1. Spirit Fanfics >
  2. A Vampire Story >
  3. Last Time

História A Vampire Story - Last Time


Escrita por: Hellzinhax

Capítulo 19 - Last Time


Fanfic / Fanfiction A Vampire Story - Last Time

Julie´s Pov

Eu tenho quase certeza que um vampiro mais velho nos fundos da sala engasgou quando me viu. Caminhei lentamente pelo salão enquanto todos os olhos me seguiam, e então, eles começaram a se curvar, um a um, até que apenas Ian e eu estivéssemos de pé. Eu estava extremamente poderosa, devido a matança desenfreada e injustificada que tinha causado, e todos podiam sentir isso. Até meu irmão me olhava cauteloso. Afinal, eu deveria ser o predador mais letal vivo naquele momento, eu era a líder dos vampiros, não mais uma princesa, mas uma rainha. Percebi que eu tinha mudado. Respire.

 Esbocei um sorriso, e Ian retribuiu.

- Levantem-se. Nós temos uma guerra para vencer. – Meu irmão andou até mim, me abraçando e senti seu alívio por minha volta. Os vampiros voltavam a conversar, agora com assunto renovado.

- Você está bem? – Disse quando me soltou. Ele estava diferente, cansado, abatido.

- Vou ficar quando tudo acabar. Preciso que me informe sobre tudo, mas antes, preciso falar com Mike.

- Ele ainda não desceu, deve estar no seu quarto. – Assenti. – Espero por você no escritório.

Subi as escadas sem olhar para mais ninguém. Precisava tirar o peso dessa conversa de meu peito antes que me esmagasse novamente. Parei em frente a porta batendo três vezes.

- Pode entrar. – Sua voz saiu baixa, e encontrei o quarto vazio, e seu cheiro misturado com o meu, me invadiu com uma força avassaladora. – Só um segundo! – Ele gritou do banheiro, a voz fria, e acredito que ele ainda não tinha me reconhecido, pois quando saiu, o choque em seu rosto foi imenso. Nos encaramos por um tempo em silencio, fechei a porta do quarto dando alguns passos em sua direção. Respire.

- Hey. – Mike me deu um aceno com a cabeça em reposta. Seus olhos mostravam um mix de emoções como consternação, dor, raiva, e eu conhecia bem pois ele via o mesmo nos meus. – Eu gostaria de conversar se estiver tudo bem para você. - Ele acenou novamente e me indicou a poltrona ao lado da cama. Cruzou os braços no peito, mantendo o olhar fixo. – Espero que isso não vire um monologo. – Brinquei.

- Eu não sei, já que a última vez que eu tentei argumentar você quebrou todos os 206 ossos do meu corpo e me deixou para morrer, então, eu realmente não sei o que esperar agora. – Mágoa, com um leve tom de desprezo. Respire fundo Julie.

- Sinto muito por quebrar todos os 206 ossos do seu corpo e te deixar, mas, eu não pretendia que você tivesse morrido e não morreu, e cá estamos nós. Você traiu minha confiança, eu te machuquei, estamos empatados.

- Não estamos. Como pode achar isso? Sabe, até eu realmente olhar dentro dos seus olhos naqueles momentos finais eu não tinha percebido, mas aí me bateu: Eu perdi tudo. Eu perdi a mulher que eu amo, que não só não me ama de volta, mas me odeia. Me odeia tanto que está aqui, me matando. E nada mais importou, porque amar você me consome, e eu perdi meu próprio respeito e minha dignidade, e ainda assim não importou. Então me diga, Julie, como podemos estar empatados?

- Se serve de consolo, - encarei meus dedos em meu colo, porque não podia suportar olhar para ele. – Eu amo você.

- O que? – Ele soou tão incrédulo que me obrigou a encara-lo. Respire.

- É. Eu amo você Michael Shinoda. Eu amo você. – Disse pausadamente. – E é por isso que dói tanto. – Ele andou lentamente até a ponta da cama, sentando-se, e ainda assim mantendo uma distância considerável entre nós.

- O amor não pode ser assim, tão tóxico.

- Ele é, quando duas pessoas que se amam, se machucam tanto, como nós dois fizemos. – Ele deu outra pausa, como se pudesse reorganizar todos os pensamentos.

