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História A Troca - A Primeira Opção


Escrita por: MrsRidgeway

Capítulo 15 - A Primeira Opção


 

 

— Oi, Gin!

Eu saí do quarto de Ron com um sorriso ensaiado. Bati a porta logo atrás de mim. – Comprou as velas?

Ginny arregalou os olhos, assustada.

— Comprei... – ela respondeu devagar. – Mione, o que você tava fazendo aí dentro?

A pergunta viria uma hora ou outra.

— Amiga, eu tenho que ir. Depois conversamos melhor.

Passei por Ginny quase como um foguete. Ginny seguiu os meus passos até a sala. Suas feições era de quem estava confusa com o que via. Eu não costumava esconder coisas da minha amiga, porém, seria muito estranho a Ginny que eu e o irmão dela estávamos no quarto quase fazendo coisas que, de início, não deveriam ser nem cogitadas.

    Claro que deveriam, Hermione.

Eu me lembrei das mãos grandes de Ron segurando o meu cabelo e quase voltei para o quarto dele.

— Mione, eu te fiz uma pergunta! – Ginny insistiu de braços cruzados. – Dá para responder logo, por favor?

     Não.

— Gin, é que eu tenho que ir mesmo.

Minha fala saiu apressada. Peguei a minha bolsa em cima do sofá. – Eu ainda vou arrumar o meu cabelo. E a roupa! Eu nem escolhi ainda o que vou vestir!

— Mione! – Ginny praticamente suplicou por uma resposta.

— E o bolo, amiga! – atravessei a porta em direção corredor. – São tantas coisas a resolver que eu já estou atrasada.

— Hermione, volte aqui!

Duas crianças entravam no elevador. Eu rapidamente fiz sinal para elas antes de correr até lá e pedi que me esperassem para entrar.

— Até o aniversário, Gin! – eu gritei. E sumi dentro da cabine.

 

...

 

     Vocês se beijaram, Hermione.

Eu estava dentro do táxi. Meus pensamentos voavam para o que havia acontecido há menos de uma hora atrás.

Sim. Ron e eu não só nos beijamos como provavelmente teríamos evoluído para outra coisa mais quente se a Ginny não tivesse chegado e desviado o nosso foco. Até aquele momento eu ainda continuava tentando entender onde é que eu estava com a cabeça para deixar tudo aquilo acontecer tão rápido e de tal forma.

     Foi muito... intenso.

Sentir o corpo de Ron tão próximo do meu havia sido melhor do que eu imaginara durante os poucos meses que nos conhecemos. Ron me beijou com tanta energia. Foi como se ele estivesse necessitado daquilo tanto quanto eu.

Apesar de firmes, suas mãos souberam me tocar leveza. Sua espontaneidade me fez acreditar que já conhecíamos o corpo um do outro há muito mais tempo. Eu perdi o meu controle entre sussurros e carinhos. Eu me entreguei tão rápido dentro daquele quarto e Ron, diferentemente do que eu imaginei, não parecia me julgar. Eu estava feliz por isso.

Logo eu, Hermione Granger, que nunca havia dado abertura a ninguém. Eu nunca tinha agido daquela forma. Mas Ronald Weasley não era qualquer pessoa.

     E você sabe disso, Hermione...

Eu sabia, só não conseguia entender porque existia tanta convicção em mim sobre isso.

 

...

 

Eu me estiquei pelo vidro do box e deslizei o dedo pelo ícone da ligação, sem olhar quem era. Coloquei no viva-voz.

— Alô? – falei enquanto entupia os meus cabelos de condicionador.

Assim que eu cheguei em casa, mais cedo, pus-me a resolver algumas questões da atividade que Snape nos passara. Eu visava deixar minha mente mais livre, mas me perdi totalmente no horário. Já passava das dezoito horas.

— Adorei a sua desculpa para me trazer a sua casa, Granger.

Era o Ron do outro lado da linha. Eu não consegui reprimir um sorriso nos meus lábios.

— Eu já te disse que o mundo não gira a favor do seu ego, Weasley?

O ruivo sorriu.

— Eu prefiro recordar as outras coisas mais agradáveis que você falou aos meus ouvidos hoje. Quer que eu te lembre delas também?

     Quero sim, por favor.

— Não. – respondi rapidamente.

