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História A Vizinha. - MadaSaku - ItaSaku - SasuSaku - ObiSaku - Surpresa para A Vizinha.


Escrita por: witchesblood

Notas do Autor


Boa noite, como estão?

Por favor, leiam isso aqui eu imploro a vocês!

Desde o começo da fanfic, eu estabeleci a relação da Saky com os irmãos de modo bem carnal, lembram? Claro que lembram... Mas, nesse capítulo eu fiz diferente, tá na cara que eles a amam e ela também, né? Mas a autora ama romance, ama um drama também, porém, o romance é algo que me cativa demais.

Por isso fiz esse capítulo, recebi uma ideia legal de uma leitora que me disse para fazer um tipo de jogo com a Sakura e os irmãos, algo que ela pudesse reconhecê-los pelos toques e tal. Pensei muito sobre isso, essa parte carnal é algo que ainda é presente, mas acima de tudo eu quero mostrar que eles não são só isso, entendem ? A Sakura tem uma visão diferente de cada um dos irmãos, vocês vão ver ao lerem esse capítulo.

Eu espero que entendem o que eu quis dizer, eles não estão mais naquele nível onde o desejo carnal assume completamente suas ações, eles querem amá-la e acima de tudo provar o quanto estão ao lado dela.

Achei esse capítulo necessário, sei lá. Enfim, boa leitura <3

Capítulo 51 - Surpresa para A Vizinha.


Sakura

 

Acordei lentamente sentindo um braço circular meu corpo e outro apertando minha cintura firmemente, levantei meu rosto em direção ao Uchiha que dormia pesadamente a minha frente e com cuidado retirei seu braço que me envolvia e fiz o mesmo com a mão pousada em minha cintura. Elevei meu torso encarando aqueles quatro que fizeram minha noite ser gostosa e intensa, sorri. Uma euforia tomou conta de mim, acho que isso nunca passará, esse sentimento que cresce cada vez mais em meu peito.

Levantei do colchão onde dormia com eles e saí de fininho me enrolando no primeiro casaco que achei. Subi para o segundo andar do chalé e entrei no banheiro e lá tomei um banho bem quentinho e logo depois vesti roupas mais quentinhas ainda. Desci novamente encontrando-os ainda dormindo, suspirei alegre por saber que eu os tenho e que posso contar com eles sempre de agora em diante.

Um aperto se apoderou do meu coração lembrando-me das palavras da minha mãe e por mais duras que fossem... Eu entendo o lado dela. Eu não a odeio, Mebuki é minha mãe afinal. Espero que futuramente nós voltemos a nos falar e que ela não se distancie do meu filho, eu quero sua presença assim como quero a presença de Mikoto e Fugaku, e claro meu pai.

Apertei o cardigã longo no corpo e saí do chalé. O vento frio me fez tremer um pouco, mas não me importei. Em passos lentos fui em direção ao píer do lago, isso aqui é tão bonito, como seria criar meu filho nessa pequena cidade onde ninguém me conhece ou sabe sobre meu passado conturbado? Com certeza os olhares de julgamento não nos atingiria aqui, eu acho.

Me sentei no banco de madeira que ficava centralizado naquele pedaço de madeira flutuante na água e pude contemplar melhor o cenário a minha frente. Quem diria que o destino me traria até aqui? Ou Deus... Se lá o que me colocou nesse caminho e que só tenho a agradecer por que sou o que sou por conta de tudo o que passei. Não foi fácil, é verdade... Mas passaria tudo novamente apenas para acabar aqui, sentada nesse banco encarando a água depois de ter acordado com os homens que eu mais amo no mundo inteiro e antes... Da noite que passei com eles.

Jamais me arrependeria.

Sorri, eu me sinto tão feliz, minha vida não é perfeita mas é maravilhosa.

- Não deveria estar aqui. Está tão frio. - Ouvi a do Uchiha nerd e sorri mais abertamente. Virei em sua direção encontrando-o com uma carinha de sono e todo enrolado em uma coberta.

- Então porque não vem me esquentar? - Devolvi brincalhona e ouvi uma risada vindo dele.

