06:21, 23/06.
Segundo andar do hospital de Daegu.
Já era manhã, e ao a enfermeira adentrar o quarto de Sang-mi, um grito agudo saiu de sua garganta. A bandeja com remédios e o café da manhã da paciente que até ontem à noite se encontrava dormindo sobre a cama foram de imediato ao chão. Correndo através dos corredores que aos poucos eram preenchidos por médicos e enfermos recém-acordados, a jovem mulher foi em busca da responsável pela garota aparentemente desaparecida. Ela rezava para que a tivessem levado para fazer exames e a na pressa não avisaram à pobre enfermeira que estava ao ponto de arrancar seus próprios cabelos. Um hospital tão imponente não poderia ser local de um escândalo como o sumiço de uma paciente, e na noite anterior, o sumiço de um corpo.
O caos havia se instalado no mais renomado local do bairro, e a mídia não podia saber do que ocorria. Sang-min e o corpo de Seokjin precisavam ser encontrados rapidamente, antes que o país soubesse do caso que mancharia a reputação dos que trabalhavam ali.
As imagens do quarto da garota o de corredor que levava tanto aos elevadores como às escadas permaneciam intactas, dando assim, a chance que descobrirem o que houve. Ao contrário do que os funcionários envolvidos imaginaram, as cenas gravadas apenas trouxeram mais questionamentos.
Tudo o que viram foi a jovem movendo os lábios, como se conversasse com alguém, indo ao banheiro e voltando com uma roupa diferente. O ângulo não era favorável, mas parecia que a paciente recebera uma bolsa em mãos. Como seria possível, oh céus? Mesmo que o fato de estar de costas para a câmera atrapalhasse a visão dos que observavam cada movimento milimétrico da garota, era claramente impossível haver outra pessoa no cômodo.
06:45, casa de Sang-Min e Seok-Jin.
A garota pensava que ao acordar se depararia com um belo sorriso sonolento de seu marido, ou ao menos a adormecida face tranquila do homem. Porém, para seu desprazer, se deparou com o oposto: Jin encarando um ponto do chão, com olhos estranhos e levemente arregalados.; ele nem aparentava ter dormido.
Sang-Min chamou por seu amado, mas ele demonstrava estar imerso em pensamentos que nem a garota que o conhecia há anos podia decifrar. Seu semblante era pesado e não dizia muito sobre o que rondava sua mente.
— Amor? — chamou pela segunda vez naquela manhã, mas dessa vez, recebendo atenção.
— Sim? — Dirigiu seu olhar à garota, sorrindo de forma afável; sorriso o qual tranquilizou o coração de sua companheira.
Ela temia que o acidente tivesse trazido algum trauma que viesse a afetar a vida de Seok-Jin. Nada poderia atormentar mais sua vida do que ver quem tanto ama tendo dias, meses ou até anos difíceis.
A manhã se passou silenciosa, sem muitos diálogos entre o casal. A tv ligada dava ao local uma menor tensão, pelo menos, até ouvirem que havia uma notícia urgente sobre o hospital onde até ontem estavam.
— O hospital mais renomado de Daegu foi local de um verdadeiro escândalo. O desaparecimento de uma paciente e, acreditem ou não, um corpo. Ainda não obtemos informações sobre a identidade do homem, mas a mulher foi vista ontem à noite, andando pelo estacionamento. — Tais palavras foram suficientes para Jin alcançar o controle remoto com agilidade e silenciar o repórter que estava prestes a dar mais informações sobre o ocorrido.
— Somos nós, não é? — O semblante apreensivo e preocupado de Sang-Min apavorou seu esposo.
— Querida, não é nada, huh? — Sorriu trêmulo.
— Como não é nada, Seok-Jin?! Eu tenho certeza que o ouvi dizer que você está morto!
— Você deve estar cansada. Vamos, eu te ajudo a ir para o quarto. Ontem foi um dia agitado, precisamos descansar.
— Eu não v-
— Por favor, mais tarde conversamos sobre tudo, certo?
— Eu vou sair e tentar entender melhor tudo isso. Enquanto estou lá fora, vê se tenta arrumar uma desculpa boa, já que é impossível que eu tenha entendido errado o que ele disse. — Enfurecida, deu as costas para Jin.
Já no jardim da casa, suspirou intensamente, tentando ver se o ar livre traria algum relaxamento para seus músculos que se encontravam rígidos pela tensão. Foi assustadora a forma que o céu escureceu de repente e um vento frio e intenso bateu contra sua pele. Sem mal processar a situação, se encaminhou de forma veloz de volta ao interior sua residência. A respiração ofegante atraiu Seok-Jin, que no momento da entrada de sua esposa estava de costas para a porta.
— O que diabos está acontecendo, Kim Seok-Jin?! — gritou apavorada e com um fio de fúria.
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