1. Spirit Fanfics >
  2. A virada do milênio >
  3. Capítulo IV - Viver, Morrer, Renascer.

História A virada do milênio - Capítulo IV - Viver, Morrer, Renascer.


Escrita por: Misukisanlover

Notas do Autor


Oi gente '-'
MEU DEUS FAZ DOIS MESES COMO ASSIM. Eu juro que o capítulo tava quase pronto heuheuhue vários motivos contribuiram para o atraso e eu estou aqui me sentindo malzona espero que o capítulo compense a espera ^^
Boa leitura <3

Capítulo 5 - Capítulo IV - Viver, Morrer, Renascer.


Fanfic / Fanfiction A virada do milênio - Capítulo IV - Viver, Morrer, Renascer.

 

Capítulo IV – Viver, Morrer, Renascer.

 

Chanyeol literalmente não deixou o corpinho humano de Baekhyun descansar naquela noite. Quando voltaram para o hotel, o guitarrista não conseguia nem andar sozinho direito. Sehun e Baekhyun o levaram para o quarto do último, já que Kyungsoo havia tomado o quarto que era dos dois para si. Chanyeol não parava de resmungar reclamando de qualquer coisa que via a sua frente e quando teve o corpo deitado na cama macia do anjo fechou os olhos e se calou.

Engoliu o choro e as lágrimas e colocou os braços sobre os olhos enquanto Baekhyun tirava seus sapatos.

Se o mundo acabar no final do ano. Eu acho que vou ser feliz com isso. Disse de repente e Baekhyun lhe encarou com piedade estampada nos olhos. Não me olhe com essa cara de Santa Teresinha. Às vezes você me assusta, aish. Não parece humano, você não é o Baek que eu conheci...

Você precisa de um banho. Apenas fique em silêncio, por favor.

Baekhyun conseguiu dar o banho em Chanyeol, mas ele não ficou calado por nenhum instante. Ficou reclamando que a água estava fria e que o shampoo estava fazendo sua cabeça arder além de ficar gritando que sentia vergonha de estar nu na frente do outro. Enquanto Baekhyun esfregava o corpo do outro, sentiu uma dor incomum no meio das costas. Teve que se esticar várias vezes tentando fazer a dor ir embora, mas não chegou a verificar o que realmente estava acontecendo.

Depois de vestir o mais alto com a única blusa enorme que ele tinha, deitou-o na cama e se encostou a seu lado. Esperando que Chanyeol finalmente ficasse quieto e adormecesse.

Minha cabeça está explodindo de dor... Sussurrou colocando as mãos na testa.

Quer que eu cante? Chanyeol olhou nos olhos do mais velho e negou com a cabeça. Os olhos brilhantes do anjo queria lhe passar o conforto que seu corpo não conseguia capturar. Ele estava pensando demais...

Baekhyun... Ele sussurrou a voz falha o fazendo lhe encarar com mais fervor O que aconteceu com você? Sua dicção era ruim por conta do álcool, mas Baekhyun entedia muito bem.

Do que você está falando, Chanyeol? Massageou os cabelos negros do roqueiro querendo que ele descansasse logo.

Você não é o Baekhyun que eu conheci, eu tenho a impressão que você mesmo sabe disso.

Não sou o único viajante... Que não pagou sua dívida... Estive buscando um caminho para seguir novamente... Me leve de volta para a noite em que nos conhecemos...  Baekhyun começou a cantar.

 

E então eu posso dizer a mim mesmo

Que diabos devo fazer

E então posso dizer a mim mesmo

Para não andar ao seu lado

 

Ei. Idiota. Porque você não levanta essa bunda desse chão seco e vem dançar comigo. Byun Baekhyun, aos seus 15 anos disse ao ver Park Chanyeol, da mesma idade, chorando abraçando as próprias pernas no meio do baile de primavera da escola. Você tem orelhas enormes, ninguém vai te chamar para dançar se você não para de chorar. Anda. Puxou Chanyeol pelo braço e ele acabou se levantando aos tropeços.

Baekhyun estudava na mesma sala que Chanyeol, mas ao contrário do mais novo que era tímido demais para falar com as pessoas, Baekhyun não falava porque não queria. Ele detestava ficar próximo demais das pessoas e sempre acaba afastando-as de si por conta do seu jeito bruto e sincero de ser. Preferia ficar na sua, porém naquela noite ao ver o babacão da sua sala, aquele que os garotos valentões adoravam implicar por ser engraçado vê-lo com medo e gaguejando, chorando no canto da festa por que uma garota popular o enganou dizendo que iria ser seu par no baile... Bom.

O coração dele também não era de pedra.

Ah... P-Porque...