Obito sentou-se ao meu lado e abraçou-me pelos ombros, nos enrolando na manta quentinha.

- No que estava pensando? - Perguntou alisando meu braço.

- Em tudo. Em nós e em como acabamos aqui. - Digo suspirando.

- Está arrependida? - Não acreditei no que ouvi, acabei por me virar para encará-lo.

- Não. Nunca vou me arrepender. - Falei com convicção.

- Que bom, porque eu também não. - Obito sorriu de lado, um sorriso tão bonito que iluminou minha manhã fria e ainda nublada.

Sua mão que antes acariciava meu braço encontrou minha nuca e o polegar esfregou ali para então fazer-me aproximar mais dele. Um selo rápido por meus lábios com um carinho que só Obito tinha, dentre todos os meus Uchihas, ele sempre foi o mais carinhoso. E porque não dizer também o mais romântico? Sua testa colou na minha e enquanto sentia sua respiração gostosa bater em meu rosto, tinha a certeza que como todos eles, meu nerd fazia meu coração acelerar com uma força descomunal.

- Eu sei que nossa relação é uma bagunça e que não parece certo na visão das outras pessoas mas... - Mordi meu lábio hesitando. - Não me importo com elas, me importo com o que eu sinto.

- E o que você sente, Sakura? Hum? Fale pra mim, eu adoraria ouvir. - Seu nariz roçou o meu de forma lenta e gostosa. O hálito quente batendo contra o meu rosto fazendo-me ofegar.

- Eu amo você. Amo muito você Obito. - Ouvi um tipo de grunhido ser emitido por ele e minha boca foi atacada logo em seguida.

Sabe aquele tipo de beijo que te deixa fora de si? O tipo de beijo que consegue ser calmo e ao mesmo tempo intenso o suficiente para fazer com que você deseje nunca parar. É assim, eu me sinto exatamente dessa forma todas as vezes que ele me beija. Com meu coração fazendo um batuque forte e rápido, me separo de seus lábios recebendo vários selinhos gostosos no processo. O frio já não me incomoda mais, o calor que sinto nesse momento aquece muito mais que minha pele, ele aquece minha alma.

Ficamos mais um pouquinho ali, observando o lago e curtindo um pouco nosso silêncio que jamais irá se tornar algo ruim. E, então entramos novamente no chalé, onde encontrei os outros três já de pé. Recebi uma olhada nada boa do Uchiha mais velho, bom eu acho que o fato de eu ter ficado no frio não o agradou muito. Sasuke subiu dizendo que iria tomar um banho, mas antes de fazê-lo me desejou um bom dia tão lindo enquanto me beijava carinhosamente.

O café posto na mesa matou a fome que eu sequer notei estar sentindo, ao contrário da manhã anterior, essa foi cheia de carinho, um certo carinho que até então eu não sabia como era. Nossa relação sempre foi estabelecida com algo tão carnal e intenso. Nós iniciamos de uma certa forma... Errados.

- Sakura, terminou seu café? - Itachi me perguntou assim que me viu parar de comer.

- Sim, nós estamos cheios. - Me relaxei sobre a cadeira levando a mão na barriga.

- Que bom, porquê não vai descansar um pouquinho? Na hora do almoço eu te chamo. - Ponderei sobre e resolvi acatar o que me foi pedido. Levantei cedinho mesmo, acho que mereço esse descanso.

Saí da cadeira onde estava e fui para a sala onde os colchões ainda estavam. Me acomodei debaixo das cobertas quentinhas enquanto os ouvia conversa lá na cozinha. Sorri ao notar o quão sortuda eu sou por tê-los. Encarei a lareira a minha frente ainda queimando o restante da madeira da madrugada, tudo seria tão simples se ficássemos aqui para sempre. Poderia me acostumar com isso, com toda certeza.

Eu peguei no sono, sabia disso porque de repente comecei a sentir algo bom acariciando meu rosto. Abri meus olhos lentamente encontrando os pares negros que eu tanto amo. Descobri que o carinho vinha de dedos tocando-me com delicadeza, fazendo minha pele ansiar por mais daquilo. Sorri e fechei meus olhos uma vez me aproveitando mesmo, porque eu estou amando isso. Ouvi um riso rouco a minha frente, com certeza ele deve estar se divertindo com a expressão que eu fiz, aquela expressão satisfeita.

