História A SUBMISSA PERFEITA (Kim Taehyung) - Sexto Episódio - Confusão

S/N

Sou mantida como prisioneira por Taehyung. O encontro dos nossos lábios me causa afago. A pele pálida do mais velho, se eleva em alta temperatura. Seus olhos cerrados causavam em mim euforia.

Mantida intacta ali, me entreguei a algo que eu tentei evitar. E logo, uma tempestade de confusão acentuou sobre meus pensamentos, me confundindo, brarulhando os meus sentidos.

Ele brincava com os meus sentimentos, enquanto dançava com os lábios sobre os meus. Inebriante, eu estava sendo dominada por algo inusitado.

Seus braços me entrelassavam, prolongando o momento. Indefesa, me deixei levar pelo calor de seus lábios rosados. 

Logo, uma explosão de sentimentos se prolongou em meu ser. Não sei se o que eu queria naquele instante, era largar de vez seus lábios e chorar por isso, ou simplesmente deixar o mesmo se apossar de mim, assim como eu tanto desejava.

Há inúmeras mariposas em meu estômago, as minhas mãos congelam, tenho certeza de que estou vermelha, e meus olhos se enchem lentamente de lágrimas.

Seus lábios abandonam os meus, num gesto nobre de afastamento. Sua respiração ofegante causava um choque térmico com a minha, já que eu estava com ela fria. Não posso evitar que as lágrimas rolem sobre o meu rosto, borrando a minha maquiagem. Dirijo minha visão até encontrar seu olhar. Ele me olhava inquieto, preocupado, impaciente, Taehyung sabia que algo me incomodava, e que beijar seus lábios fora um erro. Mas o que o mesmo não sabia é que mesmo o odiando, eu sentia algo nascer em mim, algo novo, inusitado. Estava insegura sobre o momento, sobre o que acabara de acontecer.

Minha garganta estava seca, assim como a minha boca, sinto sede. Passo a língua sobre os lábios lentamente, molhando-os. Sinto seu toque sobre a minha pele, suas mãos secavam as minhas lágrimas. Insegura, abandonei o meu sentimento de ásco do mesmo, fazendo com que eu deseje suas mãos sobre minha pele. 

- oque houve? - sua voz aguçada invade minha audição.

Volto os meus olhos em direção aos seus.

- s/n, fiz algo de errado, me perdoe por isso...?!

Estendo as minhas mãos e as coloco sobre sua boca, o calando. Em seguida, toco seu rosto devagar apreciando sua beleza. Dirijo então o toque aos seus cabelos, os macios fios deslizavam como seda sobre os meus dedos. Estendo meu corpo e me aproximo mais ainda dele, entrelaçando os braços sobre seu corpo, o prendendo a mim, numa tentativa inútil de ser correspondida. Mas incrivelmente, o mesmo retribui o ato.

Me afago no calor de seu corpo, me acostando ao seu peito com vigor. Encaixo o meu maxilar em seu ombro, me revigorando do instante vivido a poucos segundos. Taehyung fizera de mim sua escrava, ele me prendeu em um sentimento no qual não consegui lidar. Fazendo com que eu perca o controle sobre os meus sentidos. 

Um ser tão irrelevante a mim, me causando desequilíbrio dessa forma. Um ser incapaz de lidar com o meu verdadeiro eu. Incapaz de entender a grandeza das minhas asas e da minha glória, fora um tolo, no qual fui me apaixonar perdidamente. Aquele sádico havia desaparecido literalmente? 

Me questiono sobre ele, me questiono sobre mim. Ambos os corpos desejando o pior de nós. Ambos delirando de sentimentos inexplicáveis. Eu estava embriagada com o seu perfume, com o seu corpo, sua essência.

Seus braços me abandonam repentinamente, repito o ato. Seus olhos repuxados não mais inchados se dirigem a mim de forma melodiosa, me conquistando cada vez mais. A maciez de suas mãos colidia com a minha pele, me causando um frio na espinha. 

- está se sentindo bem? - sua pergunta me coloca no meu lugar.

- como pode ser tão agressivo, e ao mesmo tempo frágil como um bebê indefeso? Sua dualidade me causa coisas inexplicáveis, Kim Taehyung! - Explico, enquanto me aprofundo a um vazio escuro que fora meus pensamentos. Seus olhos pareciam achar em mim o paraíso, um afago para o seu "eu" entristecido, enquanto eu olhava abobada para o mesmo.

- e como pode ser tão... - há uma pausa em sua fala, o fazendo se levantar. - tão dessa forma. Como pôde mexer tanto comigo, você me confunde s/n?! - há desprezo em seu tom de voz.

Respiro fundo me levantando também. 

