1. Spirit Fanfics >
  2. A Traição - Jungkook >
  3. Saga: O Início XV

História A Traição - Jungkook - Saga: O Início XV


Escrita por: Powlledy

Notas do Autor


Galerinhaaaaaa dessa vez voltei antes de uma semana e me surpreendi porq o cap está muuuuuito grande igual ao cap passado hehehe


Nesse cap está a tão esperada entrada de Ronnie para alcateia de Seul onde ela vai encontrar mais aventuras que nunca hihihi 🤭🤭



Estão preparadaaaaaas? Ihuuuuu


Sem mais e delongas..... Boa leitura!!!

Capítulo 15 - Saga: O Início XV


Faziam mais ou menos uma hora que estava acordada olhando para o teto com pensamentos vagos e sem muita importância.

Não sabia exatamente o motivo de estar tão “paralisada”. Estava em um transe intenso, pensando em como sobrevivi até hoje. O que eu fiz no decorrer de minha vida? Ou até mesmo o que tinha planejado? Quais eram os meus objetivos? Não conseguia recordar de nada! Nunca fui de colocar uma meta além de: sobreviver. Pois sempre estava em algum rolo desgraçado, a minha prioridade sempre foi me manter viva durante todo esse tempo, mas não acho mais necessário essa ser a minha única meta, afinal, eu entraria definitivamente para essa alcateia em algumas horas e todos são evidentemente fortes, tenho certeza que iriam me proteger caso eu precisasse.

Batidas na porta me fizeram despertar de meu devaneio de quase uma hora. Sentei na cama.

— Pode entrar — digo e logo a porta foi aberta.

Era Jungkook. Com certeza estava a procura de seu celular, então estiquei meu braço para a cômoda perto da minha cama e pego o seu celular, logo jogando para o mesmo que pegou com facilidade.

— Pensei que não fosse me devolver mais — sorriu.

— Acabei me empolgando — dei de ombros — fiquei conversando com um amigo até tarde.

— Eu sei, todos aqui reclamaram de suas risadas durante a madrugada — comentou e eu arregalei os olhos.

— Sério? — pergunto surpresa.

Ele riu, negando.

— Tô brincando, ontem foi uma das noites mais tranquilas até. Todos foram dormir cedo sem falar um “a". Acho que era cansaço — parecia dizer mais para si mesmo do que para mim.

— Mas então... — levantei da cama, espreguiçando-me — Hoje estou liberada? Preciso ir até a minha casa.

— De novo com essa história? O que você quer tanto fazer lá? E eu já disse que você tem de pedir permissão ao Alpha e não a mim — desbloqueou o seu celular, vendo alguma coisa.

— Não é da sua conta — faço uma careta — Agora, pode dar licença e ir embora do meu quarto? — fiz gestos com as mãos para que ele saísse.

Ele guardou seu celular no bolso.

— Nossa... que mandona — ele deu meia volta e saiu fechando a porta.

Se o que eu tinha de fazer seria pedir permissão ao Alpha, eu faria, mas... depois de um banho.

Fui até o banheiro fazendo alongamento, me despi e logo entrei debaixo da água quentinha. Não demorei muito no banho, só o suficiente.

Vesti uma roupa qualquer e desci as escadas dando de cara com o Alpha que estava subindo.

Ele sorriu para mim.

— Boa tarde, Verônica.

— Boa tarde, pode me chamar de Ronnie, não gosto de meu nome — sorri de lado.

— Como quiser, Ronnie — manteve seu sorriso.

Ficamos alguns segundos em silêncio, essa seria a hora perfeita para pedir, certo?

— É... eu posso ir a minha casa? — perguntei cautelosa.

— Pensei que iria demorar mais a pedir, Jungkook tinha me dito que você o estava importunado para ir. Você pode ir sim, Ronnie, mas saiba que você não é uma prisioneira aqui, você pode ir para sua casa contanto que esteja aqui antes das 11 da noite.

— Obrigada — quase que pulava em cima do Alpha, mas me controlei bem.

— É só isso? — Assenti — Então, se me der licença...

— Claro, claro — logo saio de sua frente e desci o resto das escadas enquanto o mesmo continua a subir.

— Ah, quase iria me esquecendo — O Alpha chamou minha atenção, então virei-me para olhá-lo.

— Hm? — deixo minha cabeça cair para o lado.

— Leve Jungkook com você, precisará de uma carona, certo? — me lançou uma piscadela.

— Ok — levanto o polegar para cima de forma descontraída e continuo o meu caminho.

Cruzei a sala de estar onde Namjoon, Taehyung e Hoseok estavam assistindo algum programa de TV coreano, todos davam muitas risadas.