Eu estava me sentindo quente. Ainda bem que Ronald não estava ali para ver o meu rosto vermelho. – É melhor você esquecer isso, Ron.

O ruivo lamentou audivelmente fingido.

— Não sabia que você era dessas, Granger.

– Dessas?

– Sim, que abusa do meu corpinho e depois me manda esquecer tudo o que aconteceu. Acho que vou chorar.

Não pude reprimir uma gargalhada ao comentário.

— É a vida, Weasley. Eu também já te disse uma vez que o mundo é dos espertos.

Dessa vez foi Ron que gargalhou. A voz ainda mais rouca ao telefone provocou um leve arrepio na minha pele molhada. — Que barulho é esse? – ele perguntou logo depois, interessado. Acho que se referia ao som da água do chuveiro a esparramar no chão.

— Estou tomando banho. – expliquei. – Me distraí um pouco e perdi o horário.

— Aaaaah, não... Porra! Não acredito que eu perdi essa oportunidade magnífica de tomar banho com você. Agora eu estou realmente triste.

Aquilo estava longe de ser uma sugestão ruim.

— Ron!

— Que foi? Só falei a verdade.

Eu ri mais uma vez. — Onde você está?

— Estacionando o carro. – ele respondeu. – Na frente da sua casa.

     Ai meu Deus.

Eu não poderia sair do banheiro do jeito que eu estava para abrir a porta de casa. Contudo, também não queria deixa-lo do lado de fora esperando até que eu terminasse de me arrumar.

— Tem uma chave dentro do segundo vasinho, na parede lateral. – eu disse. – Você pega aí e abre a porta.

– Você não vai descer de toalha? – o ruivo indagou esperançoso.

– Não. – respondi.

– Droga. – porém ele sorria.

Eu nunca havia dito a ninguém sobre a existência daquela chave reserva. Nem mesmo a Viktor. Ouvi o barulho da porta do carro se fechando e passos apressados por uma superfície de madeira.

— Certo. – disse o ruivo. – Peguei a chave.

— Ok. Vou tentar me arrumar logo para não te deixar esperando.

Ron fez um som não muito preocupado.

— Sem pressão, Mione. Eu espero você descer para mim, perfeita como sempre.

Meu coração acelerou novamente.

– Até breve, Ron.

Encerrei a ligação.

...

 

Eu me sentia uma adolescente de quinze anos. Nervosa, a andar de um lado para o outro dentro do meu quarto enquanto desembaraçava os meus cabelos. Olhei para o secador, duvidosa.

– Hum... – suspirei.

Entendi que eu havia optado pelos cabelos cacheados quando eu puxei o difusor na minha direção. Eu já estava com o cabelo quase todo pronto quando Ron me mandou uma mensagem.

Eu abri a sua geladeira.

Ri com o seu atrevimento, embora eu não estivesse me importando de verdade com a sua ação.

Tente não comer tudo.

Eu preciso me alimentar durante a semana também.

Ronald me mandou vários emoticons de riso antes de completar.

Eu só bebi água, não se preocupe (ainda, hahaha).

Dessa vez fui eu que ri. Era bem possível que ele comesse alguma coisa mesmo.

Sem problemas...

Mas se a minha comida acabar, eu vou à sua casa buscar mais.

Recebi uma resposta quase automática.

Só me dizer qual prato que você quer, que eu faço.    

     Lindo, inteligente, atencioso e chef de cozinha?

Era demais para mim.

Não quero morrer com uma intoxicação alimentar, obrigada.

Finalizei o cabelo e parti para a maquiagem. Ron me respondeu alguns minutos depois.

Fique sabendo a senhorita que eu sou um cozinheiro maravilhoso.

Não pude deixar de sorrir ao ler a mensagem. Voltei a me concentrar na maquiagem. Essa parte do trabalho foi mais fácil, em menos de vinte minutos eu já havia terminado. Andei até o meu guarda-roupa e comecei a pesquisar algumas opções de vestidos, mas nada estava me deixando satisfeita o bastante.

Remexi daqui, revirei dali. Não aparecia nada que me agradasse. Aquilo me estressou. Olhei no relógio, já passava das dezenove horas. Peguei o meu celular novamente.

Ei...

Resolvi pedir auxílio.

Meu Deus, você tá viva!

