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História A Variável Perfeita - Culpada


Escrita por: fofurete e amorete

Notas do Autor


OIOI VOLTEI

Informaçoes importantes nas notas finais

*capitulo não revisado

Capítulo 9 - Culpada


Thomas e Teresa, que haviam chegado poucos dias antes de mim, descobriram um código. Ao menos foi o que Minho disse. Eu me sentia mal por não ter descoberto nada ainda, e apenas observar de longe. Apesar de querer ir embora, eu não fazia nada para que a minha estadia aqui fosse encurtada. E foi me sentindo mal que resolvi ajudar Teresa e Newt com os supostos códigos.

Minho me acompanhou até a Sede enquanto falava sobre o Labirinto e o que planejava fazer. Tudo o que ele me dizia não tinha importância comparado ao fato de que passaria uma noite inteira no Labirinto. E a troco de que? Provar uma maldita teoria, que no fim não teria importância alguma.

Me virei para ele quando chegamos à Sede.

– Me prometa que ficará bem. – pedi.

Ele sorriu e segurou a minha mão. Fiquei surpresa pelo gesto, considerando que a Clareira estava agitada e que qualquer um poderia nos ver. Eu não deveria ficar nervosa por isso, era ridículo.

– Eu vou ficar bem, Clary. Sou o melhor Corredor. Mais esperto, mais forte, mais corajoso e...

– Mais convencido. – completei. – Tome cuidado. Está bem?

Minho acenou e apertou a minha mão antes de ir embora. Correu pelo extenso gramado da Clareira, arrumando o cabelo e a camisa.  Corria rumo aos outros Corredores que se encontravam próximos ao muro do Labirinto, quando parou. Não sei o que me levou a ficar ali, esperando para vê-lo partir, mas foi a mesma coisa que fez meu coração bater mais rápido quando notei que ele voltava. Para mim.

Me puxou pela cintura quando se aproximou, e me beijou.

– Isso é para o caso de eu não voltar.

 


Assim que entrei na sala vi Teresa estava entre folhas recortadas, desenhando.

– Oi, Clary.

Observei o amontoado de papel, subitamente cansada e enjoada. Estava nervosa por saber que as chances de Minho não voltar eram as mais prováveis, e passar o tempo rabiscando seria uma perda de tempo. E ao mesmo tempo eu me sentia como uma idiota, se preocupando com alguém que conheço a pouquíssimo tempo.

– Oi, Teresa. Você, hum, quer ajuda com isso? – torci para que ela negasse, mas Teresa concordou e mostrou alguns papéis.

– Preciso que você desenhe os dez últimos dias em uma folha desta pilha. – disse, me entregando um marcador. – Passe os desenhos originais para o papel-manteiga.

Me aproximei das folhas “originais” e não vi nada além de rabiscos.

– O que é isso?

– Mapas. – Teresa respondeu, como se fosse óbvio. Em seguida olhou para mim. – Certo, você perdeu a parte da explicação. Os Corredores mapeiam o Labirinto todos os dias. Esses riscos são o Labirinto. Thomas comparou os mapas, e achamos letras.

 Acenei, fingindo que entendi, e imitei o que ela fazia com os papéis. A caneta fluía livremente pelo papel, como se eu conhecesse as linhas. Talvez eu fosse uma boa desenhista antes de perder a memória.

– Terminei. – falei.

– Ótimo, agora faça pilhas sobre a mesa, em ordem desde a Área Um até a Oito. A Um começa aqui. – apontou para a ponta da mesa. – Você notou as Áreas, certo?

– Sim.

– Até agora descobrimos FLUTUA e PEGA. – contou, enquanto me ajudava a separar as folhas na mesa.

E então, a mesa estava coberta pelas oito Áreas. Me afastei, e bem no centro da mesa via-se a letra S.

– Meu Deus, Teresa.

 

Horas depois, depois de Newt ter se juntado a nós, já tínhamos SANGRA, MORTE e RÍGIDO. As palavras eram macabras e sem nexo, assim como tudo isso que eu estava vivendo. Me afastei das folhas, cansada. Eu queria ir embora, e era apenas isso que importava.

Teresa saiu para ir ao banheiro, e Newt levantou os olhos para mim.

– Eu soube o que aconteceu no banheiro. E eu realmente sinto muito, Clary. Isso não deveria ter acontecido.

Olhei para Newt, subitamente nervosa. Não gostava de relembrar o episódio do banheiro, nem falar sobre ele. Não respondi, e voltei a desenhar, controlando o choro. Não deveria haver mais lágrimas a serem choradas.

Newt continuou falando.

– Adam nunca faria isso. Eu não estou o defendendo, mas você e Teresa já imaginaram que também é difícil para nós? São as primeiras garotas que vimos desde que nos lembramos por gente.

– Está dizendo que é perdoável Adam ter tentado me estuprar? Não, não diga mais nada. Céus, Newt, somos garotas, e não objetos. Você já imaginou o que foi para mim, acordar sozinha num Labirinto cheio de garotos?

– Não, mas é que... – Newt parou, engolindo as palavras antes que saíssem, como se escondesse alguma coisa. – Não é nada, me desculpe. Sério, não foi o que eu quis dizer.