- Meu pai e irmão estão vindo, chegam amanhã e, meu clã está disposto a ajudar na guerra, porque eles viram a nossa união como essa aliança inabalável. – Ele riu sem humor algum. Encarava o chão, e emanava uma tristeza absurda, pesada. Percebi que estava chorando apenas quando as lágrimas pingaram em meu colo. – Nenhum dos vampiros novos sabe o que aconteceu. Ian disse que você estava apenas curtindo, se fortalecendo, tirando o tempo perdido. Ninguém discutiu. Nossos aliados veem o fato de você ter meu escolhido – ele disse com desdém – uma prova de que os puro sangue estão dispostos a essa aliança, e não apenas para salvar suas próprias peles. É por isso que estou morando no seu quarto. Tem vampiros morando no meu, e eu precisei manter as aparências.

- O que está dizendo Mike? – Eu estava confusa, no mínimo.

- Não podemos ficar juntos, nós fazemos mais mal do que bem um para o outro, e isso não está certo. – É engraçado como a sua mente acha que está pronta para ouvir qualquer coisa, que você já passou e sofreu o máximo que podia, que nada mais poderia te abalar. E então, você quebra de novo, partes que você nem imaginaria. Eu estava sofrendo enquanto eu estava deixando Michael, e eu achei que era tão injusta a dor que vinha com isso, mas nada podia ser comparado ao fato de ele me deixar, e por razoes completamente sãs e plausíveis. Eu não tinha nem argumentos. Respire. – Mas precisamos manter as aparências. E quando a guerra acabar, e tudo passar, eu vou embora e não precisaremos mais nos preocupar com isso.

- Então, vamos brincar de casinha lá fora, e fingir ser o casal modelo quando aqui dentro, não podemos nem nos encarar? Você está se ouvindo Michael? Isso é absurdo. – Ele deu de ombros. – O que ia fazer se eu não voltasse?

- Não sei Julie. Mas estou feliz por não precisar descobrir. – Ele levantou, e andou pelo quarto. – Eu odeio isso, ok? Eu odeio o fato de que tudo, absolutamente tudo que eu quero nesse momento é te abraçar e te beijar e rasgar sua roupa e foder por dias! E é ridículo o poder que você exerce sobre mim apenas por estar sentada ai! Mas não posso passar por tudo novamente. – O vidro da janela começou a trincar, junto com a madeira da cabeceira de minha cama. A lâmpada do quarto explodiu e tenho certeza que senti as estruturas da mansão mexerem levemente. – Se acalme, vai derrubar a casa em cima de todo mundo. – Para ele era fácil falar. Não tinha esse poder imenso dentro de si misturado com uma mente totalmente desestabilizada. Respire Julie. Dentro. Fora. Dentro. Fora.

- Ok. – E foi tudo o que consegui dizer.

- Vou caçar. – Mike saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

Continuei sentada repassando um mantra. Respire, limpe a mente. Muito poder acumulado, muitas emoções, respire. Tudo vai ficar bem. Respire. Tudo vai se desenrolar da forma que deve, e você vai fazer o possível para consertar as coisas. Respire.

Mike estava certo, sobre tudo. Somos criaturas orgulhosas de mais, nocivas de mais. Começou com luxuria, e fizemos um tour completo pelos grandes hits. Era apenas questão de tempo chegarmos a ira e todas gloriosas consequências que se seguiram.

Respire.

Tentamos aniquilar um ao outro, conscientemente ou não, o resultado é o mesmo.

O amor destrói. Nosso amor destrói.

Destruiu.

Respire.

 

Quando tive certeza que não explodiria a cidade, fui até o escritório de meu irmão, que me esperava pacientemente.

- O que houve?

- Nada. Só um pouco de poder acumulado, já está tudo certo. – Sentei-me em frente a ele, com meu discurso previamente preparado. Respire. – Então, é assim que vai ser: De agora adiante, absolutamente nada pode acontecer por aqui sem o meu conhecimento. Não vou aceitar que nenhuma informação mais seja escondida de mim. A princesa que foi aprisionada numa ilha morreu quando escapou de lá. A partir de agora eu sou sua igual, e estou me coroando rainha dos vampiros. E se eu achar que há algum plano, esquema qualquer, mesmo que seja para minha “proteção”, não vou mostrar a mesma misericórdia que estendi a Michael. Quem cruzar meu caminho vai desejar não o ter feito. – Minha voz saiu firme como minha postura mostrava. Chega de ser a irmãzinha em perigo. – De acordo, Ian?

