Ao vê-la, me senti muito feliz, fiquei com vontade de ir lá e abraça-la. Bateu uma imensa saudade, á quanto tempo não a vejo. Era ela mesma, minha amiga Lavínia.
Lavínia e eu éramos quase irmãs, andávamos grudadas toda hora. Ela era minha vizinha. Nos conhecemos quando ela estava brincando de boneca na calçada da minha casa e eu fiquei querendo brincar também.
* Flashback On *
Mamãe não quer brincar comigo de boneca! Ela sempre ta ocupada! Ninguém brinca comigo... O que aquela menina ta fazendo? Vou ficar olhando escondida como uma espiã de verdade. Vou me esconder atrás dessa arvorezinha.
[Observando a menina]
Ela ta brincando de boneca! Será que eu vou lá brincar com ela? Quero ser amiga dela, eu vou lá. Sai de trás da arvorezinha e sentei do seu lado da calçada.
- Oi menina! Eu também tenho uma boneca. Você quer brincar comigo? - Perguntei sorrindo.
- Quero! Vamos brincar então! - Ela respondeu sorrindo também.
- Meu nome é Julie, e o seu?
- Meu nome é Lavínia! Julie vamos ser amigas?
- Vamooooos! - Respondi e começamos a rir.
* Flashback Off *
Depois desse dia, toda tarde nos encontrávamos para brincar na mesma rua, na calçada. Começamos a nos tornarmos melhores amigas, até fizemos um juramento "ficarmos juntas para sempre". Mas esse juramento acabou, não sei o motivo, mas ela sumiu de repente e eu nunca mais a vi. Eu andava muito triste e as vezes chorava, queria muita encontrar minha amiga de novo. Vê-la ali novamente me deu uma saudade enorme. Por impulso corri até ela e a abracei.
- Lavínia!
- Quem é você? - Ela perguntou séria, fiquei sem reação, achei que ela iria me reconhecer, não é possível que ela não lembra de mim.
- Você não se lembra? Não me conhece de algum lugar? - Perguntei.
Ela ficou pensando, olhou nos meus olhos e de repente a sua expressão mudou, uma lágrima desceu pelo seu rosto.
- Julie.... - Falou e me abraçou, a abracei também. - E-eu estava com muitas saudades..... - Continuamos abraçadas.
- Por que me deixou? Você sumiu! Não sabe como fiquei triste! - Falei.
- Eu não tive outra escolha. Aconteceu uns negócios com minha família e tive que me mudar. Vamos para algum lugar que eu te conto tudo.
- Vamos para a minha casa!
- Tenho que avisar meu pai primeiro, espera aí, vou ligar para ele.
Ela ligou para ele e depois ela perguntou se poderia ir para a casa de uma amiga. Ele deixou, pegamos um táxi e fomos para minha casa. Chegando lá entramos no meu quarto.
- E então, por que você mudou de casa? - Perguntei.
- Me mudei porque meus pais se separam e fui morar com meu pai, aí ele se casou com uma mulher que é muito fechada e mal humorada. E como eu e nem você tínhamos celular na época não tinha como nos comunicarmos. Se meu pai tivesse me avisado que iriamos nos mudar eu teria te dado o número do telefone fixo. Mas foi uma surpresa, no mesmo dia que ele me contou que tinha se separado da minha mãe eu me mudei e não deu tempo de eu te avisar. Me desculpe, eu também senti muito a sua falta Julie, era minha melhor amiga, quase uma irmã.
- Não precisa se desculpar! A culpa não é sua! Você se lembra da nossa promessa?
- Lembro.... "ficarmos juntas para sempre".
- Ainda ta valendo? - Perguntei e peguei em sua mão.
- Sim! Então para não nos separarmos novamente, vamos nos casar! - Começamos a rir, peguei um travesseiro e joguei na cara dela.
- Tudo bem, MARIDA!
- Eiiii! Não pode jogar travesseiro na cara da sua marida! - Ela pegou o travesseiro e jogou em mim.
- Então por que jogou em mim hein? - Perguntei e joguei nela de novo.
- Porque você que começou! - Pegou outro travesseiro e jogou em mim, depois começamos a rir.
Ficamos fazendo uma guerra de travesseiros, até que ficamos com fome e fomos comer. Acabei pedindo uma pizza para a gente. Enquanto esperávamos continuamos conversando.
- Julie, onde estão os seus pais? - Ela perguntou.
- Hm.... Eles, bem... Érrr - Calma Julie, se acalme, não chora disgrama!
- O que foi? Aconteceu alguma coisa? - Perguntou passando o braço pelos meus ombros.
- Minha mãe morreu e meu pai ta com câncer!
Falei olhando para o chão, segurando o choro. De repente ela me abraçou fortemente, comecei a chorar lembrando de tudo que tinha acontecido.
- Desculpa! Eu não sabia! - Falou triste.
Continuei chorando por uns minutos. Quando parei ela começou a fazer cafuné em meus cabelos, o que é muito bom.
- Chora não, não gosto de ver você chorar!
De repente a campainha toca. Fomos até a porta e abrimos, era o entregador de pizza, o pagamos e pegamos a pizza. Depois fomos comer.
- Obrigada marida.... - Falei.
- Pelo o que? - Ela perguntou.
- Por me abraçar, é que não gosto de lembrar disso quando estou sozinha. Normalmente eu me corto....
- Você se corta? - Perguntou.
- Sim.... E você é a primeira que sabe disso, por favor, não conta para ninguém!
- Não vou contar, não se preocupe, pode confiar em mim! - Falou e sorriu.
- Me passa seu número. - Falei pegando meu celular.
- Ok, e você me passa o seu. - Pegou seu celular.
Passei meu número para ela e ela me passou o seu. Comemos a pizza e voltamos para o meu quarto. Continuamos conversando bastante, ela me falou onde ela estudava e onde morava até que começamos a conversar sobre meninos.
- Você ta namorando ou ficando com alguém Julie? - Ela perguntou.
- Não... E você?
- Também não. E tem algum que você goste?
- Olha, eu ainda não tenho nenhum crush! Hahaha
- Somos 2 miga kkk. Tem menino bonito lá na sua escola?
- Tem vários!
- #partiuestudarnasuaescola - Falou e começamos a rir.
- Você tem que conhecer meus amigos! - Falei. - A Rosalya e o Alexy! Eles são demais!
- Sim, quero conhece-los. Vamos marcar para saírmos algum dia desses.
- Boa ideia, vou combinar com eles e te mando mensagem.
Ela deitou na minha cama e se espreguiçou falando:
- Ai Julie... Eu não gosto da minha madrasta, quero minha mãe e meu pai juntos de novo!
- Qual é o nome dela?
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