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História A teoria da vida (NAMJIN) - A teoria da lua


Escrita por: Lalis_Cohen

Capítulo 8 - A teoria da lua



"Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes." 

William Shakespeare



Em variados momentos da sua vida você sente que está errado, que algo aconteceu e você perdeu o controle da sua vida, e agora, está por fim, vivendo no automático.  

Muitas pessoas dizem que o mundo lhe manda avisos, em alguns casos uma brisa leve no rosto, em outro casos um letreiro gigante com várias setas e uma luz deixando claro que estava tudo errado. Depende de cada pessoa, seguir esses sinais ou apenas ignora-los.

Namjoon ainda estava em pânico quando entrou em casa e subiu as escadas desesperado, sentindo as pernas moles como dois macarrões, movido pela adrenalina do momento ele entrou em seu quarto, trancando a porta logo em seguida.

Seu coração palpitava, sua mão tremia junto com suas pernas, seus olhos estavam vermelhos pelas lágrimas e o suor escorria por sua testa.

– Quem você matou? – A voz calma ditou e Kim levantou o olhar.

Seokjin estava parado na sua frente, com uma blusa sua, um short rasgado nos joelhos, tênis e um boné preto. O rosado o olhava sorrindo.

O medo de Kim se fez presente novamente, ele se colocou mais contra a porta, com a mão ainda trêmula tentando puxar a maçaneta, mas seus olhos estavam fixos em Seok.

– O-O que v-você faz aqui? – Engoliu em seco.

– Você me chamou! – Franziu o cenho, achando engraçado a expressão de Namjoon.

– S-Sai daqui....– Trincou o maxilar, sua mão estava parada sobre a maçaneta, seus olhos olhava com atenção todas as expressões de Kim mais novo.

– Namjoon, o que aconteceu? – Seok tentou se aproximar de Kim, mas o mesmo correu para o outro lado do quarto. – É pega pega?

– Para de piadas! – Gritou nervoso. – Você é um mentiroso de merda, não sei quem é você, Kim SeokJin! Ou quem tenta ser, mas eu quero você fora daqui!

Namjoon gritou alto, a plenos pulmões, seu olhar duro sobre Seok, sua pose jamais vista pelo mais novo.

Seok sorriu, parecia não entender a gravidade a situação, mas sua expressão mudou quando Kim lhe olhou com medo, assustado.

– O-O que? – Piscou algumas vezes, deu um passo na direção de Namjoon, mas ele ergueu a mão pedido para o mesmo parar.

– E-Eu encontrei seus amigos! – Riu de lado, e Seok o encarou. – Você está sendo caçado, SeokJin!

– Eu não tenho amigos! – Se defendeu, sentindo seu peito doer.

– Kim Taehyung, Min Yoongi e Jung Hoseok! Conhece esses nomes? – Ironizou, sua voz estava trêmula. – Eles me falaram que você está sendo caçado, que é para tomar cuidado. Que merda você fez, SeokJin?

Namjoon chorava, por algum motivo seu coração doía em saber que o garoto de madeixas rosadas estava em perigo, que talvez tenha feito algo para merecer isso.

– Eles fizeram algo com você? – Se preocupou, começou a andar na direção de Namjoon.

Dessa vez o mesmo não tentou fugir, viu Seok parado na sua frente, lhe analisando em busca de qualquer machucado, suas mãos tremulas pararam no rosto de Namjoon.

Jin segurou o rosto do moreno, olhou no fundo de seus olhos, o mesmo tremia o lábio, estava chorando e tão chocado que estava entrando em uma crise de pânico, e era visível.

– Eu não fiz nada, Namjoon! – Ditou sério, seu polegar fez um carinho na bochecha do moreno e ele não recusou. – Eu não sei o que eles te falaram, mas eu te juro! Eu não fiz nada, Joonie-ah!