- Sim. – Ele me deu um meio sorriso como se estivesse satisfeito. – Vou te pôr a par de tudo, pode olhar minha mente se quiser.

- Eu vou, se achar que devo. E não preciso de permissão para isso, espero que tenha ficado claro.

- Sim, está. – Assenti. – Nos próximos dias a cidade vai encher de vampiros, e você tem um trabalho importante para fazer, que é ter certeza que não há traidores. Não existe outro vampiro vivo com os seus poderes, então sugiro que você guarde a força que tem por hora. Tenho registro de centenas de caçadores e vampiros aliados ao conselho chegando ao país nesse momento. Não vai ser fácil, não vai ser limpo, e principalmente, não será bonito. – Respire.

- Tem que ser feito, o que tem que ser feito. Foram eles quem começaram isso, mas nós vamos terminar. Não ligo para quem vai perder a cabeça no caminho.

- Vou me casar com a Jade. – Ele disse simplesmente.

- E eu achando que nada mais me chocaria. – Ri. – Parabéns? Ela sabe?

- Obrigado. – Ele riu também, amenizando o clima. – Ela é leal, forte, o clã americano está inteiro a nossa disposição, e bem, eu gosto dela. Sim, ela está a par de nossa aliança.

- E de nossos motivos?

- Jade é muitas coisas, mas boba não é uma delas. E falando sobre isso, você precisa se livrar da marca de Redfield. – Toquei o pescoço com os dedos. Respire.

- Eu sei. Vou providenciar isso. Hoje.

- Tem muitas pessoas querendo cumprimentar você lá em baixo.

- Amanhã. Já vou ter que lidar com Michael hoje, de novo. Não quero me preocupar com outros agora. – Respire.

- Vocês estão bem?

- Estamos manejando, por assim dizer. E se você disser “eu avisei” eu provavelmente vou quebrar seu pescoço lindo, então deixa para lá. – Pisquei e Ian gargalhou.

- Não posso controlar tudo, no fim das contas.

- Não, não pode. Mas sei que tenta. – Levantei, soltando o ar pela boca. – Vamos ficar bem. – O abracei forte. – Já pensou no nosso pai a essa hora no inferno, que Satã o tenha, puto, vendo seus dois puro sangue se aliando a “raças inferiores”.

- Estou aliviado por já tê-lo matado. Eu sabia que cedo ou tarde se justificaria.

 

Voltei para o quarto um pouco mais leve. Ian e eu, por mais que tivéssemos nossas desavenças, sempre nós apoiamos nos momentos difíceis. Mesmo quando ele tirou a vida de nosso próprio pai tirano, salvando a minha própria. Vampiras puro sangue como eu tem o poder de gerar outra vida. Afinal, somos criaturas da natureza, por mais absurdo que isso pareça. Mas, para manter o balanço delicado, a mãe entrega toda sua vida quando o bebê nasce. Meu pai tinha essa ideia absurda que fêmeas puro sangue serviriam apenas para reprodução, e quando completei vinte e dois anos, ele decidiu que estava na hora de eu trazer outro puro sangue pro mundo. Arranjou um casamento com alguém da nossa classe, e tentou me obrigar a obedece-lo. Ian matou meu pai e meu futuro-ex-marido, tomando o trono e estabelecendo uma lei em que nenhuma fêmea jamais poderia ser obrigada a isso. Demorou algum tempo, as vampiras puro sangue foram quase extintas, mas foi resolvido. E os que tentaram contraria-lo foram executados e então, veio a frágil paz. Até agora.

Tomei um banho quente e relaxante, tentando me preparar para quando Michael retornasse.

Ele precisaria me morder essa noite.

Respire.


Notas Finais


Pessoinhas! *-* M~usica do capitulo: Where's My Love - SYML https://www.youtube.com/watch?v=Ep6nGsQjWGk

Muito obrigada a todos que voltaram pra acompanhar essa historia! E andei pensando, vocês tem alguma dúvida, sobre vampiros, poderes, hierarquia, ou qualquer coisa? Pode perguntar ai nos comentários que respondo com prazer!

Quem quiser juntar, segue o link do grupo do Face, onde você pode também divulgar sua fic, e conhecer gente legal!
https://www.facebook.com/groups/856578651048734

Beijos <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...