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História A Vadia que atrapalha seu Shipp - Catalisador


Escrita por: Senpai_nii

Notas do Autor


Tu foste meu sonho.
Foste meu pesadelo.
Tu foste meu delírio
Tu és meu precipício onde me penduro sem rédias...
Tu... Minha poetisa serás romance ou tragédia?

Capítulo 24 - Catalisador


Fanfic / Fanfiction A Vadia que atrapalha seu Shipp - Catalisador

Roberta "Eu senti o mundo ruir aos meus pés." 

 

Tudo que eu sabia da minha própria vida deixou de ser meu. Por quê? Oque eu fiz de tão errado pra merecer isso?! 

 

Ele queria se vingar por uma bobagem da época de escola. Por quê?? Então nada do que vivemos foi real?! 

 

Peguei o telefone e liguei para ele de imediato: - JULIEN! 

 

Julien: - Alô? Oi amor. Tudo bem? 

 

Rob: - Não se faça de cínico! Isso não tem graça! 

 

Julien: - Ah... A valentona agora quer falar sobre graça? Teve muitas coisas que também não tiveram graça pra mim naquela época. Aposto que também não tiveram graça pra essa pobre coitada aqui. 

 

Julien deslizava as imagens na tela com o mouse: - Eu achei que você tinha mudado. Achei que tinha me enganado e que você era uma boa pessoa Roberta. Aí eu pego a porra do notebook do seu amiguinho pra fazer um FAVOR. E vejo um monte de fotos nojentas de uma garota chorando desesperada. 

 

Rob: - Eu posso explicar! Eu não fiz isso, eu... 

 

Julien: - SUA RETARDADA! VOCÊ APARECEU NO ESPELHO FOTOGRAFANDO A MENINA EM TODAS AS FOTOS! 

 

Rob: - Eu fiz sim! Mas eu apaguei as fotos! 

 

Julien: - Você esqueceu... Que eu sou Técnico ?! Nada se apaga de verdade sua idiota! Tudo que você faz, principalmente o que você envia deixa rastros digitais. 

Me diz ... Como foi que você teve coragem?!  

 

Rob: - Que diferença faz?! É SÓ UMA VADIA SE METENDO ONDE NÃO FOI CHAMADA. TINHA MAIS ERA QUE SE FERRAR MESMO! 

 

Julien: - Não sei o que eu vi em você naquela época... Ou que continuo vendo... Mesmo te ouvindo eu não consigo acreditar. Mas agora eu vou fazer você pagar.  - Dito isso ele desligou.

 

Vamos falar sobre Arthur Julien Silvério Pereira. Este rapaz de baixa estatura, e tão bonito e popular mudou da água pro vinho quando se mudou pro interior. Ou melhor... Vamos deixar que Arthur fale por si mesmo:

 

- Eu sou o príncipe da mamãe. Mas também sou o gordinho esquisito da turma. Eu sou o cara legal, que faz todo mundo rir. Mas também sou o cara que ninguém quer por perto.

Ser pré-adolescente é uma porcaria. Porque quando se é criança você é fofo. Não interessa o quanto come, ou as besteiras que faz, você é fofo porque você é você.

Ser adolescente já é aquela fase em que ser você já não é lá essas coisas, sabe, as pessoas começam a te comparar com as outras. E quando você percebe, você também já está se comparando. 

 

Você não é tão bonito quanto o Jorge, Nem tão magro quanto o Mateus. Pelo menos não tem tanta acne quanto o  Bruno. É meio solitário, mas pelo menos as pessoas te chamam pros rolês nem que seja pra rir de você. Podia ser pior, eu podia ser o Rafael. O cara tem uma energia ruim em volta dele que faz todo mundo ter medo. 

Pelo menos eu sou inteligente...

 

A minha vida começou a se resumir em: "Pelo menos..." Eu me sentia tão pra baixo, que achar qualidades boas em mim mesmo estava cada vez mais difícil. Mas não é que eu fosse um cara egocêntrico...  Eu me sentia um pedaço de merda perto das outras pessoas. Só que até um cara escroto como eu se apaixona as vezes. 

 

E foi por ela, a adorável Roberta L. Medeiros. A gente sempre foi amigo.

Quer dizer, colegas. Moramos na mesma rua. íamos juntos pra escola quanto éramos crianças. Eu sempre gostei da Rob. Era gentil, alegre o tempo todo e muito esforçada. Bem dramática também... Na verdade ela é o drama em pessoa. Adora escrever e se acha a dona da razão. Mas até esses defeitos faziam dela bonita pra mim. 

 

Eu sei o que ela disse. Disse que eu vivia fotografando ela de longe. Isso não era verdade. Eu pedi pra tirar fotos dela uma vez, porque queria testar minha câmera nova. E achei que era uma boa desculpa pra finalmente ter uma foto da garota que eu gostava. Ela não era a garota mais linda da turma. Ela era a mais linda pra mim. Ela era especial como pessoa.

Rob, sempre me encorajou a ser eu mesmo, a ser corajoso. E que se eu gostasse de alguém devia falar. Ou a pessoa nunca ia saber. Eu não sei se eu gostava dela mesmo... Ou se gostava de como ela fazia eu me sentir.

Com a Rob eu era livre pra não me comparar a ninguém. Tava tudo bem em ser o Arthurzinho anão de jardim.

 

Um dia ela arrumou amigos novos e tudo mudou. Lembra que eu falei que pelo menos não era o Rafael? Chegou um cara novo na escola. Um tal de Alisson. Pensa num desgraçado bonito. Ele tinha uma aura de superioridade intelectual, e uma inocência que o faziam extremamente atraente. Todos queriam estar perto dele. Ele era tudo que nenhum de nós meros mortais ia ser. E essa luz sutil que Alisson emanava atraiu a todos como vagalumes. Mas não só isso... Como ele escolheu se aproximar de Rafael, ninguém sabia porquê, exceto Rob. 