Os olhos de Namjoon se encheram de lágrimas automaticamente, e suas lágrimas molharam seu rosto moreno, o deixando com um aspecto frágil e medroso, com medo de perder a coragem que ainda tinha,  abraçou Jin com força, se desmanchando em seus braços, ouvindo a respiração calma de Jin começar a lhe acalmar também. 

– E-Eles te machucaram? – Sussurrou com dificuldade por estar tendo sua cintura apertada com força.

– N-Não! – Respondeu calmo, se desvinculado do abraço de Jin.

Suas mãos continuaram na cintura dele, e Jin estava com a mão em seu rosto ainda, os dois se olharam por um tempo, em um misto de medo e nervosismo.

– O que eles te falaram? – Questionou com medo.

– Q-Que seja quem for, quer sua cabeça, para você não ir para o outro lado da cidade, que você está sendo caçado. – Limpou o rosto com a palma da mão, olhando para baixo.

– Só isso? – Sua voz vacilou.

Namjoon se lembrou sobre o orfanato, sua garganta se fechou, ele levou a mão para a cintura de Jin, e puxou ele novamente para perto, sentindo o seu peito se aliviar novamente.

Como uma bolinha antiestresse, e ele apertou mais Jin, afundando seu rosto no seu pescoço, e o cheiro doce ajudou seu medo a se dissipar,  e logo ele não conseguia mais ouvir seus batimentos descontrolados e acelerados. 

– Namjoon, o que mais eles falaram? – Jin estava com o rosto vermelho, junto com suas orelhas, estava seguro, mas ainda sentia medo.

– Para eu te proteger. – Se lembrou das palavras dos garotos. – Para cuidar de você, porquê eles não podem.

– Você estava me mandando ir embora agora pouco, e diz que vai me proteger?

Namjoon se afastou, olhando sério para Jin, ele sentia um tom de humor em sua voz, mas de certa forma ele estava certo. Se fosse para proteger o mais novo, ele já tinha começado errado

– Eu estava em pânico! – Se defendeu.

– O que pensou que eu fosse? Um assassino? Eu dormi do seu lado, se quisesse te matar eu poderia ter feito várias vezes. – Cruzou os braços, olhando com desdém para o moreno.

– Eu sinto que confio em você, mas isso não é suficiente, Jin. – Encarou o fundo dos olhos do menor. – Eu necessito de provas que você não é ruim, por mais que eu sinta que você é uma boa pessoa, sentir não me faz ficar seguro.

– O que quer dizer?

– Me conta a verdade, apenas uma vez.

Jin paralisou olhando para Kim, sua boca secou e um frio subiu por sua espinha, lhe causando uma sensação de pânico. Eles ainda estavam próximos, mas o garoto deu um uns passos para trás, tirando sua mão de perto de Namjoon.

– Você precisa confiar em mim! – Alternou seu olhar entre o rosto de Kim e o chão.

– Não tem como confiar em você sabendo que você está sendo caçado. – Contrapões, o olhando sereno.

– E-Eu...– Respirou fundo. – Okay, eu falo!

Namjoon sentiu Jin se aproximar mais de si, seus corpos estavam próximos demais, ele podia sentir o hálito de Jin contra seus lábios, suas testas estavam quase coladas, ambos se olhavam com intensidade, presos naquela atmosfera calma.

Jin encarou os lábios de Kim, sentindo seu ar falhar, seus pulmões pareciam vazios, em busca de ar, se aproximou lentamente do moreno, parou a centímetro de seus lábios, analisou o rosto de Namjoon, em busca de alguma relutância, mas ele continuava sério.

– Namjoon? – A voz de sua mãe gritou do outro lado da porta.

Jin se afastou bruscamente de Namjoon, saindo de perto dele e se encolhendo. O mesmo piscou voltando a realidade, indo até sua porta ainda quieto.

– Sim, estou aqui! – Respondeu colocando a testa contra a porta. 

– Filho, você subiu as escadas tão rápido, nem pude falar com você. – A mulher puxou a maçaneta tentando abrir a porta, mas a mesma estava trancada. – Namjoon, está tudo bem?