— Boa tarde, Verônica — ouço Namjoon.

Paro de andar indo até ele.

— Boa tarde e podem me chamar de Ronnie. Vocês sabem onde Jungkook está? — perguntei.

— Ele estava na cozinha a última vez que o vi — Taehyung diz.

— Obrigada — e então saio em disparada para o local que Taehyung me indicara.

Yoongi e Jimin estavam sentados comendo, conversando algo onde Jimin estava rindo e Yoongi com uma carranca enorme.

— Verônica, você chegou em uma hora perfeita — Jimin me chamou e eu fui para perto dele.

— Por que? — pergunto curiosa.

— Estávamos discutindo que esse cara deveria sorrir mais, você já o viu sorrindo? Ele é muito fofo, mas ele se recusa a tirar essa cara de lobo mau — apontou para Yoongi.

— Você está totalmente certo, Jimin, por mais que eu nunca tenha visto esse carinha sorrir e pode me chamar de Ronnie — digo e vou até a cozinha encontrando finalmente quem eu queria ver.

Jungkook estava de costas para mim pegando algo dentro da geladeira.

— E então? Conseguiu o que queria? — perguntou ainda de costas.

— Antes de mais nada, me chame de Ronnie — deixei claro — e sim, eu consegui só que... você vai comigo — ele se virou imediatamente depois de ouvir.

— O que? Por que? — bebeu um líquido cremoso rosa na boca da garrafa, pelo cheiro era iogurte.

— O Alpha pediu para que fosse comigo e tem que ser agora. Vamos! — digo pegando a garrafa de suas mãos e guardando na geladeira, depois fechando-a.

— Ei! — diz me repreendendo, ele iria abrir novamente, mas fiquei parada em frente à geladeira.

Cruzei os braços arqueando a sobrancelha.

— Não vamos demorar, só preciso pegar umas coisas.

Ele bufou.

— Tá legal, vamos logo — deu meia volta, mas antes pegou um pacote de biscoitos em cima da bancada.

— Você não comeu nada?

— Não — disse curto e grosso.

Cruzamos a sala de jantar onde os dois meninos ainda estavam discutindo e a sala de estar onde os meninos estavam assistindo TV.

— Vão a algum lugar? — ouvimos Hoseok.

— Na minha casa, pegar umas coisas — digo rapidamente já que Jungkook já havia saído no portão da frente.

Que cara rápido.

Saio apressada vendo Jungkook lá na frente indo em direção a garagem. Dou uma corridinha para alcançá-lo.

Ele abre o portão onde ficavam os carros e deixo meu queixo cair por terra quando vi os carros que estavam ali.

Não eram somente oito carros, mas sim dois andares de carros e não eram carros qualquer, eram carros raros e caros, muito caros.

— Caramba! Vocês tem um carro para cada dia do mês? — digo já tocando na lataria de uma Mercedes-AMG GT S 2015 amarela, que por sinal era muito linda — Vamos nesse? Quero ir nesse.

Olho para Jungkook que continuava a comer seus biscoitinhos, me olhando curioso, parecia esperar por alguma outra reação minha.

— Não vai dar uma aula super detalhada sobre esse carro? — perguntou e eu sorri, passando meu dedo indicador pela lataria amarelada.

— É uma Mercedes-AMG de 2015 com propulsor equipado de 4.0 litros V8 biturbo de até 510 cavalos. Vai de 0 a 100km/h em quase 4s.

Quando dei por mim, eu tinha dado a volta inteirinha no carro e já estava preparada para abrir a porta do banco passageiro.

— Uau! Imagino você e o Alpha conversando sobre carros, ele é doido que nem você — diz ele pegando a chave da Mercedes e logo destravando-a.

Entrei no carro, Jungkook entrou logo em seguida sem o pacotinho de biscoitos em mãos.

— O Alpha me mataria se eu comesse dentro de um de seus carros — explicou.

Coloquei o cinto e Jungkook deu partida em instantes estávamos a cima de 130km/h.

— Por que quer ir tanto a sua espelunca? — Eu o olhei incrédula por ter chamado minha humilde casa de espelunca.

— Só pra você saber, minha casa não é uma espelunca e é o bastante para mim — esclareci e ele riu — eu já disse que quero pegar algo importante.

— Que tipo de coisa? Seja específica .

— Por que quer saber? — liguei o som do carro que passava uma música que não conhecia, porém, tinha uma batida boa.

— Talvez porque eu quem esteja levando você? Você pode muito bem pegar uma bomba e me matar, é só pra me prevenir, saberei se estiver mentindo — rio de seu comentário.