Eu estava pensando em arrombar a porta do seu quarto para conferir.

Rolei os olhos para o exagero de Ron, divertida.

Largue de ser bobo, tô precisando da sua ajuda.

Escolha: Opção 01 ou Opção 02?

Estranhamente, Ronald não indagou o motivo da minha pergunta. A resposta chegou poucos segundos depois.

Opção 01.

Não pude frear a minha curiosidade pela escolha tão direta dele.

Por que tanta convicção assim, Weasley?

A resposta que o ruivo me deu não me causou menos espanto.

A primeira opção é sempre a melhor, Granger.

Olhei para as roupas em cima da cama e concluí que ele estava certo. Escolhi o vestido vermelho.

 

...

 

Encontrei Ron na sala. Ele estava de costas, a observar pela janela o movimento da rua. Suas mãos apoiadas no peitoril, alheio a qualquer outra coisa ao seu redor. A brisa da noite batia levemente por seus cabelos ruivos, mais compridos do que deveria ser o habitual. Seu perfume chegava até outro lado do cômodo, onde eu estava em pé, observando-o.

Depositei a caixa do videogame de Harry e a minha bolsa em cima do sofá e andei devagar até mais perto o ruivo.

— Acho que agora nós finalmente podemos ir. – eu falei.

Ronald despertou da distração particular. Quando ele se virou na minha direção, seus olhos azuis me analisaram de cima a baixo. A cabeça de Ron estava levemente inclinada para o lado. Era como se a sua mente estivesse a registrar cada pedacinho do meu corpo.

Eu me senti quente. E com medo.

     Medo de não agradar, para ser específica.

Ron andou até mim. Eu pensei em alguma palavra ou frase que pudesse desmanchar aquele momento embaraçoso, mas não foi necessário. Ele segurou a minha nuca e me puxou para um beijo tranquilo.

O nervosismo de momentos atrás de dissolveu. Correspondi o beijo na mesma intensidade. Nos separamos segundos depois.

— Você está linda. – Ron afagou a minha orelha. – Mais do que o de costume.

— Obrigada. – segurei as suas mãos e me afastei um pouco para olha-lo. – Você também não está nada mal.

O ruivo riu da minha afirmação e me puxou de volta. Ganhei um beijo na testa.

— Eu te disse que a primeira opção era sempre a melhor. – ele se gabou da escolha e eu rolei os olhos.

Nós guardamos o presente de Harry no carro e saímos direto em direção à casa da minha vizinha, Caridade. Ela foi a responsável pelo bolo. Eu toquei a campainha e um garoto que eu já conhecia veio abrir a porta.

Allan me cumprimentou, educado. — Oi Mione, tudo bom?

— Oi, tudo sim. Cari tá em casa?

— Ela tá esperando vocês. Vem, podem entrar.

— Eu também? – Ron perguntou, parecia um pouco desconcertado. – Eu não quero incomodar. Posso ficar aqui fora esperando, sem problemas.

Allan riu e balançou a cabeça, positivo. Peguei Ron pela mão e o puxei em direção a sala. O garoto indicou um corredor e nós continuamos a nadar. Um cheiro maravilhoso de café chegou as minhas narinas.

Cari virou-se em direção a entrada da cozinha e abriu um sorriso amplo e verdadeiro para mim.

— Oi, minha florzinha. – falou amavelmente. – Veio muito bem acompanhada dessa vez, não é?

Eu percebi que eu ainda estava segurando a mão de Ron e soltei rapidamente. Ele levantou uma sobrancelha, inquisitivo.

— É... viemos buscar o bolo. – respondi.

Cari nos olhava, curiosa.

— Ah sim, eu estava quase te ligando. Ia pedir para o Allan levar até a sua casa, mas não sabia se você estava lá.

Caridade foi até a geladeira tentou pegar o bolo. Ela se ajeitou, todavia, não conseguiu carrega-lo muito bem na bandeja. Ronald se adiantou para ajuda-la.

— Obrigada, meu querido. – escutei Caridade agradecer. – E você, quem é? – a pergunta fora direcionada a ele.

— Ron Weasley. – o ruivo respondeu. – Sou amigo de Hermione.

– Hum, sei...