– Sim, e-estou bem. Eu tenho que tomar banho, depois nos falamos. – Avisou, olhando de canto para Jin.

– Filho, está tudo bem mesmo? – A mais velha não parecia acreditar pelo tom de voz do filho.

– Omma, eu estou bem. – Fechou os olhos com força.

– Okay, venha comer depois. – Jiwoo se virou de costas indo para a sala, ainda incerta sobre o filho.

.

.

.

Jin tomou um banho depois de Namjoon, vestiu uma roupa sua como de costume, olhando para Kim sentado em sua cama junto com um prato de comida.

Namjoon comeu junto com seus pais e depois disse que ainda estava com fome, mas que iria terminar de comer dentro do seu quarto, e seus pais como já estavam indo assistir um filme, não ligaram muito para o comportamento estranho de Kim. Ele não tinha o costume de levar comida para seu quarto, mas como ele estava diferente esses dias, não se apegaram a esse fato.

Namjoon usava uma calça moletom e uma blusa preta com galáxia, e parecia mais calmo do que antes, além de seu cabelo está um pouco molhado.

– Eu trouxe um pouco de jantar, não sabia se você comeu. – Brincava com a barra da camisa, desviando dos olhos de Jin.

– O-Obrigado. – Se sentou de frente para Namjoon, o olhando preocupado. – Ainda está com medo?

– Não. – Disse firme. – Quero apenas que fale a verdade, talvez eu sinta mais medo depois do que antes, mas prefiro saber do que estou com medo.

Jin encarou o moreno, e ele parecia tão diferente, realmente estava chocado com toda a situação, e parecia que agora tinha um novo Kim na sua frente, era assustador, mas Jin não estava com medo. Pelo menos ele fingia que não estava, mas no fundo, estava com medo que depois de suas palavras, o moreno tivesse uma medida mais dura sobre as coisas.

– Por onde quer que eu comece? – Questionou Jin.

– Quem é Kyung e o que você está devendo para ele? – Namjoon perguntou sério.

– Kyung é um doido que mexe com drogas, ele alicia menores de idade para que possam vender suas porcarias. – Estava um pouco surpreso por Namjoon já ser direto.

– Você é um dos menores? – Engoliu em seco, e se sentiu leve quando Jin negou balançando a cabeça.

– Um dia eu estava voltado da escola, estava passando em um beco que é um atalho. Assim que virei a rua, Kyung mais dois caras estavam cercando um garotinho, ele deveria ter uns dez anos, trabalhava no sinal. – Tentou se lembrar com clareza daquele dia. – Ele pega garotos pobres e sem pais ou responsáveis para levar as drogas de um ponto da cidade para o outro.

– Por que? – Namjoon estava chocado com a narrativa do menor, até apertou o travesseiro com a ponta de seus dedos.

– Sem pais para perguntar. – Ditou como se fosse óbvio. – A polícia não vasculha crianças no sinal, e ele sabe disso. Assim que eu vi ele com o garoto, eu esperei ele sair, então eu fui até o garoto e peguei as drogas dele, disse para ele nunca mais voltar ali, e ele fez isso, saiu correndo. Eu peguei as drogas e joguei no lago da cidade, mas acho que alguém me viu, me dedurou para ele, e agora o mesmo está dizendo que eu devo dinheiro para ele.

– Mas que merda, Jin! Por que foi se meter em algo que nem tem haver com você? – Gritou preocupado.

– Ele tinha apenas dez anos, sabe o que iam fazer se ele pisasse na bola? Eles iam matar o mesmo, uma criança sozinha no mundo ia ser morto, e eu tinha a chance de impedir isso, e fiz! – Elevou um pouco a voz.

– Quanto você deve?

– Por que quer saber?

– Nós vamos tentar pagar.

Jin olhou para Namjoon, seus lábios desenharam um sorriso falso, ele até tentou entender as intenções do garoto, mas era estúpido demais.