— Acha que eu guardo bombas em casa? — Ele me olhou de rabo de olho.

— E não guarda? São muito eficazes se sua casa for invadida por algum inimigo, deveria pensar nisso.

— Bom, eu nunca precisei disso — dei de ombros.

— Você está fugindo da pergunta — alertou-me.

Revirei os olhos.

— São algumas correntes reforçadas de prata — ele parou o carro bruscamente no meio da rua, por sorte a rua estava deserta e eu de cinto senão teria voado para fora daquele carro — Você ficou louco de frear desse jeito?! — exaltei-me.

— Você não está planejando algo contra a minha pessoa não, né? — estreitou seus olhos para a mim.

— De onde tirou isso? — Revirei os olhos ao ouvir essa asneira — Continue a dirigir.

Ele deu partida novamente com o carro.

— Então para quê essas correntes?

— São para mim — digo como se fosse óbvio e ele me olha arqueando a sobrancelha.

— Tá legal e agora quem é o louco? Você vai se amarrar com prata reforçada, sabe que isso queima bastante, né?

Assenti.

— Claro que sei, não pense que sou uma idiota.

— Se amarrar com a prata é uma prova que demonstra que você é uma grande idiota — deu ênfase.

— Acha que faço isso porque quero? — Rio dele.

— E qual seria o motivo de você querer se cobrir com prata como se fosse um cobertor?

O meu cio — ele freou bruscamente novamente e começou a tossir como se estivesse surpreso — Olha só, se for pra você ficar parando desse jeito é melhor eu dirigir — cruzei os braços.

— Desculpe — voltou a estrada — não sabia que você curtia essas coisas, você até que tem cara de quem gosta, mas não imaginei que realmente gostasse de uma selvageria sádica — dizia me olhando de rabo de olho.

— Não pense besteiras, idiota! — não contive a gargalhada. Se seu comentário não fosse tão engraçado eu juro que teria batido nele.

— Não tem como não pensar, esse é o único motivo plausível pra você querer ser amarrada com prata em seu cio — diz ele como se fosse óbvio.

— Você está completamente errado, a prata me ajuda a me controlar, o meu cio é diferente de todos os lobos... — deixei no ar.

— Diferente? Diferente como? — perguntou interessado.

— É diferente em eu sentir prazer em matar tudo o que vem na minha frente.

— Não deixe frases incompletas, explique direito — resmungou.

— Bom, eu não sei o motivo ao certo de meu cio ser assim, mas tenho uma especulação de que minhas células foram tão modificadas que afetaram o ciclo natural do meu ser lupino. Em meu cio, eu só viro um animal selvagem que destrói o que vê pela frente, não sei se posso chamar isso de cio, porque cio são os prazeres carnais e os prazeres que eu sinto são... assassinos.

Ele ficou calado por alguns segundos.

— E você já tentou fazer...

Eu sabia o que ele iria perguntar, então o cortei.

— Sim, mas matei todos os meus parceiros, por isso que agora eu opto por simplesmente ficar afastada de todos e conter o animal selvagem dentro de mim com correntes e algumas poções que deixa minha loba mais fraca não fazendo que ela rompa as correntes — expliquei.

— Não sei se com você é diferente, mas se não fizermos algo para aliviar os prazeres de nossos lobos, passamos a ter dores insuportáveis por todo o nosso corpo capaz até de quebrar alguns ossos. Você também é assim?

Assenti rapidamente.

— Sim, por mais que minha loba vire um animal irracional nesse período, sentimos essa vontade, porém, essa vontade é quase oprimida por outra que é de degolar todo ser vivo que vemos.

— Basicamente, você sofre em dobro por quase um mês inteirinho?

— Pensando dessa forma... acho que sim — dou de ombros.

Vejo que estávamos chegando em minha casa, realmente não era muito longe da alcateia.

— Wow! Você é cheia de surpresas — disse com fascínio.

— Vai por mim, você não queria ter essas surpresas.

— Eu sei que não, mal aguento reprimir o meu lobo nesses dias, mas ainda consigo viver normalmente nesses dias.

Juntei as sobrancelhas, confusa.

— Você não... se alivia — procurei as palavras certas, mas o que veio em mente foi somente essa.

Ele parou o carro em frente à minha casa, desligando o motor.

— Não seja ridícula! — olhou-me, lançando aquele olhar misterioso que tanto chamava atenção de minha loba — É claro que sim, mas meu lobo não é saciado com qualquer coisa — sorriu de lado e saiu do carro.

Desci do carro.

— Então quer dizer que ele é rigoroso quanto a sua parceira? — andávamos em direção a porta de minha humilde casinha.