Respira cara, não tem nada demais em você dançar com um garoto, é só a merda de uma dança. Chanyeol engoliu em seco e apenas se deixou levar, sem conseguir protestar. Os dois ficaram em um canto mais escuro da festa e Baekhyun entrelaçou os dedos nos seus. Orelhas. Apenas relaxe e não pise no meu pé, se não eu chuto no seu saco.

A música era lenta e calma, as pessoas se balançavam, juntas e silenciosas, casais concentrados na letra da música. The Night We Met, ele conhecia, pois se tinha uma coisa que aliviava todo o inferno que passava naquela escola era a música. E ele amava tocar. Se balançando com Baekhyun percebeu que dançar não era algo tão ruim assim. Era bom sentir o calor do outro, era bom ter companhia. E apesar de seu coração estar quase saindo pela boca e de estar suando mais do que em uma sauna por conta do nervosismo, o friozinho na sua barriga acabava sendo algo gostoso de sentir.

Ao olhar direito para os olhos negros de Baekhyun, os cabelos negros de Baekhyun, os lábios sérios de Baekhyun...

S-seu nome? Perguntou tão baixinho que Baek quase não escutou.

Baekhyun. Fale mais alto, ninguém te responde por que você fala baixo demais. Chanyeol assentiu abaixando o olhar e o mais velho suspirou. Apertou um pouco mais os dedos do outro e apressou um pouco mais os movimentos.

Chanyeol passou a observar o outro em silêncio. Dessa vez sua atenção foram para as curvinhas calmas dos olhos, o formato do rosto... Voltou aos lábios sem entender por que...

Era a primeira vez que Chanyeol sentia vontade de beijar alguém.

 

Eu tive tudo, e então quase tudo de você

Um tanto, e então nada de você

Me leve de volta para a noite em que nos conhecemos

 

Você não se lembra... Isso é tão mal... Eu realmente gostava de você... E nós nos tornamos amigos... Você que me tornou mais bruto e mais foda-se com a vida sabia?

Baekhyun fechou os olhos e apertou os lábios, pois sabia que ele insistiria em lembrar.

 

Eu não sei o que devo fazer

Assombrado pelo seu fantasma

Me leve de volta para a noite em que nos conhecemos

Quando a noite estava cheia de terrores

E seus olhos cheios de lágrimas

 

Chanyeol sabia que existia uma data e uma hora para Baekhyun ter mudado tanto. Ele não sabia dizer ao certo se tudo aquilo tinha a ver com o fato dele ter praticamente visto a morte, mas a verdade é que ele acreditava que seu amigo Baekhyun morreu e nasceu de novo naquele dia.

Os dois foram compor alguma música legal em um feriado na ponte de madeira de um rio que ficava próximo da praça principal da cidade pequena que eles viviam. Chanyeol segurava seu violão e Baekhyun cantava o que achava que combinava com a melodia, cuidando de anotar todas as notas para a melodia não se perder. Os dois acreditavam que estavam criando uma obra prima pela primeira vez, talvez eles tivessem mesmo talento para formar uma banda.

A tarde ficou mais escura quando um dos papeis que os dois estavam anotando a melodia voou com o vento para dentro do rio. Baekhyun olhou para o lado completamente puto com o que estava acontecendo e não acreditou que Chanyeol, alto como era, não sabia nadar. Puxou os próprios cabelos se negando a acreditar que perderiam aquela obra prima e pulou dentro da água.

Baekhyun! Cuidado! Chanyeol gritava tentando disfarçar o quanto estava com medo. Quando mais Baekhyun nadava atrás do papel, mais ele se afastava com a correnteza.

Quando Baekhyun finalmente desistiu de pegá-lo, começou a nadar de volta para a ponte decepcionado. Os ventos não paravam de aumentar e por consequência a correnteza ficava mais forte. Baekhyun percebeu que fora muito mais fácil ir por conta disso e voltar estava sendo extremamente cansativo.

Chanyeol segurou no corrimão da ponte de madeira e estendeu a mão para pegá-lo.

Venha... Eu seguro... Venha... Porém quanto mais Baekhyun nadava, mais a correnteza lhe afastava e aquilo deixou Chanyeol desesperado SOCORRO! Gritou para alguém que estivesse próximo... Ninguém estava. Baekhyun continuava tentando. O coração acelerando de medo e angustia, não importava o quanto ele lutasse, ele não conseguia sair do lugar e fechou o olhos tentando não engasgar com a água.

Eu não vou conseguir Chanyeol... Ele respirava com dificuldade, arfando de cansaço Eu... Eu não consigo... Choramingou ainda tentando nadar até o amigo.

