Era domingo e Hongjoong resolveu ir ao park, como de lei fiquei para estudar, ou pelo menos tentar.
Cálculos, fórmulas, regras, folhas arrancadas... senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto e pingar sobre as anotações que tinha feito. Estava ficando tenso, senti um calafrio e comecei a tremer. Não era frio, era medo! Começaram a passar vários pensamentos de preocupação na minha cabeça, notas baixas, recuperação, reprovação, não me formar, não ter um futuro... como eu iria sobreviver? Era difícil de respirar e conseguia sentir fortes palpitações, mas nada ali parecia real.
Senti meu celular vibrar no bolso, por um momento não conseguia ter reação alguma, era impossível atender o telefone. Quando consegui me estabilizar um pouco, a chamada já tinha ido para a caixa postal mas por minha sorte retornaram. Era um número desconhecido, mas com todo o desespero que estava sentindo, atender aquela ligação e pedir ajuda era o melhor a se fazer.
- So-socorro. - Foi a única palavra que consegui dizer com a voz afobada pelo choro.
- Wooyoung? Você está bem? - Responderam do outro lado da linha.
- Não, m- me ajuda... San? - Completei reconhecendo a voz.
- Sim, sou eu. Agora só me escuta ok?... Quero que você siga minhas instruções, vou contar até quatro e você vai inspirar, depois mais quatro para segurar o ar para finalmente expirar lentamente o ar pela boca.
San ficou na ligação fazendo a contagem para que eu fizesse os exercícios de respiração, o que me fez me acalmar bastante.
- Consegue falar Woo?
-Sim.
- Ótimo, me diga cinco coisas que você pode ver.
- Livros, caderno... mesa, garrafa, parede.
- Muito bem, agora quatro coisas que você pode tocar.
- O celular, meu casaco, óculos...
- Vamos lá, só falta um!
- A mesa de novo.
- Isso isso, me fale três coisas que você pode ouvir.
- Pássaros, os carros na rua e você.
- Duas que pode cheirar?
- O amaciante da minha blusa e o livro novo.
- Quase lá, um gosto que você pode sentir?
- Chiclete... de menta.
- Perfeito, continue a respirar fundo... Estou na porta Woo.
- An? Espere.
Desliguei o telefone confuso e abri a porta para San. O mesmo perguntou se realmente estava melhor e me deu um abraço de urso. O abraço mais reconfortante que já tive. Passei meus braços pela cintura de San e o maior aconchegou seu pescoço no meu ombro. Pude sentir o cheiro amadeirado de seu perfume, sentia também a sua respiração calorosa. Sua energia era boa, e me fazia querer ficar com ele para sempre.
San afastou seu pescoço, e ainda abraçados ele olhou nos meu olhos e disse...
- Você anda cheio de preocupações né Woo? Deixe-me lhe mostrar que a vida é mais do que sobreviver?
Senti uma sensação de felicidade e conforto repentinos, e fiz um sinal de afirmação com a cabeça, fazendo com que San voltasse a colocar seu pescoço contra ao meu novamente. E assim ficamos, abraçados, aproveitando a presença um do outro em um mundinho só nosso.
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