— Na verdade, não existe só uma parceira, meu lobo quando não se sacia com uma, procura alguém melhor — eu o olhei incrédula — o que foi? Todos os lobos dominantes são assim, quanto mais forte, mais difícil é em seus períodos de cios. Então é duro encontrar alguém que consiga satisfazer um lobo dominante em seus cios — deu de ombros, colocando as mãos em seus bolsos.

Eu me abaixei para pegar a chave reserva debaixo do tapete de entrada, destravando a porta.

— Aposto que já ficou com a cidade inteira — penso alto e ele riu.

— Não tem muitas fêmeas dando sopa por aqui, então eu vou até outra cidade.

— Entra — convido-o assim que abro a porta e ele entra logo em seguida.

Fechei a porta depois de estar dentro de minha casa também e subi as escadas indo para o meu quarto, Jungkook me seguiu.

— Onde você passa os seus cios? Tem que ser em um local afastado, sem sinal de humanos, certo? — perguntou ele.

— Eu achei um lugar na floresta, lá é seguro pois algum bruxo fez um feitiço de inibição de cheiro.

— Inteligente, assim os machos não irão vir atraídos pelo seu odor — confessou e eu assenti entrando em meu quarto que já estava com a porta aberta.

Me agachei para pegar uma grande mochila preta debaixo de minha cama, logo trazendo pra cima e abrindo o zíper para conferir se estava tudo certinho.

— Beleza, está tudo aqui — digo após ver as poções em seus lugares e todas as seis correntes.

— Posso ver se são reforçadas mesmo? — perguntou se aproximando.

— Vá em frente, mas saiba que...

Não deixou que eu terminasse, ele apenas triscou em uma das correntes e se jogou para trás rapidamente o que fez cair de bunda no chão de madeira. Conseguia ver sua mão queimada.

Gargalhei vendo essa cena.

— Que merda! — Foi direto para o banheiro lavar, eu o segui.

— Deveria ter esperado eu terminar de falar que a corrente é feita de prata sagrada — digo e pego um kit de primeiros socorros em uma dos armarinhos do banheiro — Deixe-me ver sua mão, não vai curar se não tiver uma ajudinha.

— Como aguenta isso? Dói demais — perguntou ele mostrando sua mão queimada para mim.

— Isso aqui — balancei o frasco que segurava — é como álcool puro em uma ferida aberta — avisei e ele assentiu.

— Sente-se aqui — apontei para o vaso sanitário com a tampa fechada e ele sentou ainda com a mão espalmada em minha direção.

Peguei um pacote de algodão dentro da maletinha do kit de primeiros socorros sobrenatural. Mergulhei um pouco do algodão no líquido do frasco.

Eu o olhei antes de começar a cuidar de sua queimadura.

— Olha, como eu tomo poções — peguei sua mão e comecei a passar o algodão molhado em sua ferida, ele fazia uma careta — Não recebo muito dano da prata, só fico um pouco queimada, mas não chega a ser como você foi ferido — digo quase acabando de cuida-lo.

— Aish, isso dói — dizia ele ainda com uma careta enorme.

— Francamente, você foi muito imprudente — soltei uma risadinha e joguei o algodão no cesto de lixo do banheiro, logo enfaixando sua mão com algumas ataduras — prontinho.

Dei um tapinha em sua mão e ele me olhou feio.

— Ops, foi força do hábito — lhe lanço uma piscadela.

— Ah, sei — diz sarcástico. 

Guardei as coisas em seus devidos lugares e Jungkook se levantou saindo do banheiro, eu saí logo em seguida.

Fechei a mochila e segurei com minhas duas mãos, as correntes eram muito pesadas, mas eu dava conta. Jungkook viu o meu esforço para andar com aquilo, o ouvi bufar e então colocar a mochila em suas costas com facilidade.

— Foi útil trazê-lo — bati em sua barriga agradecendo e então descemos as escadas.

— Engraçadinha.

— Pode deixar perto da porta, vamos comer algo. Estou faminta e você também deve estar, certo? — ele largou a mochila ali mesmo e me seguiu para cozinha.

Amarrei o cabelo e lavei as mãos, depois abri a geladeira vendo que ainda tinha kimchi congelado e alguns peitos de frango.

— Tem kimchi e peito de frango, posso fazer um empanado com o frango — ele assentiu.

Tirei o que eu iria precisar para fora da geladeira, colocando em cima da mesa.

— Tá bom pra mim — estava sentado na bancada observando-me.

Comecei a preparar primeiro o arroz enquanto o kimchi descongelava.

— Você é americana? — começou a puxar assunto.