- Acorda meu amor, já está na hora do almoço. - Fiz um beicinho, não queria que o carinho cessasse.

- Não. Eu quero dormi mais. - Afundei meu rosto contra o travesseiro inalando o cheiro amadeirado que ficou ali.

- Anda muito manhosa, Haruno. O que eu terei de fazer para fazê-la levantar? - A voz rouca pertinho do meu ouvido me fez estremecer.

O olhei com um sorriso sapeca nos lábios e recebi um daqueles olhares que só ele sabia dar.

- Madara... - Murmurei com a voz abafada por conta do travesseiro.

Antes o Uchiha estava apenas apoiado ali, agora havia deitado ao meu lado e acariciava não só minha face, mas, meus cabelos, pescoço e ombro. Se sua intenção era me fazer levantar, acho que não deu nenhum pouco certo. Me virei ficando totalmente de frente pra ele encontrando os olhos negros e bonitos. Quando conheci Madara, ele tinha uma mania bem estranha de franzir a testa e enrugá-la como se estivesse sempre pensando - e irritado - em algo. Mas agora não, ele parece relaxado e com um ar totalmente diferente. Parece outro homem, meu homem.

- O que foi? - O ouvi perguntar, não é pra menos estou o encarando toda abobalhada.

- Você é lindo. - Falei o óbvio, porque ele é lindo.

- Eu sei. - Um sorriso convencido reinou em seus lábios fazendo-me revirar os olhos, a mão que antes me acariciava fora tomada de lugar por um braço que me envolveu mais próximo a ele. - Você é linda. - O olhei sorrindo, mas ainda sim o incentivando a continuar, eu quero mais. - Gostosa. - Recebi um beijo no queixo bem bom. - Cheirosa... - Seu rosto afundou em meu pescoço.

- Está me fazendo cócegas. - Vibrei ao ouvir sua risada rouca contra minha pele.

- Então levanta, senão continuarei. - Ameaçou-me e sorri mais uma vez.

- Hum... Não. - Provoquei mesmo, gostando mais ainda da forma como o Uchiha me olhou com os olhos cerrados. 

Escondi meu rosto outro vez no travesseiro e senti ele se mover, mas para minha surpresa os braços grandes e fortes envolveram meu corpo tirando-me colchão. Não me aguentei, comecei a gargalhar feito uma criança. 

- Madara! - O repreendi ainda rindo. 

- Não gosta de ser carregada como uma princesa? - Me provocou começando a se mover comigo em seu colo, para me dar mais estabilidade agarrei seu pescoço. 

- Não sou uma princesa. - Resmunguei olhando para ele. 

- Claro que é. E carrega o herdeiro de todo o meu império aí dentro. - Arqueei uma sobrancelha ainda não acreditando no que ele falava.

- Quem é você e o que fez com o verdadeiro Madara Uchiha? - Perguntei brincalhona. 

Por um momento, não ouve uma resposta ele só me olhou. 

- Ele se apaixonou por uma linda princesa de cabelo cor-de-rosa. - Fiquei toda abobalhada novamente, eu sei disso porque mordi o lábio com tanta força e acabei escondendo meu rosto todo corado na curvatura do seu pescoço. 

Ouvi uma risada bem gostosa e então ele voltou a caminhar em direção a cozinha.

Depois do almoço, eu ainda pedi algo doce pra comer, qual é, estou grávida e preciso comer por dois agora. Bom, foi essa a desculpa que eu usei para poder me empanturrar de doce e foi esse mesmo motivo que me fez ficar com um enjoo horrível que me deixou mal pelo resto do dia. Havia estragado completamente nossa programação, me senti péssima. Mas fui bem amparada nesse meio tempo, cuidada e abraçada tantas vezes que me sentia melhor cada vez que acontecia. 