Venha... Só mais um pouco... Esticou um pouco mais a mão e Baekhyun conseguiu pegar impulso para pegá-la. Chanyeol não conseguiu segurar a mão do outro, pois ela escorregou e ele voltou a ser levado. Venha... De novo... Vai dar tudo certo, eu prometo. SOCORRROOO! Continuou gritando por ajuda.

Baekhyun negou com a cabeça, já estava começando a dar câimbra em seus braços de tanto esforço, ele não aguentava mais.

Desculpa...

NÃO! SOCORRO! Continuou gritando tentando esticar mais o braço, porém Baekhyun desistiu. Ele já estava se afastando. Seus braços não conseguiam mais nadar contra a correnteza e ele olhava para Chanyeol com os olhos cheios de desespero. HYUNG!

Baekhyun desapareceu no fundo do rio logo depois.

A ajuda chegou logo depois disso. Um homem veio e pediu que sua mulher chamasse os bombeiros. Amarrou uma corda em si presa ao corrimão da ponte e pediu que Chanyeol o puxasse caso acontecesse qualquer coisa. Ele pulou dentro do rio e começou a procurar.

Baekhyun foi encontrado minutos depois. Sua pele estava extremamente pálida e seus lábios estava roxos, porém o que chamou a atenção de Chanyeol foi os cabelos do rapaz.

Os cabelos negros de Baekhyun estavam completamente brancos.

Depois de muito tempo tentando reanima-lo, os bombeiros finalmente vieram com a notícia de que ele voltou a respirar, porém... Os danos causados por ter passado tempo demais sem respirar poderiam ser irreparáveis...  

 

Quando você ainda não tinha me tocado

Me leve de volta para a noite em que nos conhecemos

 

Quando Baekhyun abriu os olhos, Chanyeol arregalou os seus, sem acreditar. Ficou estático e paralisado por alguns segundos, sem respirar, pois não estava acreditando, apenas quando Baekhyun piscou os olhos cheios de lágrimas foi que caiu a ficha.

Depois de duas semanas em coma, Baekhyun estava de volta.

Enfermeira! Enfermeira! Gritou correndo até a porta Ele acordou!

 

Eu tive tudo, e então quase tudo de você

Um tanto, e então nada de você

Me leve de volta para a noite em que nos conhecemos

Eu não sei o que devo fazer

Assombrado pelo seu fantasma

Me leve de volta para a noite em que nos conhecemos

 

Você... Nasceu... Outra pessoa... Disse voltando a dormir e Rafael suspirou olhando para o teto, se lembrando perfeitamente do dia que desceu dos céus e tomou o lugar daquele humano.  

 

***

 

O ensaio naquele dia estava atrasado. Baekhyun e Sehun foram os primeiros a chegar e estavam ali sozinhos tentando se livrar da torta de climão que estava no ar desde que Baekhyun entrou no porão. Sehun estava um pouco envergonhado por ter se embebedado na frente do vocalista mais gato e fofo da terra logo no primeiro dia de trabalho, então mal conseguia se expressar ou falar alguma coisa através dos gestos. Ele não fazia ideia se havia falado muita merda ou se havia dado maus conselhos a Chanyeol... Falando nisso, onde estava o orelhudo estressado?

Sehun sentiu alguém tocar em seu braço e olhou para Baekhyun.

“Acordou bem? Teve pesadelos?” Ele estava com uma expressão preocupada e seus cabelinhos brancos escorregavam por sua testa enquanto as bochechas começavam a ficar vermelhas com a demora da resposta. Sehun arregalou os olhos percebendo que demorou demais e abriu um sorriso sem graça.

“Sim! Não tive pesadelos... Para falar a verdade eu sonhei que um anjo vinha me salvar...” Não era uma piada, ele realmente tinha sonhado com um anjo reluzente de asas enormes que aparecia para ele vindo dos céus.

“Hum... Eu quero que você me escute!”

“Isso é impossível, Baekhyun.” Arqueou a sobrancelha.

“Dizem que minha voz pode curar as pessoas, eu não acredito tanto nisso... Mas se as pessoas acreditam, eu acho que devo continuar e eu quero salvar você. Você disse que precisa ser salvo... Eu quero fazer isso.”

“O que é isso agora? Você se tornou uma espécie de anjo da guarda, agora?” Sehun estava um pouco mais sério e aquilo fez Baekhyun se calar por um tempo, tentando entender o que ele sentia. “Eu acho que sou alguém que está marcado para morrer.”

Baekhyun franziu a testa preocupado, não conseguia identificar se aquilo era uma brincadeira ou se ele estava realmente falando sério.