Respirei fundo, tentando verdadeiramente acreditar que não fora aquilo que ele quis dizer. Adam não merecia ser perdoado. Eu nunca o perdoaria e nunca cogitaria perdoá-lo. Pensar nele me causava calafrios e uma irritante sensação de culpa.

O erro, naquele momento, parecia ter sido cometido por mim. Eu deixei ele me levar ao banheiro, e não o expulsei quando entrou. O que eu dei a entender? Que queria a sua presença? Eu não mandei Adam sair e nem o repreendi por ter entrado. Qual era o meu problema?

A culpa era completamente minha.

Segurei um soluço e voltei a desenhar no papel-manteiga. Os riscos saíram tortos, resultado das minhas mãos tremendo. Estava tão envergonhada agora. Newt estava certo: provavelmente eu fui a primeira garota a falar com Adam, e deveria tê-lo deixado nervoso, obrigando-o a fazer o que fez.

Mesmo assim, era perdoável? Eu não disse sim, mas também não disse não. Se eu houvesse dito não as coisas poderiam ter sido diferentes. Mas eu fui um maldito meio termo que poderia ser interpretado de qualquer maneira, e Adam me viu como um sim.

– É que, bem – Newt voltou a falar – Eu não acho que o que quer que você e Minho estão tendo seja saudável.

Então Adam sumiu da minha cabeça.

– O que disse?

Newt deu de ombros, novamente como senão quisesse falar.

– Sabe o que torna Minho o melhor dos Corredores? Ele é inteligente, determinado, e pega o que quer. – algo dentro de mim já sabia o que Newt diria antes mesmo de ele começar a falar. – Ele não é assim. Convivi por ele por três anos e garanto a você que esse não é ele. Sei o que aconteceu no banheiro, e como alguém que quer ser seu amigo, eu não quero que a machuquem mais.

– Newt, pare.

– Minho vai machucar você, Clary. Não como Adam, mas vai.

Foi o suficiente para mim.

Tudo estava começando a ficar melhor. De repente, eu tinha alguém que não deixaria eu me afogar, que me tiraria das águas turbulentas e diria que tudo estava bem. E eu acreditaria, me entregaria e confiaria. E a realidade chegaria num turbilhão e me afogaria novamente nas águas das quais eu nunca deveria ter saído.

O peso que Adam causava em mim já era insuportável demais para eu manter a desconfiança sobre Minho. Não queria pensar mais nele, porque se pensasse eu me sentiria pior. Newt desviou o olhar de mim, mas eu continuei o encarando, sentindo a minha garganta fechar.

Levantei, já sem ar e saí da Sede.

Olhei para a parede cinza acima de mim e vi o quanto estava sufocada ali, cercada por paredes, presa dentro de uma caixa onde tudo parecia ser de mentira. Quis chorar ao lembrar que não sabia como era respirar de verdade, um ar puro, que encheria meus pulmões verdadeiramente. Eu sequer tinha um lugar para ir.

Teresa saiu da Sede, fazendo um coque nos cabelos escuros.

– Eu estava procurando você. Por que não está lá? Eu trouxe sanduíches para nós.

– Eu quis dar um tempo, minhas mãos estão doendo. – Dentre todas as coisas que eu poderia dizer, fui positiva. É claro que seria, é a maneira certa de se agir. De jeito algum eu diria a ela o que eu estava sentindo.

– Está tudo bem mesmo, Clary?

Não.

– Está sim, obrigada. – me escorei na parede. – E os Mapas?

Ela sorriu, como se fosse um grande feito o que fazíamos.

– Descobrimos APERTA. É estranho. Não há mais nenhuma letra.

– Talvez elas tenham terminado. – respondi.

– Bem, de qualquer jeito eu vou voltar para lá, e tentar mais algumas vezes.

Agradeci por Teresa ter voltado aos seus afazeres. Agora eu precisava de tempo para pensar, mesmo sabendo que tomaria horríveis decisões precipitadas no fim de tudo isso. Respirei fundo, ignorando o fato de o ar parecer sintético, e me recompus.

Entrei no bosque, repetindo o caminho de antes. Notei, numa tentativa fútil de me acalmar, que os cascalhos no chão estavam mais ruidosos que da última vez, mas provavelmente era somente a minha imaginação querendo me assustar. A entrada do Labirinto era tão chamativa quanto antes, fazia a minha mente viajar. Entrei, e passo por passo, dei inúmeras voltas pelos corredores, evitando à todo custo encontrar um dos grupos que passariam a noite no Labirinto.

Minho estava aqui.

Poderia estar a quilômetros de mim, mas estava aqui.

E eu não queria encontrá-lo.

 


Notas Finais


genteee

eu e a amorete estamos tentando seguir o rumo da primeira versão, então terá sim algumas coisas inéditas e outras que foram apenas reescritas. Nós tentamos alongar a estadia da clary na clareira, mas não tem absolutamente nada de interessante nessa parte do livro. Clary chegou quando Teresa desencadeou o término, e como ela ta sem memórias e completamente apavorada, não dá pra meter ela nas descobertas da clareira. Então é por isso que estamos mudando de cena e entrando em prova de fogo, onde podemos desenvolver romance e drama de uma forma muito melhor.

BEIJOSSSSS OBRIGADA POR LER

ps: ainda vai ter um cap no universo de correr ou morrer


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