Em certo momento, eu precisei levantar do sofá e tomar um banho. Mas meu corpo pedia por um sono bem gostosinho e eu não queria negá-lo. Entretanto, fui impedida de dormir e praticamente arrastada para o chuveiro. Itachi foi tão insistente, que chegou a me irritar em certo momento. Mas estava lá retirando minha roupa já tremendo de frio por ficar peladinha. Eu já havia tomado um banho, poxa eu queria dormir. 

- Vai te fazer bem, Sakura. - Escutei a voz do Ita do outro lado da porta. 

- Eu sei, tá bom? - Resmunguei amarrando meu cabelo pro alto. 

- Não fica brava comigo. - A maçaneta girou e logo a porta foi aberta revelando um Uchiha de olhos bem doces. 

- Não estou brava. -  Me defendi, apesar de estar levemente irritada.

- Se eu entrar com você, irá desfazer esse bico? - O sorriso foi involuntário, quem aqui estava irritada mesmo?

Itachi fez algo melhor que eu poderia imaginar, a banheira foi enchida até sua metade e nela sais cheirosos foram colocados. A capacidade que esse homem tinha me de acalmar era surreal, me esquecia completamente do porquê me sentia irritada ou de qualquer incômodo que eu sequer tenha tido. Ele entrou primeiro me ajudando logo em seguida. Meu corpo arrepiou por inteiro ao ser tocado pela água quentinha e cheirosa que nos envolveu. 

- Melhor agora? - Perguntou me puxando para sentar entre o meio de suas pernas. 

- Muito. - Sorri sendo abraçada por braços grandes e fortes. 

- Ótimo. - Soltou me apertando mais. 

Itachi sempre foi o mais paciente - as vezes - Apesar de me respeitar muitas vezes e outras vezes não, o Uchiha me tinha em suas mãos com a forma intensa que me olhava. Aquele homem que perdia a cabeça por minha causa - com motivo, podemos dizer - é o mesmo que agora me ensaboa com todo o cuidado do mundo, como se eu fosse frágil e estivesse para me quebrar se qualquer toque mais bruto viesse de sua parte. 

- Porque não ficamos aqui pra sempre? - Perguntei enquanto fitava os azulejos branquinhos do banheiro. - Não quero voltar pra Konoha. - Resmunguei.

- Acredite, também gostaria de ficar. Mas não podemos fugir pra sempre. - O Uchiha me disse soltando um longo suspiro. 

- Eu não me importaria de fugir por mais alguns dias, sabe. - Comentei me afundando um pouco mais na água. 

- E desde quando você é de fugir? Tá certo que fugiu de nós por um bom tempo, mas eu sei que não é essa mulher. Sei que não se importa com os outros e seus olhares, você é a mulher mais forte que eu conheço, Sakura. É normal sentir medo, mas não o deixe controlá-la. - Me virei com um sorriso bobo no rosto. 

- Obrigada. Sei que não fui fácil, mas você ainda está aqui. - Encarei seus olhos brilhantes e bonitos. 

- E não irei para outro lugar, minha menina. - A última parte foi sussurrada tão graciosamente, meus pelos arrepiaram-se e meu ventre dançou. 

Ficamos na banheira até a água ficar um pouco morna e o Uchiha me obrigar a sair dela, para quem não queria nem entrar, sair foi um sacrifício. Me enrolei num roupão branquinho e bem macio que Itachi me entregou enquanto passava a toalha em seu corpo tão bonito. Me sequei assim que entrei no quarto e vesti um pijama cumprido, eu bem que queria o verão pra poder abusar dos pijamas curtos e sexy's, mas cá entre nós eu estou amando esse frio e o fato de andar toda coberta por aí. 

Nossa relação começou com uma atração tão forte, um desejo latente que se tornou até um pouco doentio. Eu sei que tenho minha parcela de culpa, sei que muitas vezes provoquei, quando na verdade o melhor a fazer era ficar na minha. Mas tudo o que fiz e tudo o que vivemos até agora nos trouxe até aqui, como falei antes eu não estou arrependida, faria tudo novamente. 

