, ele indicou para que ela se deitasse com os pés em seu colo.

"Por quê?" ela perguntou.

"Talvez seja melhor assistir daí".

E ela realmente continuou assistindo, enquanto ele massageava lentamente um de seus pés, e depois o outro... mas foi por pouco tempo.

Na melhor parte do filme, ele olhou em sua direção para ver sua reação, mas ela estava com os olhos fechados.

Ele ainda massageou seus pés até o filme acabar, quando decidiu levá-la para a cama.

Ela acordou no caminho.

"O que está acontecendo?" seus olhos de sono entreabertos, incomodados com a luz "você está me carregando? Por quê? Pra onde?".

"Eu esperava encontrar o seu quarto, mas já que você acordou, pode me dizer onde fica".

Hermione tentou ficar de pé, mas ele disse:

"Você não vai mais pisar hoje. Eu fiz um trabalho incrível nos seus pés, e não quero que tenha sido em vão. Me diz, onde é o seu quarto?".

Ela sorriu, e apontou.

"É aquele ali".

O quarto dela... se parecia com ela. De alguma forma, tinha a sua identidade ali dentro, nos móveis, nas fotos coladas na parede, nos livros espalhados.

Draco a colocou na cama, e disse:

"Boa noite".

"Espera, pra onde você vai?".

Ele não havia pensado sobre isso.

"Vou pra minha casa" respondeu.

"Você disse que ia ficar".

"Posso dormir no sofá, se você faz questão".

Ela cruzou os braços, sentada na cama.

"Por que motivo você iria dormir no sofá, sendo que na minha cama cabe tranquilamente nós dois, e eu estou aqui?".

Relutante, ele se sentou na cama, e deixou que ela deitasse a cabeça em seu colo, dizendo que ainda não estava com sono.

Sim, eles já haviam dormido juntos. Mas foi em uma casa de férias aleatória, em outro país.

Ali, era a casa dela. O quarto dela. A cama dela.

Isso era muito mais íntimo.

No final, havia valido a pena voltar até lá e responder a pergunta dela. Draco ainda não estava totalmente seguro em relação a tudo, mas tentou esquecer disso só por um tempo.

Enquanto ela dormia, ele acarriciava seus cabelos lentamente, em sua orelha e sua bochecha.

E não percebeu quando também dormiu, sentado, encostado na parede, sua mão ainda no mesmo lugar.

Iria acordar com dores no corpo.



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