Antes que Ronald se afastasse, Caridade disse algo bem próximo a ele. Ron sorriu, embora estivesse ficando um pouco vermelho. Nós andamos de volta até a porta.  Eu me despedi da minha vizinha e agradeci mais uma vez pelo seu trabalho.

Ron e eu seguimos para o carro, alguns metros a diante. Eu me acomodei no banco do carona e o ruivo apoiou o bolo no meu colo.

— O que Cari te disse lá na cozinha? – perguntei indiscreta.

— Você é muito curiosa, Granger. Não foi nada demais.

— Se não foi nada demais por que você não me diz logo o que é?!

Ron se esticou para me dar um selinho antes de prender o seu cinto.

— Prefiro deixar a sua mente trabalhar um pouquinho.

Ele ligou o carro e nós seguimos em direção ao pub.

 

...

 

— Amém! – Angelina exclamou, com as mãos para cima. – A gente tava achando que o Neville e Harry iam chegar aqui antes de vocês!

Todo mundo riu com o exagero dela. Havíamos acabado de entrar no pub. A cumprimentei com um beijo. — Sem exagero, Angel!

 — Ficou tão lindo. – Luna admirava o bolo. – Ela fez todos os detalhes com tanta precisão...

— Combinou com o painel. Foi você que fez, Hermione? – Simas perguntou, simpático. Eu sorri em agradecimento.

— Cara, olha esse escudo! – Dino estava admirado. – Está perfeito!

— Verdade. – Miguel concordou. – Será que tá gostoso?

— Pela propaganda que foi feita, deve estar. – Katie tentou passar o dedo no glacê, mas levou um tapa na mão, de Angelina.

— Xô, seus carniceiros! Sai todo mundo de cima desse bolo!

Angelina espantou os gulosos. – Bora, vaza, tchau, tchau!

Eu me sentei perto de Luna. Fiz um sinal discreto e ela chegou mais perto.

— Vocês não disseram que ia ser só a gente?

Olhei para a mesa a minha frente. Cedrico e Viktor se encontravam sentados, acompanhados da mesma mulher que abordara Viktor na escada tempos atrás.

— Eu também não sei o que rolou, Mione. – Luna parecia me pedir desculpas com os olhos. – Acho que foi a Ginny que o chamou. Lembro de algum comentário sobre ela estar conversando com a Parvati na quinta passada. Acho que o Cedrico e o Krum acabaram participando dessa conversa.

     Ok, o Harry e o Cedrico eram amigos.

Mas convidar o Viktor?

–  Eu só estranhei porque ela não me disse nada sobre esse convite. – eu disse.

Cedrico acenou para mim e eu mandei um beijo para ele em resposta. Viktor continuou ignorando a minha presença enquanto conversava com a sua acompanhante. Os dois pareciam animados. Era estranho vê-lo com alguém bem ali na minha frente.

Quando a conversa se desenrolou animada entre todos nós, pude também reparar a aproximação de Ron e Angelina. Eles estavam sentados lado a lado e riam um para o outro, ambos trocando piadas e fazendo a diversão de todos na mesa. Até mesmo Viktor ria das gracinhas que eles estavam fazendo.

Ronald e Angelina pareciam tão entrosados, completos. Eu me senti tão desconfortável que resolvi sair dali por um tempo. Fiz menção de me levantar em direção ao bar. Luna segurou a minha mão.

— Está tudo bem? – a loira sussurrou, preocupada.

     Não.

— Sim...

Menti. – Eu só vou me refrescar um pouco no balcão...

Luna arqueou a sobrancelha clara.

– Imagino o quanto isso mexe com você... – disse.

— A gente terminou, Lu. Eu não posso cobrar nada de ninguém.

— Não é do Viktor que eu estou falando. Não se deixe enganar dessa forma.

Luna era sensitiva e, embora eu não gostasse do termo, não tinha como negar tamanha perspicácia. Eu meneei a cabeça em concordância com o que ela dissera. Sem mais desculpas, eu segui para o bar. Sentei em um dos banquinhos altos.

Pedi um suco. Enquanto eu esperava a minha bebida eu pensei que talvez Ginny estivesse certa mais cedo. Levar esse aniversário a diante podia não ter sido a melhor ideia. Eu não estava sabendo lidar com os meus sentimentos.

— Ei, moça.

O barman me olhava com suco na mão. – Alô?

Despertei dos meus pensamentos.