 

Porquê ela se declarou pra ele. (Eu sei disso, porquê eu ouvi. Eles estavam atrás do banheiro do ginásio. E eu tive que decidir se sairia ou se esperaria eles saírem.... Vocês já sabem que eu fiquei.)  E ele contou que era gay. Roberta foi madura e gentil. Se tornaram mais amigos ainda. Eu... admito que fiquei com ciúmes. Porquê em meio aquela felicidade toda... Eu percebi que não tinha mais espaço pra mim do lado dela. Agora ela estava cercada de novos amigos. E por causa disso, as pessoas começaram a perceber que Rafael não era um cara ruim. Ele se tornou uma fonte de luz levemente obscura. Embora fosse impossível se aproximar dele, porquê Alisson estava sempre olhando todos que se aproximavam de Rafael como se fossem inimigos... Era agradável de olhar. 

 

E eu... Bem.... Eu fui ficando para trás. 

 

Um dia... Eu tomei coragem e mandei uma carta para Rob. Tá ok. Pode rir. Em pleno ano 2 mil. Cartas.... Pff! 

Eu nunca vou esquecer a cara de nojo que ela fez. Bom... Talvez eu devesse ter ficado quieto no meu canto. Mas eu não queria simplesmente sumir. Eu queria participar daquele momento incrível, onde todos que eu conhecia estavam crescendo e evoluindo. Eu não queria ficar para trás.

 

Mas eu fiquei. Virei alvo das piadas da turma e das brincadeiras sem graça. Eu... Não quero dar detalhes. Só... pensa em todo tipo de coisas ruins que são capazes de fazer com uma pessoa. 

Eu me sentia um lixo. Aquele tipo que ninguém quer. E não queriam mesmo. 

Sabe, ser pobre, feio e burro tem apenas uma salvação: Ser honesto. 

E até isso tiraram de mim. Justo a garota que eu gostava.

Ela tinha medo de mim? Por quê? Eu só mandei uma carta! Eu não estava seguindo ela, a gente morava na mesma rua!!! 

As pessoas me chamavam de gordo ladrão. Até os professores me olhavam com desprezo. 

E no dia 7 de agosto eu tentei. Eu pensei várias vezes em me matar. 

 

Mas minha mãe me salvou. Ela me lembrou que eu era uma pessoa. E que se nada dava certo ali... Eu só precisava tentar do começo em outro lugar. Porque é isso que as pessoas fazem. 

Nos mudamos da capital. E fomos para o interior. A cidade era bem perdida no mapa de Matogrosso... Ribeirão Cascalheira. Bem na esquina do fim do mundo. Nada de Shoppings, parques de diversões... Mas as pessoas... As pessoas dali eram incríveis. 

 

Eu comecei a frequentar um psicólogo e não vou dizer que foi fácil. Falar sobre os seus problemas com um estranho é bem difícil... Até admitir que você tem um problema é MUITO difícil. Mas o cara era fera, não sei explicar como, mas ele conquistou minha confiança. E minha alma ferida começou a se curar. 

Comecei a fazer amigos. Minha ansiedade diminuiu e eu comecei a emagrecer, mesmo fazendo quase as mesmas coisas de antes.

 

Quando terminei o ensino médio eu passei na Federal. Me senti O cara. E decidi que ia voltar pra capital e tentar a vida de novo. Olhar pra todas as pessoas que me julgaram e mostrar que estavam erradas sobre mim. E me tornar capaz de perdoá-las. Minha mãe não gostou muito.

Meu psicólogo me avaliou umas 3 vezes. Mas no final eu voltei.

 

Eu não vou negar, eu tava pronto pra ser um babaca. Ao invés de Arthur eu usei Julien. E foi muito fácil ser adorado por todos aqueles que me humilharam. No começo a sensação foi boa. Eu não via a hora de contar a verdade e ver as caras de idiotas de todos. E dizer: - Eu superei. Relaxem. – E finalmente eu seria superior.

Só que ela apareceu de novo. Senti minha pele arrepiar no minuto que cruzamos o olhar e ela sorriu pra mim. 

 

Eu esqueci todo o resto. Pra mim o mundo era ela de novo. Claro que não fui tão cego... Nos conhecemos do zero. E ela parecia tão mudada. Madura e parecia até arrependida de ter sido ruim na época de escola. Dava pra ver como ela desviava o olhar quando falava daquela época. 

Decidi esquecer tudo. Amar ela de novo foi o momento mais incrível da minha vida. E eu só precisei ser o novo eu. O Julien confiante e atraente. 

E mesmo que o Arthurzinho lá no fundo vivesse me avisando pra tomar cuidado. Que ela ainda fazia aquele tipo de piadas. Que andava falando sobre outras pessoas como falava de mim naquela época. Eu ignorei.

 

Ignorei até hoje. Até mexer nesse maldito computador. Deus... Por quê ela?! Me deixe matar o Arthur e ignorar toda essa imundície. Mas eu não... Consigo. Eu simplesmente me vi no lugar dessa menina. Essa tal Vadia. Como ela colocou nas legendas das fotos. 

E assim como eu fui salvo uma vez... Eu sei que preciso salvá-la. 

Mesmo que signifique levar a mulher que eu amo à justiça.

 

Aqui estou eu. Arthur Julien Silverio Pereira diante do delegado com o computador em mãos registrando uma denúncia.

 


Notas Finais


Tragédia atrai Tragédia. Temos escolhas todos os dias... Todo o tempo.
Lembre-se minha poestisa: A semeadura é opcional. Mas a colheita é obrigatória


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