— Sou coreana, garoto, não vê meus olhos puxados? — fingi estar ofendida e ele riu.

— Ah, fala sério, ninguém nunca acreditaria nisso.

Sorri.

— Sou coreana e você um americano — lhe lancei uma piscadela e comecei a cortar a cebola para refogar o arroz.

— Ata — revirou os olhos sorrindo — Sou um africano, não percebe — ele conseguiu tirar mais uma gargalhada de mim quando entrou na brincadeira.



OoOoOoOo



Jungkook não parava de falar um minuto sequer e sabia ser engraçado em qualquer momento, digamos que foi um tanto divertido ter sua companhia.

Ele tinha oferecido ajuda para fazer a comida, mas eu recusei por conta de sua mão ainda queimada.

Quando terminamos de comer, eu lavei tudo e guardei em seus devidos lugares, depois deitei em meu sofá super acolchoado. Jungkook por outro lado foi mexer nas fotos que eu tinha em meu rack preto.

— Quem é? — perguntou pegando uma foto minha com Jack, em que eu estava beijando a bochecha do mesmo, lembrava desse dia como se fosse ontem.

Qualquer um que visse pensaria que era meu namorado, pois de cinco fotos que estavam expostas em cima de meu rack, três era com ele.

— Um amigo — respondi.

— E essa? — apontou para Lisa, era uma foto do dia em que teve um evento no estabelecimento do Senhor Joshua, tive de ajudá-los por serem muitas pessoas e no final do expediente eu e Lisa tiramos essa foto super acabadas.

— Outra amiga — bocejei, fechando os olhos — e antes que pergunte, na outra foto é meu irmão mais novo.

— Mas ele parece coreano.

— E ele é, mas crescemos juntos então somos irmãos de outros pais.

Eu sabia a próxima pergunta que viria a seguir.

— O que aconteceu com ele? — sentia seu olhar sobre mim, então resolvi abrir os olhos e encará-lo.

— Morreu — digo a palavra-chave.

Houve um silêncio por um instante, ele ficou encarando a imagem que ainda era em preto e branco, não tinha nada demais, era muito surrada e desgastada. Afinal, venho carregando essa foto desde tempos muito antigos, um pouco depois da primeira câmera fotográfica ter sido criada.

— Estranho, acho que vi esse colar em algum lugar.

— Impossível, ele não tirava esse colar por nada e ele morreu, então o colar se foi junto com ele — digo me levantando e colocando a imagem de volta em seu lugar.

— Aish, não precisa se zangar por isso — levantou as mãos em forma de rendição.

— Precisamos ir porque ainda tenho que passar em uma loja e comprar um celular novo.

— Beleza, vou colocar aquilo no porta-malas — apontou pra mochila e então pegou a mesma saindo da casa.

Eu dei uma olhada na foto antes de sair.

— Impossível — digo a mim mesma e então peguei um de meus cartões de crédito colocando dentro do meu bolso e saí de casa, trancando a porta logo em seguida.

Entrei no carro e Jungkook arrancou com o carro assim que coloquei o cinto.

— Em qual loja você quer ir? — perguntou.

— Qual você me indica?

— Depende de qual celular você usava antes.

— Era de uma marca desconhecida, não mexo muito em celulares, então não ligo pra marca ou algo do tipo.

— Péssimo. Você tem que comprar um igual ao meu, é ótimo, serve pra tudo — disse ele animado.

— Se você diz — dou de ombros.

— Só que a loja é um pouquinho longe — me olhou quando parou no sinal vermelho.

— Com esse carro a gente chega em um piscar de olhos — digo ligando o som novamente, dessa vez era uma música conhecida por mim.

Ele sorriu.

— Acho que vamos demorar, esse carro só tem 510 cavalos, talvez a Bugatti seria mais adequada.

— Nem ouse falar mal dessa belezura — passei a mão sobre o compartimento que tinha em minha frente.

— Se fosse pra escolher qualquer carro do mundo, qual você escolheria?

— Sem dúvidas uma Ferrari 458 Itália, além de ser linda é perfeita para mim com 570 cavalos.

— Como sabe tanto sobre carros?

— Eu acho interessante, então eu estudo sobre isso — dei de ombros.

— Seu cérebro é uma enciclopédia de carros.

— Pode se dizer que sim — sorrio e bocejo novamente encostando meu rosto no vidro do carro.



OoOoOoOo



Abri meus olhos e ainda estávamos dentro do carro, porém, estava um tanto escuro.

— Acordou, bela adormecida? — Só então lembro que Jungkook ainda estava ao meu lado.