Estava pronta para descer quando passei por um quarto e a porta entre aberta me chamou a atenção. A luz apagada do quarto e apenas um brilho intenso do notebook. Empurrei a madeira um pouco mais para poder abri-la e encontrei o Uchiha caçula digitando freneticamente, eu sei que o Sasuke ama escrever e sei que já escreveu sobre mim e para mim, mas o que é tão importante para ele não largar esse notebook? 

Um sentimento estranho se apossou do meu peito, será que ele estaria falando com outra pessoa...? Não. Não. O Sasuke jamais faria isso, eu confio nele. Mas, ainda me sinto tão curiosa. Entrei no quarto pé por pé tentando observar o que ele escrevia, Sasuke parecia tão concentrado que nem sequer me notou. O vi soltar um suspiro longo e até mesmo um pouco frustrado depois de apoiar os cotovelos na mesa. 

- A Vizinha... - Murmurei um tanto baixo o que li na tela, mas ele me ouviu pois levantou-se de uma vez e abaixou a tela do notebook. - O que é isso, Sasuke? - Perguntei agora com ele me olhando. 

- Sakura... não é nada, apenas algo que ando escrevendo. - Disse rápido demais. 

- Então não se importa que eu veja, certo? - Me aproximei do notebook mas fui impedida. - O que está escondendo? - O questionei. 

- Nada. Não estou escondendo absolutamente nada! É algo no que estou trabalhando. - Respondeu de forma simples. 

- A Vizinha... É o título de alguma coisa, o que? - Eu sei, estava sendo insistente e chata, mas minha mente gritava por respostas.

Ele soltou um longo suspiro, igual ao de antes. 

- É um livro. É nossa história. - Conta-me e eu me surpreendo. 

Abri minha boca milhares de vezes, não sabia exatamente o que falar ou o que pensar sobre isso. Mas, minha surpresa estava estampada em minha cara que era impossível não vê-la. 

- Como assim nossa história? - Perguntei com calma, respirando fundo. 

- A história de como quatro irmãos se apaixonaram por uma única mulher. De como ela conseguiu os enfeitiçar e fazê-los amá-la. - Meus olhos arregalaram-se, a garganta secou, bem sequinha como se estivesse trancada. 

Ele está mesmo escrevendo sobre nós? Como eu me sinto sobre?

- Não está brava comigo? - Me perguntou assim que o abracei bem apertado como se quisesse sufocá-lo com meus braços, mas era de emoção e não de raiva. 

- Não. Estou orgulhosa. - Disse com sinceridade e com a voz bem abafada por estar ainda o abraçando. 

Outro suspiro.

- Eu fiquei com tanto medo que não entendesse, eu jamais o publicaria sem sua autorização, Sakura. Jamais. - Soltei um riso contra sua pele. 

- Acho que deve publicar. E, quando esse livro ficar famoso, serei a primeira que irá te parabenizar. - Me afastei dele.

Os olhos de Sasuke são uma mistura única, aquela qual parece estar sempre temendo fazer algo de errado e aquela que passa uma certa confiança e até mesmo um tipo de frieza, mas o Uchiha caçula de frio não tem nada, ele é quente, tão quente que faz meu corpo ser incendiado com o dele somente com aquela mistura única que são seus olhos. 

- Era pra ser uma surpresa, queria que ele estivesse finalizado, aí te entregaria o primeiro exemplar. - Conta-me. Acabo me sentindo uma tonta, poderia mesmo não ser tão xereta, seria maravilhoso ter essa surpresa. 

- Bom, agora tem um motivo a mais para finalizá-lo. Estou ansiosa para ler, Sasuke. - Seus braços rodearam-me outra vez. 

Senti seus lábios beijando os meus com carinho, proteção e amor. Principalmente amor. 

No jantar eu voltei a comer feito uma louca, até parece que não aprendi com a minha extrapolada de hoje de meio dia, mas fazer o quê? Enquanto comíamos, Madara recebeu uma ligação de dona Mikoto, ouvi ela no telefone perguntando como eu estava e o mais velho acabou por contar sobre meu episódio do enjoo. Resultado? Bom, dona Mikoto pediu para falar comigo e deu uma pequena mijada em minha cabeça, ok, eu entendi sogrinha. Quando devolvi o celular para o mais velho, ele trocou mais algumas palavras com ela e depois pediu licença para sair dali, eu não entendi o porquê e dei de ombros voltando pro meu jantar.

