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História A Terceira Força - Correr ou lutar.


Escrita por: hotside

Capítulo 18 - Correr ou lutar.


Fanfic / Fanfiction A Terceira Força - Correr ou lutar.

Rey corria desesperada pelas ruas da cidade, procurando se localizar em meio ao caos.

Não houve aviso. Não houve ordem para se render. Apenas guerra.

A armada de Cerinia tentava contra-atacar os invasores, mas o arsenal bélico da Primeira Ordem era extremamente poderoso para terem qualquer chance de defesa.

Rey sabia que, não só Snoke como Kylo Ren, estavam revirando cada pedaço daquela região à sua caça. Ela tinha que ser rápida! Precisava furtar uma aeronave, qualquer uma, para que pudesse sumir daquele inferno. Como se ela tivesse alternativa naquela altura do acontecimento. Se a capturassem, Rey estava certa de que nunca mais veria o sol de um novo dia.

Uma TIE Fighter passou assobiando sobre a rua, disparando na direção de uma nave, que perdeu o controle e explodiu contra um prédio. Do outro lado da estrutura surgiu uma bola de fogo, deixando apenas um buraco destroçado por onde a nave entrou. O edifício tremeu com a sustentação abalada. Rey levantou a cabeça, as paredes pareciam prestes a desmoronar, quando outro impacto fez a estrutura ruir de vez, lançando estilhaços em cima de todos, deixando para trás uma nuvem de cinzas.

Um outdoor mergulhou do alto entre as vias de tráfego, diretamente sobre um grupo, fazendo-a apertar seus olhos diante da imagem chocante. Centenas de pessoas correram no sentido contrário, gritando e se empurrando. Rey não sabia para onde eles poderiam ir, e ela suspeitava que nem eles sabiam.

O pânico era geral.

Outra TIE Fighter cruzou entre os prédios, seguido de um flash e uma explosão que fez o chão sacudir sob seus pés. Rey se protegeu da chuva de concreto e vidro, jogando-se de barriga pra baixo com as mãos sobre a cabeça. Uma nuvem escura subiu. Ela podia ver a massa de fogo crescente refletindo entre as janelas espelhadas dos arranha-céus ao redor. Seus ouvidos ainda apitavam por causa do som ensurdecedor.

Tudo rodava. Sirenes. Gritos. Ao longe, barulho de mais disparos. O cheiro forte de fumaça ardia em seu pulmão.

Um homem cambaleou para fora de um edifício deixando um rastro de sangue. Uma criança chamava pela mãe, sozinha, entre os destroços. Uma mulher passou por ela, coberta de poeira, os olhos fixos e sem reação, parecia uma morta-viva.

Rey levantou-se atordoada, procurando se apoiar no que devia ter sido um transporte de passageiros. Alguém parecia gritar lá de dentro, preso às ferragens, mas não havia muito que Rey pudesse fazer por ele na atual circunstância.

A cidade, tão maravilhosamente viva e dourada da manhã, jazia em meio a cinzas e destruição. Onde antes havia pessoas e comércio, agora só havia gritos e destroços. As vias estavam irreconhecíveis em meio a todo aquele pandemônio.

O lugar tornou-se um verdadeiro campo de batalha.

Ela tentou correr por uma rua lateral, na direção que julgava ser do espaçoporto, mas a via estava completamente bloqueada. Um dos edifícios tinha sido derrubado por uma bomba de plasma deixando uma cratera cheia de escombros, interditando a rua. Não havia como desviar. Não havia nenhum lugar seguro. O céu chovia fogo e morte.

Um pensamento embrulhou seu estômago. Tudo isso estava acontecendo por causa dela.

*

Kylo Ren finalmente alcançou a saída do hotel.

Era relativamente fácil caminhar entre a multidão, uma vez que todos evitavam andar próximos daquela figura de preto, empunhando um sabre de luz vermelho.

Estar em meio aquele aniquilamento não parecia tão perigoso para Kylo Ren. Pelo contrário, já estivera em batalhas mais sangrentas que aquela, mas o medo que ele sentia ali era diferente agora. Um medo maior.

Pela primeira vez ele se preocupava com alguém.

Kylo precisava encontrar Rey. Logo. Não queria imaginar o que seu pessoal seria capaz de fazer caso encontrassem ela primeiro.

O Cavaleiro relaxou seus braços e fechou os olhos, sentindo o vínculo flutuar entre eles. Expandiu suas raízes mentais em busca dela, enquanto a cidade continuava a ser bombardeada covardemente pela Primeira Ordem.

Quando ele se concentrou, os sons se alongaram feito uma sombra de fim de tarde. Distanciando-se até se tornar um leve murmúrio no fundo de sua mente. Kylo podia ver a luz de centenas de vidas se apagando, algumas próximas, outras mais distantes. Ele estava ficando impaciente. Mesmo que Rey brilhasse para ele como um farol na noite, era quase impossível escanear a região em meio a tantas energias vitais vibrando ao seu redor. Era como procurar uma agulha num palheiro.

Mas Kylo Ren não podia deixar o caos o afetar, tinha que empurrar o medo de sua mente. Tinha que se concentrar.

Sua prioridade, agora, era manter Rey segura.

Uma voz desagradavelmente familiar, abafada por um capacete, o surpreendeu pelas costas. Fazendo-o despertar de seu mergulho mental.

“Entregue-se.”

Phasma e mais uma dezena de soldados, estavam apontando seus rifles diretamente para Kylo Ren.