— Chegamos onde deveríamos comprar o celular? — ainda sentia meus olhos pesando, mas eu me esforçava para mantê-los abertos.

— Sim e já estamos bem pertinho da mansão — informou-me e apontou para algo em meu colo, só então notei que tinha uma sacola.

— Você comprou para mim? — Tirei o celular da caixa.

— É o que parece — disse óbvio.

— Obrigada, quanto foi? Te pago quando chegarmos — tento usar o celular, mas devia estar descarregado, porque não ligou. Normal.

— Bom... considere um presente de boas-vindas por entrar na alcateia.

— Mas eu não entrei ainda — olhei-o — Por falar nisso, que horas são? Já está bem escuro.

— Devem ser quase nove da noite e vamos chegar em menos de um minuto na alcateia — respirei aliviada.

— Não acredito que ficamos fora todo esse tempo.

— Você não deve nem ter sentido o tempo passar, capotou do nada aí no banco, pensei que tivesse desmaiado ou algo do tipo — eu ri.

— Não pensei que realmente iria comprar um celular igualzinho ao seu , não mudou nem a cor — digo analisando o meu novo aparelho.

— Acredite ou não, mas esse era o mais discreto — estacionou o carro em frente à mansão — A propósito, Já configurei o seu celular e coloquei o número de todos daqui em sua agenda.

— Obrigada — tirei o cinto e saímos do carro juntos.

Caminhamos até a porta da mansão, mas não precisou nem abrir a porta, Taehyung fez isso por nós, que por sinal estava trajado com uma roupa totalmente branca que caía muito bem nele.

— Pensei que não voltariam mais — disse ele.

— Culpa dele — apontei para Jungkook.

— Culpa dela — Jungkook apontou para mim.

Olhamos um para o outro e rimos por dizer juntos.

— Tá legal, não quero saber de quem é a culpa, mas Ronnie, é melhor você se aprontar e Jungkook também. Vistam os trajes que estão separados em seus quartos — ele nos dá passagem e nós entramos.

— Trajes? Essa roupa não basta? — olhei para o que eu vestia.

Os dois me olharam como se eu tivesse dito uma grande idiotice.

— Tá legal, já entendi. Vestir a roupa — digo já indo em direção às escadas com o celular em mãos.

Quando cheguei ao meu quarto, tinha a mesma mulher que tinha me ajudado a se arrumar no dia da festa que encontramos Caius pela primeira vez.

— Boa noite, senhorita — ela se curva e eu faço o mesmo.

— Boa noite.

Me aproximei de minha cama vendo uma roupa que nunca vira antes, mas era incrivelmente linda.

Coloquei o celular para carregar em uma tomada perto da cômoda de minha cama.

— Senhorita, tome um banho — Já foi me empurrando para o banheiro e entregando a toalha.

Não demorei muito no banho, nem tinha tanto tempo para isso.

Quando sai do banheiro enrolada em uma toalha, fui analisar de novo o que eu iria trajar esta noite para a minha tão esperada entrada para a alcateia.

Era um vestido longo branco, o tecido parecia fino, mas uma outra camada de renda sofisticada branca cintilante revestia todo o comprimento do vestido e as alças eram caídas nos ombros, parecia muito com um vestido de noiva. Era simples, mas bonito.

Ela fez uma maquiagem leve em mim, só para realçar a cor de meus meus olhos, o cabelo umas ondas que caiu muito bem com o arranjo de cabelo que iria usar.

O arranjo era uma coroa de flores brancas, flores de verdade e com um cheiro muito bom que me deixava incrivelmente tranquila, fazia o mesmo efeito que o cheiro de Jack fazia em mim.

E por último ela me ajudou a colocar o vestido, parecia feito sob medida novamente, deu super certo em meu corpo.

— Eu tô deslumbrante — digo dando um giro e a mulher sorriu.

— É claro que está. Meu trabalho está terminado e você não usará nenhum calçado — assenti sem perguntar o motivo, logo saindo do quarto juntamente dela.

Descemos as escadas e todos estavam reunidos, Jungkook, Jimin, Hoseok e o Alpha usavam somente uma bermuda branca deixando seus peitos desnudos. Já Taehyung, Namjoon e Yoongi estavam de camisetas, mas todas desabotoadas deixando boa parte de seu peitoral à mostra.

Uma coisa que percebi foi que a marca da alcateia aparecia em diferentes lugares em cada um. Jungkook e o Alpha era no peito, Jimin, Taehyung e Hoseok era em seu braço esquerdo e Namjoon e Yoongi não dava para ver, deveria ser em suas costas?

— Eu não sabia que tinha uma roupa específica, na minha antiga alcateia não existia isso — digo chamando atenção de todos.