Madara voltou um tanto quieto, comeu e se prontificou a lavar toda a louca assim como secar também. Na hora de dormir, eu o ouvi falando com Itachi, cochicharam na verdade e logo o meu Uchiha de olhos doces também estava de certo modo, diferente. Ok, o que aconteceu? Assistimos um filme ali mesmo, sentados nos colchões espalhados pela sala enquanto eu me perdia em pensamentos, queria perguntar, mas ao mesmo tempo não. Eles me falaram se fosse importante, não? 

Foi com esses pensamentos que acabei dormindo.

[...]

A viagem de volta estava mais silenciosa que o normal, não ouve brigas sobre quem quer trocar de música e muito menos um Obito pedindo para trocar de lugar. O clima estava tão estranho, eu não entendia e muitas vezes sentia vontade de me descabelar, chorar e perguntar o que estava acontecendo, do porque eles estarem agindo daquela forma. Antes da ligação da dona Mikoto no dia anterior, foi tudo tão perfeito...  Agora eu sentia como se meu coração tivesse levado um tipo de baque.

Que baque, Sakura? Você nem sabe o que aconteceu ou se aconteceu algo. 

Adentrar as ruas de Konoha foi tão estranho, suspirei diversas vezes voltando para a minha realidade. Mas, seja como for eu enfrentaria tudo o que estava por vir, como sempre fiz desde que me conheço por gente.  Ao entrar no nosso bairro, meu peito voltou a se apertar ao lembrar da minha casa, do meu pai e da minha mãe. Eu sentia falta dela, mesmo dona Mebuki sendo difícil e controladora, eu queria minha mãe comigo nesse momento. 

O carro estacionou em frente da nossa casa - ainda é estranho falar isso - e nós descemos. Meus Uchiha's tiravam as malas do carro e as levavam para dentro enquanto eu olhava para a casa ao lado da minha e via algo diferente, o que aquilo estava fazendo ali? Me aproximei mais do gramado vendo a placa de vende-se. Foi como um buraco tivesse me sugado, eles iam vender a casa? Aquela casa? 

- Sakura? - Madara apareceu atrás de mim. - Vem amor, vamos entrar. - A mãos pousou em minha cintura fazendo-me andar.

Minha respiração estava alterada, as minhas mãos tremiam assim como minhas pernas não tinham força o bastante para me manter em pé. Não acredito, meus pais eles... Eles vão embora daqui? Parei de caminhar, olhei para o homem ao meu lado e desabei, comecei a chorar em desespero e alto, muito alto. Porque? Eu sei que o que fiz não é motivo de orgulho, mas eles vão mesmo me deixar?

- Itachi! - Ouvi o mais velho chamá-lo. 

- Sakura, por favor fica calma. - Pedia em desespero. - Não pode ficar nervosa, por favor. 

- Eles vão embora... eles vão embora... - Murmurava repetidas vezes. 

- Eu vou levar ela pra dentro, avise nossa mãe. - Fui pega no colo pelo Uchiha de cabelos longos e em segundos já estava dentro da casa.

- O que aconteceu? - Obito apareceu me vendo naquele estado. 

- Ela viu a placa.  - A forma como Itachi falou, me fez deduzir que eles sabiam, sabiam daquilo. 

- Vocês sabiam que eles iam embora? - Me remexi para que Itachi me soltasse.

- Sakura, íamos contar quando estivéssemos aqui, não queríamos te causar qualquer coisa na viagem. - Sasuke apareceu com o semblante arrependido. 

- Não importa! Esse relacionamento é a base de confiança, não era? Não foi vocês que me disseram isso? E agora me esconderam que meus pais... - Grunhi com raiva e sai dali, não conseguiria ficar perto deles, não agora.