— Obrigada. – agradeci com um sorriso amarelo.

O homem sorriu de volta. O vi ensaiar dar alguns passos de volta ao trabalho, no entanto ele deu meia volta e parou a minha frente de novo.

— Com sua licença moça, mas por que suco?

Pisquei, um pouco confusa. O barman apontou para o meu suco.  

– Ninguém pede suco em um pub.

– Não? – retruquei.

– Não. – ele insistiu. – Pedem álcool, água. Às vezes refrigerante. Mas, não suco.

— Não me pareceu muito difícil para você conseguir o suco.  

O homem abriu um sorriso, divertido, quando me encarou.

— Então você costuma tornar as coisas difíceis assim sempre?

— Sim, sempre.

O encarei de volta, desafiadora. Contudo, ele pareceu gostar da resposta.

— Por que tanta dificuldade, moça? – indagou, mais uma vez.

     Só aparece gente curiosa na minha vida, não é possível.

Era uma pergunta interessante. Talvez esse fosse o questionamento chave de todos os meus problemas.

— Não sei... – eu me voltei em direção ao canto do bar onde estavam os meus amigos. Percebi que tanto Ron quanto Viktor me observavam a distância.

Não sustentei o olhar ali por muito tempo.

— Tem certeza que você não sabe?

— Nossa, você é sempre tão inquisitivo assim? – o homem era engraçado. – Vocês ganham mais 10% por pergunta respondida é?

O barman soltou uma gargalhada com o meu desaforo. Observei um pouco as suas feições. Seus olhos verdes não tão expressivos, mas possuíam certa vitalidade. Uma alegria diferente. Seus cabelos loiros estavam arrumados para trás, como o da maioria dos barmen da casa. Ele parecia tão livre naquele ambiente. Pelo menos o suficiente para estar queimando hora de trabalho comigo.

— Acho que eu não gosto de estar fora do controle. – eu disse, após um tempo.

Fixei os meus olhos no copo vazio. A espuma fazia bolhas no fundo de vidro. – Acho que quanto mais eu torno as coisas difíceis, mais eu consigo manter as rédeas das decisões.

    Hermione, a louca.

Eu estava a me confessando para um estranho.

— É uma boa teoria, essa sua. – o barman comentou. – Viu, moça, já ganhei os meus 10%.

Eu que ri com vontade. Ele recolheu meu copo vazio em cima do balcão, no instante que um casal o chamou mais a diante. Antes que o homem se afastasse de vez, eu estendi a minha mão.

—  Me chamo Hermione.

— Gostei... – o barman comentou, pensativo, ao mesmo tempo que apertava a minha mão de volta. – Belo nome.

Eu não pude negar que o elogio me agradou.

— Você não me respondeu... – insisti. Eu estava curiosa.

— Nomes são poderosos, moça.

Ele voltou a se afastar. – Prefiro deixar o meu em segredo.

— Por quê?! – eu franzi a testa, contrariada.

— Sabe, eu também gosto de tornar as coisas difíceis de vez em quando.

— Ei, você não assinou o suco na minha ficha!

O homem já se encontrava um pouco distante e o barulho da música ao fundo atrapalhava a nossa comunicação.

— Hoje fica por conta da casa, moça!

Ele piscou um olho e entrou na cozinha.

 

...

 

– Nossa, você me assustou.

Ronald estava parado do meu lado. Ele ergueu as sobrancelhas. Aparentava estar desconfiado.

— Eu assustei?

— Sim...

Ron sentou-se no banco disponível. — Mione, aconteceu alguma coisa?

– Hum, não.

     Só que sim.

– Você veio para cá sozinha. Fiquei preocupado.

Ron me olhou de forma tão genuína que eu nem me ousei a duvidar que a preocupação dele fosse realmente sincera. Eu me lembrei do diálogo que eu tivera agora a pouco e sorri involuntariamente. No fim, era tudo sobre confiança. Estava na hora d’eu começar a abrir o jogo para mim.

     E para algumas pessoas.

— Para falar a verdade, Ron. Eu acho que está acontecendo sim...

 


Notas Finais


E então, o que será que a Mione vai conversar com o Ron? Será que ela vai abrir de vez o coraçãozinho dela?

Me contem nos comentários o que vocês acharam do capítulo!

Beijos, até sábado ♥


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