— Boa, senhora Shin — Namjoon dizia depois de ter me analisado de cima abaixo.

— Sempre tem, talvez a sua alcateia não levasse esse lance a sério como nós levamos — Jungkook explicou.

— É melhor irmos, a Lua está chegando ao seu ápice — ouvimos o Alpha e todos se dispersaram para fora da mansão.

— Onde será? — perguntei.

— Você verá — respondeu o Alpha.

Eu sabia que teria de ser em uma floresta, pois para o ritual ser concluído totalmente, teríamos que uivar para lua em nossa forma lupina.

Todos entraram em seus carros que já estavam preparados no grande jardim. Jungkook parou ao meu lado, abrindo a porta do passageiro, me juntei a ele.

— Como está se sentindo? — perguntou quando deu partida.

Estávamos em uma fileira de carros, Jungkook e eu estávamos em último.

— Isso sim é uma pergunta que não posso responder, definitivamente não sei.

Eu estava uma mistura de sentimentos, impossível distingui-los por agora. Iria entrar para uma alcateia novamente, teria de aprender a trabalhar em equipe novamente, teria de conviver em comunidade com todos dividindo tudo, tanto pensamentos como a minha vida inteirinha. Eles confiariam a suas vidas em minhas mãos e eu confiaria a minha na deles, daria a minha liberdade para viver a liberdade junto com eles, dessa vez eu não teria somente a meta de salvar a mim como também salvar a todos que estivessem em perigo em minha nova alcateia.

— Também fiquei assim quando foi minha vez, minha cabeça estava um completo caos, mas de um jeito bom — disse ele.

Eu o olhei e automaticamente desci o olhar para a marca da alcateia que estava totalmente exposta em seu peito esquerdo acabei desviando olhar antes que ele pensasse que eu estava vidrada em seu abdômen perfeitamente bem trabalhado.

— Sabe, é realmente um saco ter de dividir pensamentos, todos ficam sabendo os seus segredos e tudo mais, mas isso é preciso para aumentar nossos laços e não ter segredos entre ninguém ajuda bastante — continuou a falar.

— Sei que está tentando melhorar as coisas, mas não vai rolar, para mim é uma grande falta de privacidade — brinquei, porém, estava falando a verdade.

— Você vai entender o que quero dizer com o tempo, todos já se acostumaram com essa “falta de privacidade" — fez aspas com a mão que estava na marcha — Olha, não é todo o tempo que conseguimos ouvir os pensamentos de todos. São só em momentos em que o hospedeiro permite ou então quando é novato ou quando não consegue controlar um sentimento tão forte que perde o controle e automaticamente todos escutam o que está pensando. De fato, quando se é novato é difícil controlar isso, mas você já vem de outra alcateia, já tem experiência então não vai ser tão difícil assim.

Avançou um dos carros e logo em seguida outro.

— É, eu sei bem como funciona, geralmente eu sou fácil de tirar do sério, então nunca tive esse controle sobre meus pensamentos, só vai automaticamente — ele riu.

— Alguém a ajudava com isso? — neguei — Deve ser por isso, não conseguimos aprender sozinhos, eu tive ajuda do Nam. Ele poderá lhe ajudar também. Pessoas temperamentais são as mais difíceis de conseguir controlar os próprios pensamentos, pelo fato de sempre terem uma explosão de sentimentos.

— É, sofro com isso — dou uma risada anasalada.

Estávamos chegando em nosso destino e eu sabia exatamente qual seria a floresta. A floresta em que eu e minha loba amávamos e nos sentíamos acolhidas.

Jungkook estava se divertindo ao não deixar os dois carros que ele tinha passado, passassem dele novamente.

— Yoongi odeia quem o passa, uma dica para irritá-lo — comentou.

— Também não gosto de quem me passa.

— Ah é, você deve saber dirigir.

— Óbvio que sei, imagina o quão hipócrita seria eu falar de carros e não saber dirigir — soltei uma risada.

— Na próxima com certeza você vai dirigir em um dos carros do Alpha, é como um ritual por aqui, se você entra na alcateia pode dirigir todos os carros daquela garagem.

Quando ele disse isso, me virei totalmente para ele, já que estava sem cinto.

— Mentira! Sério? Eu vou poder dirigir essa belezura? — ele sorriu com a minha empolgação.

— Não só essa, mas todas as outras.

— Deveria ter me dito antes, eu teria entrado sem qualquer escândalo — ele soltou uma gargalhada.

— Agora todos sabem como suborná-la, um carro em troca de um favor.