Subi para um dos quartos e lá me tranquei. Não demorou para que eu ouvisse batidas nelas, pedidos também vieram tais como desculpas e para que eu a abrisse. Podia ouvi-los preocupados, mas eu estava com tanta raiva. Agora sabia o porque de toda aquela mudança repentina, a volta adiantada e tudo mais. Novamente, a frase "Será que eu não serei feliz?" rondou a minha mente, eu sei que minha mãe não aceitou minha condição com eles, mas porque ir embora? Ela não me ama? Eu a amo, eu entendo seu lado, ela poderia pelo menos respeitar o meu. 

Eu chorava, soluçava e me xingava por estar fazendo isso. Eu sei que deveria pensar no meu filho e seu bem estar, mas não conseguia parar de chorar. Teve um momento apenas que eu parei, um momento no qual apaguei devido as lágrimas que molhavam meu rosto e o embaçavam meus olhos, naquelas horas de sono eu consegui esquecer o quão triste estava. 

 

Não falava com eles direito, eu sei eles não tem culpa. Mas, achei melhor ficar um pouco na minha enquanto pensava e digeria que agora eu realmente ficaria longe da minha família, porque mesmo estando brigada com minha mãe, ela ainda estaria ali do lado, mas agora...  Eu me sentia fraca, mal estava comendo e não levantava muito da cama. Eles vinham e traziam bandeja repleta de comidas e a recolhia intocadas. 

O pesar em meu peito parecia nunca passar, parecia nunca ir embora. 

- Já chega! - A porta do quarto foi aberta de uma vez. Mikoto passou por ela linda, deslumbrante vestida para matar qualquer um. - Levanta agora dessa cama. Isso não é bom pra você e muito menos para o seu bebê. - Ela não falava, ela gritava. 

- Por favor, dona Mikoto... Eu quero ficar sozinha. - Puxei a coberta para cobrir meu rosto, porém ela puxou de uma vez. 

- Não vou repetir Sakura. Eles erraram em esconder de você, mas pense que foi para o seu bem estar e para o bem estar do filho de vocês! - Sua voz saia séria e dura. - Precisa entendê-los minha criança. - Ela sentou-se na beirada da cama alisando meu cabelo. - Eu sei que está sendo difícil, mas não está sozinha, tem a nós e a nossa família. Eu jamais tomarei o lugar de sua mãe, mas farei o possível e o impossível para lhe fazer se sentir amada... Eu prometo. - Seus olhos encheram d'água, assim como os meus. 

- Eu não queria que eles fossem embora, eu não queria... Eles são meus pais. - Solucei ficando sentada da cama. 

Seus braços me abraçaram com segurança e conforto. 

- Eu sei que não. Eles precisam de um tempo para entender a relação de vocês, assim como nós. Não os culpe e também não os odeie, só aguarde minha querida. Tudo irá se resolver. - Murmurou com os braços ainda em volta de mim. 

- Dói, dói muito. - Seus dedos gentis limparam minhas lágrimas olhando-me com carinho. 

- Pode fazer uma coisa pra mim? - Perguntou e eu assenti. - Tome um banho, troque de roupa e desça, tá bem? - Pediu de forma carinhosa.

Assenti novamente e ela saiu do quarto. Ainda relutante eu fiz o que pediu, tomei um banho demorado e me vesti com roupas quentes e desci. Esperei encontrá-los em casa, mas não. Acho que consegui os afastar, não é para menos... Fui um megera durante dias. Dona Mikoto apareceu sorridente e com o rosto tão iluminado, a olhei desconfiada e sua mão que estava estendida em minha direção, eu aceitei. 

Estranhei o fato de estarmos deixando a casa deles e mais ainda quando começamos a andar na direção da casa que pertencia aos meus pais. A placa de vende-se não estava mais ali, então acho que não é mais deles, deveria pertencer a outra pessoa agora. 

- Espero que seja feliz, do fundo do meu coração. - Mikoto beijou minha testa antes de dar batidas na porta. 

Ela saiu me deixando sozinha ali, plantada. Eu gelei, juro que minhas pernas bambearam o que ela estava aprontando? Mas, o frio mesmo correu por todo meu corpo ao ver a porta ser aberta por um Obito sorridente. Meus lábios separaram-se quando eu o vi, ele vestia um terno magnifico e o cabelo rebelde estava penteado para trás. 