– Não existe “nós” pagando ninguém, Kim Namjoon! – Se estressou, batendo no colchão nervoso. – Eu não irei dar um centavo para aquele animal desprezível. Quando você paga pessoas como o Kyung, eles acham que você pertence a ele, e eu não pertenço aquele homem.

– Então vai fugir?

– Se ele quiser me matar, vai fazer isso em algum momento, eu não me importo! Não é como se minha vida importasse. – Riu de lado, mas sua voz falhou.

– Você é importante. – Namjoon segurou a mão de Jin sobre a cama. – Não importa quem você é, de onde você vem, você é importante e sua vida também.

– Você não gostaria de saber quem eu sou ou de onde eu venho. – Olhou para as suas mãos juntas. – Eu não digo quem eu sou, porque eu não sou digno da sua bondade ou da sua compaixão. Namjoon, as pessoas são ruins, e eu também posso ser.

– Você não é ruim, Jin! – Olhou para Seok com um sorriso. – Você tentou ajudar uma criança, e por isso está nessa situação, mas eu não deixarei que ele toque em você.

– Por que faz isso?

– Isso o que?

– Porque me protege? – Sentiu os olhos se enchendo de lágrimas.

– Eu não sei, talvez eu goste de você. – Riu bobo fazendo o coração de Jin disparar. – Talvez eu queira você vivo e bem, ainda não tenho certeza do porquê, mas eu sinto que a resposta é você.

– Reposta para qual pergunta? – Suas bochechas estavam molhadas e coradas, ganhando a atenção de Namjoon.

– Sobre a vida. – Fez uma pausa, levando o polegar até a bochecha de Jin, limpando as lágrimas. – Minha vida começou no dia que você entrou por aquela janela. E minha vida termina no dia que você não quiser estar mais do meu lado entendendo o mundo, eu não preciso de grandes resposta, apenas fique do meu lado.

– Eu não sou a resposta, Namjoon. – Abaixou a cabeça chorando. – Eu nem sei o que eu sou, talvez o mundo fosse melhor se eu não estivesse aqui. Eu não quero que você se machuque por minha causa.

– Confie em mim. – Pediu apertando as mãos de Jin. – Eu não sei quem te machucou ao ponto de você não se achar suficientes para viver ou quem te destruiu até você não saber quem você é. – Levou o indicador até o queixo de Jin, levantando sua cabeça. – Mas você é importante e juntos vamos descobrir quem é você, Kim SeokJin.

Jin sorriu entre lágrimas, um pouco bobo de como Namjoon era bom com as palavras, e como ele lhe fazia se sentir seguro apenas estando ali, e mesmo com medo, com dúvidas, ele ainda conseguia sorrir e se sentir bem.

Jin abraçou o moreno com força, chorando mais contra seu peito, ouvindo seu coração batendo junto com o de Jin.

– Eu sei quem é você, Kim SeokJin! – Namjoon encarou o rosto de Jin próximo a si, seu peito doeu vendo o rostinho bonito vermelho e triste. — Você é a lua, Jin.

— A lua? – Perguntou com dúvida.

– Sim, é lindo como a lua, move as marés, ilumina á noite e deixa tudo mais bonito. – Iniciou rindo fofo. – Mas tem machucados que ninguém vê, que apenas se mostra para aqueles que lhe olham com atenção, tem várias fases e um brilho incrível e partes obscuras que tem medo de mostrar. 

– N-Namjoon, eu não sou a lua. – Riu escondendo o rosto na curvatura de seu pescoço.


–Sim, você é a lua, Kim SeokJin! E eu quero que você possa ver o quão brilhante e lindo você é, não só por fora, mas pode dentro também. – Fechou os olhos sentindo o cheiro dos fios rosas de Jin. – Você é o filho da lua, então por favor, não chore.



Notas Finais


Eu nunca estive produtiva em fanfic como hoje. Avemaria.

A autora chorou escrevendo esse capítulo kkkkkkkkkai senhor até quando?

Bjs gente má ❤️


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