“Eu acho melhor... Dançar. Acho que a dança cura pessoas também... Ela de certa forma me curou, aceita ser curado por ela?” Ele estendeu a mão com uma das sobrancelhas arqueada, esperando uma resposta positiva.

Baekhyun suspirou um pouco confuso. Não sabia se deveria aceitar. Engoliu em seco e começou a roer as unhas involuntariamente. Só voltou a olhar para Sehun quando ele lhe chamou atenção através dos gestos.

“Não tem nada de mais em dançar com um garoto, é só uma dança.” Ele voltou a colocar segurança em seu sorriso e Baekhyun assentiu um pouco hesitante, aquela era... A mesma fase que o antigo Baekhyun falou a Chanyeol. Quando o outro tocou sua mão sentiu uma pequena pontada no centro das costas, mas a ignorou. Os dedos de Sehun se entrelaçaram nos seus e eles se aproximaram um do outro.

“Você apenas precisa se mover de um lado para o outro lentamente” Com calma, Sehun segurou mais firme na mão de Baekhyun e tocou timidamente em suas costas. Baekhyun só percebeu que tinha que fazer o mesmo alguns segundos depois.

Ah... Desculpe... Baekhyun colocou a mão nas costas do mais velho, completamente desconcertado e olhou nos olhos escuros do outro. O sorriso de Sehun exalava segurança e um pouco de felicidade, mas os olhos dele... Não enganavam.

Pelo menos não enganariam um anjo. Ele estava com medo, algo estava o angustiando e o destruindo por dentro aos poucos, Baekhyun precisava descobrir do que se tratava antes que fosse tarde demais.

Sehun riu e fechou os olhos começando a se mover. Baekhyun acompanhou quase tropeçando nos próprios pés, um pouco desajeitado, um pouco nervoso... Porque estava se sentindo daquela forma? Era tão estranho, parecia que havia algo em sua barriga. A verdade é que eles estavam dançando uma música imaginária.

Sehun continuava de olhos fechados, se movendo de um lado para o outro, levando Baekhyun consigo enquanto ambos faziam círculos pelo porão nessa brincadeira.

O anjo acabou por acomodar sua testa no peito do outro, fechando os olhos e tentando escutar o coração daquele que deveria proteger. Começou a cantarolar uma melodia aleatória, apenas para aquela situação parecer menos estranha e menos silenciosa.

Sentiu a mão de Sehun afundar em seus cabelos brancos e sentiu um arrepio forte subir por seu corpo. Olhou para cima e deu de cara com os olhos de seu protegido. Ele estava sério, mais ao mesmo tempo sereno, como se já esperasse aquela reação do outro ao seu toque.

Sehun queria poder falar. Queria ter suas mãos livres para dizer, mas elas estavam ocupadas segurando o corpo de Baekhyun...

O que eu estou fazendo? Perguntou-se e acabou soltando o cabelo de Baekhyun olhando para baixo. O menor sentiu a dor em suas costas aumentar, como se algo tivesse lhe perfurando. Quando Sehun se afastou ele conseguiu voltar a respirar aliviado e apertou os olhos por um momento.

Eu preciso... Baekhyun se soltou do outro procurando uma justificativa para sair correndo dali, porém não tinha. Tenho que ir... Falou se afastando e teve uma pequena surpresa quando Sehun segurou o seu braço.

“O que é isso?” O menor olhou para o que Sehun tinha nas mãos. Seus olhos se arregalaram e um arrepio percorreu o seu corpo.

Sehun segurava uma grande pena branca e reluzente.

“É linda, mas eu nunca vi nada igual em nenhuma ave...”

E-eu... Preciso ir ao banheiro... Falou sem acreditar no que via e seguiu até o banheiro sem falar mais nada.

 

Tirou a camisa e se virou um pouco para o lado para encarar seu corpo verticalmente. Levantou um pouco o ombro para ver melhor as costas e deixou que suas asas se abrissem. Com um sentimento de medo dentro de si, olhou para as penas brancas e macias e tocou nelas com medo de encontrar algum ferimento. Não encontrou.

O que ele achou foi algo pior.

Logo próximo a sua escapular, as penas de suas asas estavam frágeis. O branco era mais fosco e assim que ele tomou corarem para tocá-las, uma nova pena caiu.

Ele estava depenando.

Tirou a mão de perto e fechou suas asas ao ouvir a porta bater.

 


Notas Finais


EITA CUZÃO AS ASAS DO BAEK MEU PAI DO CÉU SOCORRO
Quem aqui gostou do ChanBaek morto?AAA eu não vou mentir que shippei errado heuhuehheu
Eu juro que não quero demorar de novo aaaa tomare que de certo <3
Obrigada pelos quase 100 favoritos e pelos comentários! Não desistam de mim, amo vocês <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...