- Por favor, entre. - Sua mão estava estendida em minha direção e não demorou um segundo para que eu a aceitasse. 

- O que está acontecendo? - Perguntei ao entrar na casa, o Uchiha não me respondeu.

O lugar estava tomado por pétalas de rosas brancas, cor-de-rosa, vermelhas e azuis espalhadas pelo chão. Os móveis já tinham sido retirados ficando apenas os que já haviam aqui quando mudei para cá com meus pais. Uma lembrança que fez meu coração apertar, porém, ele logo começou a bombear freneticamente abaixo do meu peito. O caminho por onde fazíamos daria na parte de trás de casa e a medida que eu caminha com o Uchiha ao meu lado, admirava a decoração bonita que tinha. 

Mas nada seria mais bonito ao vê-los lá, esperando por mim trajando ternos tão bonitos quanto o do que me carregava. O local também estava decorado, branco e cor-de-rosa, azul e vermelho. Flores espalhadas por todo aquele lugar, eu nem reconheci aquela parte de casa, na piscina havia flores também, elas flutuavam juntamente com algumas velas acessas as quais eram responsáveis pelo cheiro magnifico que estava ali. Tudo estava tão bonito. 

 - O que é tudo isso? - Perguntei boba, ao me aproximar. 

- Gostou? - Sasuke perguntava enquanto estendia um buque de rosas azuis em suas mãos. 

- Eu amei. - Sorri sentindo meu coração disparar. 

- Isso é pra você. - Itachi me entregou um buquê rosas cor-de-rosa.

- Obrigada. - As levei até meu nariz sentindo o aroma levemente, tão cheirosas. 

- Clichê, mas... São pra você. - Madara faz o mesmo, um buquê vermelho gigante. 

- Aqui. São suas. - Obito me entregou meu quarto buquê, porém na cor branca. 

- Eu não sei o que dizer... Eu amei. - Disse olhando para elas, são tão bonitas. - Mas... Porque fizeram tudo isso? - Perguntei curiosa, eu estava mesmo poxa. 

- É parte da surpresa. Sabemos que ficou chateada por termos escondido de você sobre seus pais... - Madara começou. 

- É uma maneira de nos redimir, Sakura. - Sasuke completou. 

- Eu exagerei, me perdoem. - Pedi sentindo meus olhos queimarem. - Não devia ter me isolado, por favor me perdoem. - Pedi novamente, me sentia tão culpada pelo o que fiz. 

- A culpa não é sua. Tem toda razão, nossa relação é baseada em confiança e sem ela não somos nada. - Falou Itachi com aquele ar sério. 

Assenti, realmente ela é a base da nossa relação. 

- Porque estamos aqui? - Perguntei ainda curiosa.

- É a segunda parte da surpresa. - Olhei para o meu Uchiha nerd. - Bem vinda a sua casa. - Franzi o cenho não entendendo. 

- Como assim? - Questionei. 

- Bom, conversamos com nossos pais e resolvemos que precisamos de privacidade, sabe. E como dona Mikoto surtaria se ficasse longe demais do neto, decidimos... Comprar essa casa. - Arregalei meus olhos para o meu velho, surpresa.

- Claro que isso não vai sair de graça. - Completou Sasuke, como assim?

 - Quer morar aqui? Viver conosco aqui? - Itachi perguntou um tanto que... Ansioso?

- Óbvio que eu quero, eu amo essa casa. - E realmente, eu amo. 

- Era o que precisávamos ouvir. - Obito sorriu, largo e bonito, como meu nerd sempre foi.

- Mas... Temos apenas uma condição. - Sasuke completou com um sorriso também. 

- Que seria? - Questionei curiosa. 

Vi sorrisos cúmplices, braços sendo cruzados e aquela imponência toda que somente um Uchiha tinha.

 

 

 

 

 

- Casa com a gente. 


Notas Finais


*Postei e sai correndo*

Eu espero do fundo do meu coração que gostem, até o próximo!

TÁ ACABANDOOOOOOOOOO :C

<3


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