- você é a confusão em pessoa, me fez te querer mais do que a própria garrafa de whisky. - Seus olhos se enchem de lágrimas vagamente. - você me leva de volta aqueles tempos em que pude ser feliz, não posso ficar perto de você. 

- acho que precisa de mim mas do que pensa. 

- vai fazer o que, me ajudar a mudar?! - Concordo com a cabeça. - está louca, nenhum poder na terra pode me mudar! 

- eu posso!

- e no que pensa? Você é apenas uma empregada, a minha submissa, o meu brinquedinho sexual, nada mais. - Ele se aproxima de mim e segura o meu pescoço com força. Vejo o velho Taehyung retornar. - você só vai entrar outra vez aqui, quando eu permitir, agora saia!

Ele me larga num tom grosseiro. A chama que antes ele acendeu em meu interior, o mesmo apagou. Tento não chorar em sua presença para não demonstrar minha fraqueza. Saio do quarto do mesmo, alimentando o meu ódio pelo sádico. Ao sair do anexo, a porta é fechada com força, me causando um susto. Me acosto a mesma, e desço lentamente até o chão, me sentando sobre a superfície. Não pude evitar as lágrimas, meus olhos mais pareciam uma cachoeira gigantesca.

Derrotada, deito sobre o chão frio do corredor, me aprofundando no que parecia ser solidão.

***

A tarde calorosa pairava sobre a mansão. Permanecia confundida e insegura sobre o que aconteceu, Taehyung fora diferente por alguns instantes, bem era nisso que eu queria acreditar. Mas foi inútil.

Desço as escadas em direção à cozinha e fito NamJoon dedilhando uma revista. O mesmo parecia concentrado.

- o que está lendo? - assusto o sem querer.

NamJoon solta um grito agudo, logo, ponho as mãos sobre o rosto enquanto sorrio do mais velho. 

- poxa s/n, que susto, avisa quando estiver chegando, imagine se eu fosse cardíaco.

Ele põe as mãos sobre o peito, numa atuação exagerada. Sorrio mais uma vez. O mesmo se levanta de seu acento, e eu fito a revista jogada sobre o balcão.

"Revista De Olho: Encontro de empresas"

- do que se trata esse encontro de empresas que a manchete da revista diz? - não evito a curiosidade.

- se trata de uma convenção, existem muitos empresários aqui na Coréia, nesse encontro eles revelam suas inovações e mostram para todos o bem que sua empresa traz para a sociedade. - o mesmo meche nas panelas e colheres. - aliás, o senhor Kim participa todos os anos. 

- e quando se realizará?

- daqui a uma semana.

- por tocar nesse assunto, o que a empresa do senhor sádico realiza? - ironizo.

- Kim Taehyung fora rico toda vida, seus pais eram donos de uma empresa automobilística, produzem muitos modelos de carros de sucesso. Quando o pai dele morreu, toda a fortuna passou para ele, e o mesmo decidiu insistir com o negócio.   

- ele  não tem nenhum familiar vivo?

- tem sim, a mãe, um irmão mais novo e a prima que mora com eles. 

- ah... - dedilho a revista procurando saber mais sobre o encontro no qual Taehyung participa. 

- eles quase nunca vem aqui, mas ele vai visitá-los de  vez em quando.

- acho que a morte da esposa o afetou de tal maneira que decidiu ficar longe de tudo. 

- sim, tanto que ele deixou o controle da empresa nas mãos do melhor amigo. 

- quem é esse melhor amigo?

- chama-se Park Jimin!

"Ding-Dong"

A sonoridade da campainha ecoa por toda a mansão, me adianto para a sala de estar, impedindo NamJoon de abrir a porta. Me aproximo da mesma, e a abro lentamente.

Um rosto invade minha visão. Era um rapaz, um belo rapaz. Usava um terno acinzentado que deifinia seu corpo muito bem. Seus olhos eram brilhantes, reluzentes como estrelas. Seus cabelos eram um pouco longos, e pouco castanhos. Ele sorria para mim discretamente, sem mostrar os dentes. 

- senhor Park Jimin?! - NamJoon se aproxima da porta, enquanto eu olhava abobada para o jovem. Esse fora o melhor amigo de Taehyung.

- NamJoon, o Taehyung está? - ele questiona o mais velho. 

- acabou de descer as escadas, está esperando pelo senhor no escritório. 

Jimin agradece e caminha em direção do escritório. Fito NamJoon que olha desconfiado para mim.

- em vez de babar pelo presidente das empresas Kim, vá se arrumando, o senhor disse para preparar um jantar para dois. No caso, você e ele. - NamJoon explica.

- jantar?

***