— Não pode ser qualquer carro, um dos requisitos: tem de ser veloz — digo animada.

Todos os carros da frente param, estacionando. Jungkook também faz isso e logo saímos.

Adentramos a floresta todos juntos, assim que descemos do carro não falamos mais nada. Assim como eu, eles estavam sendo recebidos de bom grado pela floresta e aproveitando cada segundo dentro daquele abraço apertado de “bem-vindos de volta". Um sorriso apareceu automaticamente em meus lábios, sentia a grama em meus pés e a brisa acolhedora, isso sim era uma sensação que nem um outro ser humano poderia me causar.

Em um certo momento, todos pararam de andar, fazendo um círculo ao meu redor.

— Chegou a hora, está pronta? — O Alpha diz com um sorriso em seu rosto.

Mordi o lábio inferior respirando fundo e logo em seguida assenti.

— Estou.

Vejo que todos ali fecharam os olhos, deram as mãos e começaram a balbuciar algumas palavras que eu não conseguia compreender, involuntariamente várias marcas apareceram em seus corpos, como se fossem pinturas representando alguma história. Todos ali eram uma parte do quebra-cabeças que tinha início, meio e fim a uma história.

A história de como fomos criados, a história que todos os lobos carregam no sangue, sejam os bons ou os maus.

Nessa hora conseguia ver as pinturas se estenderem sobre minhas mãos e avançando para o resto de meu corpo, só de olhar, eu sabia que faria parte do início de tudo.

Não sabia se era impressão minha, mas todos me olharam surpresos. Na minha antiga alcateia foi da mesma forma, fiz parte do início da história com os lobos mais dominantes e poderosos.

O Alpha diferente, sorriu para mim vindo em minha direção, entregando uma pequena adaga.

— Faça seus votos — voltou ao seu lugar.

Dei uma volta para encarar todos presentes ali que tinham um sorriso em lábios igual ao Alpha.

Agarrei a adaga com mais força pronta para proferir meus votos.

— Eu, Verônica Becker, juro pela minha vida, minha alma e meu sangue — abri um corte no meio de minha mão esquerda, fazendo meu sangue escorrer para o chão — que darei a minha vida para proteger essa alcateia de qualquer perigo que possa vir, sendo capaz e confirmando de manter minha a lealdade a meus novos irmãos. Juro pela minha vida, minha alma e meu sangue que darei minha vida para proteger: Kim Namjoon — viro para olhá-lo derramando o meu sangue em sua direção — Min Yoongi, Jung Hoseok, Park Jimin, Kim Taehyung, Jeon Jungkook e...

Com todos faço o mesmo, viro para olhá-los e derramo o meu sangue em sua direção.

— ... Jong Hoon que será meu Alpha de agora em diante.

Derramei a última gota de sangue e em segundos sinto a marca da alcateia sendo feita em minhas costas

Eu estava confinada a viver nessa alcateia até o fim de minha vida eterna.

— Vocês juram por sua vida, sua alma e seu sangue proteger Verônica Becker que agora faz parte de nossa família? — O Alpha perguntou.

— Juramos — dizem em uníssono e assim cada um derramam um pouco de seu próprio sangue em minha direção.

— Eu, Jong Hoon como Alpha e protetor dessa alcateia, lhe considero oficialmente como integrante da alcateia de Seul — sorrio.

E Para tudo isso se concretizar, todos nós nos transformaríamos e uivaríamos juntos para a lua. Esse ato mostra que se eu quebrasse com minhas palavras, eu não só estaria traindo minha alcateia como também nossa criadora: a lua.

Namjoon começou com sua transformação, logo em seguida todos os outros em sua sequência.

O Alpha veio em minha direção ainda em forma humana. Ele sorriu de forma carinhosa e tocou em meus ombros.

— Bem-vinda a família, Ronnie.

Então se transforma em minha frente.

Todos eles só estavam me esperando, me encaravam pacientes e ansiosos pela primeira corrida com a mais nova integrante.

Olhei para lua e com um sorriso em lábios me transformei.

Quando já estava sob quatro patas, todos se posicionaram. O Alpha uivou, os outros o seguiram fazendo uma melodia harmoniosa.

Olhei para cada um em sua forma lupina e me entregando aos meus instintos e meu destino... uivei com todos.

Agora eu tinha seis novos irmãos e um Alpha para chamar de família.


Notas Finais


Foi isso galerinhaaaaaaaa espero que tenham gostado!

Comentem o que acharam, o comentário e opinião de vcs são muito importantes para mim hehe ❤❤😍

O Domador de Cavalos
https://www.spiritfanfiction.com/historia/o-domador-de-cavalos-18252519


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...