*

Rey tinha que fazer um grande desvio para chegar do outro lado da montanha de destroços.

Ela retomou cuidadosamente o trajeto que havia feito, e que conseguia estar ainda mais destruído do que minutos atrás, no entanto, apesar dos corpos, as ruas pareciam estranhamente vazias.

Ondas de emoções de Kylo começaram a chegar através do elo enquanto ela continuava a fazer o seu caminho.

Na verdade foi quase um alívio sentir a presença dele através da destruição que a rondava. Era tipo uma cegueira voluntária. Rey não queria senti-lo, mas também não desejava sentir a morte ao seu redor.  Uma parte dela – uma parte secreta ofuscada pelo orgulho – desejava sinceramente que ele aparecesse para tirá-la dali.

Mesmo quando chegou ao fim da via, ela continuou sentindo a energia dele. Cada passo causava um puxão em seu peito, como se sua conexão estivesse amarrada ao redor de seu coração. Rey tentou ignorar, mas ela estava tão envolvida que quase nem percebeu um batalhão de Stormtroopers a alguns metros. Por sorte, eles pareciam mais ocupados com outra coisa, que não ela. Por isso tratou de desviar um pouco e subir os escombros de um prédio, antes que alguém pudesse notá-la.

Parecia um bom lugar para ficar, já que ela não sabia quanto tempo os soldados ficariam por ali. Rey seguiu até uma escada retorcida, onde metade da parede havia sido destruída, tornando a estrutura um pouco traiçoeira em alguns lugares, mas não intransitáveis para uma hábil escaladora de Jakku.

Mas o que Rey viu quando chegou ao topo, acertou-a como um golpe, fazendo sua adrenalina explodir em seu peito. Ela mal podia vê-lo entre os soldados, mas era ele.

Kylo estava no chão, de cabeça baixa com os cabelos escuros caídos sobre o rosto. Ajoelhado, com os braços dolorosamente torcidos atrás das costas, presos por grossas contenções. Ecos de dor atravessaram sua conexão quando Rey viu os ferimentos que ele havia sofrido. Ao lado de Kylo, um oficial ruivo o golpeava com uma espécie de porrete que parecia liberar descargas elétricas, fazendo-o gritar, enquanto vociferava “Ren, onde está a garota? Onde está a garota??”

Aquilo não parecia fazer sentido algum!

Um milhão de pensamentos passaram por ela como uma revoada furiosa, mas somente um pensamento a fez estremecer:

Por que diabos, Kylo Ren estava sendo torturado pela Primeira Ordem?

A Força dentro de Kylo ainda vibrava quando sentiu a presença dela. Ele cambaleou na escuridão de sua mente, em meio a sua fúria por estar preso e pela dor que o assolava. Desligando todos seus sentidos ele focou apenas em Rey. Ele estendeu a mão através de seu elo, alcançando-a.

 “Rey…”

A Jedi sentiu seu reconhecimento ardente atravessá-la como uma sombra. Ele sabia que ela estava ali. Entre as sensações de confusão, raiva e medo que a acertaram, uma palavra despontou entre o turbilhão.

“Fuja!”

Rey não podia acreditar. Ela errou.

Ele não estava contra ela.

A Jedi entendia que poderia ter evitado tudo isso se tivesse acreditado em Kylo, se tivesse ao menos parado para escutá-lo ao invés acusá-lo, mas ela ainda não confiava totalmente nele. Não até aquele momento.

Quebrando o contato visual, Rey sabia que precisava concentrar-se. Precisava pensar rápido, mas havia apenas duas opções: Correr ou lutar.

Seus olhos imediatamente voaram para Kylo coberto pelo próprio sangue. Esqueça-o. Deixe-o para trás. Seu bom senso dizia, mas uma parte de Rey sabia que não o abandonaria, contudo, ela não tinha como vencer um exército da Primeira Ordem sozinha. Então ela tomou sua decisão.

Mantendo Kylo no vínculo, Rey enviou uma mensagem. “Não irei te abandonar.”

Ela se afastou da cobertura de concreto, expondo-se diante de todos. Endireitou-se até sua altura máxima, altiva. Seus olhos estavam assustados, mas decidida.

Um soldado a reconheceu, disparando uma sequência de tiros na direção em que ela estava. Os tiros não chegaram perto o bastante para ameaçá-la seriamente, mas agora era ela que estava sendo cercada pelos Stormtroopers.

Pela risada que Rey escutou, o oficial ruivo parecia se deliciar com toda a situação. A alegria dele era quase orgástica.

Dois soldados aproximaram-se, flanqueando Rey em ambos os lados. Sem dizer uma só palavra, deram uma coronhada com o cabo da blaster em suas costas, fazendo-a cair sobre os joelhos. Em seguida a algemaram rudemente, torcendo seus braços para trás. Um terceiro soldado injetou algo em seu pescoço, que veio como uma fisgada. Uma sensação ácida começou a queimar, enrijecendo todos seus músculos, fazendo a escuridão descer sobre seus membros.

Por um momento Rey quase se arrependeu de ter ficado.

Então ela apagou.


Notas Finais


Sim, Rey tem um problema sério com a questão de "abandono". Então ela jamais abandonaria Kylo, ainda mais sabendo que ela tomou decisões precipitadas sobre ele, o expondo aquela situação. O pior cenário se formou: Os dois estão nas mãos da Primeira Ordem. Argh! :-(


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